terça-feira, 25 de março de 2014

Os católicos adoram Maria?


A Igreja ensina que a adoração é reservada somente a Deus. Ainda que não adorem Maria, os católicos a honram por ser a Mãe do nosso Senhor Jesus Cristo e uma fiel serva de Deus.

Os católicos distinguem diversos tipos de veneração, um deles específico para Nossa Senhora. O Vaticano II pede que se incentive esta veneração concreta, mas adverte tanto contra o exagero como contra a falta de nobreza de espírito, ao tratar da singular dignidade da Mãe de Deus.

A Igreja Católica distingue três tipos de veneração: "latria" (a adoração devida só a Deus), "dulia" (a honra apropriada aos santos e anjos do céu) e "hiperdulia" (uma honra especial dedicada à Bem-Aventurada Virgem Maria). Entre "latria" e "dulia" não existe uma diferença de graus, mas sim de tipos: "dulia" e "latria" são tão distantes como a criatura do Criador.

O Concílio Vaticano II afirmou claramente que "criatura alguma jamais poderá ser comparada com o Verbo encarnado e Redentor" (LG 62). Esta afirmação também é válida para a Mãe de Deus: "A Igreja não hesita em confessar esta função subordinada de Maria" (LG 62).

Ainda que o Concílio peça uma veneração apropriada para Maria, que seja incentivada generosamente entre os fiéis, também adverte contra os excessos: "Aos teólogos e pregadores da palavra de Deus, exorta-os instantemente a evitarem com cuidado, tanto um falso exagero como uma demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus. Estudando, sob a orientação do magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias das Igrejas, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade. Evitem com cuidado, nas palavras e atitudes, tudo o que possa induzir em erro acerca da autêntica doutrina da Igreja os irmãos separados ou quaisquer outros" (LG 67).

Portanto, a Igreja Católica não incentiva a adoração a Maria. Os possíveis excessos entre os fiéis são contrários ao explícito ensinamento da Igreja e não representam a correta prática católica. Muitos protestantes, receosos pelos excessos da devoção mariana, tendem a ignorar totalmente Maria.


A Igreja Católica, por outro lado, dá continuidade à tendência das Sagradas Escrituras no que diz respeito a honrar Nossa Senhora.

Encontramos um exemplo em Lucas 1, 28.30: "E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. (...) Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus".

Outro exemplo em Lucas 1, 41-45: " E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas".

A Ideologia de Gênero


Semana passada, foi objeto de votação na Câmara Federal a introdução da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação. Devido a forte e sadia oposição, inclusive com manifestações organizadas, – faixas e cartazes com dizeres “Não ao Gênero e sim ao Sexo”, “Não à ideologia do gênero”, nas mãos de cerca de duzentos jovens, – foi feito um pedido de vistas e a matéria deve retornar amanhã à pauta da Comissão Especial.

A ideologia de gênero quer eliminar a ideia de que os seres humanos se dividem em dois sexos, afirmando que as diferenças entre homem e mulher não correspondem a uma natureza fixa, mas são produtos da cultura de um país, de uma época. Algo convencional, não natural, atribuído pela sociedade, de modo que cada um pode inventar-se a si mesmo e o seu sexo.

O feminismo do gênero, que promove essa ideologia, procede do movimento feminista para a igualdade dos sexos. A ideologia de gênero, própria das associações LGBT, baseia-se na análise marxista da história como luta de classes, dos opressores contra os oprimidos, sendo o primeiro antagonismo aquele que existe entre o homem e a mulher no casamento monogâmico. Daí que essa ideologia procura desconstruir a família e o matrimônio como algo natural. Em consequência, promovem a “livre escolha na reprodução”, eufemismo usado por eles para se referir ao aborto provocado. Como “estilo de vida”, promovem a homossexualidade, o lesbianismo e todas as outras formas de sexualidade fora do matrimônio. Entre nós, querem introduzir essa ideologia, usando o termo “saúde reprodutiva”. E usam a artimanha de palavras, especialmente “discriminação” e “luta contra o preconceito”. Sob esse nome sedutor – pois todos somos contra a discriminação injusta e o preconceito – querem fazer passar a ideologia do gênero, a ditadura do relativismo moral, estabelecendo uma nova antropologia anticristã, sob o nome de democracia. O art. 2º, III, desse Plano Nacional de Educação estabelece que a ideologia de gênero será implementada obrigatoriamente em todas as instituições escolares públicas, privadas e confessionais nas metas, planos e currículo escolar, inclusive no material didático sem que os pais ou professores possam ser opor.


Essa campanha é internacional. Na Itália, por exemplo, os folhetos distribuídos nas escolas pretendem ensinar a todos os alunos que “a família pai-mãe-filho é apenas um ‘estereótipo de publicidade’; que os gêneros masculino e feminino são uma abstração; que a leitura de romances em que os protagonistas são heterossexuais é uma violência; que a religiosidade é um valor negativo; chega-se ao ridículo de censurar os contos de fadas por só apresentarem dois sexos em vez de seis gêneros, além de se proporem problemas de matemática baseados em situações protagonizadas por famílias homossexuais”.

Você também está convidado a reagir contra essa ditadura ideológica, assinando a petição aos deputados, pedindo a não inclusão da Ideologia de Gênero no PNE. Basta clicar no link aqui.



Dom Fernando Arêas Rifan
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Fonte: 

A Igreja pode se negar a celebrar um casamento?


Certa vez foi noticiado que um pároco de Niterói, RJ, não aceitou celebrar o matrimônio de um casal, pois julgou haver um impedimento dirimente; isto é, algo que tornaria o matrimônio nulo. Algumas pessoas até se revoltaram e julgaram que a Igreja Católica foi cruel com o casal; mas não se trata disso.

Vamos esclarecer a questão, sem entrar no mérito da questão do caso de Niterói.  

Muitos casamentos são declarados nulos pelos Tribunais eclesiásticos porque pode ter havido faltas que tornam nulo o sacramento; sem valor. Essas falhas são muitas; por exemplo: falta de capacidade para consentir (cânon 1095), se um dos cônjuges não tem  juízo perfeito e não tem condições mentais de assumir as obrigações do matrimônio; Ignorância (cânon 1096) sobre a vida sexual no casamento; emprego da simulação para enganar o cônjuge  (cânon 1101); uso da violência ou medo para conseguir o consentimento do outro (cânon 1103); condição não cumprida (cânon 1102); falta de idade  mínima (cânon 1083); impotência permanente para o ato sexual (cânon 1084); o fato da pessoa já ser casada (cânon 1085); se o cônjuge é um padre ou uma irmã consagrada (cânon 1087 e 1088); rapto do cônjuge (cânon 1089); crime cometido para se casar com alguém (cânon 1090); cônjuges parentes (pai e filha; avo e neta, irmãos, etc.) (cânon 1091); parentesco legal por adoção (cânon 1094). Nesses casos e em outros o casamento seria inválido; então, o pároco se souber do impedimento antes do casamento, não pode realizá-lo. Um dos impedimentos que o Código de Direito Canônico coloca para a validade de um matrimônio, é a impotência para o ato sexual, permanente e irreversível, atestada por um médico. Diz o Código de Direito Canônico:Cân. 1084 – §1. A impotência para copular, antecedente e perpétua, absoluta ou relativa, por parte do homem ou da mulher, dirime o matrimônio por sua própria natureza.§2. Se o impedimento de impotência for duvidoso, por dúvida quer de direito quer de fato, não se deve impedir o matrimônio nem, permanecendo a dúvida, declará-lo nulo.§3. A esterilidade não proíbe nem dirime o matrimônio, salva a prescrição do cânon 1098.

É bom notar que a esterilidade não é causa de nulidade. O que torna nulo o matrimônio é a impossibilidade definitiva do ato sexual por problema físico ou de outra natureza. Por que isso?

Porque uma das finalidades do matrimônio é gerar os filhos; e esses só podem ser gerados – no entendimento da moral católica – por meio do ato sexual. É este ato próprio do casal que “consuma” o matrimônio; sem ele o sacramento não será completo; é por isso que o casal que não pode copular não pode receber o matrimônio, pois ele seria nulo.

É bom dizer que esta norma da Igreja é antiquíssima, vem desde o Código anterior, e está vinculada à natureza do matrimônio.

Igreja ortodoxa, Estado e sociedade


Em uma conversa sobre a Igreja ortodoxa russa, cerca de doze anos atrás, aquela minha famosa fonte que só pode ser citada em sigilo, o oficial sênior do Vaticano, me disse o seguinte: "Eles só sabem ser capelães do czar, seja quem for o czar".
 
Essa aspereza refletia a profunda frustração com a contínua rudeza do patriarcado ortodoxo russo de Moscou (ou crueldade, diriam alguns) para com João Paulo II, além do seu péssimo hábito de jogar areia nas engrenagens do diálogo ortodoxo-católico internacional.
 
O meu interlocutor certamente sabia que havia exceções à sua regra: homens como o falecido pe. Alexander Men, assassinado a machadadas em 1990, quase com certeza porque os políticos e altos clérigos ortodoxos russos temiam que esse filho de família judaica pudesse, na Rússia pós-soviética e livre, ajudar a criar uma nova relação entre as autoridades religiosas e as autoridades políticas; homens como o pe. Gleb Yakunin, um dos fundadores do Comitê Cristão para a Defesa dos Direitos dos Crentes, que, precisamente por isso, teve de enfrentar o gulag; e homens como os padres do interior da Rússia, que, desde 1991, com o colapso da União Soviética, estiveram reconstruindo a ortodoxia russa nas áreas rurais, alma por alma.

 
Apesar disso, também havia duras verdades naquele comentário do oficial sênior do Vaticano. A Igreja ortodoxa russa esteve no encalço do poder político durante séculos. Sua história no século XX foi particularmente infeliz. Os bolcheviques odiavam os sacerdotes piedosos: Lenin e seus sucessores esmagaram implacavelmente a autêntica vida religiosa ortodoxa russa, que era expressão de uma grande tradição espiritual e teológica. A lista dos mártires ortodoxos do comunismo é longa e nobre. Mais tarde, Stalin reabilitou a Igreja ortodoxa em sua campanha nacionalista russa subsequente à invasão alemã de junho de 1941; assim, a liderança da ortodoxia russa, o patriarcado de Moscou, se tornou uma subsidiária integral do regime soviético, especificamente da sua polícia secreta, a KGB. Os patriarcas de Moscou eram altos oficiais da KGB. O atual patriarca, Kirill, começou a sua carreira como representante da Igreja ortodoxa no Conselho Mundial de Igrejas em 1971, quando tinha apenas 25 anos de idade. Este é um sinal claro de filiação à KGB.



Nos últimos anos, Kirill e seu "ministro das Relações Exteriores", o metropolita Hilarion, têm sido porta-vozes dos esforços do presidenterusso Vladimir Putin para reconstituir algo parecido com a velha União Soviética, em nome de um "espaço russo histórico". Este processo avançou de forma particularmente grave na crise da Ucrânia. Ao mesmo tempo, eles realizaram uma campanha de sedução no Vaticano e entre os americanos protestantes evangélicos, supostamente a serviço de uma frente unida contra a decadência ocidental e o secularismo.

 
Mas, pelas ironias da história (ou pelos estranhos caminhos da Providência Divina), a crise na Ucrânia, em que Kirill foi tão dúbio quanto Hilarion foi mentiroso, pode ter iniciado uma ruptura nesse jogo histórico em que, no meio dos eslavos orientais, a ortodoxia russa andou se comportando como um cãozinho obediente ao poder autoritário.

 
Quando o povo da Ucrânia se levantou contra o governo cleptocrático e despótico de Viktor Yanukovich, no ano passado, dentro de um movimento de renovação moral e cívica nacional simbolizado pela Praça Maidan, as Igrejas ortodoxas ucranianas enfrentaram uma escolha dramática: solidarizar-se pastoralmente com o povo ou ficar do lado do Estado que reprimia brutalmente os cidadãos-reformadores ucranianos?

 
A Igreja greco-católica ucraniana, a maior das Igrejas orientais católicas (bizantina em liturgia e organização eclesial, mas em plena comunhão com o bispo de Roma), não enfrentou esse dilema: afinal, ela já era um depósito seguro da consciência nacional da Ucrânia e, no período pós-soviético, dedicou a sua vida pública à construção da sociedade civil ucraniana. Já as Igrejas ortodoxas da Ucrânia tiveram que encarar a histórica encruzilhada: Estado ou sociedade civil?


 
As escolhas não ficaram livres de ambiguidades. Mas as evidências, até agora, são de que vários líderes e crentes ortodoxos ucranianos optaram por ficar do lado da sociedade civil, rejeitando o apoio do patriarcado de Moscou ao grande nacionalismo russo de Putin. Se este novo alinhamento durar, ele pode levar a uma revolução capaz de mudar a história nos entendimentos ortodoxos sobre as relações adequadas entre Igreja, Estado e sociedade: uma revolução que, entre outros resultados, honraria a memória dos mártires da ortodoxia do século XX.
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Disponível em: Aleteia

segunda-feira, 24 de março de 2014

Filme de saliência “educa” crianças nas escolas públicas.


Masturbação, gaysismo e consumo de pornografia: essas são as lições que o governo brasileiro está passando maciçamente para as nossas crianças e jovens. Na maioria das escolas públicas do país, os alunos recebem uma educação precária, mas no quesito sacanagem a gente já pode comemorar! Os brasileirinhos e brasileirinhas vão virar Ph.D.!

Para difundir a imoralidade sexual, o governo federal cada vez mais se supera em criatividade e ousadia. A sua mais nova arma de doutrinação é um desenho animado que mostra um menor de idade se masturbando, consumindo pornografia e virando gay, tudo isso de forma muito positiva. O filme é recomendado para ser exibido a alunos do Ensino Fundamental Final (de 11 a 14 anos), no Portal do Professor, no site do MEC.

Veja o desenho a partir dos 2:20 min.:



A denúncia foi feita por Damares Alves, advogada, missionária evangélica e assessora parlamentar (Fonte: Folha Metropolitana). As greves são frequentes, a falta de recursos é gritante, a formação dos professores é deficiente… Mas o ensino de pu*#@ria nas escolas públicas é padrão Suécia!

Cada vez mais cedo, nossas crianças estão sendo expostas à ideologia gênero (saiba aqui o que é isso). Se não nos mobilizarmos contra isso, em poucos anos estarão doutrinando as crianças no Jardim da Infância, tal como já ocorre nos Estados Unidos (saiba mais aqui).

A desculpa do governo e dos ativistas LGBT é de que estão apenas combatendo a discriminação e o preconceito nas escolas. Sim, é fundamental ensinar as crianças a respeitar e a jamais excluir ou agredir quem é diferente – seja gordo, tímido, magro, efeminado, deficiente físico etc. Mas praticar a tolerância não significa anular os valores pessoais para concordar ou ser neutro em relação às atitudes alheias.

O governo está fomentando o preconceito aos alunos que recebem de seus pais os valores pautados na família tradicional. Numa sala de aula em que esse filme nojento é exposto, com que cara vai ficar um aluno que rejeite seu conteúdo? Certamente, será taxado de homofóbico e intolerante, afinal, o texto do MEC diz que as pessoas quem desaprovam as práticas homossexuais são comparáveis a racistas.

Na foto ao lado, os ativistas LGBT declaram a laicidade de seus ânus. Concordo. Nenhum religioso tem o direito de os impedir de fazer o que bem entenderem de seus briocos. Por outro lado, A RECÍPROCA DEVE SER VERDADEIRA: não violentem o cérebro das nossas crianças com suas imundícies ideológicas, pois a maioria da população brasileira é cristã!

Façam o que quiserem de suas vidas, mas deixem nossas crianças e jovens em paz! Desafio as escolas a mostrarem esse desenho animado para as famílias… a rejeição será geral! A maioria esmagadora dos brasileiros jamais aprovaria que seus filhos fossem expostos a esse conteúdo podre.
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Fonte: O Catequista

Sexo oral: legal ou imoral?


Oi Povo Católico! (confesso que fiquei pensando em um verbo pra colocar no lugar do “oi”, mas não houve nenhum que não me deixasse constrangido)

Anda rolando por aí a notícia de que um determinado arcebispo de um país de língua espanhola teria afirmado que as mulheres casadas poderiam fazer sexo oral em seus maridos, sem cair em pecado. Para se livrar do risco de perversão, ao fazer tal ato deveriam “pensar em Jesus”. Essa história é verdade? Não sei. Mas, se for, o tal arcebispo se expressou muito mal (#VergonhaAlheia). Ainda que não tenha ensinado nada errado, não é muito legal pensar em Jesus nessas horas…

Podem vasculhar a Bíblia, os documentos da Igreja, os escritos dos santos… Até onde sei, não há qualquer referência a sexo oral. Então, como poderemos saber se esse ato, dentro do casamento, é moral ou imoral? Povo, basta colocar os neurônios pra funcionar! Nenhuma carícia sexual é pecaminosa, desde que não substitua o ato sexual em si, ou seja, a penetração na vagina com “happy end”.

Na Quaresma, olhar para as necessidades espirituais, diz Papa


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 23 de março de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje nos apresenta o encontro de Jesus com a mulher samaritana, acontecido em Sicar, junto a um antigo poço para onde a mulher ia todos os dias para pegar água. Naquele dia, encontrou Jesus, sentado, “fatigado da viagem” (Jo 4, 6). Ele logo lhe disse: “Dá-me de beber” (v.7). Deste modo, supera as barreiras de hostilidade que existiam entre judeus e samaritanos e rompe o esquema de preconceito contra as mulheres.

O simples pedido de Jesus é o início de um diálogo franco, mediante o qual Ele, com grande delicadeza, entra no mundo interior de uma pessoa à quem, segundo os esquemas sociais, não deveria nem dirigir a palavra. Mas Jesus o faz! Jesus não tem medo. Jesus, quando vê uma pessoa segue adiante, porque ama. Ama todos nós. Não para diante de uma pessoa por preconceitos. Jesus coloca-a diante da sua situação, não a julgando, mas fazendo-a sentir-se considerada, reconhecida e suscitando, assim, nela o desejo de ir além da rotina cotidiana.

Aquela sede de Jesus não era tanto de água, mas de encontrar uma alma seca. Jesus precisava encontrar a samaritana para abrir-lhe o coração: pede a ela de beber para colocar em evidência a sede que havia nela mesma. A mulher fica tocada por este encontro: dirige a Jesus aquelas perguntas profundas que todos temos dentro de nós, mas que muitas vezes ignoramos. Também nós temos tantas perguntas a fazer, mas não encontramos a coragem de dirigi-las a Jesus!


A Quaresma, queridos irmãos e irmãs, é o tempo oportuno para olharmos dentro de nós, para fazer emergir as nossas necessidades espirituais mais verdadeiras e pedir a ajuda do Senhor na oração. O exemplo da samaritana convida-nos a nos exprimirmos assim: “Jesus, dá-me aquela água que me saciará para sempre”.

O Evangelho diz que os discípulos ficaram maravilhados com o fato de o seu Mestre estar falando com aquela mulher. Mas o Senhor é maior que os preconceitos, por isto não teve medo de parar com a samaritana: a misericórdia é maior que o preconceito. Devemos aprender bem isso! A misericórdia é maior que o preconceito, e Jesus é tão misericordioso, tanto!

O resultado daquele encontro no poço foi que a mulher foi transformada: “deixou o seu cântaro” (v.28), com o qual tinha ido pegar água, e correu à cidade para contar a sua experiência extraordinária. “Encontrei um homem que me disse todas as coisas que eu fiz. Seria o Messias?”. Estava entusiasmada. Tinha ido pegar água do poço e encontrou outra água, a água viva da misericórdia que jorra para a vida eterna. Encontrou a água que procurava desde sempre! Corre ao vilarejo, aquele vilarejo que a julgava, condenava-a e a rejeitava e anuncia que encontrou o Messias: um que mudou sua vida. Porque cada encontro com Jesus muda a nossa vida, sempre. É um passo adiante, um passo mais próximo a Deus. E assim cada encontro com Jesus muda a nossa vida. Sempre, é sempre assim.

Neste Evangelho, encontramos também nós o estímulo para “deixar o nosso cântaro”, símbolo de tudo aquilo que aparentemente é importante, mas que perde valor diante do “amor de Deus”. Todos temos um, ou mais de um! Eu pergunto a vocês, também a mim: “Qual é o seu cântaro interior, aquele que te pesa, aquele que te afasta de Deus?”. Deixemo-no um pouco à parte e com o coração escutemos a voz de Jesus que nos oferece uma outra água, uma outra água que nos aproxima do Senhor.

Somos chamados a redescobrir a importância e o sentido da nossa vida cristã, iniciada no Batismo e, como a samaritana, testemunhar aos nossos irmãos. O que? A alegria! Testemunhar a alegria do encontro com Jesus, porque eu disse que cada encontro com Jesus muda a nossa vida, e também cada encontro com Jesus nos enche de alegria, aquela alegria que vem de dentro. E assim é o Senhor. E contar quantas coisas maravilhosas o Senhor sabe fazer no nosso coração quando nós temos a coragem de deixar de lado o nosso cântaro.
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Fonte: Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal

O Pai Nosso na Missa


Hoje esclarecemos algumas dúvidas com relação à posição, às palavras e a forma como deve ser rezada a Oração Dominical (Pai nosso) durante a celebração eucarística. Algumas dúvidas achamos por bem retratá-las em forma de perguntas e respostas para assim tornar mais acessível a compreensão dos leitores e não deixámo-los exaustivamente cansados.

A assembleia pode erguer as mãos no momento do Pai nosso, juntamente com o Sacerdote?

Não. Esta é uma atitude errada que observamos em muitas Paróquias, quase que uma realidade do Brasil. Este gesto compete unicamente ao Sacerdote, enquanto a assembleia apenas acompanha a oração em alta voz, sem, no entanto, estender os braços. Também o gesto de dar as mãos, como muitos sacerdotes convidam a fazer, deve ser considerado impróprio e inoportuno para o momento.

Terminada a Oração eucarística o Sacerdote procede a admonição, convidando os fiéis para a oração. Segundo encontra-se nas rubricas do Missal: "Extendit manus et, una cum populo, pergit: Pater Noster...". Traduzindo: "Estende as mãos e, com o povo, prossegue: Pai Nosso..." Ou seja, o povo compartilha da Oração recitando, mas sem prosseguir com o gesto sacerdotal. É necessário que para o ornamento da Liturgia e uma melhor harmonização da celebração, os fiéis possam seguir à risca os ensinamentos transmitidos pelas rubricas litúrgicas.

A Admonição e a oração podem ser cantadas?

Sim, porém a admonição nunca pelo Coral ou grupo de música, mas única e estritamente pelo Celebrante. Somente a ele compete proferir este convite à oração. "Terminada a Oração eucarística, o sacerdote, de mãos juntas, diz a admonição que antecede a oração dominical; e a seguir recita, de braços abertos, esta oração juntamente com o povo" (IGMR 152). Portanto fórmulas como "Vamos dar as mãos, vamos dar...", entre outras, são totalmente incoerentes e não cabíveis ao momento.

Quanto ao Pai nosso, este pode ser cantado por toda a assembleia, contudo jamais outras fórmulas, mas aquela que se encontra unicamente prescrita no Ordinário da Missa. Sequer cogite-se a possibilidade de "Pai nosso dos trabalhadores", "Pai, meu Pai do Céu", etc... que não sigam à risca o texto original.