domingo, 7 de dezembro de 2014

Os dias de desvios de dinheiro no Vaticano acabaram


Recentemente, um jovem espanhol pediu-me que explicasse a natureza do trabalho que desempenho no Vaticano como prefeito da Secretaria para a Economia, bem como a situação econômica passada e presente da Santa Sé.

Por quê? Porque, como membro da Opus Dei e como estudante universitário de primeiro, ele queria ter condições de responder às perguntas de seus companheiros estudantes e defender a Igreja.

Um membro de uma delegação parlamentar britânica colocou a mesma questão de uma forma um pouco diferente: Por que as autoridades da Santa Sé permitiram que esta situação chegasse a este ponto, desconsiderando os padrões modernos contábeis, por tantas décadas?

Em minha resposta, comecei observando que esta pergunta era uma das primeiras que ocorreriam para nós, falantes de língua inglesa, mas que também era uma pergunta que bem poderia ser a última da lista para pessoas vindas de uma outra cultura, tal como a italiana.

Estes na Cúria estavam seguindo padrões há muito tempo estabelecidos. Assim como os reis haviam permitido a seus legisladores, príncipes e governadores uma liberdade de exercício quase completa para controlar as suas respectivas terras, desde que equilibrassem as contas, o mesmo fizeram os papas com os cardeais curiais (tal como eles ainda fazem com os seus bispos diocesanos).

Por causa do tamanho da comunidade católica, com cerca de três mil dioceses espalhadas por todos os continentes, o princípio de subsidiariedade – quer dizer, a gestão local da diocese e as finanças das ordens religiosas – é a única opção.

As responsabilidades da Secretaria para a Economia limitam-se à Santa Sé, ao Estado da Cidade do Vaticano e às quase 200 entidades diretamente subordinadas ao Vaticano. Mas alguns cardeais e bispos já se perguntaram, em voz alta, se o novo conjunto de procedimentos financeiros e planos de contabilidade, introduzidos em novembro neste ano no Vaticano, poderiam ser enviados às conferências episcopais nacionais para consideração e uso. Isso é algo para o futuro.

É importante ressaltar que o Vaticano não está quebrado. À parte dos fundos de pensão, que precisam ser fortalecidos para as demandas de 15 a 20 anos, a Santa Sé está com suas contas em dia, possuindo ativos e investimentos substanciais.

Na verdade, descobrimos que a situação está muito melhor do que parecia, porque algumas centenas de milhões de euros estavam escondidas em contas particulares e não apareciam nos balancetes. Uma outra questão, impossível de se responder, é se o Vaticano deva ter muito mais reservas. 

sábado, 6 de dezembro de 2014

A história da árvore de Natal: dos druidas à rainha Vitória


Eu tenho em casa uma árvore de Natal um tanto... eclética.

Dos seus ramos, pende uma variedade de enfeites que vão desde alguns que o meu marido fez quando era criança até outros que eu mesma fiz nos primeiros anos de casada, além de mais alguns que os nossos filhos foram acrescentando ao longo dos anos. E ainda há enfeites que ganhamos de presente e outros que compramos para comemorar ocasiões especiais. No meio de tudo isso, as luzes coloridas! Com o presépio embaixo e o anjo no topo, a cena está completa. Em muitos aspectos, esta árvore conta a história da nossa vida juntos. Ele jamais apareceria numa revista de decoração, é claro, mas eu aprendi a gostar muito da sua singularidade.

Ao refletir sobre o nosso símbolo familiar de Natal, eu me lembro, às vezes, de como surgiu a tradição das árvores de Natal dentro do cristianismo. Muito tempo atrás, alguns povos acreditavam que os ramos verdes afastavam os maus espíritos. Outros povos consideravam que o sol era um deus e achavam que o inverno acontecia porque o deus-sol ficava doente. Eles comemoravam o solstício de inverno porque, com os dias recomeçando a ficar mais longos, significava que o deus-sol estava melhorando. Os ramos verdes, assim, serviam como lembrete de que a primavera voltaria.

Segundo a tradição, São Bonifácio foi o primeiro a adaptar essas tradições ao cristianismo, no século VIII. Ele tentava converter os druidas, que adoravam árvores de carvalho como símbolos da divindade. Em vez do carvalho, ele começou a chamar a atenção para o abeto, cuja forma triangular ajudava a descrever a Santíssima Trindade e cujos ramos verdes apontam para o céu.

Credita-se a Martinho Lutero a popularidade da árvore de Natal na Alemanha. Numa noite de inverno, enquanto passeava e preparava um sermão, ele se impressionou a tal ponto com a beleza das estrelas que, ao voltar para casa, procurou recriar aquela beleza para a sua família, colocando pequenas velas nos ramos de uma árvore que tinha em casa. 

O que Francisco faria se renunciasse ao papado como Bento XVI?


Na primeira (e longa) entrevista que o papa Francisco concedeu a um meio de comunicação de Israel, ele abriu um pouco mais da sua vida pessoal, das suas frustrações e esperanças e da sua visão sobre o sacerdócio e o papado.

A entrevista foi realizada em partes, que, juntas, totalizaram 10 horas de conversa entre o papa e Henrique Cymerman, da Israel News. O jornalista ainda fez vários telefonemas ao papa: um deles logo após o ataque contra uma sinagoga de Jerusalém, no qual cinco pessoas foram mortas.

"Eu condeno com veemência qualquer tipo de violência em nome de Deus", disse Francisco ao jornalista. "Estou acompanhando a escalada preocupante da violência em Jerusalém e em outras comunidades da Terra Santa e rezo pelas vítimas e por todos os que sofrem com essa violência inaceitável, que não poupa nem os locais de culto. Do fundo do meu coração, eu exorto todas as partes envolvidas a renunciarem ao ódio e à violência e a trabalharem pela reconciliação e pela paz. É difícil construir a paz; mas viver sem paz é um pesadelo absoluto".

Refletindo sobre a sua visita deste ano à Terra Santa, viagem que, segundo ele, abriu os seus olhos para muitas coisas, Francisco revelou que estar na terra da Encarnação foi um momento de profundo impacto espiritual. “Quando eu experimento emoções fortes”, disse ele, “eu fico introvertido; e isso vai se intensificando aos poucos até ficar evidente para quem vê de fora”. 

Oração do advento: Estou te esperando


Senhor, estou te esperando...
Com uma mistura de esperança,
impaciência, inquietude e entusiasmo,
mas ao mesmo tempo misturados com certo medo
de que tudo continue igual,
de que nada mude na minha vida.

Continuo precisando te encontrar,
descobrir onde moras,
em que lugar te escondes,
onde buscar-te quando te perco.
Mas ao mesmo tempo sei que tu
me buscas em todo momento,
que buscas mil maneiras
de vir ao meu encontro.

Dá-me teus olhos para poder ver-te,
dá-me ouvidos de discípulo,
para poder escutar-te e seguir-te. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Testemunho do ex-pastor protestante Marcus Grodi: O que é a Verdade?


SOU UM EX-PASTOR protestante. Como muitos outros que trilharam o caminho que leva a Roma via o território conhecido como protestantismo, eu nunca imaginei que um dia me converteria ao catolicismo.

Pelo temperamento e treinamento, sou mais pastor que estudioso. Então minha história de conversão para a Igreja Católica talvez não tenha os detalhes técnicos nos quais teólogos trafegam e com os quais alguns leitores se encantam. Mas espero que eu consiga explicar de forma precisa por que fiz o que fiz, e por que acredito de todo o meu coração que todos os protestantes deveriam fazer o mesmo. Não irei me ater aos detalhes dos meus primeiros anos, limitando-me a dizer apenas que fui criado por pais maravilhosos em um lar protestante. Vivi a maioria das experiências da infância e da adolescência de um típico “baby-boomer” (geração nascida entre 1946 e 1963).

Fui ensinado a amar Jesus e ir para igreja no domingo. Cometia também a maioria dos erros tolos que outras crianças da minha geração cometiam. Mas, depois de um período de rebeldia da adolescência, quando tinha 20 anos de idade, experimentei uma reconversão radical para Jesus Cristo. Mudei minha atenção, que estava até então voltada às seduções do mundo, para me tornar uma pessoa seriamente dedicada às orações e ao estudo da Bíblia. 

Como jovem adulto, renovei meu compromisso com Cristo, aceitando-O como meu Senhor e Salvador, orando para que Ele pudesse me ajudar a realizar a missão em vida que Ele havia escolhido para mim. Quanto mais eu procurava orar e estudar para seguir Jesus e moldar minha vida para Ele, mais eu sentia o desejo ardente de dedicar minha vida totalmente para servi-Lo. Gradualmente, de forma semelhante aos primeiros raios do sol que preenchem o horizonte escuro, a convicção de que o Senhor estava me chamando para me tornar pastor começou a surgir.

Essa convicção aumentava continuamente enquanto eu estava na faculdade e em seguida durante meu trabalho como engenheiro. Até que finalmente não pude mais ignorar o chamado. Eu estava convencido de que o Senhor queria que eu me tornasse um pastor, então deixei meu emprego e me matriculei no seminário teológico de Gordon-Conwell, nos arredores de Boston. Formei-me em Teologia e logo em seguida fui ordenado ministro protestante. Meu filho de seis anos de idade, Jon-Marc, recentemente memorizou o juramento de Lobinho (fase iniciante para se tornar escoteiro), que diz: “Eu ..... prometo fazer o meu melhor para realizar o meu dever para com Deus e para com meu país”. Essa promessa séria na juventude mais nitidamente expressa a importância da minha razão de desistir da minha carreira de engenheiro para servir, com essa atitude de abandono, inteiramente ao Senhor, exercendo o ministério em tempo integral.

Assumi meus deveres como pastor com seriedade, e queria executá-los corretamente e fielmente. Então, quando estivesse no final da minha vida, face a Face com Deus, eu poderia escutá-Lo dizer estas palavras muito importantes: “Muito bem, bom e fiel servidor” (Mt 25,21). Exercendo essa prazerosa vida de pastor protestante, sentia-me feliz e em paz comigo e com Deus. – Finalmente senti que havia chegado ao fim de uma jornada.

Nota Pastoral em relação a alguns erros litúrgicos

DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER
PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)

Aos senhores padres da Diocese de Frederico Westphalen, bem como aos seminaristas e religiosos e religiosas, e a todo o povo fiel desta Diocese.

Paz e Benção no Senhor.

Como está estabelecido pela Instrução “Redemptionis Sacramentum”, na esteira dos documentos oficiais do Concílio Ecumênico Vaticano II bem como de todos os demais documentos de aplicação do mesmo Concílio Ecumênico, o Bispo diocesano é o moderador, promotor e custódio de toda a vida litúrgica. A ele corresponde dar normas obrigatórias para todos sobre matéria litúrgica, regular, dirigir, estimular e algumas vezes também repreender. Compete pois, ao Bispo diocesano, o direito e o dever de visitar e vigiar a liturgia nas igrejas e oratórios situados em seu território, também aqueles que sejam fundados ou dirigidos pelos citados institutos religiosos, se os fiéis recorrem a eles de forma habitual.

Tendo em vista alguns erros e abusos verificados em nossa Diocese, naturalmente por descuido, venho recordar, de forma pontual, algumas questões.

1. Na Celebração da Sagrada Eucaristia, bem como dos demais sacramentos, os ministros sagrados usem sempre as vestes litúrgicas próprias para a dignidade do Mistério que celebram. Para a celebração da Santa Missa, “Salvo indicação em contrário, a veste própria do sacerdote celebrante, para a Missa e outras ações sagradas diretamente ligadas com a Missa, é a casula ou planeta, que se veste sobre a alva e a estola. Do mesmo modo, o Sacerdote que, segundo as rubricas, veste a casula não deixe de colocar também a estola. Todos os Ordinários velarão para que se elimine qualquer uso contrário”. (Instrução Geral sobre o Missal Romano, n. 123). Portanto, está determinantemente proibido que se celebre a Santa Missa sem os paramentos prescritos pela Igreja, aceitando-se, no caso do Brasil como indulto, o uso da túnica com a estola na cor do dia.

2. “Nas celebrações litúrgicas, limite-se cada um, ministro ou simples fiel, exercendo o seu ofício, a fazer tudo e só o que é de sua competência, segundo a natureza do rito e as leis litúrgicas” (n. 28, CONSTITUIÇÃO CONCILIAR SACROSANCTUM CONCILIUM SOBRE A SAGRADA LITURGIA), e como ensina a “Instrução Geral sobre o Missal Romano”, n. 5, “Com efeito, a celebração da Eucaristia é uma ação de toda a Igreja, onde cada um deve fazer tudo e só o que lhe compete, segundo o lugar que ocupa no Povo de Deus”. Assim sendo, não é permitido que nas Celebrações Litúrgicas, especialmente na Celebração da Santa Missa, alguém que não seja ministro ordenado, sacerdote ou diácono, proclame o Santo Evangelho. Mesmo os seminaristas instituídos como Leitores e Acólitos, bem como os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística, bem como religiosos não ordenados e religiosas não podem proclamar o Santo Evangelho nas Celebrações Litúrgicas dos Sacramentos, especialmente na Santa Missa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ativistas do Femen atacaram com cassetetes um presépio montado no centro do Grand Place, em Bruxelas.


Duas mulheres grupo radical totalitário pularam a pequena cerca de metal em torno do Belém e começou a bater nas imagens de Maria e José. Ao mesmo tempo, eles exibiram uma bandeira com uma frase ofensiva que supõe ser um protesto contra as medidas de austeridade orçamental do governo belga.

As duas mulheres finalmente pegaram as figuras de Belém, incluindo o Menino Jesus, e lançaram-nas há vários metros antes de serem presas. 

Porque o Patriarca de Constantinopla não quis dar a bênção ao Papa Francisco



Um pedido inaudito

Foi por timidez? Relutância? Não. Sem dúvida nenhuma, o Patriarca Bartolomeu foi pego de surpresa com o pedido. Ele é inaudito: uma maneira para o sucessor de Roma, quase mil anos depois do grande cisma de 1054, significar que ele se recusa a colocar-se acima das outras Igrejas cristãs e de considerar que a Igreja católica sozinha detém a Verdade. Isso lembra o gesto imprevisto, em 1975, do Papa Paulo VI ajoelhando-se diante do metropolita Meliton, enviado do Patriarca Dimitrios, para beijar-lhe os pés.

A incompreensão do poderoso Patriarca de Moscou

Portanto, nesse sábado, 29 de novembro, o Patriarca Bartolomeu não hesitou por um segundo: não podia responder positivamente ao pedido da bênção. O gesto teria ido longe demais em relação aos outros patriarcas ortodoxos, mais hostis a Roma, e teria provocado especialmente a ira e a incompreensão do poderoso patriarca de Moscou. Já a condenação do conflito ucraniano, na declaração comum de Bartolomeu e Francisco, fez ranger os dentes do lado da capital russa...

Ruptura com a Dominus Iesus

Gesto inútil? Não, porque ele resume, por si só, a concepção de ecumenismo desenvolvido pelo Papa Francisco em um discurso fundamental, no domingo, durante a liturgia comum. Um texto que abre uma nova etapa no diálogo ecumênico, 14 anos após a declaração Dominus Iesus do cardeal Ratzinger.

Desejando acabar com uma aproximação estritamente teológica, o Papa Francisco definiu, com efeito, o que ele quis dizer com o primado de Pedro, ponto de tropeço entre a Igreja católica e as Igrejas ortodoxas, com duas palavras: nem submissão, nem absorção.

Por que dá medo um Papa que fala mais dos homens do que de Deus?


O papa Francisco começa a ser cada vez menos amado por algumas hierarquias da Igreja do que pelas pessoas. Ele gosta menos de muitos devotos do que da caravana humana dos que sofrem. Os burocratas da Igreja o acusam entre dentes de que fala pouco de Deus e muito dos homens, sobretudo dos mais marginalizados pela sociedade.

É um Papa que cita pouco as encíclicas. Para ele bastam as poucas páginas dos evangelhos que estão mais povoadas de histórias de marginalização e dor do que glorificações divinas.

O profeta judeu que deu origem ao cristianismo se interessava mais, como Francisco, pelos diferentes, os desprovidos pelo poder e pela Igreja, do que pelos deuses e os anjos. Era severo com as hipocrisias do templo e condescendente com prostitutas, adúlteras e pecadores.

Não foi um profeta revolucionário, como Francisco também não é. Simplesmente não suportava a dor injusta infligida pelo poder aos que não se ajoelhavam diante dele ou não tinham voz nem voto na sociedade.

Francisco é acusado pelos seus de se interessar mais pelo drama dos homossexuais, das crianças violentadas por padres e bispos, pela união das diversas confissões religiosas ou pelos problemas terrenos, como o terrorismo ou as guerras, do que pelos dogmas e pela conversão dos infiéis.

Uma certa Igreja começa a criticá-lo, como Pablo Ordaz informou neste jornal, para que olhe mais para Deus do que para o mundo. Tentaram classificá-lo politicamente (de esquerda?) e ele sorri. “Eu sou do partido do Evangelho”, respondeu para um rabino argentino que se interessava por suas preferências políticas.

Francisco voltou a lembrar tal fato para os jornalistas durante sua última viagem para a Turquia.

E é preciso lembrar que nos evangelhos, o profeta judeu chama o tirano Herodes de “raposa”; chama de hipócritas e manipuladores os sacerdotes que haviam transformado o templo em um “covil de ladrões”.

Igreja Católica ganha novo santuário em Cachoeira Paulista, SP



A Igreja Católica ganhará um novo templo no Vale do Paraíba. Construído pela Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP), o Santuário do Pai das Misericórdias será inaugurado nesta sexta-feira (5) com uma missa especial e terá capacidade para receber pouco mais de cinco mil fiéis.

O templo, com área aproximada de sete mil metros quadrados, começou a ser construído em 2008 e deverá receber celebrações de missas e eventos organizados pela comunidade religiosa. A estrutura da obra tem formato de uma mão, fazendo alusão ao cuidado e ao auxílio de Deus com os fiéis.

Dentro do Santuário, uma capela de adoração vai abrigar um relicário com uma gota de sangue do Papa João Paulo II, enviado pelo Vaticano à comunidade. O local ainda contará com a imagem de Nossa Senhora da Piedade, mais conhecida como Pietá, uma das obras de arte mais famosas feita pelo artista Michelangelo.

Censura ou problema técnico? Jogador de futebol americano cortado na TV ao vivo ao falar de Jesus Cristo.


As redes sociais e diversos meios de comunicação criticaram a rede de notícias CNN por cortar ao vivo -alegando um problema técnico- uma entrevista com o jogador de futebol americano Benjamin Watson, que estava falando sobre Jesus Cristo.

Benjamin Watson, o craque dos New Orleans Saints na NFL (Liga de Futebol Americano Nacional), concedeu no dia 28 de novembro uma entrevista ao vivo à apresentadora Brooke Baldwin na CNN sobre os protestos violentos em Ferguson e uma publicação que fez em sua página do Facebook sobre o tema do racismo.

Watson estava explicando para Baldwin que a salvação para o “pecado” que está por trás do racismo e dos protestos em Ferguson, Missouri (Estados Unidos) é “o Evangelho”.

“A única forma de realmente curar o que está no interior é entender que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados”, disse Watson alguns segundos antes da comunicação ter sido cortada.

“Do nada nós perdemos o contato com ele", essa foi a explicação dada por Baldwin para o corte inesperado da entrevista.

Milhares de torcedores e fãs do futebol pedem que o Real Madri não tire a cruz do seu símbolo

Assim será o escudo nos países de maioria muçulmana

Cerca de 2 mil pessoas pediram ao presidente do Real Madri, Florentino Pérez, que não retire a cruz do escudo do clube de futebol espanhol que é considerado o mais importante do mundo.

A pequena cruz que estava na parte superior da coroa presente no escudo foi eliminada para evitar “ferir a suscetibilidade dos investidores dos Emirados Árabes Unidos”, entre eles, o Banco Nacional de Abu Dhabi, que será um novo patrocinador da equipe.

A associação Enraizados enviou uma petição de mais de 2 mil pessoas ao clube de futebol para que volte atrás em sua decisão e não modifique desta maneira o escudo da equipe.

Faz dois anos aconteceu uma situação parecida na qual o Real Madri também eliminou a cruz ao apresentar o Real Madri Resort Island, um parque temático da equipe na ilha Marjan, nos Emirados Árabes Unidos.

O projeto estava estimado em um trilhão de dólares, mas atualmente está parado por falta de recursos. 

Nota do bispo da Diocese de Marília sobre transferência do padre Wilson Ramos.


“'Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir. Se uma casa se dividir contra si mesma, igualmente, não conseguirá manter-se firme' (Mc 3,24).

Caros Irmãos e Irmãs,
Que a paz de Jesus Cristo esteja presente em seu coração e na sua família!


Na manhã do dia 28 de novembro, mais exatamente às 10h30, na Cúria Diocesana, estive reunido com o Pe. Wilson Luis Ramos, com o Cônego João Carlos Batista, Vigário Geral da Diocese e com o Pe. Maurício Pereira Sevilha, Chanceler. Procurei esclarecer ao Pe. Wilson sobre o resultado do Relatório da Audiência com a Paróquia Santo Antônio de Pádua de Adamantina, ocorrido no dia 14 de outubro das 08h15 às 16h45 na Casa Pastoral Dom Osvaldo Giuntini, na presença do Pe. Orandi da Silva, Vigário Episcopal da Região Pastoral II e do Pe. Marcos Cesário da Silva, membro do Conselho de Presbíteros da Diocese. Apresentei ao Pe. Wilson o resultado da Audiência e também vários e-mails e mensagens que me foram enviados. 

Este resultado apresenta uma Paróquia dividida, com ‘grave prejuízo ou perturbação à comunidade eclesial’ (Código de Direito Canônico, Cânone 1741). Diante desta realidade, orientei o Pe. Wilson para que entregasse a Paróquia, no que Ele, gozando de sua liberdade e consciência, a entregou. Espero que esta decisão contribua para que se estabeleça entre nós o Ano da Paz, que deverá ser inaugurado no próximo dia 30 de novembro, por iniciativa da CNBB. Não consigo enxergar, nesta situação, nem vencedores e nem vencidos, apenas pessoas que amam a Jesus Cristo e à sua Igreja e querem trabalhar pelo crescimento do Reino de Deus. Confesso que tenho recebido e recebi várias mensagens e testemunhos pró e contra o trabalho do Pe. Wilson, o que vem confirmando a divisão interna da Paróquia. Tenho rezado e pretendo continuar rezando para que, pela intercessão do Glorioso Santo Antônio, possamos caminhar juntos e evangelizar. A todos concedo a minha bênção”.

Dom Luiz Antonio Cipolini
Bispo da Diocese de Marília

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Liberdade de ex-núncio acusado de pedofilia limitada ao Vaticano


Terminou o período da prisão preventiva do ex-núncio apostólico na República Dominicana, o polonês Józef Wesolowski, a quem foi aplicada a pena canônica a divinis que o fez tornar ao estado laical. Contudo, sua mobilidade continua restrita ao território do Estado da Cidade do Vaticano e as comunicações externas estão limitadas.

É o que informou na manhã desta quarta-feira, 03/12, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e diretor da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi. O ex-núncio, acusado de abuso de menores e posse de material pedopornográfico, já foi interrogado uma vez pelas autoridades vaticanas e aguarda a abertura do processo penal.

Bento XVI corrige um texto de 1972 para reafirmar a impossibilidade de dar a comunhão a divorciados que voltaram a casar


O cardeal Kasper costuma mencionar o artigo do Papa Bento XVI de 1972, em que o então cardeal Ratzinger defendeu a comunhão para divorciados que se casaram novamente. Mas agora foi feita uma edição das obras do Papa Bento XVI, e ele resolveu editar este artigo e mudar esta conclusão, retirando as palavras usadas por Kasper e defendendo no lugar um aprimoramento do processo de anulação de casamento.

Em 1972, o cardeal Ratzinger dizia que o casamento era sim indissolúvel, mas se um segundo casamento por um longo período fosse para engradecimento moral e elevação da fé talvez pudesse ser admitido que recebesse a comunhão. Agora, o Papa Bento XVI mudou todo este argumento ressaltando a indissolubilidade do casamento e afastando a hipótese de comunhão de divorciados que se casaram novamente. 

Catequese do Papa Francisco sobre sua viagem à Turquia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia. Mas, não parece tanto um dom dia, é um pouco ruim… Mas vocês são corajosos e, para um dia ruim, uma boa face, e vamos adiante!

Esta audiência se desenvolve em dois lugares diversos, como fazemos quando chove: aqui na praça e depois há alguns doentes na Sala Paulo VI. Eu já os encontrei, já os saudei e eles seguem a audiência por meio de um telão, porque estão doentes e não podem vir debaixo de chuva. Saudemos todos eles com um aplauso.

Hoje quero partilhar com vocês algumas coisas da minha peregrinação à Turquia de sexta-feira passada a domingo. Como havia pedido para prepará-la e acompanhá-la com a oração, agora vos convido a dar graças ao Senhor por sua realização e para que possa dar frutos de diálogo seja nas nossas relações com os irmãos ortodoxos, seja com os muçulmanos, seja no caminho rumo à paz entre os povos. Sinto, em primeiro lugar, dever renovar a expressão do meu reconhecimento ao presidente da república turca, ao primeiro-ministro, ao presidente para os Assuntos Religiosos e a outras autoridades, que me acolheram com respeito e garantiram a boa ordem dos eventos. Isto requer trabalho e eles fizeram isto de bom grado. Agradeço fraternalmente aos bispos da Igreja católica na Turquia, ao presidente da conferência episcopal, tão bom, e agradeço pelo empenho às comunidades católicas, bem como agradeço ao Patriarca Ecumênico, Sua Santidade Bartolomeu I pelo cordial acolhimento. O beato Paulo VI e São João Paulo II, que foram ambos à Turquia, e São João XXIII, que foi Delegado Apostólico naquela nação, protegeram do céu a minha peregrinação, ocorrida oito anos depois daquela do meu predecessor, Bento XVI. Aquela terra é querida por todo cristão, especialmente por ter sido o local de nascimento do apóstolo Paulo, por ter sediado os primeiros sete Concílios e pela presença, próximo a Éfeso, da “casa de Maria”. A tradição nos diz que ali viveu Nossa Senhora, depois da vinda do Espírito Santo.

Desculpe-me, mas a cobertura da mídia dada ao Papa Francisco é um lixo


É oficial: a mídia chutou o balde na sua cobertura dada ao Papa Francisco.

A notícia muito difundida nos últimos dois dias é apenas mais um exemplo disso. Quase toda banca de jornal, grande ou pequena, colocou em destaque as manchetes com o nome do Papa dizendo que ele finalmente firmou o lado em que a Igreja Católica está no debate entre criacionismo e evolucionismo. Mas qual é o problema? Em quase todos os casos, foi veiculada uma notícia equivocada, comprovando mais uma vez que a grande mídia não tem praticamente nenhum conhecimento a respeito da Igreja. E essa loucura parece não dar sinais de um dia chegar ao fim.

O verdadeiro papel do Papa Francisco nesse caso foi pequeno. Ele falou, como é de costume, para a academia pontifícia de ciências na segunda-feira, 27 de outubro, a qual se reuniu para discutir o tema “tópicos evolutivos na ciência”, e apenas afirmou o que a Igreja tem ensinado há décadas. O que ele disse foi: “Deus não é uma criatura divina ou um mago, mas o Criador que trouxe todas as coisas à vida. A evolução na natureza não é inconsistente com a noção da criação, pois a evolução requer a criação dos seres que evoluem”.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

E o Capitalismo?


Os documentos do Magistério da Igreja já condenaram inúmeras vezes o projeto marxista para a sociedade. Qual é, então, a proposta da Igreja? O único caminho é o capitalismo e o projeto neoliberal?

A princípio, é importante explicar brevemente quais as forças ideológicas que têm conduzido o mundo nos últimos anos. Em primeiro lugar, há o liberalismo – hoje também chamado de neoliberalismo –, que defende, em resumo, o livre mercado e a não intervenção do Estado na economia. Há também o socialismo, tal como concebido por Karl Marx, para o qual o liberalismo, na marcha da história, oprimiria de tal modo os trabalhadores, que esses se revoltariam, abolindo, por fim, o mercado e a propriedade privada. Uma vez errada essa previsão, o pensamento marxista se dividiu em duas correntes: o leninismo, que propõe a mesma revolução pelo uso da força; e a guerra cultural, que defende uma transformação da cultura e o controle do Estado sobre o mercado. O nacional-socialismo, que é uma espécie de socialismo com tons messiânicos, está temporariamente desativado.

Em todas essas opções reside um erro fundamental: seja liberalismo, seja socialismo, todos esses sistemas estão excessivamente preocupados com a economia, como se ela fosse a realidade mais importante de uma sociedade. O Catecismo da Igreja Católica é bem claro a esse respeito, quando explica que “todo sistema segundo o qual as relações sociais seriam inteiramente determinadas pelos fatores econômicos é contrário à natureza da pessoa humana e de seus atos” [1]. Por outro lado, a Doutrina Social da Igreja não adota um sistema específico ou um “misto”, por assim dizer, entre o liberalismo e o socialismo. O que ela propõe é uma realidade de “outra” ordem, para além da mentalidade materialista predominante hoje.

Mas, antes de explicar o que ensina a Doutrina Social da Igreja, importa entender como a sociedade foi historicamente se centralizando em torno da economia. Tudo começou na Inglaterra, com o advento do moderno sistema bancário. Com o Banco Central financiando diretamente o crescimento das indústrias, iniciou-se uma produção em massa de riquezas, que criou a ilusão de que tudo se explica em torno do dinheiro. Karl Marx, ao invés de desmontar essa mentira, aceitou a premissa liberal – basta pensar na ideia que fazia de “infraestrutura” – e, a partir dela, construiu o seu pensamento. Os Estados Unidos, embora seja considerado o “berço” do capitalismo liberal, começou como uma sociedade agrária e pré-industrial e não foi edificado na obsessão do dinheiro. Pelo menos na sua fundação – hoje, as coisas são diferentes –, o que importavam eram as “virtudes cívicas” – relacionadas à busca do bem comum –, expostas principalmente na obra “O Espírito das Leis”, de Montesquieu. Em relação ao que propõe a Doutrina Social da Igreja, essa situação já é decadente, mas, comparada à obsessão econômica que começaria na Revolução Industrial, trata-se de algo melhor.

O Pe. Fábio de Melo e a oração AOS santos

A leitora Bianca, protestante, nos escreveu nos acusando de idolatria (puxa, que coisa inusitada, né?) e tentou usar alguns vídeos do padre Fábio de Melo para sapatear em cima da fé católica.



Na verdade, Bianca, todo católico deve concordar plenamente com essa afirmação do Padre Fábio: “Nós não podemos viver uma devoção mariana que nos aparte de Jesus. Que toda devoção mariana só tem sentido se nos apontar para o Cristo, se ela nos fazer conhecer o coração de Jesus”. Está claro nos vídeos que o padre aprova a devoção mariana, e critica tão somente os seus exageros e desvirtuações.

O Padre Fábio foi muito incisivo em sua denúncia, mas também foi muito pouco claro. Afinal, que exageros seriam esses? Ele cita vagamente que o “cristianismo sendo reduzido a medalhinhas”, “a teologia sendo substituída por devoções vazias”, “a devoção mariana sendo excessivamente colocada”… Exemplos mais concretos ajudariam, mas infelizmente ele deixa as coisas meio no ar.

Bem, vou tentar analisar esses vídeos, dentro dessas limitações.

O “cristianismo sendo reduzido a medalhinhas”

Medalhas de santos são instrumentos humildes, mas eficazes para a edificação espiritual (pode chiar a crentaiada e os católicos soberbos, que fazem pouco das devoções simples e populares). Nossa Senhora das Graças apareceu a Santa Catarina de Labourè em Paris, e mandou que fosse cunhada a Medalha Milagrosa. Por meio dessa devoção, muitos curas foram operadas, muitos incrédulos abraçaram a fé e tantas outras graças foram alcançadas.

Assim, espero que ao citar o tal “cristianismo sendo reduzido a medalhinhas” o padre Fábio não tenha pretendido, de modo algum, desprezar a piedosa prática de muitos fiéis, que levam consigo uma medalha de um santo, desejando assim a bênção e a proteção do Céu.

Creio que o Padre Fábio esteja, muito justamente, alertando aqueles que adotam somente a devoção externa – o uso e apreço pelas medalhas –, sem, porém, realizar a necessária devoção interior (não são buscam ser cristãos de verdade em sua consciência e atitudes cotidianas). Eles se apegam a devoções exteriores, mas não se aplicam em imitar as virtudes dos santos.

domingo, 30 de novembro de 2014

Abusos na Liturgia: Luiz Gonzaga e a "Missa do Vaqueiro".


Às vezes o ditado que diz que “quanto mais se reza, mais assombração aparece”, parece ser real. Recentemente no largo de uma paróquia em São Luís do Maranhão, foi construído um “palco” para realização de eventos como missa campais, shows, etc, eventos que reunissem grande número de fiéis, uma vez que o largo fica na frente da Igreja. Aí quando me deparo com o seguinte aviso: No dia 02 haverá Missa e Show em memória de Luís Gonzaga, o Rei do Baião. Imediatamente me veio tantas perguntas na cabeça, tais como: Luís Gonzaga? Missa Campal? Rei do Baião? Será um santo? Pra que isso tudo? Que referencial tem ele para a fé cristã, uma vez que Luiz Gonzaga era maçom e foi iniciado na Loja Paranapuan, na Ilha do Governador, em 3 de abril de 1971? Tantos santos importantes e não recebem missa campal, tantas pessoas precisando de padres para celebrar sacramentos e sacramentais, receber visitas e, por vezes, recebem um “não tenho tempo”. Enfim, a única certeza que me veio à cabeça é a de que se trata de mais um abuso litúrgico que reduz a fé cristã a um espetáculo. Pois bem, uma vez já tendo esta certeza, fui procurar na internet o que é essa tal “idolatria à personalidade”, como diria o Papa Francisco.

Pelo que pesquisei, essa missa de Luiz Gonzaga trata-se apenas de mais um dos abusos já relatados aqui neste blog em outras ocasiões e é conhecida como “Missa do Vaqueiro” (o que apesar de soar nordestino, não tem nada haver com a realidade da capital maranhense). Esta celebração foi criada por Luiz Gonzaga e por um padre chamado João Câncio dos Santos, e foi realizada pela primeira vez no dia 18 de julho de 1971 no Sítio Lages onde o corpo de um tal de Raimundo Jacó que era um primo vaqueiro do Luiz Gonzaga foi encontrado, pois foi assassinado por um amigo de trabalho. Desde então, anualmente, no terceiro domingo de julho, vaqueiros de todo o Nordeste se encontram e realizam tal evento.

Dois anos após a primeira missa, em 1973, Luiz Gonzaga e o Padre João Câncio construíram a estátua de Raimundo Jacó exatamente no local onde o vaqueiro foi morto. E assim, durante muitos anos, o momento era composto apenas pela missa religiosa, celebrada em frente ao monumento. As músicas entoadas na liturgia são todas de autoria do “Doutor do Baião”, Janduhy Finizola, como Gonzaga o chamava (observem que não são músicas litúrgicas).

Um ano depois, em 1974, a dupla inaugurou o Parque Nacional do Vaqueiro, hoje de propriedade da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de então, a cerimônia religiosa passou a ser um dos principais eventos do calendário turístico de Pernambuco e a principal atividade econômica de Serrita.

A celebração se assemelha aos rituais católicos, (parece, mas não é!), mas com alguns toques especiais que caracterizam o espetáculo: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo. Mais de 1,5 mil vaqueiros participam da liturgia. Sobre a quantidade de visitantes, o número ultrapassa 60 mil pessoas.

Declaração Conjunta do Papa Francisco e do Patriarca Bartolomeu

Viagem do Papa Francisco à Turquia
Declaração Conjunta do Papa Francisco 
e do Patriarca Bartolomeu I
Domingo, 30 de novembro de 2014


Nós, Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, expressamos a nossa profunda gratidão a Deus pelo dom deste novo encontro, que nos permite celebrar juntos a Festa de São André, o primeiro-chamado e irmão do apóstolo Pedro, na presença dos membros do Santo Sínodo, do clero e dos fiéis do Patriarcado Ecumênico. A nossa recordação dos Apóstolos, que proclamaram ao mundo a feliz notícia do Evangelho através da sua pregação e do testemunho do martírio, revigora em nós o desejo de continuar a caminhar juntos a fim de superarmos, com amor e confiança, os obstáculos que nos dividem.

Por ocasião do encontro de Maio passado em Jerusalém, no qual recordamos o abraço histórico entre os nossos venerados predecessores Paulo VI e Patriarca Ecumênico Atenágoras, assinamos uma declaração conjunta. Hoje, na feliz ocasião de um novo encontro fraterno, queremos reafirmar, juntos, as nossas intenções e preocupações comuns.

Expressamos a nossa intenção sincera e firme de, em obediência à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, intensificar os nossos esforços pela promoção da unidade plena entre todos os cristãos, e sobretudo entre católicos e ortodoxos. Além disso, queremos apoiar o diálogo teológico promovido pela Comissão Mista Internacional – instituída, exatamente há 35 anos, pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios e o Papa João Paulo II aqui, no Fanar –, a qual se encontra atualmente a tratar das questões mais difíceis que marcaram a história da nossa divisão e que requerem um estudo cuidadoso e profundo. Por esta finalidade, asseguramos a nossa oração fervorosa como Pastores da Igreja, pedindo aos fiéis que se unam a nós na imploração comum para que «todos sejam um só (…) para que o mundo creia» (Jo 17, 21). 

Discurso do Papa na Divina Liturgia na Turquia


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge
Domingo, 30 de novembro de 2014


Muitas vezes, como arcebispo de Buenos Aires, participei na Divina Liturgia das comunidades ortodoxas presentes naquela cidade, mas poder encontrar-me hoje nesta Igreja Patriarcal de São Jorge para a celebração do Santo Apóstolo André, o primeiro chamado e irmão de São Pedro, patrono do Patriarcado Ecuménico, é verdadeiramente uma graça singular que o Senhor me dá.

Encontrar-nos, olhar o rosto um do outro, trocar o abraço de paz, rezar um pelo outro são dimensões essenciais do caminho para o restabelecimento da plena comunhão para a qual tendemos. Tudo isto precede e acompanha constantemente a outra dimensão essencial do referido caminho que é o diálogo teológico. Um autêntico diálogo é sempre um encontro entre pessoas com um nome, um rosto, uma história, e não apenas um confronto de ideias.

Isto vale sobretudo para nós, cristãos, porque, para nós, a verdade é a pessoa de Jesus Cristo. O exemplo de Santo André – que, juntamente com outro discípulo, acolheu o convite do Divino Mestre: «Vinde e vereis» e «ficaram com Ele nesse dia» (Jo 1, 39) – mostra-nos claramente que a vida cristã é uma experiência pessoal, um encontro transformador com Aquele que nos ama e nos quer salvar. Também o anúncio cristão se difunde graças a pessoas que, apaixonadas por Cristo, não podem deixar de transmitir a alegria de serem amadas e salvas. Aqui, mais uma vez, é esclarecedor o exemplo do Apóstolo André. Depois de ter seguido Jesus até onde habitava e ter-se demorado com Ele, «encontrou primeiro o seu irmão Simão e disse-lhe: “Encontrámos o Messias!” – que quer dizer Cristo. E levou-o até Jesus» (Jo 1, 40-42). Fica, assim, claro que nem sequer o diálogo entre cristãos pode subtrair-se a esta lógica do encontro pessoal.

Discurso do Papa na Oração Ecumênica com Bartolomeu I


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Oração Ecumênica na Sede do 
Patriarcado Ecumênico de Constantinopla
Sábado, 29 de novembro de 2014

Santidade, Irmão bem-amado!

A noite traz sempre consigo um sentimento misto de gratidão pelo dia vivido e de entrega trepidante à vista da noite que cai. Nesta noite, o meu espírito transborda de gratidão a Deus, que me concede estar aqui para rezar juntamente com Vossa Santidade e com esta Igreja irmã no final de um dia intenso de visita apostólica; e simultaneamente o meu espírito vive a expectativa do dia que liturgicamente começámos: a festa de Santo André Apóstolo, que é o Patrono desta Igreja.

Através das palavras do profeta Zacarias, o Senhor deu-nos mais uma vez, nesta oração vespertina, o fundamento que está na base da nossa tensão entre um hoje e um amanhã, a rocha firme sobre a qual podemos mover juntos os nossos passos com alegria e esperança; este alicerce rochoso é a promessa do Senhor: «Eis que eu salvo o meu povo do Oriente e do Ocidente (…) na fidelidade e justiça» (Zc 8, 7.8).

Sim, venerado e querido Irmão Bartolomeu, ao mesmo tempo que lhe exprimo o meu sincero «obrigado» pelo seu acolhimento fraterno, sinto que a nossa alegria é maior porque a fonte está mais além, não está em nós, não está no nosso compromisso e nos nossos esforços – que também existem, como de dever –, mas está na comum entrega à fidelidade de Deus, que lança as bases para a reconstrução do seu templo que é a Igreja (cf. Zc 8, 9). «Está aqui a semente da paz» (Zc 8, 12); está aqui a semente da alegria. Aquela paz e aquela alegria que o mundo não pode dar, mas que o Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos e lha deu como Ressuscitado, no poder do Espírito Santo. 

Homilia do Papa na Catedral Santo Espírito, em Istambul


HOMILIA
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Missa na Catedral Santo Espírito
Sábado, 29 de novembro de 2014


No Evangelho, ao homem sedento de salvação, Jesus apresenta-Se como a fonte onde saciar a sede, a rocha da qual o Pai faz brotar rios de água viva para todos os que crêem n’Ele (cf. Jo 7, 38). Com esta profecia, proclamada publicamente em Jerusalém, Jesus preanuncia o dom do Espírito Santo que os seus discípulos hão-de receber após a sua glorificação, isto é, depois da sua morte e ressurreição (cf. v. 39).

O Espírito Santo é a alma da Igreja. Ele dá a vida, suscita os diversos carismas que enriquecem o povo de Deus e sobretudo cria a unidade entre os crentes: de muitos faz um único corpo, o corpo de Cristo. Toda a vida e missão da Igreja dependem do Espírito Santo; Ele tudo realiza.

A própria profissão de fé, como nos recorda São Paulo na primeira Leitura de hoje, só é possível porque sugerida pelo Espírito Santo: “Ninguém pode dizer: ‘Jesus é Senhor’, senão pelo Espírito Santo” (1 Cor 12, 3b). Quando rezamos, fazemo-lo porque o Espírito Santo suscita a oração no coração. Quando rompemos o círculo do nosso egoísmo, saímos de nós mesmos e nos aproximamos dos outros para encontrá-los, escutá-los, ajudá-los, foi o Espírito de Deus que nos impeliu. Quando descobrimos em nós uma capacidade inusual de perdoar, de amar a quem não gosta de nós, foi o Espírito que Se empossou de nós. Quando deixamos de lado as palavras de conveniência e nos dirigimos aos irmãos com aquela ternura que aquece o coração, fomos de certeza tocados pelo Espírito Santo.

É verdade! O Espírito Santo suscita os diversos carismas na Igreja; à primeira vista, isto parece criar desordem, mas na realidade, sob a sua guia, constitui uma imensa riqueza, porque o Espírito Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade. Só o Espírito Santo pode suscitar a diversidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade. Quando somos nós a querer fazer a diversidade e fechamo-nos nos nossos particularismos e exclusivismos, trazemos a divisão; e quando somos nós a querer fazer a unidade de acordo com os nossos projectos humanos, acabamos por trazer a uniformidade e a homologação. Se, pelo contrário, nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade não se tornam jamais conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja. 

Discurso do Papa no encontro com líder religioso muçulmano


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Visita ao presidente dos assuntos religiosos em Diyanet
Sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Senhor Presidente,
Autoridades religiosas e civis,
Senhoras e senhores!

É para mim motivo de alegria encontrar-vos hoje, durante a minha visita ao vosso país. Agradeço ao Senhor Presidente deste importante Departamento o cordial convite, que me dá ocasião de falar com líderes políticos e religiosos, muçulmanos e cristãos.

É tradição que os Papas, quando visitamos diversos países no desempenho da própria missão, encontrem também as autoridades e as comunidades de outras religiões. Sem esta abertura ao encontro e ao diálogo, uma visita papal não corresponderia plenamente às suas finalidades, tal como as entendo eu na esteira dos meus venerados Antecessores. Nesta perspectiva, recordo com prazer de modo especial o encontro que o Papa Bento XVI teve, neste mesmo local, em Novembro de 2006.

Na verdade, as boas relações e o diálogo entre líderes religiosos revestem-se de grande importância. Constituem uma mensagem clara dirigida às respectivas comunidades, manifestando que, apesar das diferenças, são possíveis o respeito mútuo e a amizade. Esta, além de ser um valor em si mesma, adquire significado especial e importância acrescida num tempo de crises como o nosso; crises que se tornam, em algumas áreas do mundo,verdadeiros dramas para populações inteiras.

Com efeito, há guerras que semeiam vítimas e destruições, tensões e conflitos interétnicos e inter-religiosos, fome e pobreza que afligem centenas de milhões de pessoas, danos ao meio ambiente, ao ar, à água, à terra.

Discurso do Papa no encontro com autoridades na Turquia


DISCURSO
Viagem do Papa Francisco à Turquia
Encontro com as Autoridades
Palácio Presidencial de Ancara
Sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Senhor Presidente,
Senhor Primeiro-Ministro,
Ilustres Autoridades
Senhoras e senhores!

Sinto-me feliz por visitar o vosso país, rico de belezas naturais e de história, repleto de vestígios de civilizações antigas e ponte natural entre dois continentes e entre diferentes expressões culturais. Esta terra é amada por todo o cristão por ser o berço de São Paulo, que fundou aqui diversas comunidades cristãs; por ter acolhido os primeiros sete Concílios da Igreja e pela presença, perto de Éfeso, daquela que uma veneranda tradição considera a «casa de Maria», o lugar onde a Mãe de Jesus viveu durante alguns anos, meta da devoção de muitos peregrinos vindos de todos os cantos do mundo, não só cristãos, mas também muçulmanos.

Todavia as razões da consideração e apreço pela Turquia não se acham unicamente no seu passado, nos seus monumentos antigos, mas encontram-se na vitalidade do seu presente, na laboriosidade e generosidade do seu povo, no seu papel no concerto das nações.

Para mim é motivo de alegria a oportunidade que me é dada de prosseguir convosco um diálogo de amizade, estima e respeito, na senda traçada pelos meus antecessores, o Beato Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI; diálogo esse, preparado e favorecido por sua vez pela acção do então Delegado Apostólico Mons. Ângelo José Roncalli, mais tarde São João XXIII, e pelo Concílio Vaticano II.

Precisamos de um diálogo que aprofunde o conhecimento e valorize, com discernimento, as inúmeras coisas que temos em comum e que nos permita, ao mesmo tempo, considerar com ânimo sábio e sereno as diferenças para podermos também aprender com elas.

É preciso levar por diante, com paciência, o compromisso de construir uma paz sólida, assente no respeito pelos direitos fundamentais e deveres ligados com a dignidade do homem. Por esta estrada, é possível superar os preconceitos e falsos temores, deixando, ao contrário, espaço à estima, ao encontro, ao desenvolvimento das melhores energias em proveito de todos.

Para isso, é fundamental que os cidadãos muçulmanos, judeus e cristãos – tanto nas disposições legais, como na sua efectiva actuação – gozem dos mesmos direitos e respeitem os mesmos deveres. Assim, hão-de mais facilmente reconhecer-se como irmãos e companheiros de viagem, afastando cada vez mais as incompreensões e favorecendo a colaboração e o acordo. A liberdade religiosa e a liberdade de expressão, eficazmente garantidas a todos, estimularão o florescimento da amizade, tornando-se um sinal eloquente de paz.