terça-feira, 24 de março de 2015

A misericórdia de Deus vai além da justiça, diz Papa Francisco


CELEBRAÇÃO DA PENITÊNCIA
RITO PARA A RECONCILIAÇÃO DE PENITENTES
COM A CONFISSÃO E A ABSOLVIÇÃO INDIVIDUAL

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Sexta-feira, 13 de Março de 2015


Também este ano, na vigília do quarto Domingo de Quaresma, nos reunimos para celebrar a liturgia penitencial. Estamos unidos a tantos cristãos que, hoje, em todas as partes do mundo, aceitaram o convite para viver este momento como sinal da bondade do Senhor. Com efeito, o Sacramento da Reconciliação permite que nos aproximemos com confiança do Pai para ter a certeza do seu perdão. Ele é deveras «rico em misericórdia» e difunde-a em abundância sobre quantos a Ele recorrem com coração sincero.

Contudo, estar aqui para experimentar o seu amor é em primeiro lugar fruto da sua graça. Como nos recordou o apóstolo Paulo, Deus nunca deixa de mostrar a riqueza da sua misericórdia no decorrer dos séculos. A transformação do coração que nos leva a confessar os nossos pecados é «dom de Deus». Sozinhos não somos capazes. Poder confessar os nossos pecados é um dom de Deus, é uma dádiva, é, «obra sua» (cf. Ef 2, 8-10). Por conseguinte, ser tocados com ternura pela sua mão e plasmados pela sua graça permite que nos aproximemos do sacerdote sem recear pelas nossas culpas, mas com a certeza de sermos por ele acolhidos no nome de Deus, e compreendidos não obstante as nossas misérias; e também que nos aproximemos sem um advogado defensor: temos um só, que que deu a sua vida pelos nossos pecados! É Ele que, com o Pai, nos defende sempre. Ao sair do confessionário, sentiremos a sua força que volta a dar vida e restitui o entusiasmo da fé. Depois da confissão renascemos.

O Evangelho que ouvimos (cf. Lc 7, 36-50) abre-nos um caminho de esperança e de conforto. É bom sentir sobre nós o mesmo olhar compassivo de Jesus, assim como o sentiu a mulher pecadora na casa do fariseu. Neste trecho repetem-se com frequência duas palavras: amor e juízo.

Há o amor da mulher pecadora que se humilha diante do Senhor; mas ainda antes há o amor misericordioso de Jesus por ela, que a estimula a aproximar-se. O seu choro de arrependimento e de alegria lava os pés do Mestre, e os seus cabelos enxugam-nos com gratidão; os beijos são expressão do seu afecto puro; e o perfuma que deitou com abundância confirma quanto Ele é precioso aos seus olhos. Cada gesto desta mulher fala de amor e exprime o seu desejo de ter uma certeza inabalável na sua vida: ser perdoada. Esta certeza é uma boa certeza! E Jesus dá-lhe esta certeza: acolhendo-a demonstra-lhe o amor de Deus por ela, precisamente por ela, uma pecadora pública! O amor e o perdão são simultâneos: Deus perdoa-lhe muito, perdoa-lhe tudo, porque «amou muito» (Lc 7, 47); e ela adora Jesus porque sente que n’Ele há misericórdia e não condenação. Sente que Jesus a compreende com amor, a ela, que é uma pecadora. Graças a Jesus, Deus esquece os seus muitos pecados, não os recorda mais (cf. Is 43, 25). Porque também isto é verdade: quando Deus perdoa, esquece. É grande o perdão de Deus! Agora para ela começa uma nova fase; renasceu no amor e numa vida nova.

Repouso no Espírito: Verdade ou indução coletiva?


Observamos em alguns encontros ditos carismáticos da RCC, a prática do dito "repouso no Espírito Santo". Onde jovens e adultos em geral em um determinado tempo do "encontro", "culto", repousam (caindo para trás sendo segurados por uma pessoa na maioria das vezes e colocado deitado no chão). Tal fato é visto como obra de Deus! A doutrina Carismática ou Pentencostal assim afirma.



Devemos salientar que não existe uma única Suma Teológica ou outro documento oficial da Igreja Católica assinado por um Papa nem mesmo de nenhum Pai da Igreja, falando sobre tal prática chamada de 'repouso no Espírito". Sabemos que durante milênios isso nunca foi realizado entre católicos , mas sim pelos protestantes, apos o sec. XVI. é FATO!

segunda-feira, 23 de março de 2015

Babilônia, Babilônia e Babilônia!


São três Babilônias. A primeira o império do século VI antes de Cristo. A segunda aquela descrita no Apocalipse de São João. A terceira a novela da rede globo. Três Babilônias. Vamos falar de uma a uma em partes.

O Império Babilônico retratado no Antigo Testamento – e que serve de referência para as duas outras comparações – sobreviveu de 626 a 539 antes de Cristo. Seu Imperador Nabucodonosor invadiu Jerusalém em 587 a.C. Naquela invasão destruiu-se o Templo, levou-se os objetos de ouro do Templo, os dignitários da cidade foram levados para o exílio e o povo ficou na miséria.

“Junto aos rios da Babilônia” (Sl 136,1), Tigre e Eufrates, deve ter sido escrito o segundo relato da criação e da queda (Gn 2,4b-3,25) durante o período do exílio. É desse período também o segundo Isaías (Is 40-55), alguns trechos de Ezequiel, entre outros. A religião Babilônica era muito forte. O povo no exílio estava exposto a ela. Assim, o papel dos profetas e sacerdotes no exílio foi essencial para manter a fé e a esperança do povo de Israel no único Deus. Tendo sido visto o Império Babilônico como um destruidor e sanguinário, a vitória de Ciro, o Persa, em 539 a.C. deu ao povo novo alento e Ciro escreveu um édito permito o regresso do povo a Israel em 538 a.C. (cf. 2Cr 36,14-23; 2Rs 25,1-30; Esd 1,1-3).

Esta experiência para o povo de Israel é quase tão forte quanto o período de escravidão no Egito e marcará sua vida para sempre. “Fomos escravos no Egito” tornou-se um refrão na boca do povo. “O Senhor nos libertou com mão forte e braço estendido”, igualmente, para referir-se ao período da escravidão e ao período do exílio. 

Pastores Evangélicos destroem imagens de santos e geram indignação de católicos


Por meio das Redes Sociais, foram publicadas fotos de dois pastores evangélicos destruindo imagens de santos católicos. Um dos envolvidos justifica o fato argumentando que apenas está cumprindo o que está escrito na Bíblia. A Igreja rapidamente expressou sua indignação e condenou o sacrilégio.

Nas fotos, aparecem os pastores José Villalba e Viviano. Um outro evangélico identificado como Juan Avalos Sanabria foi chamado para postar as fotos no Facebook.

As imagens quebradas são da Virgem de Caacupé, Sagrado Coração de Jesus e São Rafael.

“Agradecemos ao evento organizado pela Rádio Estrelas do Futuro e ao Ministério evangelístico Água Viva, agradecemos a todos os colaboradores do Apóstolo José Villalba Al. Ps. Viviano Moreno e a todos em geral. Fomos capazes de ganhar uma família católica, estas são as imagens que eles renunciaram aos pés de Jesus Cristo. Nós entregamos todas estas imagens como um sinal de renúncia para serem queimadas... Salmo 115 (sic)”, diz o post.

Ávalos Sanabria afirmou ao correspondente do diário Popular que o ato aconteceu na cidade de Salto del Guaíra, Orlando Benitez. O homem explicou que pertence ao Ministério da igreja evangélica da Água Viva e que a prática de queimar imagens de santos é 'normal'. 'Na Bíblia diz que o crente deve mover-se longe da idolatria e que você não deve adorar qualquer imagem de barro, gesso ou ferro. Lá está escrito que estas foram destruídas e jogadas fora das cidades. Esta família de sete pessoas concordou com isso, deram estas imagens e nós viemos em minha casa para destruí-las,' disse. 

Nomeação de Juan Barros “coloca à prova” a promessa do papa Francisco: chilenos protestam contra!

Em meio a prisões e protestos, bispo assume diocese no Chile

Apesar dos protestos que terminaram com três pessoas detidas e uma campanha pedindo que o Vaticano reveja a decisão, um bispo chileno ligado ao padre abusador mais notório do país tomou posse em sua nova diocese no sábado.

Esta nomeação do Papa Francisco levou muitos analistas a se perguntar quanto ao compromisso do pontífice em abordar casos envolvendo abusos sexuais por parte do clero e responsabilizar as autoridades religiosas que deixaram de agir quando era devido.

Cerca de 4 mil pessoas vestidas de preto em sinal de luto reuniram-se em frente da catedral da Diocese de Osorno, no Chile, para exigir que Dom Juan Barros Madrid, ex-capelão militar, não tomasse posse.

Um vídeo do evento postado na internet mostra a multidão jogando objetos no prelado, empurrando-o e tentando impedi-lo de entrar na Catedral de São Mateus, apesar das fortes medidas de segurança.

“Nunca vi algo assim”, disse ao Crux alguém que estava do lado de fora da Igreja. “Foi triste ver a Igreja na qual eu rezo todo dia reduzida a um campo de batalha entre os que apoiam o prelado e os que não apoiam”.

Pedindo para não ser identificado porque tem relações com a diocese, a pessoa disse que, enquanto Barros estava celebrando a missa, muitos ficaram gritando: “Pedófilo!” e “Saia fora!”. A situação chegou ao ponto em que a cerimônia precisou ser encurtada, pulando a homilia, a Comunhão e outras partes da liturgia.

Barros precisou ser escoltado para fora da Igreja depois da celebração.

Jornais locais informaram que o chefe da polícia, Leonardo Castillo, disse a jornalistas que, pelo menos, 3 pessoas foram detidas por conduta desordeira.

Desde que a nomeação de Barros foi anunciada em janeiro deste ano ela vem sendo criticada por elementos da comunidade local por causa dos laços que Barros tinha com o Padre Fernando Karadima, sacerdote que o Vaticano condenou em 2011 a uma vida de “solidão e oração” após ser declarado culpado de abusar sexualmente de vários fiéis durante as décadas de 1980 1990.

Três das vítimas de Karadima (Juan Carlos Cruz, James Hamilton e José Andrés Murillo) acusaram quatro prelados chilenos, inclusive Barros, de acobertar Karadima e de estarem presentes enquanto este as abusava.

As vítimas estão travando uma batalha jurídica contra a diocese de Santiago de Chile, exigindo, entre outras coisas, um pedido de desculpas por parte da Igreja e uma indenização financeira de 700 mil dólares.

As vítimas recentemente divulgaram uma nota dizendo que “como sobreviventes dos abusos cometidos por Karadima e pela cumplicidade de Dom Juan Barros Madrid, já estamos acostumados com o tratamento que temos recebido da hierarquia chilena”.

Juan Carlos Cruz, um dos sobreviventes, disse por email ao Crux que “este homem [Barros] viu os nossos abusos. Ele estava lá, testemunhamos isto, e fomos ignorados muitas vezes. Hoje sabemos que ele foi um homem desastroso”.

A cerimônia de sábado contou com a presença de uma dúzia dos mais de 50 bispos do país e quase 20 dos 35 padres da diocese.

O Cardeal Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago de Chile e presidente da Conferência dos Bispos do Chile, não esteve presente por causa de um compromisso anterior.

Em entrevista ao jornal Las Últimas Noticias, na sexta-feira, Barros – que negou todas as acusações através de uma carta pública no começo desta semana – disse que tinha “um forte sentimento de esperança, esperança pelo futuro”.

“Acredito que, no fim, o fato de que todos somos membros da Igreja irá prevalecer, e que todos iremos seguir as palavras do Santo Padre”, declarou Barros.

Nenhum procedimento criminal ou canônico foi iniciado contra o prelado. Até o momento, o Vaticano não fez nenhum pronunciamento em resposta às críticas recebidas após a nomeação.

A Organização de Leigos e Leigas de Osorno está pedindo que o novo bispo se afaste do cargo.

Juan Carlos Claret Pool, líder do movimento, contou ao Crux que bispos devem ter uma autoridade moral sobre o clero, os leigos e sobre a sociedade civil, “coisa que Barros não tem”. 
Por isso, disse, ele e outros planejam continuar trabalhando e “mobilizados”.

Jesus está no chão


O conselho é claro: Receba a comunhão da boca, com o uso da patena, que foi criada justamente para esta finalidade. Caso você opte por comungar na mão ou não possa comungar na boca, ao menos verifique suas mãos.


O Diretório Litúrgico publicado pela CNBB recorda o seguinte a respeito da Comunhão recebida na mão:

13.7 Comunhão na mão

No dia 03 de abril de 1995, a Congregação do Culto Divino enviou notificação sobre a Comunhão na mão (Prot. n. 720/85):

1) Comunhão na mão deve se manifestar, tanta como com a comunhão na boca, o respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia.

2) De acordo com os ensinamentos dos Santos Padres, insista-se no “Amém” que o fiel pronuncia como resposta à fórmula do ministro: “O Corpo de Cristo”, O amém deve ser uma afirmação de fé.

domingo, 22 de março de 2015

Homilética: Domingo de Ramos da Paixão do Senhor - Ano B: "Amar desinteressadamente".


O Domingo de Ramos é a grande porta de entrada na Semana Santa, a semana em que o Senhor Jesus caminha até ao ponto culminante da sua existência terrena. Ele sobe a Jerusalém para dar pleno cumprimento às Escrituras e ser pregado no lenho da Cruz, o Trono donde reinará para sempre, atraindo a Si a humanidade de todos os tempos e oferecendo a todos o dom da redenção. Jesus se encaminhou para Jerusalém juntamente com os Doze e que, pouco a pouco, se foi unindo a eles uma multidão cada vez maior de peregrinos. São Marcos refere que, já à saída de Jericó, havia uma “grande multidão” que seguia Jesus (Mc 10, 46).  Em Mc 15,1-39,   vemos que o cortejo organizou-se rapidamente. Jesus faz a sua entrada em Jerusalém, como Messias, montado num burrinho, conforme havia sido profetizado muitos séculos antes (Zac. 9,9). Jesus aceita a homenagem, e quando os fariseus, que também conheciam as profecias, tentaram sufocar aquelas manifestações de fé e alegria, o Senhor disse-lhes: “Eu vos digo, se eles se calarem, as pedras gritarão.” (Lc 19, 40).

Nossa celebração de hoje, inicia-se com o Hosana! E culmina no crucifica-o! Mas, este não é um contrassenso; é, antes, o coração do mistério. O mistério que se quer proclamar é este: Jesus se entregou voluntariamente a sua Paixão; não se sentiu esmagado por forças maiores do que Ele (Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por mim mesmo: Jo 10,18); foi Ele que, perscrutando a vontade do Pai, compreendeu que havia chegado a hora e a acolheu com a obediência livre do filho e com infinito amor para os homens: “… sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

“Muitos estenderam seus mantos pelo caminho…. gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” ( Mc 11, 8 – 9).  Perguntemo – nos: Que pensavam, realmente, em seus corações aqueles que aclamam Cristo como Rei de Israel? Certamente tinham a sua idéia própria do Messias, uma idéia do modo como devia agir o Rei prometido pelos profetas e há muito esperado. Não foi por acaso que a multidão em Jerusalém, poucos dias depois, em vez de aclamar Jesus, grita para Pilatos: “Crucifica-O! ”, enquanto os próprios discípulos e os outros que O tinham visto e ouvido ficam mudos e confusos. Na realidade, a maioria ficara desapontada com o modo escolhido por Jesus para Se apresentar como Messias e Rei de Israel. É precisamente aqui que está o ponto central da festa de hoje, mesmo para nós. Para nós, quem é Jesus de Nazaré? Que idéia temos do Messias, que idéia temos de Deus? Esta é uma questão crucial, que não podemos evitar, até porque, precisamente nesta semana, somos chamados a seguir o nosso Rei que escolhe a Cruz como Trono; somos chamados a seguir um Messias que não nos garante uma felicidade terrena fácil, mas a felicidade do Céu, a bem-aventurança de Deus. Por isso devemos perguntar – nos: Quais são as nossas reais expectativas? Quais são os desejos mais profundos que nos animaram a vir aqui, hoje, celebrar o Domingo de Ramos e iniciar a Semana Santa?

Hoje Jesus quer também entrar triunfante na vida dos homens, sobre uma montaria humilde: quer que demos testemunho d’Ele com a simplicidade do nosso trabalho bem feito, com a nossa alegria, com a nossa serenidade, com a nossa sincera preocupação pelos outros. Quer fazer-se presente em nós através das circunstâncias do viver humano. Naquele cortejo triunfal, quando Jesus vê a cidade de Jerusalém, chora! Jesus vê como Jerusalém se afunda no pecado, na ignorância e na cegueira. O Senhor vê como virão outros dias que já não serão como estes, um dia de alegria e de salvação, mas de desgraça e ruína. Poucos anos depois a cidade será arrasada. Jesus chora a impenitência de Jerusalém. Como são eloquentes estas lágrimas de Cristo. A história de cada homem é a história da contínua solicitude de Deus para com ele. Cada homem é objeto da predileção do Senhor. Jesus tentou tudo com Jerusalém, e a cidade não quis abrir as portas à misericórdia. É o profundo mistério da liberdade humana, que tem a triste possibilidade de rejeitar a graça divina. Como é que estamos correspondendo às inúmeras instâncias do Espírito Santo para que sejamos santos no meio das nossas tarefas, no nosso ambiente? Quantas vezes, em cada dia, dizemos sim a Deus e não ao egoísmo, à preguiça, a tudo o que significa falta de amor, mesmo em pormenores insignificantes? A entrada triunfal de Jesus foi bastante efêmera para muitos. Os ramos verdes murcharam rapidamente. O hosana entusiástico transformou-se, cinco dias mais tarde, num grito furioso: Crucifica-o! Por que foi tão brusca a mudança, por que tanta inconsistência? São Bernardo comenta: “Como eram diferentes umas vozes e outras! Fora, fora, crucifica-o e bendito o que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas! Como são diferentes as vozes que agora o aclamam  Rei de Israel e dentro de poucos dias dirão: Não temos outro rei além de César! Como são diferentes os ramos verdes e a Cruz, as flores e os espinhos! Àquele a quem antes estendiam as próprias vestes, dali a pouco o despojam das suas e lançam a sorte sobres elas.” A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém pede-nos coerência e perseverança, aprofundamento da nossa fidelidade, para que os nossos propósitos não sejam luz que brilha momentaneamente e logo se apaga. Muito dentro do nosso coração, há profundos contrastes: somos capazes do melhor e do pior. Se queremos ter em nós a vida divina, triunfar com Cristo, temos de ser constantes e matar pela penitência o que nos afasta de Deus e nos impede de acompanhar o Senhor até a Cruz. 

A Igreja nos lembra que a entrada triunfal vai perpassar todos os passos da Paixão de Cristo. Terminada a procissão, mergulha-se no mistério da Paixão de Jesus Cristo: Em Is 50 4-7 descreve o Servo sofredor, na esperança da vitória final. Vemos nele a própria pessoa de Jesus Cristo. Em Fl 2,6-11 temos a chave principal de todo o mistério deste Domingo de Ramos: Jesus humilhou-se e por isso Deus o exaltou! No texto de  Mc 15,1-39, somos chamados a contemplar a PAIXÃO e a MORTE de Jesus! Que durante a Semana Santa possamos tirar muitos frutos da meditação da Paixão de Cristo. Que em primeiro lugar tenhamos aversão ao pecado; possamos avivar o nosso amor e afastar a tibieza!

Cabe a nós escolher com que atitude queremos entrar na história da Paixão de Cristo: com a atitude de Cirineu, que se coloca ao lado de Jesus, ombro a ombro, para carregar com Ele o peso da cruz; com a atitude das mulheres que choram, do centurião que bate no peito e de Maria que fica silenciosa ao pé da Cruz; ou se queremos entrar com a atitude de Judas, de Pedro, de Pilatos e daqueles que “olham de longe” para ver como irá terminar aquele episódio.

O Domingo de Ramos diz – nos que o verdadeiro grande “Sim” é precisamente a Cruz, que a Cruz é a verdadeira Árvore da vida. Não encontramos a vida apoderando – nos dela, mas entregando – a. O amor é um doar – se a si mesmo, e por isso é o caminho da vida verdadeira, simbolizada pela Cruz.


Evangelho, crucifixo e fé são caminhos para ver Jesus, diz Papa


ANGELUS
Papa Francisco
Praça de São Pedro
Quinto Domingo da Quaresma,
22 de março de 2015

Queridos irmãos e irmãs,

Neste quinto domingo da Quaresma, o evangelista João chama a nossa atenção com um detalhe curioso: alguns "gregos", judeus, vindos de Jerusalém para a festa da Páscoa, se voltam para o apóstolo Filipe e dizem: "Queremos ver Jesus"(Jo 12, 21). Na cidade santa, onde Jesus foi pela última vez, havia muitas pessoas. Havia os pequenos e simples que acolheram festivamente o profeta de Nazaré reconhecendo-o como o enviado do Senhor. Havia os sumo sacerdotes e chefes do povo que querem elimina-lo porque consideram-no herético e perigoso. E havia também pessoas, como os "gregos", curiosos para vê-lo e saber mais sobre a sua pessoa e as obras por Ele realizadas, entre as quais - a ressurreição de Lázaro – que causou grande alarde.

‘Queremos ver Jesus’: estas palavras, como tantas outras no Evangelho, ultrapassam determinado episódio e exprimem algo universal; revelam um desejo que atravessa as épocas e as culturas, um desejo presente no coração de tantas pessoas que ouviram falar de Cristo, mas que ainda não o encontraram. ‘Eu quero ver Jesus’, isso sente o coração deste povo.

Respondendo indiretamente, de maneira profética, o pedido para vê-lo, Jesus faz uma profecia que revela a sua identidade e indica o caminho para conhecê-lo verdadeiramente: "Chegou a hora do Filho do Homem ser glorificado" (Jo 12, 23). É a hora da cruz! É o tempo da derrota de Satanás, o príncipe do mal, e do triunfo definitivo do amor misericordioso de Deus. Cristo declara que será "elevado da terra", uma expressão com duplo significado. (V 32): "elevado" porque crucificado, e "elevado" porque exaltado pelo Pai na Ressurreição, para atrair todos a si e reconciliar os homens com Deus e uns com os outros. A hora da Cruz, a hora mais escura da história, é também a fonte da salvação para todos os que acreditam nEle.