terça-feira, 28 de outubro de 2014

Depois de comungar é melhor sentar-se, ajoelhar-se ou ficar em pé?


Pergunta

Tenho uma dúvida: podemos nos sentar depois de receber a comunhão na Missa ou devemos esperar que as âmbulas* sejam guardadas no sacrário? Obrigado!

(*Âmbula, cibório ou píxide é o recipiente para a conservação e distribuição da Santa Eucaristia).

Resposta

Receber a comunhão ou comungar é estabelecer uma comum-união com Jesus Cristo, e isso envolve um momento intenso de fervor, pois se vive uma adesão pessoal a Ele.

Sobre a postura dos fiéis depois da comunhão, há indicações na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR): “Compete, todavia, às Conferências Episcopais, segundo as normas do direito, adaptar à mentalidade e tradições razoáveis dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa” (IGMR 43).

Segundo a IGMR, a comunhão pode ser recebida de joelhos ou em pé (fazendo antes a reverência profunda – cf. IGMR 160), e se permanece em pé enquanto se canta o cântico de comunhão.

E o canto se prolonga enquanto se administra o sacramento aos fiéis (cf. IGMR 86). Quando acaba o rito da comunhão? O rito termina quando o último fiel comunga.

Supõe-se que, durante este lapso de tempo, ou seja, desde que se comunga até que o último fiel comungue, a pessoa se une ao cântico de comunhão, e não fica rezando individualmente sentada ou de joelhos.

Por isso, normalmente se permanece em pé até que o Santíssimo Sacramento seja reservado, e depois disso podemos ficar de joelhos ou sentar-nos para adorar Jesus em silêncio.

Esta é a norma que, em princípio, se observa fielmente, na medida do possível. De qualquer maneira, respeita-se a postura que pode nascer livremente do fiel, em seu coração orante no momento posterior à comunhão.

Em outras palavras, apesar da norma, cada pessoa pode assumir, depois de comungar, a postura que lhe for mais cômoda segundo a idade (por exemplo, pessoas idosas), a saúde ou diversas circunstâncias, ou inclusive pelo desconhecimento da norma, e até pelo costume do local, para orar ou para unir-se ao cântico de comunhão. Portanto, não é preciso “sofrer” pelo que os outros possam pensar.

Santo Agostinho resume bem esta atitude: “Unidade no essencial; liberdade no opcional; caridade em tudo”. Pede-se aos sacerdotes e demais fiéis que respeitem a liberdade de cada um nesta matéria, sem julgar os motivos.


É preciso levar em consideração que a postura precisa favorecer a ação de graças, a adoração e o recolhimento que deveriam seguir a sagrada comunhão, tendo a pessoa comungado com fé, fervor e consciência pura.
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Aleteia

A solidariedade e comunhão com os irmãos finados


Neste domingo oficiamos em todas as Igrejas a Comemoração anual de todos os fiéis finados. Celebração da saudade e da esperança cristã que nos torna conscientes da misteriosa comunhão dos santos que conecta a Igreja peregrinante, com a padecente e a triunfante.

Esta liturgia apresenta desde suas origens no Mosteiro de Cluny a importância de aplicar missas em sufrágio dos falecidos e de rezar pelo seu descanso. A morte na perspectiva cristã embora tenha um aspecto doloroso de desmontar a tenda do corpo na nossa travessia terrestre e signifique a separação física dos seres queridos e dos amigos, é apenas um passamento, uma passagem para a vida eterna de felicidade que nos aguarda na Casa do Pai, se formos justos e misericordiosos.

Como nem todos alcançam a perfeição evangélica em vida, a doutrina católica fundamentada na solidariedade da comunhão dos santos e no tesouro infinito da paixão e morte do Redentor, socorre com orações, indulgências e as intenções das missas pelos irmãos que precisam de purificação e limpar seu coração para entrar no paraíso.

Papa: "Cristão deve entrar na Igreja, e não parar na 'recepção'"


“A Igreja é feita por Jesus”, que não olha ao pecado dos homens, mas a seu coração. Ele o procura e o cura”. Foi a reflexão feita pelo Papa na homilia na missa celebrada na manhã de terça-feira, 28, na Casa Santa Marta. “Os cristãos – completou Francisco – devem se sentir parte da Igreja, sem parar em sua porta”.

Dois mil anos atrás, Jesus construiu a sua Igreja e abriu as portas a todos, sem distinções, porque a Cristo interessa curar os corações e não medir os pecados. Citando o Evangelho do dia, que narra o nascimento da Igreja, e a Carta de Paulo, que descreve a Igreja como um ‘edifício bem ordenado’, o Papa chamou a atenção para as ações que marcaram a fundação da Igreja: Jesus se retira em oração, desce, vai aos discípulos, escolhe doze; simultaneamente acolhe e cura aqueles que tentam tocá-lo:

“Jesus reza, Jesus chama, Jesus escolhe, Jesus envia os discípulos, Jesus cura a multidão. Dentro deste templo, este Jesus, que é a pedra angular, faz todo este trabalho: é Ele que leva adiante a Igreja. Como dizia Paulo, esta Igreja foi edificada sobre o fundamento dos Apóstolos. Ele escolheu doze, doze pecadores. Judas não era o maior pecador, não sei quem era o mais pecador. Judas, pobrezinho, foi o que se fechou ao amor e por isso se tornou traidor, mas todos fugiram no momento difícil da Paixão e deixaram Jesus sozinho. Todos eram pecadores, mas Ele escolheu".

Jesus – disse ainda o Papa, citando São Paulo – não nos quer dentro da Igreja como hospedes ou estrangeiros, mas com o direito de um cidadão. Na Igreja não estamos de passagem, estamos radicados nela. Nossa vida está ali.

Francisco inaugura um busto em honra de Bento XVI e recorda que a evolução pressupõe a criação -Espírito grande e poderoso


«Bento XVI: um grande Papa». Francisco tributou uma homenagem de agradecimento ao seu predecessor esta manhã, segunda-feira 27, inaugurando um busto de bronze em sua honra na Casina Pio IV, por ocasião da plenária da Pontifícia Academia das ciências. A obra de arte evoca sobretudo o espírito do Papa Ratzinger, o qual – segundo o sucessor - «de geração em geração será sempre maior e poderoso».

Em particular o bispo de Roma elogiou «a força e acuidade da inteligência» de Joseph Ratzinger, «a sua relevante contribuição para a teologia, o seu amor em relação à Igreja e aos seres humanos, a sua virtude e religiosidade». Em seguida, recordou que o seu amor «pela verdade se abre às ciências», a ponto que «dele nunca se poderá dizer que o estudo e a ciência» tenham «tornada a sua pessoa árida». Eis então o convite a agradecer «a Deus pelo dom que fez à Igreja e ao mundo com a existência e o pontificado do Papa Bento».

Papa envia mensagem à Associação Internacional Exorcistas


Os exorcistas "no particular ministério exercido, em comunhão com seus bispos", manifestem "o amor e o acolhimento da Igreja àqueles que sofrem por causa da obra do maligno": é o que escreve o Papa Francisco numa mensagem enviada ao presidente da Associação Internacional Exorcistas (AIE), Pe. Francesco Bamonte, que nestes dias realizou seu primeiro Congresso após o reconhecimento jurídico por parte da Congregação para o Clero, em junho passado. O evento, que teve a participação de 300 exorcistas provenientes do mundo inteiro, tratou em particular da difusão e consequências do ocultismo, satanismo e esoterismo. A esse propósito, a Rádio Vaticano ouviu o porta-voz da Associação, o psiquiatra Valter Cascioli. Eis o que disse: 

Papa acenderá as luzes da maior árvore de Natal do mundo


De sua casa, no Vaticano, usando um ‘tablet’, o Papa acenderá este ano a maior árvore de Natal do mundo, no próximo dia 7 de dezembro.

Instalada na encosta do Monte Ingino, na região central da Itália, o efeito cromático da árvore em toda a região é único: mais de 250 pontos de luz verde delineiam o perfil da árvore, que tem mais de 650 metros de altura. Iluminada também com 300 lâmpadas coloridas, tem no topo uma estrela de mil m2. A realização entrou em 1991 no Livro Guiness dos recordes, dez anos depois da primeira instalação.

A árvore fica acesa todo o período de Natal, até depois da Epifania, e dezenas de milhares de pessoas visitam a região para admirá-la.

Papa Francisco: estar do lado dos pobres é Evangelho, não comunismo


Terra, casa, trabalho: esses foram os três pontos fundamentais em torno dos quais desenvolveu-se o longo e articulado discurso do Papa Francisco aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, recebidos esta terça-feira na Sala Antiga do Sínodo, no Vaticano. O Pontífice ressaltou que é preciso revitalizar as democracias, erradicar a fome e a guerra, assegurar a dignidade a todos, sobretudo aos mais pobres e marginalizados.

Tratou-se de um veemente pronunciamento, ao mesmo tempo, de esperança e de denúncia. Um discurso que, por amplidão e profundidade, tem o valor de uma pequena encíclica de Doutrina Social. Ademais, era natural que os Movimentos Populares solicitassem este encontro com o Papa Francisco.

Efetivamente, na Argentina, como bispo e depois como cardeal, Bergoglio sempre se fez próximo das comunidades populares como as de "catadores de papel" e "camponeses". No fundo, nesta audiência retomou o fio de um compromisso jamais interrompido.

O Santo Padre evidenciou já de início, no discurso, que a solidariedade – encarnada pelos Movimentos Populares – encontra-se "enfrentando os efeitos deletérios do império do dinheiro".

O Papa observou que não se vence "o escândalo da pobreza promovendo estratégias de contenção que servem unicamente para transformar os pobres em seres domésticos e inofensivos". Quem reduz os pobres à "passividade", disse, Jesus "os chamaria de hipócritas". Em seguida, deteve-se sobre três pontos chave:

"Terra, teto, trabalho. É estranho – disse –, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o Papa é comunista. Não se entende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho." Portanto, acrescentou, terra, casa e trabalho são "direitos sagrados", "é a Doutrina social da Igreja".

Dirigindo-se aos "camponeses", Francisco disse que a saída deles do campo por causa "de guerras e desastres naturais" o preocupa. E acrescentou que é um crime que milhões de pessoas padeçam a fome, enquanto a "especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando esses alimentos como qualquer outra mercadoria". Daí, a exortação do Papa Francisco a continuar "a luta em prol da dignidade da família rural".

Em seguida, o Santo Padre dirigiu seu pensamento aos que são obrigados a viver sem uma casa, como experimentara também Jesus, obrigado a fugir com sua família para o Egito. Hoje, observou, vivemos em "cidades imensas que se mostram modernas, orgulhosas e vaidosas". Cidades que oferecem "numerosos lugares" para uma minoria feliz e, porém, "negam a casa a milhares de nossos vizinhos, incluindo as crianças".

Com pesar, Francisco ressaltou que "no mundo globalizado das injustiças proliferam-se os eufemismos para os quais uma pessoa que sofre a miséria se define simplesmente 'sem morada fixa'".

O Papa denunciou que muitas vezes "por trás de um eufemismo há um delito". Vivemos em cidades que constroem centros comerciais e abandonam "uma parte de si às margens, nas periferias".

Por outro lado, elogiou aquelas cidades onde se "segue uma linha de integração urbana", onde "se favorece o reconhecimento do outro". Em seguida, foi a vez de tratar da questão do trabalho:

"Não existe – ressaltou – uma pobreza material pior do que a que não permite ganhar o pão e priva da dignidade do trabalho." Em particular, Francisco citou o caso dos jovens desempregados e ressaltou que tal situação não é inevitável, mas é o resultado "de uma opção social, de um sistema econômico que coloca os benefícios antes do homem", de uma cultura que descarta o ser humano como "um bem de consumo".

Falando espontaneamente, ou seja, fora do texto, o Pontífice retomou a Exortação apostólica "Evangelii Gaudium" para denunciar mais uma vez que as crianças e os anciãos são descartados. E agora se descartam os jovens, com milhões de desempregados, disse ainda. Trata-se de um desemprego juvenil que em alguns países supera 50%, constatou. Todos, reiterou, têm direito a "uma digna remuneração e à segurança social".

Aqui, disse o Pontífice, encontram-se "catadores de papel", vendedores ambulantes, mineiros, "camponeses" aos quais são negados os direitos do trabalho, "aos quais se nega a possibilidade de sindicalizar-se". Hoje, afirmou, "desejo unir a minha voz à de vocês e acompanhá-los em sua luta".

Em seguida, Francisco ofereceu sua reflexão sobre o binômio ecologia-paz, afirmando que são questões que devem concernir a todos, "não podem ser deixadas somente nas mãos dos políticos". O Santo Padre afirmou mais uma vez que estamos vivendo a "III Guerra Mundial", em pedaços, denunciando que "existem sistemas econômicos que têm que fazer a guerra para sobreviver":

"Quanto sofrimento, quanta destruição _ disse o Papa –, quanta dor! Hoje, o grito da paz se eleva de todas as partes da terra, em todos os povos, em todo coração e nos movimentos populares: Nunca mais a guerra!"

Um sistema econômico centralizado no dinheiro – acrescentou – explora a natureza "para alimentar o ritmo frenético de consumo" e daí derivam feitos destrutivos como a mudança climática e o desmatamento. O Papa recordou que está preparando uma Encíclica sobre a ecologia assegurando que as preocupações dos Movimentos Populares estarão presentes nela. O Pontífice perguntou-se por qual motivo assistimos a todas essas situações:

"Porque – respondeu – neste sistema o homem foi expulso do centro e foi substituído por outra coisa. Porque se presta um culto idolátrico ao dinheiro, globalizou-se a indiferença." Porque, disse ainda, "o mundo esqueceu-se de Deus que é Pai e tornou-se órfão porque colocou Deus de lado".

Igreja sem Maria torna-se num orfanato – o Papa com o Movimento Schoenstatt


O encontro com o Papa Francisco foi em forma de diálogo, com perguntas e respostas, inspiradas nos temas que acompanharam a preparação das celebrações do Centenário de Schoenstatt.

Sobre a família o Papa disse que “a família cristã e o matrimonio nunca foram tão atacados como agora, direta ou transversalmente”. E reiterou que “não se pode reduzir o sacramento do matrimonio a um rito social”. “Casamento é para sempre”, lembrou, ressalvando “que na sociedade, hoje, é comum a cultura do provisório”. 

O Papa afirmou que a missão da Igreja é ajudar 'corpo a corpo', não fazendo proselitismo, mas acompanhando. “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração”, disse ainda, citando Bento XVI.