quinta-feira, 26 de junho de 2014

Discurso do Papa Francisco sobre liberdade religiosa


DISCURSO
Audiência com os participantes da Conferência Internacional “A liberdade religiosa segundo o direito internacional e o conflito de valores”
Sala do Consistório – Vaticano
Sexta-feira, 20 de junho de 2014

Acolho-vos por ocasião da vossa Conferência Internacional, queridos irmãos e irmãs. Agradeço ao professor Giuseppe Dalla Torre por suas palavras gentis.

Recentemente, o debate em torno da liberdade religiosa se intensificou, interpelando seja os Governos sejas as Confissões religiosas. A Igreja Católica, a este respeito, faz referência à Declaração Dignitatis humanae, um dos documentos mais importantes do Concílio Ecumênico Vaticano II.

De fato, cada ser humano é um “buscador” da verdade sobre a própria origem e o próprio destino. Na sua mente e no seu “coração” surgem perguntas e pensamentos que não podem ser reprimidos ou sufocados, enquanto emergem do fundo e são inerentes à íntima essência da pessoa. São questões religiosas e têm necessidade de liberdade religiosa para se manifestar plenamente. Buscam iluminar o autêntico significado da existência, sobre o laço que a conecta ao cosmos e à história, e pretendem penetrar na escuridão que circunda a história humana se tais perguntas não fossem colocadas e permanecessem sem resposta. Diz o Salmista: “Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?” (Sal 8, 5).

O diabo é sem chifre, rabo, olhos fumegantes e asas?



Padre Gabriele Amorth, às vezes, perguntam qual é o aspecto do diabo. Qual a impressão do senhor?

diabo é puro espírito, não tem substância corporal, por isso não é representável em nenhuma forma a nós plenamente compreensível. Isto vale também aos anjos de Deus, os quais, se querem aparecer aos homens, devem assumir características a nós compreensíveis. É um exemplo o arcanjo Rafael que, no livro de Tobias, acompanha Tobias em sua missão, na forma de um jovem. 

Voltando ao diabo, aquilo que se pode dizer é que é muito mais feio do que possamos, mesmo somente de maneira distante, imaginar. O seu aspecto horrível deriva do fato que é imensamente distante de Deus, por sua escolha expressa e irrevogável. Isto podemos deduzir com uma argumentação lógica: se Deus é infinita beleza, evidentemente quem decide se distanciar deve ser o seu contrário. Estas são argumentações de tipo teológico, que se fundamentam na revelação divina.

Como poderíamos imaginá-lo?


É preciso colocar de lado imagens derivadas da iconografia tradicional, do diabo com chifre, rabo, asas de morcego, garras e olhos fumegantes. Sendo puro espírito, não pode evidentemente “encarnar” estas características. Se estas imagens podem nos ajudar a temer sua ação sobre nós, por outro lado arriscam, para nós homens secularizados e um pouco experientes do século XXI, de nos fazer aparecer o demônio como uma herança medieval, com efeitos dos tempos passados. Grande risco este e grande serviço a ele!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, diz Papa


HOMILIA
Solenidade de Corpus Christi
Basílica São João de Latrão

Quinta-feira, 19 de junho de 2014

“O Senhor, vosso Deus, vos nutriu com o maná, que vós não conhecíeis” (Dt 8,2)

Estas palavras de Moisés referem-se a história de Israel, que Deus tirou do Egito, da condição de escravidão, e por quarenta anos guiou no deserto em direção à  terra prometida. Uma vez estabelecido na terra, o povo eleito chega a uma certa autonomia, um certo bem-estar, e corre o risco de esquecer os tristes acontecimentos do passado, superados pela intervenção de Deus e Sua infinita bondade. Por isso,  as Escrituras os exortam a recordar, fazer memória de todo o caminho feito no deserto, no tempo de fome e desconforto. O convite de Moisés é o do retorno ao essencial, à experiência da total dependência de Deus, quando a sobrevivência foi confiada em suas mãos, para que o homem compreendesse que “ele não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca do Senhor “(Dt 8, 3).

Além da fome física que homem traz dentro de si, há uma outra fome, uma fome que não pode ser satisfeita com alimentação normal. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. E o sinal do maná – como toda a experiência do Êxodo – continha em si também esta dimensão: era a figura de um alimento que satisfaz esta fome profunda que há no homem. Jesus nos dá esse alimento, mais do que isso, é Ele mesmo o pão vivo que dá vida ao mundo (cf. Jo 6,51). Seu corpo é verdadeira comida sob as espécies do pão; o Seu sangue é verdadeiramente bebida sob as espécies do vinho. Não se trata apenas de um alimento com o qual saciar os nossos corpos, como o maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substância deste pão é o Amor.

Missão para libertar é tema da Campanha Missionária


As Pontifícias Obras Missionárias (POM) divulgaram, ontem, dia 17, o tema “Missão para libertar” e o lema “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4,18) da Campanha Missionária 2014, que será realizada em outubro. A reflexão recorda a temática da Campanha da Fraternidade 2014 que trata do Tráfico Humano.

Diante da realidade da escravidão, da exploração sexual, do comércio de órgãos e do tráfico de menores para adoção, os organizadores consideram que o trabalho missionário de defesa e promoção da vida continua de forma urgente e sem fronteiras.

Para o diretor das POM, padre Camilo Pauletti, “a temática surge hoje como um grande desafio para a Missão”. Ao recordar a passagem bíblica do Evangelho de São Lucas que inspirou a escolha do tema e do lema, padre Camilo afirma que a missão do Messias tem origem no Deus da vida e, por isso, Jesus traz libertação para quem sofre algum tipo de escravidão. “Hoje, Jesus nos desafia a assumirmos essa mesma Missão”, complementa. A campanha busca, ainda, criar comunhão entre os diversos aspectos da Missão e incentivar o compromisso das famílias e comunidades.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Cáritas Brasileira divulga nota sobre Copa do Mundo


A Copa do Mundo foi sendo construída historicamente como um evento de grande motivação e congraçamento de povos e nações que, por meio do futebol, expressam suas culturas e o sentimento de patriotismo. Ainda que disputando um título, jogadores e torcedores conseguem festejar, juntos, o espetáculo do maior esporte do mundo. Em cada canto do planeta, vizinhos decoram suas casas e suas ruas, as famílias e os amigos se encontram para festejar. E nós, como brasileiras e brasileiros, acolhedores que somos, temos a oportunidade de celebrar mais de perto a integração cultural entre os povos.

No entanto, a festa dos povos traduzida pelo futebol perde a cada Mundial sua beleza, sua essência e dá lugar ao dinheiro, a especulação, a exploração e a negação dos direitos da população mais empobrecida. Neste sentido, a Cáritas expressa grandes preocupações quanto aos processos determinados pelo “mercado da Copa”. Muitas obras foram feitas e bilhões gastos. Fala-se em superfaturamento. A Cáritas Brasileira compreende a necessidade da realização de muitas delas e entende que tantas ficarão para usufruto do povo brasileiro, mas não corrobora com gastos abusivos e supostas corrupções que envolveram o processo. Neste sentido, a Cáritas espera que os gastos com a Copa do Mundo sejam efetivamente apurados e os malfeitores punidos.

Temos a esperança de que o povo brasileiro, passada a Copa do Mundo, não ganhe como herança apenas o hexacampeonato, mas que conquiste como grande vitória a garantia de que os projetos de mobilidade urbana tão importante para a população – muitos ainda não realizados, outros nem iniciados – sejam cumpridos. Que nossas famílias tenham a garantia de permanência em seus territórios e a preservação de seus costumes e que não impere o padrão FIFA. Que a polícia, que tem a tarefa de garantir a segurança pública, não use de violência contra a população que deseja manifestar seu descontentamento de forma pacífica.

A Festa do Corpo de Deus é uma das mais solenes de todo o Ano Litúrgico


História.

A ocasião para introduzi-la foi uma visão de S. Juliana, O. S. A., do convento de Mont-Cornillon perto de Liege (1258). Entre os sacerdotes, a quem ela comunicou o fato, achava-se Jacó Pantaleon, o qual, no ano de 1261, foi eleito Papa sob o mime Urbano IV e introduziu a festa para toda a Igreja no ano de 1264. A procissão acrescentou-se mais tarde. O oficio foi redigido por S. Tomás de Aquino. Devia-se celebrar na primeira quinta-feira depois do tempo da páscoa. Pois na Quinta-feira Santa, dia da instituição do SS. Sacramento, não se pode comemorá-lo devidamente. A traição de Judas e o aleluia da alegria não se combinam bem.

Cerimonial.


A hóstia para a procissão é consagrada na Missa, que precede a procissão, e depois da comunhão é posta na custódia, que fica sôbre o corporal. Contudo se poderia usar na procissão também uma hóstia consagrada para a exposição (De Herdt). A Missa continua com as cerimônias da Missa com o SS. exposto. Finda a Missa, o Celebrante tira a casula e o manípulo e toma o pluvial, os concelebrantes tiram o manípulo. O Celebrante põe incenso em dois turíbulos e com um deles incensa o SS. Sacramento, recebe o véu de ombros, sobe ao supedâneo, onde o Diácono lhe entrega com as devidas reverências a custódia, de modo que a hóstia consagrada fique voltada para o Diácono. Ao sair não dá a bênção. Está prescrito o pálio.

Papa inicia ciclo de catequeses sobre a Igreja


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia. E parabéns a vocês porque vocês são bravos, com este tempo que não se sabe se vem água, se não vem… Bravos! Esperamos terminar a catequese sem água, que o Senhor tenha piedade de nós.

Hoje começo um ciclo de catequese sobre a Igreja. É um pouco como um filho que fala da própria mãe, da própria família. Falar da Igreja é falar da nossa mãe, da nossa família. A Igreja, na verdade, não é uma instituição com fim em si mesma ou uma associação privada, uma ONG, nem tão pouco se deve restringir o olhar ao clero e ao Vaticano… “A Igreja pensa…”. Mas a Igreja somos todos! “De quem você fala?”. “Não, dos padres…” Ah, os padres são parte da Igreja, mas a Igreja somos todos! Não restringi-la aos sacerdotes, aos bispos, ao Vaticano… Estes são partes da Igreja, mas a Igreja somos todos, todos família, todos da mãe. E a Igreja é uma realidade muito mais ampla, que se abre a toda a humanidade e que não nasce em um laboratório, a Igreja não nasceu em laboratório, não nasceu de improviso. Foi fundada por Jesus, mas é um povo com uma história longa e uma preparação que tem início muito antes do próprio Cristo.

Diferença entre Solenidades, Festas e Memórias



Oi, boa noite, eu fiquei curiosa para saber exatamente qual a diferença entre festa, memorial e solenidade, além do significado claro das palavras. - Jaqueline Nascimento

ROMA, sexta-feira, 5 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Um sacerdote do Sri Lanka enviou a seguinte pergunta ao padre Edward McNamara:

Nós, como católicos, geralmente usamos a palavra "festa" para referir-se a tudo: festas da Igreja, de vários santos, da Nossa Mãe, do Corpus Christi, etc. Sabemos também que existem três tipos de festas celebrações: memoriais, festas e solenidades. Por favor, poderia falar um pouco sobre essas três categorias? Além disso, por que Corpus Christi não é um dia de preceito? - R.D., Enderamulla, Sri Lanka

Padre McNamara respondeu:

Na verdade, nós usamos a palavra "festa", em referência a qualquer tipo de festa, mesmo se a palavra tem um significado técnico preciso na hierarquia das celebrações. Não há grande dificuldade nisso, porque normalmente o contexto esclarece se estamos falando tecnicamente ou no geral.

As três classes básicas são as mencionadas pelo nosso leitor, mesmo se as ‘memórias’, muitas vezes, são divididas em obrigatórias e facultativas. Existem outros meios para classificar as celebrações que dão diversos números e categorias. Por exemplo, se se classifica com base em quais missa podem ser celebradas num determinado dia, chega-se a sete grupos de celebrações.

A diferença entre as três categorias básicas reside na sua importância, que por sua vez, reflete-se na presença ou ausência de diferentes elementos litúrgicos.

As solenidades são o mais alto grau e normalmente são reservadas para os mistérios mais importantes da fé. Estes incluem a Páscoa, o Pentecostes e a Imaculada Conceição, os principais títulos de Nosso Senhor, como os de Rei e do Sagrado Coração, e as celebrações que honram alguns santos de especial importância na história da salvação, como a festa dos Santos Pedro e Paulo, e de São João Batista no dia do seu nascimento.

As solenidades tiveram os mesmos elementos básicos de um Domingo: três leituras, a oração dos fiéis, o Credo e o Glória que é recitado também quando a solenidade ocorre durante o Advento ou a Quaresma. Tem também fórmulas de orações próprias exclusivas para o dia: antífona de entrada, a oração de abertura, a oração sobre as oferendas, Antífona da Comunhão, e a oração depois da Comunhão. Na maioria dos casos, existe também um prefácio especial.

Algumas solenidades são também festas de preceito, mas estas variam de país para país.

Uma solenidade é celebrada se cai no Domingo do tempo ordinário ou do tempo de Natal. Mas normalmente é transferida para a segunda-feira seguinte se cai num Domingo de Advento, de Quaresma e de Páscoa, ou durante a Semana Santa ou a oitava de Páscoa. Uma festa honra um mistério ou um título do Senhor, de Nossa Senhora, dos santos de particular importância (como os apóstolos e os evangelistas) e alguns santos importantes historicamente como o diácono São Lourenço.

A festa geralmente tem algumas orações próprias, mas tem apenas duas leituras mais o Gloria. As Festas do Senhor, como a Transfiguração e a Exaltação da Santa Cruz, ao contrário de outras festas, são celebradas quando caem no Domingo. Em tais ocasiões têm três leituras, o Glória e o Credo.