terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Papa entristecido com assassinato de padre no México


Em nome do Papa Francisco, o Cardeal Secretário de Estado do Vaticano enviou uma breve carta ao Bispo de Ciudad Altamirano (México, estado de Guerrero), Dom Maximino Martínez Miranda, expressando dor, participação e “firme condenação” pelo assassinato do Padre Gregorio López Gorostieta.

O Cardeal Pietro Parolin sublinha a tristeza do Pontífice e transmite seu pesar ao “clero, às comunidades religiosas e aos fiéis daquela amada Diocese”, assegurando também orações pelo eterno repouso de “um sacerdote de Cristo vítima de uma violência injustificável”. 

“Sua Santidade manifesta sua firme condenação de tudo o que atenta contra a vida e a dignidade das pessoas; e exorta os sacerdotes e os outros evangelizadores da Diocese a prosseguir com ardor a sua missão eclesial superando as dificuldades, imitando o exemplo de Jesus, Bom Pastor”.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O furacão Francisco e a perturbação dos intelectuais


No dia 24 de dezembro, foi publicado no Corriere della Sera um artigo de Vittorio Messori com o título “As dúvidas sobre a virada do Papa Francisco”

Neste artigo, o conhecido escritor católico propõe uma "reflexão pessoal", na verdade, "uma espécie de confissão", sobre a "imprevisibilidade" do Papa Francisco, destinada a perturbar "a tranquilidade do católico médio” com uma série de escolhas que poderiam parecer também contraditórias.

Messori enumera alguns aspectos do Pontificado de Bergoglio que, em sua opinião, poderiam causar confusão, para depois concluir, com a humildade própria do crente, que “chefe único e verdadeiro da Igreja é aquele Cristo onipotente e onisciente, que sabe melhor do que nós qual seja a melhor escolha para seu temporário representante terreno": e isso explica porque, na perspectiva milenária da história, “todo Papa desempenhou o seu papel apropriado e, no final, se demonstrou necessário”.

O artigo publicado pelo jornal Milanês é uma oportunidade para entender melhor o pontificado do Papa Francisco.

O primeiro elemento de reflexão é sobre o papel histórico do papa Francisco. No mundo em que nós costumamos chamar de "avançado", os cenários de escravidão, guerra, mercantilização, exploração descontrolada e negação da dignidade humana estão mais presentes do que nunca. E diante de tudo isso, o que fazem os grandes da terra? De tempo em tempo se reúnem e produzem um documento morno, em nome da realpolitik, que termina normalmente com um nada feito.

Só um homem, da varanda da praça de São Pedro e nas principais instâncias internacionais, se atreve a gritar para despertar as consciências, se atreve a falar de "globalização da indiferença" acusando os perversos mecanismos do poder. Aquele homem é o Papa Francisco. Totalmente compatível com o ensinamento de Jesus nos Evangelhos.

O Papa Francisco, em sua entrevista para Eugenio Scalfari explicou: "Eu acredito em Deus. Não em um Deus católico, não existe um Deus católico, existe Deus. E acredito em Jesus Cristo, na sua encarnação".

Este conceito representa, talvez, uma negação da Igreja como "corpo místico de Cristo"? Absolutamente não. A Igreja mantém o seu carácter de universalidade, mas o Papa Francisco é, ao mesmo tempo, consciente de que as grandes religiões do mundo têm uma base comum. Basta pensar que o cristianismo, o judaísmo e o islamismo são chamados de "religiões abraâmicas" porque vêem em Abraão um pai comum da fé. 

domingo, 28 de dezembro de 2014

Angelus: A Sagrada Família nos encoraja a oferecer calor humano, diz Papa.


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 28 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste primeiro domingo depois do Natal, enquanto ainda estamos imersos no clima de alegria da festa, a Igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré. O Evangelho de hoje nos apresenta Nossa Senhora e São José no momento em que, 40 dias depois do nascimento de Jesus, foram ao templo de Jerusalém. Fazem isso por obediência religiosa à Lei de Moisés, que prescreve oferecer ao Senhor o primogênito (cfr. Lc 2, 22-24).

Podemos imaginar esta pequena família, em meio a tantas pessoas, nos grandes átrios do templo. Não chamam a atenção, mas não passam despercebidos! Dois anciãos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, se aproximam e começam a louvar a Deus por esse Menino, no qual reconhecem o Messias, luz das nações e salvação de Israel (cf. Lc 2, 22-38 ). É um momento simples, mas rico de profecia: o encontro entre dois jovens esposos cheios de alegria e de fé pelas graças do Senhor; e dois anciãos, também eles cheios de alegria e de fé pela ação do Espírito. Quem os reúne? Jesus. Jesus os reúne: os jovens e os anciãos. Jesus é Aquele que aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo toda desconfiança, todo isolamento, toda distância. Isto nos faz pensar também nos avós: quão importante é a sua presença, a presença dos avós! Quão precioso é o seu papel nas famílias e na sociedade! A boa relação entre os jovens e os anciãos é fundamental para o caminho da comunidade civil e eclesial. E olhando para estes dois anciãos, estes dois avós – Simeão e Ana – cumprimentamos com um aplauso todos os avós do mundo.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Homilética: Festa da Sagrada Família - Ano B: "Aprender as lições de Nazaré"


Todos nós sabemos dos grandes perigos que hoje sofrem algumas das nossas famílias: famílias fragmentadas, feridas, quebradas, em necessidades de pobreza, de miséria e de angustia. Dificuldades internas e externas. Preocupações de tipo laboral e econômico; visões distintas na educação dos filhos, provenientes de diferentes modelos educativos dos pais; os reduzidos tempos para o diálogo e o descanso. A tudo isto se junta fatores disgregados como a separação e o divórcio, e o preocupante crescimento da prática abortiva. O mesmo egoísmo pode levar à falsa visão de considerar os filhos como objetos de propriedade dos pais, que podem ser fabricados segundo os seus desejos. Violência, abusos, álcool, drogas, pornografia e outras formas de dependência sexual. E também essas situações pastorais difíceis: as uniões livres ou em segundas núpcias sem ter recebido o sacramento do matrimonio. O que fazer diante destes desafios?


Hoje temos que olhar o modelo da Sagrada Família para que nos digam o segredo para formar uma família ideal e possamos lançar luz nestes desafios. Devemos voltar uma e outra vez ao plano originário de Deus para a família. É verdade que Deus começou o seu plano arrancando Abraão do seio da sua família, mas ao mesmo tempo lhe fez a promessas de um descendente, de um herdeiro, Cristo, ao redor do qual se formaria a família perfeita. E quando com braço poderoso tirou os judeus do Egito fez isso para constitui-los em povo, em família de Deus. Seguindo a mesma linha, Deus constituiu depois a Igreja - novo Israel- ao modo de uma família, com um Pai comum. Somos todos da família de Jesus. E nesta família perfeita está o pai, a mãe e os filhos. São Paulo na segunda leitura de hoje nos dá a chave para edificar esta família de Jesus com um único alicerce: o amor mútuo, feito humildade, afabilidade, paciência, perdão, paz, gratidão, oração, respeito, obediência. O pai é a cabeça, a mãe é o coração e os filhos são a coroa desses pais.

Homem que tentou matar o Papa João Paulo II foi depositar rosas brancas no seu túmulo


Ali Agca, o homem que tentou matar o Papa João Paulo II há 33 anos, foi depositar rosas brancas no seu túmulo este sábado.

A informação foi confirmada à Reuters pelo padre Ciro Benedettini, vice porta-voz do Vaticano.

O turco Ali Agca, de 56 anos, diz agora que pretende encontrar-se com o Papa Francisco.

Vaticano solta ativista do Femen, mas proíbe sua entrada no Vaticano.


A polícia do Vaticano pôs em liberdade neste sábado (27/12) a ativista do grupo feminista Femen que no dia de Natal invadiu a Praça de São Pedro de topless quando o papa Francisco dava sua bênção “Urbi et Orbi” (À cidade e ao mundo) e tentouroubar a estátua do menino Jesus do presépio montado ali.

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, a manifestante já está em liberdade, mas teve o acesso ao “Estado da Cidade do Vaticano” proibido.

Iana Zhdanova, ucraniana, entrou na Praça de São Pedro, com a frase “++God++ is woman” (“Deus é mulher”) escrita no tronco, enquanto o papa lia sua mensagem de Natal na sacada central da basílica.

Curdistão: Natal é declarado dia festivo em solidariedade para com os cristãos


O governo regional do Curdistão iraquiano proclamou este 25 de dezembro como dia festivo para expressar legalmente a solidariedade pública das instituições e de toda a sociedade para com os cristãos, na Festa da Natividade do Senhor.

A agência de notícias Fides publicou o comunicado que concedia a todos os funcionários das instituições públicas da província, incluídas as escolas, um dia de descanso nessa data.

O porta-voz oficial Sven Dzia também publicou no site do governo regional uma mensagem de felicitações “a todos os irmãos cristãos do Curdistão, do Iraque e de todo o mundo”, desejando um ano de paz, segurança e estabilidade.

“A decisão das autoridades do Curdistão iraquiano é uma mostra de atenção aos nossos sofrimentos. Os líderes políticos repetem que farão todo o possível para libertar os povoados e aldeias de quem teve de fugir”, declarou à Fides o sacerdote Paulo Thabit Mekko, que teve de abandonar Mossul depois que a cidade foi conquistada pelos jihadistas do Estado Islâmico. “Nós nos preparamos para o Natal pedindo que Jesus nos traga a paz e a consolação para os nossos corações. A mensagem que o papa Francisco nos enviou faz alguns dias nos comoveu. E esperamos que ele nos mande outras”.

Papa pede coerência cristã e reza pela liberdade religiosa


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje a liturgia recorda o testemunho de Santo Estêvão. Escolhido dos apóstolos, junto a outros seis, para a diaconia da caridade, isso é, para ajudar os pobres, os órfãos, as viúvas na comunidade de Jerusalém, ele se torna o primeiro mártir da Igreja. Com o seu martírio, Estêvão honra a vinda no mundo do Rei dos reis, dá testemunho Dele e oferece em doação a sua própria vida, como fazia no serviço aos mais necessitados. E assim nos mostra como viver em plenitude este mistério do Natal.

O Evangelho desta festa reporta uma parte do discurso de Jesus aos seus discípulos no momento em que os envia em missão. Diz entre outros: “Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 10, 22). Estas palavras do Senhor não perturbam a celebração do Natal, mas a despojam daquele falso revestimento adocicado que não lhe pertence. Fazem-nos compreender que nas provas aceitas por causa da fé, a violência é derrotada pelo amor, a morte pela vida. E para acolher verdadeiramente Jesus na nossa existência e prolongar a alegria da Noite Santa, o caminho é justamente aquele indicado por esse Evangelho, isso é, dar testemunho de Jesus na humildade, no serviço silencioso, sem medo de ir contracorrente e de pagar pessoalmente. E se não todos são chamados, como Santo Estêvão, a derramar o próprio sangue, a cada cristão, porém, é pedido ser coerente em cada circunstância com a fé que professa. E a coerência cristã é uma graça que devemos pedir ao Senhor. Ser coerentes, viver como cristãos e não dizer: “sou cristão” e viver como pagão. A coerência é uma graça a pedir hoje.

Seguir o Evangelho é, de certo modo, um caminho exigente, mas belo, belíssimo, e quem o percorre com fidelidade e coragem recebe o presente prometido pelo Senhor aos homens e às mulheres de boa vontade. Como cantavam os anjos no dia do Natal: “Paz! Paz!”. Esta paz dada por Deus é capaz de tranquilizar a consciência daqueles que, através das provações da vida, sabem acolher a Palavra de Deus e se empenham em observá-la com perseverança até o fim (cfr Mt 10, 22).