terça-feira, 4 de agosto de 2015

Homilética: 19º Domingo Comum - Ano B: "A Força da Eucaristia".


A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta, uma vez mais, da preocupação de Deus em oferecer aos homens o «pão» da vida plena e definitiva. Por outro lado, convida os homens a prescindirem do orgulho e da auto-suficiência e a acolherem, com reconhecimento e gratidão, os dons de Deus.

O alimento e a água dados por Deus ao profeta Elias, que lhe restauram as forças e o sustentam na longa caminhada até a Montanha de Deus, são transparentes figuras da eucaristia e do batismo, que dão a vida eterna e sustentam o cristão no caminho para Deus.

Jesus está no céu com o seu Corpo glorioso; também está na terra de várias maneiras, mas a maneira mais especial, mais bonita e mais misteriosa é esta: a Eucaristia. E Eucaristia quer dizer ação de graças. Que momento tão belo! Por isso, depois da comunhão temos o costume de dar graças a Deus, dizer-lhe o nosso muito obrigado. Quando os pais veem os seus filhos pouco agradecidos depois de receberem presentes, costumam lembrá-los: “como é que se diz, filho?” Então a criança, meio tímida, diz ao seu benfeitor: “muito obrigado”. É preciso ser agradecidos. Deus é tão bom!

Na verdade, para um momento tão especial como este, devemos estar atentos aos detalhes. No entanto, o mais importante é que nos aproximemos da Hóstia Santa e a tomemos em nossa boca tão somente se estamos em estado de graça, isto é, se não cometemos nenhum pecado mortal (= grave) desde a última confissão bem feita. Também é importante, e a Igreja assim o exige, que, uma hora antes da comunhão, nada comamos ou bebamos (com exceção de água e remédios). Logicamente, há causas graves que dispensam da obrigação de guardar o assim chamado jejum eucarístico.

Quanto aos detalhes que devemos guardar com relação à Hóstia Santa que vamos receber, é questão de amor! A comunhão será tanto mais frutuosa quanto mais amor houver. Quem deseja comungar e vai se preparando para esse momento durante as horas que antecedem a Santa Missa, entrará numa profunda e íntima comunhão com o Senhor do céu e da terra, Jesus Cristo. Quem, depois de comungar, agradece a Deus por que ele veio à sua alma e por todos os dons que lhe concede, está abrindo o coração para receber novas graças. Deus se deixa atrair por uma pessoa agradecida. É verdade que às vezes podemos ficar um pouco perdidos depois da Comunhão, sem saber direito o que dizer ao Senhor: basta que queiramos dar-lhe graças e nos mantenhamos recolhidos deixando que flua o diálogo com Deus. Também podemos utilizar aqueles livros que contêm orações para facilitar a nossa ação de graças: enquanto recitamos tais orações vocais, o nosso coração vai acompanhando o que elas significam e vamos fazendo nossas as palavras que lemos.

Nigéria: Boko Haram liberta 178 reféns

Do total, 67 mulheres e 101 crianças iam ser usadas como bombas humanas

178 pessoas foram libertadas pelos militares nigerianos que destruíram alguns campos do Boko Haram perto da aldeia de Bitta, sudeste de Maiduguri, na região norte da Nigéria. É nesta área do Estado de Borno que o grupo extremista vem cometendo a maior parte das suas ações terroristas, matando, em pouco mais de dois meses do novo governo do presidente Muhammadi Buhari, cerca de 800 pessoas.

Os soldados já resgataram centenas de reféns destinados a morte certa, inclusive as crianças, usadas ​​pelos militantes como suicidas inconscientes.

O Boko Haram continua na mira dos exércitos aliados do Camarões e do Chade, que, em operação realizada nos últimos dias, no nordeste da Nigéria, mataram mais de 100 milicianos. A ofensiva, no entanto, não está barrando a onda de violência que, desde 2009, causou mais de 15 mil mortes. Na noite deste sábado para domingo, os extremistas queimaram casas e mataram 13 pessoas na cidade de Malari, nordeste da Nigéria.

Oração do Patriarca de Bagdá pelos cristãos perseguidos


Há quase um ano, os terroristas do Estado Islâmico saquearam aldeias cristãs na planície de Nínive, forçando a fuga de milhares de pessoas. Era a noite de 06 de agosto.

Ao recordar este trágico acontecimento, Louis Raphael Sako, Patriarca de Babilônia dos Caldeus e presidente da Conferência Episcopal do Iraque, dirigiu uma oração ao Papa e aos bispos de todo o mundo, exortando os cristãos de todo o mundo "a se unirem a nós neste triste aniversário", conforme publicado pela agência Asia News.

A oração diz:

Senhor Jesus Cristo,
Você nos ensinou a rezar ao Pai em seu nome,
E você nos assegurou que tudo o que pedíssemos, nós receberíamos.
Por isso, nos dirigimos a você com total confiança
Pedindo-lhe para nos dar a graça e a força de perseverar nesta tempestade,

Para alcançar a paz e a segurança, antes que seja tarde demais:
Esta é a nossa oração e, embora pareça impossível para nós,
Nós confiamos a você para que nos dê tudo o que precisamos para a nossa sobrevivência e nosso futuro.

Ajude-nos, Pai,
Em nome de seu Filho crucificado e ressuscitado, Jesus,
Para continuarmos a trabalhar juntos,
Para sermos livres, responsáveis e amorosos,
Para encontrarmos a sua vontade e fazê-la com alegria, zelo e coragem.

Em Caná, a Mãe de Jesus foi a primeira a notar que não havia vinho.
Pela intercessão de Maria, pedimos-lhe, Pai,
Para mudar a nossa situação – como seu filho transformou a água em vinho – da morte para a vida.

Amém. 

CNBB divulga carta por ocasião do Dia do Padre 2015



Caro irmão presbítero,

Estamos nos aproximando do domingo no qual celebramos o Dia do Padre. É o domingo em que todas as comunidades são convidadas a rezar mais intensamente pelos seus padres!

Nós somos homens do Evangelho! Homens chamados pelo Senhor para anunciar a todos a Boa-Nova da salvação, através do anúncio, da celebração dos mistérios e do testemunho pessoal de vida. Isso é evangelizar! Isso é evangelização! Neste sentido vale recordar o que diz o Papa Francisco sobre a obra da evangelização: “a evangelização supõe sair de si mesmo; supõe a dimensão do transcendente, da adoração de Deus, da contemplação, sempre associada ao movimento de ir ao encontro das pessoas, da gente. Sair, sair de! Para mim é este o núcleo da evangelização. Sair significa tornar-se próximo, de todos! Saída e proximidade. Proximidade cordial, de amor, concreta, física, estar com”.

Em recordando todos os padres de nosso imenso Brasil, manifestamos reconhecimento e gratidão. Reconhecimento por todo bem realizado nas diversas Igrejas Particulares, em comunhão com os respectivos Bispos. Gratidão pela vida de cada um feita entrega, serviço, dom de amor! Quantos padres dispostos, alegres, despojados! Quantos padres prontos para curar as feridas de pessoas marcadas por dificuldades de todo tipo: materiais, psíquicas, espirituais e por situações escandalosas dentro e fora da Igreja!

Padre, tu foste amado e escolhido pelo Senhor! Ele manifestou ternura para contigo. Essa ternura tu compartilhas com o teu povo. Ternura essa que se expressa em pensamentos, palavras e ações, pois és participante da missão de Cristo, Cabeça e Pastor. Ele é fiel! 

A santa ira de São João Maria Vianney


Era 1827 e as multidões que chegavam à aldeia de Ars vinham de toda parte. A fama do Padre Vianney já havia se espalhado pelos quatro cantos da França. Barões, clérigos, camponeses, curiosos; todos queriam conhecer aquela figura a qual tinham por santo. Um médico, tomado pelas intrigas dos colegas, decidira visitar o sacerdote, a fim de confirmar suas injustas suspeitas. De volta à capital, Paris, não pôde dizer aos amigos outra coisa sobre o pobre cura senão: "eu vi Deus num homem".

A santidade de João Maria Vianney causava constrangimentos. Apegado desde cedo à oração, agia em tudo conforme à vontade divina, fazendo de sua vida um perpétuo louvor a Deus. Tinha um fervor imensurável. Passava horas à frente do sacrário, gastando-se em severas penitências e na meditação dos santos mistérios: "O meu terço vale mais que mil sermões". Por isso, não poupou esforços no combate às blasfêmias e à libertinagem. Era o zelo pela casa do Pai que o consumia.

Os primeiros anos de Vianney em Ars foram de grandes desafios. A pequena aldeia estava atolada no indiferentismo. Trabalhava-se no domingo, blasfemava-se no campo, a falta de modéstia e os divertimentos profanos reinavam no coração daquela gente. A situação era desesperadora. E para uma alma apaixonada como a do Cura D'Ars, assistir àquele espetáculo de imoralidades era como ver a Cristo sendo crucificado. Com efeito, tratou logo de agir.

Sem fazer concessões, apressou-se em instruir os mais novos na catequese e nas práticas piedosas. Vianney estava convencido de que a ignorância religiosa era a causa de todos os males: "Este pecado condenará mais almas do que todos os outros juntos, porque uma pessoa ignorante quando peca não conhece nem o mal que faz, nem o bem que perde". Do alto do púlpito, atacava a todos pulmões as tabernas e o trabalho no domingo. Começava uma guerra sem tréguas, e o santo não iria recuar enquanto não visse a sua paróquia, de joelhos, diante do Senhor. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Escravidão sexual: Estado Islâmico prossegue a prática sem ser muito incomodado nem sequer pela mídia


"Eu fui estuprada TRINTA VEZES e ainda não é nem meio-dia. Eu não tenho condições de ir ao banheiro. POR FAVOR, BOMBARDEIEM-NOS".

Esta aberração em forma de palavras foi proferida por uma jovem yazidi durante conversa via celular com ativistas do Compassion4Kurdistan. Segundo artigo de Nina Shea no The American Interest, aquela jovem está longe de estar sozinha. Meninas e mulheres continuam sendo vendidas para encher os cofres da abominação autoproclamada “Estado Islâmico” e para atrair homens jovens à barbárie da jihad no Iraque e na Síria.

Nina Shea é diretora sênior do Departamento do Instituto Hudson para a Liberdade Religiosa. Enquanto o mundo recorda nesta semana o primeiro aniversário da expulsão de milhares de cristãos do norte do Iraque, ela afirma que a escravidão sexual de mulheres cristãs e yazidis nas mãos dos militantes do Estado Islâmico permanece largamente ignorada.

O diretor do Wilson Center Middle East, Haleh Esfandiari, observa que "os governos árabes e muçulmanos, embora falem alto ao condenarem o EI como uma organização terrorista, calam a boca sobre o tratamento às mulheres". A reação da Casa Branca também é de espantoso silêncio. O relatório 2015 do Departamento de Estado norte-americano sobre tráfico sexual, lançado em 27 de julho, dedica dois parágrafos, em 380 páginas, à institucionalização da escravidão sexual pelo Estado Islâmico no ano passado.

"Em agosto do ano passado, pouco depois de o EI estabelecer seu ‘califado’, eles começaram a capturar mulheres e meninas não sunitas e a dá-las como prêmio ou vendê-las como escravas sexuais. Na grande maioria, elas eram yazidis, mas, de acordo com relatórios da ONU, também havia cristãs", escreve Shea, entre cujos relatos angustiantes há os de meninas de 9 anos violentadas pelos seus “donos”.

Jesus sacia fome de sentido da vida, explica Papa


PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 26 de Julho de 2015

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Jo 6, 1-15) apresenta o grande sinal da multiplicação dos pães, na narração do evangelista João. Jesus está na margem do lago da Galileia, circundado por «uma grande multidão», atraída pelos «sinais que realizava em favor dos doentes» (v. 2). Nele age o poder misericordioso de Deus, que cura todos os males do corpo e do espírito. Mas Jesus não é só alguém que cura, é também mestre: com efeito sobe ao monte e senta-se, na típica atitude do mestre quando ensina: sobe a esta «cátedra» natural criada pelo seu Pai celeste. A este ponto Jesus, que bem sabe o que está para fazer, põe os seus discípulos à prova. Que fazer para matar a fome a toda aquela gente? Filipe, um dos Doze, faz um cálculo rápido: organizando uma colecta, poder-se-ão no máximo recolher duzentos denários para comprar pão, que contudo não seria suficiente para matar a fome a cinco mil pessoas.

Os discípulos raciocinam em termos de «mercado», mas Jesus substitui a lógica do comprar com a outra lógica, a lógica do doar. E eis que André, outro Apóstolo, irmão de Simão Pedro, apresenta um jovem que põe à disposição tudo aquilo que possui: cinco pães e dois peixes; mas — diz André — que é isso para tanta gente (cf. v. 9). Jesus esperava precisamente isto. Ordena aos discípulos que façam sentar aquela multidão, depois tomou aqueles pães e peixes, deu graças ao Pai e distribuiu-os (cf. v. 11). Estes gestos antecipam os da Última Ceia, que conferem ao pão de Jesus o seu significado mais verdadeiro. O pão de Deus é o próprio Jesus. Tomando a Comunhão com Ele, recebemos a sua vida em nós e tornamo-nos filhos do Pai celeste e irmãos entre nós. Recebendo a comunhão encontramo-nos com Jesus realmente vivo e ressuscitado! Participar na Eucaristia significa entrar na lógica de Jesus, a lógica da gratuitidade, da partilha. E por mais pobres que sejamos, todos podemos oferecer alguma coisa. «Receber a Comunhão» significa também obter de Cristo a graça que nos torna capazes de partilhar com os outros aquilo que somos e o que possuímos.

A multidão fica admirada com o prodígio da multiplicação dos pães; mas o dom que Jesus oferece é a plenitude de vida para o homem faminto. Jesus sacia não só a fome material, mas aquela mais profunda, a fome do sentido da vida, a fome de Deus. Perante o sofrimento, a solidão, a pobreza e as dificuldades de tantas pessoas, o que podemos fazer? Lamentar-nos nada resolve, mas podemos oferecer aquele pouco que temos, como o jovem do Evangelho. Certamente temos algumas horas à disposição, algum talento, competência... Quem não tem os seus «cinco pães e dois peixes»? Todos os temos! Se estivermos dispostos a pô-los nas mãos do Senhor, serão suficientes para que no mundo haja um pouco mais de amor, paz, justiça e sobretudo alegria. Como é necessária a alegria no mundo! Deus é capaz de multiplicar os nossos pequenos gestos de solidariedade e tornar-nos participantes do seu dom.

Que a nossa oração ampare o compromisso comum para que nunca falte a ninguém o Pão do céu que dá vida eterna e o necessário para uma vida digna, e se afirme a lógica da partilha e do amor. A Virgem Maria nos acompanhe com a sua materna intercessão.

Nossa Senhora Aparecida no samba?


Segundo a imprensa noticiou recentemente, certa escola de samba da cidade de São Paulo manifestou o interesse de “homenagear” nossa Senhora Aparecida no carnaval de 2017, quando serão comemorados os 300 anos da invenção (descoberta) de uma imagem de Maria santíssima no Rio Paraíba.

Por mais bem-intencionados que estejam os carnavalescos, o carnaval, festa pagã por excelência, não se compagina com a pureza de santa Maria. Como conciliar a sensualidade inerente ao carnaval com a castidade da mãe de Jesus, virgem antes, durante e depois de parir o salvador do mundo?

Nossa Senhora Aparecida não é simplesmente “patrimônio” da cultura popular; ela é um ser humano, que vive no céu com os bem-aventurados, donde medeia todas as graças. A devoção à padroeira do Brasil pertence, isto sim, à religiosidade popular.

Há alguns anos, sua eminência, dom Eugênio Salles, de saudosa memória, proibiu que uma escola de samba do Rio de Janeiro levasse à avenida uma imagem do Cristo Redentor, porque não se pode misturar o sagrado com o profano, principalmente no carnaval, notoriamente conhecido pela lascívia e pelos excessos de variegado jaez.