sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Os Falaciosos pressupostos da Teoria Queer


A palavra “queer”, em inglês, significa “diferente, esquisito, estranho, bizarro”. E os teóricos “queer” sustentam que a personalidade humana seria espontaneamente assim: “diferente, esquisita, estranha, bizarra”.

Assim como uma árvore “cresce” de modo errático, isto é, imprevisivelmente, sem um curso definido, anormativa, irregular, a não ser que seja “endireitada” por alguma trave que delineasse retilineamente seu curso, seus contornos, a personalidade humana seria também esdrúxula, não fosse uma trave que a enquadrasse em limites odiosamente deterministas: a heteronormatividade.

Heteronormatividade, para eles, é esta ideologia sexista que cataloga a identidade de acordo com a biologia dos corpos: se você nasce macho, é homem; se fêmea, mulher.

Contudo, ressignificada a trave, esvaziada de conteúdo a heteronormatividade, a humanidade poderia retornar à indefinição basal de sua própria identidade.

Daí o conceito de “gênero”, que serve como instrumento para a dessignificação de qualquer identidade. Precisaríamos reconquistar a indefinição. Esta seria a libertação perfeita, que nos alforraria das determinações e nos abriria para a verdade de que, no fundo, o normal é ser estranho, troncho; o normal é ser anormal.

O problema central desta argumentação é que esta repousa sobre um PRINCÍPIO FALSO DE COSMOLOGIA: a ideia de que a natureza seria ERRÁTICA. Nada mais absurdo!

Os entes naturais se movem não a esmo, mas de acordo com pautas muito bem determinadas, a partir de informações que possuem inconscientemente, dentro de si, programando-os de acordo com uma direcionalidade muito clara, estudável, teorizável. É para isso que existem as ciências naturais!

Assim, uma árvore não cresce “queer” simplesmente: é a interação de sua própria “fisiologia” com o ambiente em que se encontra que causa aquele crescimento. A árvore se “estica” em busca de luz e umidade, seus alimentos, e isso não é nada “queer”, é mega determinado.

Obviamente, a natureza humana não é vítima de um determinismo biológico, mas possui racionalidade; a pessoa é capaz de interpretar suas próprias inclinações naturais equacionando-as em vista do próprio bem humano integral, o que supõe a aceitação de si, das próprias determinações, não se as enxergando como limites detestáveis, mas como pauta nas quais escreve a própria biografia, livre, mas não aleatória e irresponsável.

Na verdade, a tal da “heteronormatividade” da qual dizem nos querer libertar, quando vista no arco de todo o desenvolvimento histórico, apresenta-se-nos como um dos fenômenos mais onipresentes e espontâneos que abraçam a totalidade das culturas humanas. Não surge diante de nós como uma “trave” artificial, um estorvo de que nos seria grato o livramento. Nestes termos, inexiste.

Antes, é esta “gêneronormatividade” que se nos quer impor como superestrutura (ou, para utilizar o ludíbrio deles, super-superestrutura) aniquiladora de nossa espontaneidade.

De fato, para que tanto ardil, se o “heteronormativo” é irreal?, para que tanto esforço de desconstrução ou ressignificação do que chamam de “binarismo”, se este é meramente ideológico, enganoso?…

A realidade é evidente: os teóricos de gênero são verdadeiros “ideólogos”, querem nos sufocar na indefinição, nos expropriar de nós mesmos. A “gêneronormatividade” é a trave que nos quer impedir de simplesmente e espontaneamente ser como somos há milênios, sem rótulos de “queer” ou “no queer”, simplesmente ser!

Daí, todas as absurdidades que eles atribuem à artificialidade do heteronormativo, inexistindo este, se imputam à gêneronormatividade: a produção de invisibilidades, de desigualdade, violência, opressão etc. Este é o abuso mais absurdo, o desrespeito soberano, o autoritarismo assassino, o totalitarismo mais estrangulador.

O ser humano, até hoje livre, em se tornando gêneronormativo, se comprimirá numa personalidade vazia, indefinida, incapaz de se conhecer, e, desconhecendo-se, ignorante do cosmos, da verdade, do bem, de Deus…



Padre José Eduardo

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