quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Nomes cristãos, vocação brasileira



A semana começa, neste domingo, com São Sebastião. Ela vai incluir também São Paulo, na próxima sexta-feira, dia 25. São Sebastião, o padroeiro do Rio de Janeiro. São Paulo, patrono do Estado que leva o seu nome.

Aliás, era também o Santo que dava nome ao Rio, que no começo se identificava como “São Sebastião do Rio de Janeiro”.  Como São Paulo, no início, também era “São Paulo de Itapetininga”.

O próprio país nasceu batizado cristão: “Terra de Santa Cruz”. Depois passou para o nome que hoje ostenta. Temos outros exemplos, na geografia de toponímios de nossa tradição, se tentamos recuperar a memória de como foram batizados.

A Bahia era, claro, a “Bahia de todos os Santos”.  O Rio Grande era a “Província de São Pedro do Rio Grande do Sul”.  Maranhão era o “Estado de São Luís do Maranhão”.

Por sua vez, temos um Estado brasileiro que honra o próprio autor da santidade, que é o “Estado do Espírito Santo”.


Santa Catarina, de início era o nome da Ilha, onde ainda hoje se encontra a capital, que estranhamento deixou o nome bonito da Santa, para lembrar o Marechal Floriano, e chamar-se “Florianópolis”.  Em compensação, a Santa designa hoje o Estado inteiro de “Santa Catarina”.

Assim, com nomes e sobrenomes, nem sempre o santo ficou no registro de batismo. O Rio Grande e o Rio de Janeiro, talvez pela semelhança de designações, acentuaram o rio e omitiram o santo. São Paulo preferiu ficar só com o nome do santo, esquecendo sua designação indígena.

Sem entrar no mérito das discussões sobre a identidade religiosa do povo brasileiro, e sobre a conveniência de usar, ou não, símbolos religiosos, temos uma sábia lição a aprender, tirada da história de nossos toponímios. Alguns estados, ou cidades, tiraram ou acrescentaram o nome de santos na sua designação geográfica. E fizeram isto sem nenhum preconceito, simplesmente obedecendo a consensos que espontaneamente foram se criando.

O bom senso do povo nos ajuda a livrar nossa mente de preconceitos inúteis, que só servem para colocar minhocas na cabeça das pessoas.

Ninguém se incomoda, por exemplo, se São Sebastião faz parte, ou não faz parte, do nome oficial da cidade e do Estado do Rio de Janeiro. E mesmo que não faça, o povo sabe festejá-lo, na espontaneidade de uma salutar tradição que não se importa com nenhum preconceito religioso.

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Papa: pedir com insistência o dom da unidade entre os cristãos



No final da Audiência Geral desta quarta-feira, Bento XVI recordou que sexta-feira, 18 de janeiro, tem início nos países do hemisfério norte a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que este ano tem como tema: «O que Deus exige de nós?», inspirado num trecho do profeta Miquéias (cf Mq 6, 6-8).
“Convido todos a rezarem, pedindo com insistência o grande dom da unidade entre todos os discípulos do Senhor. A força inesgotável do Espírito Santo nos estimule a uma compromisso sincero de busca da unidade, para que possam professar todos juntos que Jesus é o Salvador do mundo”, disse o Papa.

No Brasil, esta semana é realizada no período de Pentecostes. Os subsídios para esta celebração já foram traduzidos em português pela Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Este ano, os subsídios foram preparados pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de Toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia. O material está disponível aqui.
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Fonte: CNBB

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Clamar ao Senhor



Os primeiros dias de um novo ano despertam em nós uma série de perguntas: Como será este ano que começa? Conseguirei superar os meus problemas? Haverá paz entre os povos? Os economistas encontrarão respostas adequadas para os desafios que enfrentamos? Os políticos... etc.  Cada qual julga-se portador da solução ideal e do remédio eficaz para os males que afligem nossa sociedade. Em meio a tanta palavra vazia que se ouve, não seria o caso de buscarmos uma orientação nas raízes de nossa fé? Não quero dizer com isso que as discussões sejam inúteis; são, isto sim, normalmente incompletas. Falta-lhes, por vezes, um elemento essencial: a convicção de que “Se o Senhor não construir a casa, é inútil o cansaço dos pedreiros” (Salmo 127/126,1). Por isso, deveríamos começar este primeiro mês do ano da graça de 2013 com um profundo clamor, uma súplica ardente, uma prece confiante. Explico-me, a partir de um texto do Deuteronômio. Como é sabido, esse livro reproduz um grande discurso de despedida pronunciado por Moisés, pouco antes de morrer, no fim da travessia do deserto e às vésperas da conquista da Terra Prometida. Moisés apresentava as leis a serem observadas na Terra Prometida, conclamando o povo a ser fiel à sua eleição e à aliança com Deus. Depois de tomar os primeiros frutos de tudo o que a terra tivesse produzido, e de tê-los colocado numa cesta, o fiel deveria apresentar-se ao sacerdote, que colocaria a cesta diante do altar, e declarar, diante do Senhor:


“Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Mas ele tornou-se um povo grande, forte e numeroso. Então os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. Clamamos então ao Senhor, Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu nossa voz e viu nossa opressão, nossa fadiga e nossa angústia; o Senhor nos tirou do Egito com mão forte...” (Dt 26,5-8).

Essa maneira de reagir diante dos problemas (“Clamamos ao Senhor...”) tornou-se um gesto normal e frequente na história do Povo Escolhido. Temos exemplos de súplicas em quase todos os livros do Antigo Testamento. Ora é Salomão que se volta para o Senhor: “Ouve o clamor e a oração que teu servidor te dirige” (2Cr 6,19), ora é o povo que brada: “Olha e vê nossa ignomínia” (Lm 5,1), ou, então, são os profetas que, como Daniel, insistem: “Ó nosso Deus, escuta as orações e as súplicas do teu servo” (Dn 9,17). Também o salmista lança seu grito: “Salva-me, ó Deus, pois a água sobe até o meu pescoço!” (Sl 69/68,1); “Inclina para mim teu ouvido; quando te invoco, atende-me depressa!” (Sl 102/101,3) etc. Nessas súplicas, os que clamavam partiam de uma convicção: o Senhor ama o seu povo, ouve sua oração, gosta de lhe demonstrar sua amizade e atenção, e nunca deixa um grito ou pedido sem resposta. Ele salva seus filhos e filhas porque é bom e poderoso.  Jesus procurou aprofundar em nós essa convicção, tanto que nos ensinou: “Pedi e vos será dado. Pois todo aquele que pede, recebe” (Mt 7,7-8). Ele mesmo estava atento aos pedidos que lhe faziam – como, por exemplo, no caso do cego: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (Mc 10,47).

O grito que parte do coração da criatura necessitada não se apóia nos méritos de quem o emite, mas na potência do Senhor. Essa confiança não dá o direito de nos omitirmos, mas, ao contrário, nos obriga a fazer a nossa parte e nos compromete ainda mais. Em outras palavras: justamente porque, em nossas necessidades, nos voltamos para Deus, com maior razão deveremos colocar nossos talentos na busca de soluções concretas e eficazes para os desafios que enfrentarmos.

Comecemos, pois, o novo ano, apresentando ao Senhor nossa própria dor, o sofrimento de nossa família ou comunidade, e os grandes problemas de nosso país. Nosso Deus abrirá diante de nós, então, novos caminhos, ao mesmo tempo em que nos dará força para fazermos o que nos compete. Sim, o Senhor ouvirá nossa voz e virá ao nosso encontro, porque é Deus, porque é Pai, porque é amor.

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo da Bahia

Trocando os fardos e aliviando a bagagem



“– Estou cansado (a)!”

“– Estou no meu limite!”

“– Não aguento mais!”

Não são raras as vezes que tenho escutado estas frases.  A impressão que tenho é que a maioria das pessoas, em algum momento da vida, já passaram por momentos assim, de desânimo e exaustão. Nessas horas pensamos em desistir, e jogar tudo para o alto até parece uma boa solução.  As dificuldades da vida existem, sempre vão existir. Adversidades são como as ondas, surgem e vão embora, mas sempre estarão presentes. Não obstante, o que observo é que a maioria de nós focamos mais nos problemas que nas soluções. Focamos mais nos fardos que carregamos que aqueles que Jesus nos oferece para carregar. Andamos com os ombros caídos, encurvados, desanimados e, quando estamos assim, não apreciamos a vida maravilhosa que o Senhor deseja que desfrutemos.


Sim, erra quem pensa que Deus tem para nós uma vida de peso. Deus tem para nós, em todas as Suas palavras, bênçãos e vitórias, conquistas e alegrias. As dificuldades virão? Sim! As derrotas vão existir? Claro! Mas, em todas essas coisas somos mais que vencedores. O que ELE tem para nós é uma vida de abundância e um futuro cheio de esperança. (Não estou falando pelos cotovelos. Quem quiser conferir:  Rm 8:37,  Jr 29:11,  Jo 10:9)

Mas, parece que gostamos de carregar fardos pesados e desnecessários. Aí vamos com aquela velha frase: “a vida é dura e pesada!” Não, não é! A vida é leve e linda, nós é que carregamos fardos pesados demais e bagagens desnecessárias. A Bíblia é um manual perfeito para vivermos uma vida plena de alegria, contentamento, fé, esperança. Mas, deixamo-nos abater pelos primeiros sinais das tempestades, isso quando não fazemos tempestade em copo d’água.

Focamos naquilo que é ruim, que nos machucou, que nos prejudicou. Focamos naquela pessoa que nos magoou, nos traiu, nos decepcionou. Focamos no passado. Focamos no futuro. E esquecemos o HOJE.  Com os fardos do passado acumulado com os do futuro, tornamos a vida pesada, monótona e exaustiva. Não era para ser assim. Não são esses os planos de Deus para nós.

Se você é uma dessas pessoas que se atormenta pelo futuro, por algo que ainda não aconteceu, Deus nos deixa na Bíblia lições sobre a ansiedade e falarei mais sobre isso no decorrer do texto. De outro lado, se o que lhe aflige é o seu passado, querido (a), tenho uma ótima notícia: “Existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixamos para trás.” C. S. Lewis

Raíssa Bomtempo
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Disponível em: Desafiando limites e vencendo barreiras.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vestidos de Conteúdo



Foi surpreendente ouvir o comentarista no rádio ridicularizar os padres e as freiras de hábito, dando a entender que quem usa hábito ou batina é retrógrado, está fora do tempo. Mas não o ouvi a falar o mesmo contra os aiatolás que também usam vestido comprido e turbante nas cabeças. Não o vi comentar a respeito do chador, as burka ou do hábito das muçulmanas. De repente isso pode ser moderno para ele, mas jovens vestidos de franciscanos o incomodam.

Dom Helder Câmara foi um dos homens socialmente mais progressistas dos últimos tempos e ele sempre usava batina. Ela não o impediu de ser moderno. Nem o traje de cardeal impediu Dom Eugênio Sales, tanta vezes acusado de conservador, de ajudar milhares de perseguidos no tempo da repressão no Brasil. João Paulo II que, concordem ou não com ele, influenciou politicamente todos os povos da sua região e certamente teve muita influência nas mudanças que se procederam politicamente no leste europeu, usava batina.


É de se deduzir que usar batina ou trajes de ontem tanto pode ajudar como prejudicar. Nem sempre o traje é símbolo de atraso. Depende do discurso e da cabeça de quem o veste. Que lindo atraso o de Madre Tereza de Calcutá que com aquele hábito que a escondia apareceu mais do que nunca pela sua caridade. O dito comentarista não leu nem segue a História.

Há pessoas de colarinho e gravata, muito mais retrógradas, muito mais capazes de pisar nos outros e destruir a História, do que alguns que usam o hábito. Hitler usava roupas modernas para o seu tempo… A roupa pode fazer o monge, mas em geral não faz, nem o torna nem mais santo, como também não o torna mais retrógrado. É um gosto, um modo de vestir, um simbolismo.

Por isso, foi muito estranho ouvir aquele comentarista usar de dois pesos e duas medidas. Não gosta do hábito dos padres e das freiras e os acha retrógrados. Mas sua idosa mãe um dia talvez seja salva por uma dessas irmãs de hábito… Isto só para levar a reflexão de que não é o que vestimos que nos torna modernos ou ultrapassados. É a alteridade e o conteúdo que nos põe dentro ou adiante do nosso tempo. Os ensimesmados e voltados para si mesmos são mais retrógrados do que parecem, não importa o que vistam e quantos carros tenham na garagem.




Dos crimes dos quais se tornam culpáveis aqueles que se fazem protestantes



P - De qual falta se torna culpável o católico que se faz protestante?

R - Ele se torna culpável de três delitos de grande gravidade: o primeiro contra Deus, o segundo contra a Igreja, o terceiro contra a sociedade.

P - Qual é o delito do qual ele se torna culpável diante de Deus?

R - Seu crime é o mesmo que aquele de Lúcifer, que se revoltou contra Deus por orgulho, e quis ser independente dele. Com efeito, o católico, ao se fazer protestante, se revolta contra o Deus que lhe obrigou, sob as penas mais severas, em se submeter a Ele, pela mediação da Igreja que Ele estabeleceu em seu lugar para governá-lo e instruí-loO desertor, não obstante, graças ao orgulho que o domina, prefere seu próprio capricho e seu sentido privado ao sentimento da Igreja que Deus lhe deu por guia e por mestra. 


P - Perdoe-me, me parece que é precisamente o contrário que ocorre. Pois aquele que se faz protestante toma a Bíblia como regra de sua crença, e, por consequência, ele deixa a palavra do homem para se ligar somente à palavra de Deus!

R - Ó! Vossa simplicidade é enorme. É verdade que os protestantes falam assim, mas eis aí uma mentira descarada. Como pretendes que eles tomam a Bíblia por regra, se eles não sabem mesmo o que pertence propriamente à Bíblia? Se eles não compreendem a Bíblia? Se cada um força a Bíblia a dizer o que ele quer? Se eles encontram na Bíblia todas as extravagâncias que lhes passam pela cabeça? E, ademais, Jesus Cristo nunca disse: Leiam a Bíblia, mas ele disse: Que aquele que não escutar a Igreja vos seja como um pagão e um publicano.

P - Aqui, eu vos detenho. Seu eu entendi direito, Nosso Senhor disse em termos próprios: perscrutem as Escrituras; daí vem que os protestantes tomaram as Escrituras por regra de sua crença; e, com efeito, eles tem sempre esta passagem na boca.

R - Isso mesmo prova de forma maravilhosa o que eu acabo de vos dizer, a saber, que os protestantes não compreendem a Escritura e que eles a puxam em todo sentido.

P - Como assim?

R - Primeiro, temos de convir que neste lugar Nosso Senhor se dirigia aos doutores da lei para prová-los, pelas profecias do Antigo Testamento, que Ele era o Messias, mas nunca Ele pretendeu, como afirmam os protestantes, que a Escritura deve ser a única regra de nossa féSem isso, visto que Jesus Cristo só falava aqui dos livros do Antigo Testamento, seguiria que somente o Antigo Testamento deveria ser a regra da fé cristã! Saiba, ademais, que Jesus Cristo não diz perscrutem as Escrituras no imperativo; mas,vós perscrutais Escrituras, ou seja, vocês tem o costume de consultar as Escrituras. Os próprios protestantes, ao menos aqueles que tem ciência e lealdade, o confessam. Basta ler o contexto, para compreender que Jesus Cristo não recomenda, neste lugar, a leitura da Bíblia. Mas por mais que você explique cem vezes este texto, os protestantes persistirão em reproduzir sempre a mesma inépcia. Isso se deve porque eles só buscam falsear as ideias daqueles que os escutam. Ademais, suponha mesmo que, contra toda verdade, a palavra latina scrutaminse tome por um mandamento, uma vez a necessidade de obedecer à Igreja estabelecida, uma vez sua infalibilidade reconhecida, o preceito seria equivalente àquele de um soberano que recomendaria o estudo do código civil, a fim de observá-lo e não para que cada um o interprete ao seu modo.

P - E, contudo, os protestantes pretendem provar sua doutrina pela Santa Escritura.

R - Os protestantes o pretendem, mas eles não terão êxito em suas tentativas. Eles pretendem provar suas extravagâncias pela Escritura, do mesmo modo que os escribas e os fariseus tentavam, eles também, provar, pela Escritura, a Nicodemos, que Jesus Cristo não era o Messias (Jo 7, 52). Examines a Escritura, eles lhe diziam, e vereis que nenhum profeta saiu da Galileia. O fato era falso, visto que vários profetas tinham saído da Galileia. Mas a mentira custava tão pouco a estes hipócritas quanto aos nossos modernos protestantes. Eu sou mesmo forçado a vos dizer que os protestantes fazem da Escritura o mesmo uso que faz dela o demônio para tentar Jesus Cristo, quando ele quis lhe persuadir, por meio de uma passagem truncada e tomada a sua maneira, de se precipitar do alto do templo. Está escrito na Escritura, ele lhe dizia. Assim usaram os hereges de todos os tempos, e os de nossos dias não fazem melhor que seus predecessores.

P - Se os protestantes não estão apoiados sobre a Escritura, em virtude de qual autoridade eles creditam suas doutrinas?

R - Sua crença tem por somente e único apoio a autoridade da palavra do homem. Os luteranos creem baseados na palavra de Lutero, os calvinistas nas de Calvino, os zwinglianos sobre aquela de Zwingle, os anglicanos sobre as palavras de Henrique VIII ou da papisa Elisabete, e assim em diante. Eis como Deus puniu estes orgulhosos, que, por terem recusado em crer na autoridade infalível da Igreja, se reduziram a crer cegamente na palavra de um monge casado em concubinato, de um padre apóstata, de um rei dissoluto e de uma mulher sem pudor.

P - Eu compreendo agora a natureza do crime do qual estes apóstatas se tornam culpáveis contra Deus. Eu gostaria de saber também, como eles são culpáveis em relação à Igreja?

R - Eles pecam contra a Igreja por sua rebelião contra a Mãe que os engendrou em Jesus Cristo, que os alimentou do leito da santa doutrina e dos sacramentos, que sempre teve por eles profundas afeições de caridade e de amor. Ora, estes filhos desnaturados desprezam seus benefícios, eles lhe fazem uma guerra cruel, lhe rasgam o seio e se esforçam ademais em lhe arrebatar as almas que Deus lhe confiou, para arrastá-las com eles na via da perdição.

P - Mas, talvez, eles creem em estar conduzindo estas almas em uma via de salvação mais segura!

R - É impossível aos protestantes crer no que você diz. Eles dizem, com efeito, que um homem pode se salvar em todas as religiões, desde que ela creia em Jesus Cristo. Eles afirmam e confessam que os católicos se salvam e vão para o paraíso (os protestantes históricos). Só isto bastaria para fazer ver a triste aberração destes católicos que se fazem protestantes. Mas, suponha mesmo que os protestantes não dizem que os católicos se salvam. Jesus diz abertamente que qualquer um que não entra no aprisco pela porta, mas se introduz aí de outra maneira, é um ladrão e um assassino, cujo único fim é de matar e tomar as ovelhas, ou seja, as almas. Ele acrescenta: que estes intrusos são apenas lobos raptores que só respiram a carnificina. E, ademais, jamais se encontrou sobre a terra um católico que se tenha feito protestante para tornar-se melhor. Não se poderia até este momento nomear um único. Todos estes desertores se fazem protestantes para viver com mais liberdade e segundo seus caprichos. Sem ir buscar provas adiante, olhe em torno de vós, e veja a vida que levam estes apóstatas. Se este for o fruto de seu proselitismo, não é, sem dúvida, o amor pelas almas que o lhes inspira. 

P - Eu me convenci. Queira me dizer, em último lugar, de qual crime contra a sociedade se torna culpável aquele que se faz protestante?

R - Este crime é maior que poderias pensar. Pois estes incrédulos ou estes ateus práticos sob o manto do protestantismo são apenas instrumentos destinados a preparar o triunfo da anarquia, do comunismo, do socialismo, e de tudo o que é hostil à sociedade. De onde segue: que aqueles que se enrolam sob as bandeiras da reforma se tornam culpáveis de um grande crime contra a própria sociedade.

P - Eu vejo, todavia, que estes homens vivem tranquilos e tomam partido contra estes católicos imprudentes, indiscretos e fanáticos que são incapazes de permanecer em paz. 

R - É o que acontece no princípio, quando eles são ainda em pequeno número. Mas, deixe-os se multiplicar;uma vez que eles se sentirem muito fortes, vereis estes cordeiros transformados em lobos, e mesmo em tigres. Sem dúvida, eles começam por atacar os católicos, que eles acusam de fanatismo, pois eles são seus adversários; mas, em seguida, eles espalham a perturbação por toda parte e assaltam o governo político. Tal é, de forma abreviada, a história de todas as heresias tornadas preponderantes. Nunca uma revolução religiosa deixou de conduzir uma revolução política. 
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Leia também:


P. Jean Perrone, C.J. Le Protestantisme et l'Église catholique. Controverses à l'usage du peuple. 2e édition, H. Casterman, Paris, 1857.

Disponível em: Repetimos o que é da fé Católica.

Aborto, questão ética ou religiosa?



Sorrateira ou abertamente, o aborto está sendo introduzido na maior parte dos países, reivindicado por grupos minoritários (mas aguerridos, como são as feministas), financiado por organizações internacionais e imposto por governos (de direita e de esquerda). Sob o influxo da mentalidade liberal, hedonista e amoral que impera na sociedade moderna, seus defensores o apresentam como uma decisão pessoal – “O corpo é meu e faço dele o que quiser!” – ou, no máximo, como uma questão de saúde pública. A seu ver, os que se opõem a ele, o fazem por motivos religiosos, não podendo, portanto, legislar em Estados que, por sua própria natureza, devem ser sempre laicos.

A verdade é diferente: o aborto é crime porque fere a lei natural. É o que explica Hebe Laghi de Souza, Doutora em Ciências e Especialista em Genética e Biologia pela Universidade de São Paulo: «Em termos biológicos, considera-se o ser humano como possuindo diferentes fases de desenvolvimento, incluindo nisso o embrionário. Em qualquer uma dessas fases, a partir do ovo, o ser humano já é um ser humano. Porque não é somente a forma humana que define o homem, visto que ele passa por diferentes fases de desenvolvimento e, em cada uma delas, apresenta-se com um aspecto – o aspecto peculiar de sua fase – e em todas elas, ele tem vida. Nenhuma coisa morta se multiplica e expressa processos vitais. Sob este aspecto, desde o momento de sua concepção, o ser humano já é um ser humano que vive. Desde o ovo, possui todos os potenciais genéticos e biológicos característicos de um ser humano, e, se o deixarem desenvolver, ele se tornará um bebê, que crescerá e prosseguirá pelas sucessivas fases de sua vida. Penso, assim, como cientista e bióloga, e não estou inferindo neste pensamento nenhum sentimento religioso, apesar de possuí-lo e de fazê-lo somar, neste momento, ao que sinto».


Cientificamente e em sã consciência, ninguém pode duvidar que o embrião contém em germe a estrutura física, psíquica e espiritual que integra o DNA único e irrepetível de cada pessoa. O papel da religião – pelo menos da Igreja Católica, que mais conheço – é iluminar e fortalecer o indivíduo, para que sempre e em toda a parte coloque o bem comum acima de seus interesses particulares, e suas decisões respeitem a justiça e o direito, sobretudo quando está em jogo a sorte dos mais fracos.

Para o Cristianismo, existem dois tipos de verdades: as sobrenaturais – como a Encarnação e a Ressurreição de Jesus –, que o homem não obtém com suas próprias forças, mas lhe pedem uma adesão que brota da fé; e as naturais, que se podem alcançar pela luz da razão. Uma destas é a inviolabilidade da vida humana. Ninguém tem o direito de tomar ou destruir o que não lhe pertence. Assim, a defesa do embrião não é apenas uma convicção religiosa, mas uma lei natural. Por isso, mesmo quando legalizado – pois muitas leis refletem apenas os interesses e os vícios de quem as redige – o aborto jamais poderá ser considerado correto e deixar a consciência em paz.

A tragédia mais profunda causada pelo aborto é o fortalecimento da “cultura de morte”, cujo fruto mais visível é a violência generalizada que cresce a cada dia, cujas vítimas mais comuns são, normalmente, cidadãos honestos e indefesos. Entre elas, as crianças, inclusive as que ainda estão por nascer. Aliás, não deixa de ser irônico verificar como as sociedades modernas, que se julgam cientificamente evoluídas, recorram a dois pesos e a duas medidas em suas posturas em relação aos animais e aos humanos: enquanto se caminha para legislações cada vez mais rigorosas na defesa dos primeiros, inclusive contra o seu uso em pesquisas científicas, são jogados no lixo bilhões de embriões congelados. Não há dúvida: hoje é muito mais seguro e promissor nascer cachorro do que gente...

Para Madre Tereza de Calcutá «é hipocrisia gritar contra a violência que se alastra na sociedade quando ela é cometida e incentivada contra bebês indefesos. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o estado, nem o médico. Se o dinheiro que se gasta para matar fosse empregado em fazer com que as pessoas vivessem, todos os seres humanos atuais – e os que ainda virão ao mundo – viveriam bem e muito felizes».

Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

domingo, 13 de janeiro de 2013

7 razões porque não assistirei o Big Brother Brasil



Definitivamente, a sociedade brasileira se tornou uma feroz consumidora de lixo. Infelizmente, o sucesso do BBB diagnostica que a sociedade a qual fazemos parte, encontra-se profundamente adoecida, além de culturalmente empobrecida.

Confesso que o burburinho da mídia e a agitação do povo diante deste letal programa, produzem em meu coração uma profunda inquietação quanto ao rumo que a sociedade brasileira tem tomado. Assusta-me o fato de que milhões de pessoas neste país, sentem defronte à TV durante horas a fio, jogando fora seu precioso tempo torcendo para que casais se escondam debaixo do edredon para a prática de sexo.

Bem sei que existem alguns que ao lerem este texto discordarão substancialmente dizendo: “O que tem de mais em assistir o BBB? Qual é o problema de se divertir diante de um bom Reality Show? Nosso povo é tão sofrido, por que não se descontrair assistindo um bom programa de televisão?”

Preste atenção, não sou daqueles que combatem a diversão e a cultura. Muito pelo contrário, sou adepto da festa, do lúdico e da celebração da vida. Acredito piamente que o incentivo a cultura e a educação podem corroborar significativamente na construção de um país melhor. No entanto, acredito também que determinados programas televisivos em vez de incentivar o despertamento do povo para aquilo que é bom e saudável, age de modo inverso, levando o nosso sofrido povo ao caminho do emburrecimento e da alienação.

Diante disto e entendendo que um programa deste nipe prejudica em muito a sociedade brasileira, resolvi que pelas razões abaixo não assistirei o aludido programa:

1- O BBB é um tipo de programa que promove a alienação da sociedade.

2- O BBB é um tipo de programa que afronta os valores cristãos relativizando a família, a moral, e a decência.

3- O BBB promove libertinagem sexual além é claro da relativização de conceitos indispensáveis a saúde da sociedade.

4- O BBB incentiva e contribui com a ” burrificação” da sociedade brasileira.

5- O BBB incentiva a fofoca e a perversidade das relações.

6- O BBB incentiva no inconsciente coletivo da população de que os fins justificam os meios. Isto é, segundo a filosofia deste famigerado programa, tudo é lícito para se ganhar um milhão.

7- O BBB é sem sombra de dúvidas o pior programa da televisão brasileira.


Renato Vargens.
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Fonte: Papo Católico.
Créditos: Rainha dos Apóstolos.
Título de Origem: BBB: 7 razões porque não assistirei o BBB.

Perseguidos são os cristãos, a religião ou quem não segue o islã?



Ocorre no mundo uma grande perseguição pouco noticiada aos cristãos, principalmente em países islâmicos. Alguém poderia dizer, porém, que os perseguidos não são os cristãos, mas todos que não seguem o islã. Isso é falso, na medida que quem pensa assim quer diminuir o fato de que são os cristãos os mais perseguidos.

A perseguição geralmente não é ao credo cristão em si, mas aos princípios cristãos, principalmente quando parte do Estado. Porque o cristianismo defende a liberdade, inclusive a religiosa, a democracia, a moralidade e também a independência do estado quanto às religiões. A perseguição geralmente é do próprio estado. Existem, é fato, grupos fanáticos que perseguem os "infiéis", mas geralmente são apoiados ou acobertados pelos estados.

Ou seja, a Igreja é a favor do estado laico, que é diferente, porém, de laicismo ou ateísmo. A Coreia do Norte é o país mais intolerante com o cristianismo, sendo um estado ateu comunista, porém de maioria budista e taoísta.


Na China, segundo a comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos , pelo menos 40 bispos católicos estariam presos ou desaparecidos. Lá são permitidas religiões desde que controladas pelo Estado comunista. No mundo 7 em 10 perseguidos por causa da religião são cristãos (Dados de 2011).

Não se trata, então, de perseguição islâmica, apesar de ser grande maioria. A perseguição aos cristãos é uma perseguição a Deus, sem falar na tentativa de minar as bases da civilização ocidental: a razão grega, o direito romano e a moral judaico-cristã. 

Foi na base da convicção sobre a existência de um Deus criador que se desenvolveram a ideia dos direitos humanos, a ideia da igualdade de todos os homens perante a lei, o conhecimento da inviolabilidade da dignidade humana em cada pessoa e a consciência da responsabilidade dos homens pelo seu agir. Estes conhecimentos da razão constituem a nossa memória cultural. Ignorá-la ou considerá-la como mero passado seria uma amputação da nossa cultura no seu todo e privá-la-ia da sua integralidade. A cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma [...]

Essa tentativa é orquestrada por grupos globalistas, que aceitam ajuda de todos os lados: islã, multinacionais, partidos políticos (todos de esquerda), ONGs, "direitos humanos", ecologistas, mídia, e quem quer que se aproveite, mesmo por um momento, da destruição de Deus e da imbecilização humana.

[...] numa busca desesperada por peças de reposição para o nous e o logos [...], os “filósofos” foram “resvalando hierarquia abaixo” da estrutura do ser.
Partiram de Deus (concepção clássica e cristã) e aterrissaram de cabeça nos fluidos dos impulsos biológicos (psicologia do inconsciente de Freud), passando pela guilhotina da razão (iluministas),se embrulhando na inteligência pragmática, abraçando a utilidade (John Stuart Mill e utilitaristas), sendo esmagados pelas forças de produção (Karl Marx) e pelos determinismos raciais (Gobineau).
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Fonte: A Caminho.
(Com alguns ajustes).

Festa do Batismo do Senhor Jesus



A novidade vem de Deus. Desde o princípio, o homem leva consigo a velha carne do pecado. Ele está imerso nela, como em um poço profundo, do qual é impossível sair por si mesmo. Como esta é uma realidade comum a toda a humanidade, ninguém, por seu próprio valor e querer pode ajudar os outros a sair. Esta é a triste condição humana. O homem pode gritar, desesperar-se, blasfemar; ou pode sentir o peso da culpa, pedir perdão e ajuda, e esperar. O que está claro é que somente Deus pode ajudar-nos; só Deus pode mudar nossa velha carne em pura novidade de graça e misericórdia. Está claro que Deus quer nos ajudar e agir em favor do homem, porque "ele foi criado à imagem e semelhança sua". A liturgia apresenta três momentos históricos da intervenção de Deus: primeiro intervém para libertar o povo de Israel da escravidão da Babilônia (primeira leitura), depois para revelar ao mundo a filiação divina de Jesus (evangelho), e, finalmente, para manifestar aos homens a nova situação criada para aqueles que receberam o batismo (segunda leitura). A conseqüência é lógica: se Deus interveio no passado com uma vida e esperança novas, Deus intervém no presente e intervirá no futuro, porque o melhor nome para Deus é a fidelidade. 

A novidade é invisível. A novidade que Deus infunde no coração dos homens repercute na história, mas é invisível, interior, autenticamente espiritual. Primeiro faz um coração novo, depois, a partir do coração do homem e com a ajuda do homem, muda também a realidade histórica. Entre os exilados da Babilônia, primeiro criou a saudade de Sião, o desejo e a decisão de voltar, depois dispôs os caminhos da história para que tal vontade e decisão chegasse a pleno cumprimento. No caso de Jesus, a teofania do batismo nos faz descobrir uma novidade inicial, que irá aparecendo ao longo de toda a sua vida pública, e, sobretudo, no mistério da sua morte e ressurreição. Só perceberemos a novidade do batismo com o tempo, na medida em que exista uma coerência vital entre a novidade infundida por Deus e a existência concreta e diária do cristão. Não é fácil perceber a relação entre a novidade interior e as suas manifestações históricas na vida comum de cada ser humano. Por isso, é muito difícil julgar sobre a vida verdadeira, a interior, dos homens, motivo pelo qual podemos nos equivocar facilmente.

A novidade é eficaz. Se ela vem de Deus não poderia ser de outro modo. A ação de Deus acontece se o homem não a obstaculiza. A teofania, narrada pelo Evangelho, supõe o batismo de Jesus, Filho de Deus, por um homem, João; e sem esta ação de Jesus, tal teofania não teria acontecido. A regeneração e renovação interior do homem são asseguradas "se o homem renuncia à impiedade e às paixões mundanas" (segunda leitura), que impedem qualquer ação do Espírito de Deus. Por outra parte, temos que admitir que a eficácia de Deus não é manipulável segundo o nosso desejo e arbítrio. Deus mostra a sua eficácia quando quer e como quer. Não foram os exilados da Babilônia que impuseram prazos e critérios para que Deus os libertasse da escravidão; foi Deus quem os determinou e realizou. 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Qual a diferença entre "Padre e Frei"?



Muitas vezes, quando converso com jovens e adultos, acerca de questões vocacionais, em geral, vem a pergunta: "Qual a diferença entre Padre e Frei?"

Não é simplesmente uma questão infantil, mas uma verdadeira e própria questão "eclesiológica", isto é, sobre a natureza da Igreja e de alguns de seus componentes essenciais: o sacerdócio e a vida consagrada. Sem o sacerdócio, a Igreja não fica de pé. Sem a vida dos consagrados, a Igreja é menos bela.

Para tentarmos entender rapidamente o que diferencia - de modo simples - por mais que que assim o aparente ser - estas duas vocações, temos que entender a sua relação com Jesus.

O Senhor Jesus durante o seu ministério público, foi seguido por muitas pessoas, homens e mulheres. Todos mais ou menos explicitamente chamados por Ele para compartilhar o Seu Caminho. Se olharmos para o Evangelho de Marcos, notamos o que diz o chamado de Simão e André, e agora também de Tiago e João (Marcos 1,16-20; 2,13-14). Mas eles não são os únicos a se sentirem convidados a seguir Jesus, também, o "jovem rico" se sente disposto neste chamado (Mc 10, 21). Mas sabemos que, se ele vai em outra direção, triste. A seguir Jesus, fica diante de várias mulheres: apenas algumas delas vão estar com ele ao pé da cruz (Mc 15, 40-41). Esta é a primeira chamada que faz dessas pessoas discípulos.


É uma coisa completamente diferente quando Jesus, que se aposentou na montanha com vários discípulos, identifica uma dúzia e eles dão um mandato e um nome a mais: os constitui Apóstolos (Mc 3. 13-19, cf 6, 7-13).

A Igreja associa a chamada e o serviço típico dos Apóstolos à hierarquia constituída dos sacramento da Ordem. Os bispos são os sucessores dos Apóstolos, cada um deles guia a Igreja particular que lhe foi confiada em comunhão com o Papa, o sucessor do Príncipe dos Apóstolos. Qual é a peculiaridade dos bispos (e aqueles a que "delegar" algumas das características mais importantes de seu sacerdócio, que são os padres)? A função específica do bispo e do padre (e em certa medida, também o diácono) é fazer o que Jesus fez. E o que Jesus fez em sua vida e no seu ministério público? Essencialmente proclamou o Evangelho e operou milagres e curas. O bispo e o sacerdote, de fato, estes têm a função de pregar a Palavra de Deus e os milagres que são os sacramentos. Jesus opera através deles novamente para nós de modo tão indubitável.

Por outro lado, na Igreja há muitos homens e mulheres que - como muitos dos discípulos do Jesus histórico - querem viver como Jesus viveu. Quer dizer, de alguma forma, fazendo apenas o que era essencial e típico de seu modo de vida. Ele nunca se casou ou uniu-se a uma mulher, era casto. Ele não tinha nada para si, especialmente nos últimos três anos de vida, era pobre. Ele enfrentou a vida fazendo a vontade de seu Pai celeste, era obediente. As características particulares do estilo de vida que Jesus escolheu para si mesmo, são os três votos que encontrou a vida consagrada de monges e monjas, frades e freiras, e até mesmo de homens e mulheres consagrados, permanecendo "no mundo." Através deles, a vida de Jesus está viva e presente entre os homens de todas as idades.

Sabemos que de religiosos e consagrados a Igreja tem uma enorme variedade. Pode-se viver a castidade, pobreza e obediência de Cristo de formas muito diferentes: no claustro da extrema Cartuxa, no acompanhamento do jovem Salesiano, na contemplação de uma Carmelita em cuidar dos doentes da Camiliana no estudo e pregação do Dominicano... na fraternidade e minoridade Franciscana. E não só isso!

Como as duas vocações evangélicas - discípulo e apóstolo - coincidiram nas pessoas dos Doze, por isso hoje as duas vocações ao sacerdócio ministerial e a consagração religiosa virem a coincidir, por vezes na mesma pessoa. Muito claramente no caso das congregações que nasceram e foram criadas como clericais, como os Jesuítas ou os Salesianos. Mas isso acontece muitas vezes em famílias religiosas que podem ser chamadas de "mista", como os Franciscanos e Carmelitas.

Então, por que os padres - apesar das várias controvérsias que, periodicamente, reavivou nos jornais - continuam a viver no celibato (assim se chama a "promessa de celibato"), se está é a forma "típica" da vida religiosa como "voto de castidade"? Porque, desde os primeiros séculos, muitas igrejas locais da tradição latina descobriram que é importante que os seus sacerdotes para serem bons apóstolos, também fossem discípulos. Ou seja, a melhor maneira de fazer as ações de Cristo é fazê-las a partir de um estilo de vida, tanto quanto possível semelhante à Sua. Isso é celibatário. Mais tarde, o Papa Gregório VII achou por bem estender essa estrutura a todos os sacerdotes latinos (rito romano, ambrosiano, etc...).

Resta o fato que - como evidenciado pela disciplina das Igrejas Orientais (e não só) de padres casados ​​- para entrar no sacerdócio, o celibato não é uma condição sine qua non da Teologia, mas disciplinar. Que a igreja romana decidiu admitir ao sacerdócio só aqueles que se sentem chamados a viver no celibato. Mas esta é uma outra história...

Em última análise, o que pode reduzir a diferença:

Os Padres são chamados e enviados para fazer o que Jesus fez (...e talvez eles podem fazer isso melhor se viverem como Ele);
Os Frades são, antes de tudo, os próprios para viverem como Jesus viveu (e muitos deles estão em uma condição ideal para serem capazes de também dedicarem-se às suas obras mais importantes: o Evangelho e os sacramentos).


Frei Alberto, OFMConv.
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Fonte:Blog - S.A.V Frades Menores Conventuais.
Disponível em: A Voz da Igreja.
Trad.: Cleiton Robson.

Edições CNBB lançam Manual de Instruções para a Semana Missionária



Com o objetivo de orientar e sugerir a preparação da Semana Missionária nas diferentes dioceses do Brasil, as Edições CNBB lançaram o Manual de Instruções da Semana Missionária JMJ Rio 2013. Baseado no tripé: espiritualidade, cultura e ação social (solidariedade missionária), o evento será realizado no Rio de Janeiro entre os dias 17 e 20 de julho, antecedendo a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá entre os dias 23 e 28 do mesmo mês.

Na apresentação do Manual, o presidente da Comissão Especial para JMJ e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, dom Eduardo Pinheiro da Silva, falam sobre a importância do documento: "Ele quer ser uma contribuição, uma sugestão para a dinamização da Semana Missionária, segundo as indicações do Pontifício Conselho para os Leigos, na esperança de que a Semana Missionária seja um acontecimento frutuoso para nossas Igrejas Particulares, para nossas comunidades", pontuaram.


Elaborado pelas Comissões Pastorais da CNBB, sob a coordenação da Comissão Especial da CNBB para a Jornada Mundial da Juventude, o subsídio propõe uma programação concreta, que pode ser seguida em cada diocese, e ainda transmite as orientações gerais para o evento de forma clara e objetiva, com gráficos, frases e fotos, sem perder a jovialidade.

"Nesta Semana Missionária em especial, vocês são chamados a colocarem em prática o que desde o batismo receberam. Com certeza, esta Semana Missionária irá aguçar seu espírito para estarem sempre prontos para a missão, que não é uma moda que passará, mas que deverá ser vivida dia a dia em sua comunidade, em estado permanente. Assim, sejamos jovens sempre conectados à vontade de Deus que nos pergunta: Quem enviarei? E sem medo responderemos: Eis-me aqui, envia-me!", escreveu o padre Marcelo Gualberto, das Pontifícias Obras Missionárias, no Manual.

Como fazer uma visita missionária a uma casa? O que fazer antes, durante e depois da visita? Como abençoar uma casa? O Manual de Instrução também traz as respostas dessas e de outras questões práticas, incluindo, ainda, os contatos de todos os padres referenciais dos Regionais da CNBB para a Semana Missionária e anexos.

Ainda no documento, o coordenador nacional da Semana Missionária (JMJ Rio2013) e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, recordou os objetivos do evento.

"Um dos objetivos é o acolhimento no país, para que o peregrino faça uma experiência com a Igreja no Brasil. É também o desejo de preparar as dioceses brasileiras para a JMJ, mobilizando todo o país a entrar no tema proposto para a Jornada: Missão. Por isso, propõe-se uma experiência missionária, que conjugue o anúncio de Jesus Cristo e o serviço às pessoas. Uma proposta que não consta na programação, mas foi um pedido feito pelo Pontifício Conselho para os Leigos, é que sejam proporcionados aos jovens, durante a Semana Missionária, de forma paralela às atividades que serão realizadas, momentos do sacramento da reconciliação. Cada diocese deve pensar na melhor forma de preparar este momento ao longo da programação, dando oportunidade para aqueles que desejarem buscar o Sacramento", ressaltou.

O Manual de Instruções da Semana Missionária JMJ Rio2013 pode ser adquirido pelo site das Edições CNBB: www.edicoescnbb.com.br.
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Fonte: CNBB.