domingo, 25 de outubro de 2020

Brasil assina declaração internacional contra o aborto e a favor da família tradicional


Na quinta-feira, os Estados Unidos foram o anfitrião da cerimônia de assinatura da “Geneva Consensus Declaration” (Declaração de Consenso de Genebra), um documento histórico que rachaça a afirmação de que o aborto é um direito humano internacional.

"Hoje deixamos um marco claro; as agências da ONU não podem mais reinterpretar e interpretar erroneamente a linguagem acordada sem render contas”, disse o secretário de Serviços Humanos e de Saúde (HHS) dos Estados Unidos, Alex Azar, durante a cerimônia em 22 de outubro.

“Sem desculpas, afirmamos que os governos têm o direito soberano de fazer suas próprias leis para proteger a vida de inocentes e de redigir seus regulamentos sobre o aborto”, acrescentou Azar.

Disse também que, “ao assinar a declaração hoje, os Estados Unidos têm a honra de estar ao lado de Brasil, Egito, Hungria, Indonésia e Uganda, os co-patrocinadores inter-regionais da declaração”. Um total de 32 países assinaram a declaração, representando mais de 1,6 bilhão de pessoas.

Azar classificou a assinatura como o “ponto alto” de sua passagem pela chefia do departamento e assinalou que os países que ainda não assinaram o documento ainda podem fazê-lo.

“A Declaração de Consenso de Genebra é um documento histórico, que estabelece claramente nossa posição como nações sobre a saúde das mulheres, a família, a honra à vida e a defesa da soberania nacional”, disse Azar, classificando-a de “muito mais do que uma declaração de crenças”.

“É uma ferramenta crítica e útil para defender esses princípios em todos os organismos das Nações Unidas e em todos os entornos multilaterais, utilizando uma linguagem previamente acordada pelos estados membros desses organismos”, explicou.

A declaração foi escrita parcialmente em resposta a uma “tendência inquietante” nas Nações Unidas, disse.

“Cada vez mais, algumas nações ricas e agências da ONU em dívida com elas afirmam erroneamente que o aborto é um direito humano universal”, acrescentou.

Azar disse que essas políticas têm o efeito de obrigar os países a implementar leis de aborto “progressivas” ou enfrentar a perda de financiamento ou prestígio internacional. Acusou algumas nações de ter “um enfoque míope em uma agenda radical que é ofensiva para muitas culturas e inviabiliza o acordo sobre as prioridades de saúde das mulheres”.

A coalizão de países signatários “responsabilizará as organizações multilaterais”, explicou, ao denunciar essas organizações por “promoverem posições que jamais poderão obter consenso”.

“Declararemos inequivocamente que não existe um direito internacional ao aborto. Com orgulho, colocaremos a saúde da mulher em primeiro lugar em cada etapa da vida”, assinalou.

Papa Francisco criará 13 novos cardeais


O Papa Francisco anunciou neste domingo um novo Consistório para o dia 28 de novembro para a criação de 13 novos cardeais, quatro dos quais têm mais de 80 anos e, portanto, não participarão num eventual conclave. 

Dois dos novos cardeais pertencem à Cúria Romana: são o secretário do Sínodo dos Bispos, o maltês Mario Grech, e o italiano Marcello Semeraro, ex-bispo de Albano e novo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. A eles o Papa uniu seis pastores de Igrejas no mundo: o arcebispo de Kigali, Ruanda, Antoine Kambanda; o arcebispo de Washington, EUA, Wilton Gregory; o arcebispo de Capiz, Filipinas, José Fuerte Advincula; o arcebispo de Santiago, Chile, Celestino Aós Braco; o vigário apostólico de Brunei, Cornelius Sim; o arcebispo de Siena, Itália, Augusto Paolo Lojudice. Com eles o Papa nomeou também o atual Guardião do Sagrado Convento de Assis, o padre Mauro Gambetti.

Aos nove cardeais com menos de oitenta anos de idade, o Papa Francisco uniu também quatro novos cardeais com mais de oitenta anos. São eles: Felipe Arizmendi Esquivel, arcebispo emérito de San Cristóbal de Las Casas (México); o Núncio Apostólico Silvano Tomasi, ex-observador permanente nas Nações Unidas em Genebra, que depois trabalhou no Dicastério para o Desenvolvimento humano integral; o padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia e pároco do Divino Amor, padre Enrico Feroci.

Os cardeais usam a cor púrpura, o que indica a sua disponibilidade ao sacrifício “usque ad sanguinis effusionem”, até o derramamento de sangue, ao serviço do Sucessor de Pedro, e mesmo que residam nas regiões mais remotas do mundo tornam-se titulares de uma paróquia na Cidade Eterna porque estão incardinados na Igreja da qual o Papa é Bispo.

“Uniões civis para casais homossexuais? Sou leal ao papa, mas ele não está acima da palavra de Deus.”, diz Cardeal.


O cardeal Gerhard Ludwig Müller, 73 anos no fim de dezembro, teólogo e curador da opera omnia de Ratzinger, foi nomeado em 2012 por Bento XVI prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e permaneceu no cargo até 2017.

“Na Alemanha, com Bento, me diziam que eu era papista demais. Agora, me tornei um inimigo do papa! Uma coisa absurda para mim: sou católico, sacerdote, escrevi tantos livros sobre o primado do papa, sempre o defendi contra protestantes e liberais. Porém...”

Porém, eminência?

Porém, o papa não está acima da Palavra de Deus, que criou o ser humano homem e mulher, o matrimônio e a família. Sou cardeal e estou sempre do lado do papa, mas não sob todas as condições. Não é uma lealdade absoluta. A primeira lealdade é à Palavra de Deus. O papa é o Vigário de Cristo, não é Cristo. E eu creio em Deus.

Mas Francisco não falou de matrimônio. Ele disse que seria necessário um reconhecimento jurídico para os casais homossexuais, as uniões civis...

E qual é a diferença, no fim das contas? Em muitos Estados, as chamadas uniões têm sido apenas a premissa para o reconhecimento dos casamentos gays. Por isso, muitos fiéis estão perturbados, pensam que essas palavras seriam apenas o primeiro passo para uma justificação das uniões homossexuais, para a Igreja, e isso não é possível.

Por quê?

Desde o início da Escritura, no Gênesis, se diz que Deus criou o homem e a mulher. Jesus lembra isso aos fariseus: o homem se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. Por isso, o único matrimônio possível é entre um homem e uma mulher, e as relações sexuais são reservadas exclusivamente ao matrimônio. Não queremos condenar as pessoas com tendência homossexual, pelo contrário, devem ser acompanhadas e ajudadas: mas segundo as condições da doutrina cristã.

A Escritura não fala de uniões civis...

Isso é um sofisma! A Palavra de Deus vale para todos os tempos. E fala de direito natural, moral. A constituição antropológica não é respeitada nesta nova antropologia LGBT: dizem que não existe uma natureza humana definida, homem e mulher, e o sexo seria apenas um construto ideal, com todas as consequências do caso, incluindo o direito de mudá-lo. Mas não existe um futuro para a humanidade sem reconhecer a complementaridade entre homem e mulher, o dado biológico e psíquico, uma relação que fundamenta a cultura humana. O papa também é o primeiro intérprete da lei natural: por que ele intervém nessas questões dos Estados sem sublinhar a dimensão da lei natural?

A Igreja não pode reconhecer as uniões civis?

Não é possível para um pensamento cristão. Por isso, a Igreja sempre se opôs: até mesmo o Estado laico deve respeitar a lei natural, reconhecer os direitos fundamentais dos humanos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Chile: "Papa está perto de nós e reza por nós", diz arcebispo de Santiago


Nesta quinta-feira, 22, o arcebispo de Santiago, Dom Celestino Aós, durante a sua participação em um programa de Rádio Maria “Ponto de Encontro”, voltou a falar sobre o plebiscito, que, neste domingo, 25, chamará os chilenos a expressarem-se sobre a Constituição, e sobre as duas igrejas queimadas na capital, convidando a um diálogo mais justo e pacífico no país.

Dom Celestino, entrevistado pelo padre Roberto Navarro e pela jornalista Macarena Gayangos, respondendo à pergunta sobre os atos de violência ocorridos em Santiago, no Chile, no último fim de semana – que resultou no incêndio de duas igrejas da arquidiocese local, disse estar preocupado não tanto com a destruição material dos edifícios, mas com o sofrimento das comunidades paroquiais. A indignação, disse ele, é tudo “para o povo de Deus, para nós, para os crentes, isso é o que dói”.

O prelado, tal como o Papa Francisco, expressou a importância de todos serem irmãos, de aprenderem a viver juntos no respeito pela dignidade de cada pessoa. Depois, relatou uma conversa que teve com o Papa há alguns dias, durante a qual o Pontífice expressou a sua proximidade e solidariedade para com o povo chileno, e encorajou-o a continuar na sua missão de busca da paz e do encontro: “Quero transmitir a todo o povo chileno, não só aos católicos, a solidariedade do Santo Padre que está muito próximo de todos nós, que reza por nós e que se interroga, como nós, como pode nos ajudar a irmos avante”.

"Convivência" e "união civil" são a mesma coisa para o Papa, explica Arcebispo assessor de Francisco


Dom Víctor Manuel Fernández, Arcebispo de La Plata (Argentina) e assessor teológico do Papa Francisco, deu a entender que para o Santo Padre os termos “convivência civil” e “união civil” são o mesmo reconhecimento legal para “uniões muito estreitas entre pessoas do mesmo sexo”.

Através de seu perfil deste Facebook 21 de outubro, Dom Fernández assinalou que “o que diz o Papa sobre este tema é o que sustentava também quando era Arcebispo de Buenos Aires”.


Em um documentário estreado nesta quarta-feira 21 de outubro em Roma, o Papa Francisco se mostrou favorável a aprovação de uma lei de convivência civil para casais homossexuais, distanciando-se do discurso da Santa Sé e de seus predecessores.

As palavras do Papa foram recolhidas em um fragmento do documentário “Francesco”, que reflete entre outros temas, sobre o cuidado pastoral para aqueles que se identificam como LGBT.

No documentário, o Santo Padre diz que “as pessoas homossexuais têm direito a estar na família. São filhos de Deus, têm direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém da família, nem fazer sua vida impossível por isso”.

“O que temos que fazer é uma lei de convivência civil. Têm direito a estar talheres legalmente”, disse o Papa Francisco. “Eu defendi isso”, acrescentou.

Na versão original do documentário, em inglês, a frase do Papa “lei de convivência civil” foi legendada como “civil union law” (“lei de união civil”), suscitando comentários de que o Papa, na verdade, não se referia às leis específicas de uniões civis para casais do mesmo sexo, mas a algo distinto, e que seu sentido, portanto, tinha sido “distorcido” pelos meios de comunicação.

Paraguai: Destroem sacrário e queimam imagem da Virgem em paróquia


A paróquia São José Esposo, em San José de los Arroyos (Paraguai), foi profanada na quarta-feira, 21 de outubro, por desconhecidos que destruíram o sacrário e queimaram uma imagem da Virgem Maria.

“Hoje acordamos com esta triste notícia, alguns desajustados entraram no nosso templo esta madrugada, profanaram e queimaram a imagem da Virgem do Rosário. Destruíram o sacrário e outras coisas valiosas do nosso querido e valioso templo”, indicou nas redes sociais a administração da paróquia localizada no departamento de Caaguazú.

Vaticano facilita obtenção de indulgência plenária no dia dos fiéis defuntos


A Santa Sé decidiu que, nos lugares onde as medidas adotadas para evitar o contágio por coronavírus dificultam a frequência aos cemitérios, amplie-se a todo o mês de novembro as indulgências plenárias para os fiéis defuntos por ocasião do Dia de Todos os Fiéis Defuntos, em 2 de novembro.

Por meio de um decreto assinado penitencieiro-mor, Cardeal Mauro Piacenza, com mandato do Papa Francisco, a Santa Sé estabelece que “a Indulgência Plenária para aqueles que visitam um cemitério e rezam pelos defuntos, ainda que apenas mentalmente, de norma estabelecida apenas de 1° a 8 de novembro, pode ser transferida para outros dias do mesmo mês até seu término. Tais dias, escolhidos livremente pelo fiel, também podem ser separados uns dos outros”.

Também se decreta que "a Indulgência Plenária de 2 de novembro, estabelecida por ocasião da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos para aqueles que visitam piedosamente uma igreja ou um oratório e ali rezam o ‘Pai-Nosso’ e o ‘Credo’, pode ser transferida não apenas para o domingo precedente ou seguinte ou para o dia da Solenidade de Todos os Santos, mas também para outro dia do mês de novembro, à livre escolha de cada fiel”.

Estabelece-se ainda que “idosos, os doentes e todos aqueles que por motivos graves não podem sair de casa, por exemplo, por causa das restrições impostas pela autoridade competente para o tempo de pandemia, a fim de evitar que um grande número de fiéis se aglomere nos lugares sagrados, poderão obter a Indulgência Plenária desde que, unindo-se espiritualmente a todos os outros fiéis”.

Para isso, devem estar “completamente distantes do pecado e com a intenção de cumprir o mais rápido possível as três condições habituais (confissão sacramental, Comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre), rezem orações piedosas pelos falecidos diante de uma imagem de Jesus ou da Bem-aventurada Virgem Maria”.

Essas orações podem ser, por exemplo, “Laudes e Vésperas do Ofício dos Defuntos, o Rosário Mariano, o Terço da Divina Misericórdia, outras orações pelos mortos queridos dos fiéis”.

Pe. Spadaro explica declarações do Papa no filme "Francesco", mas interrogações permanecem


O diretor da revista jesuíta La Civiltà Cattolica, Pe. Antonio Spadaro SJ, se apressou em sair nesta quarta-feira, 21 de outubro, e assegurar que o apoio do Papa Francisco às uniões civis homossexuais não é “nada novo” e também indicou que isso não significa uma mudança na doutrina. No entanto, a declaração do Santo Padre gerou mais perguntas do que respostas sobre a origem e a natureza do que disse no novo documentário "Francesco".

Em um vídeo publicado por TV2000, emissora de televisão que não pertence ao Vaticano mas sim aos bispos da Conferência Episcopal Italiana, Pe. Spadaro, que não é porta-voz do Vaticano, assegurou que “o diretor do filme 'Francesco' reúne uma série de entrevistas que foram feitas ao Papa Francisco ao longo do tempo, dando uma grande síntese do seu pontificado e do valor das suas viagens. Entre elas há vários trechos retirados de uma entrevista com Valentina Alazraki, jornalista mexicana, onde o Papa Francisco fala do direito à tutela legal dos casais homossexuais, mas sem mudar a doutrina de forma alguma”.

No entanto, os questionamentos surgiram pelo fato de o diretor do documentário, Evgeny Afineevsky, ter dito a Hanna Brockhaus, correspondente sênior em Roma da CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que a declaração específica a favor de legalizar as uniões civis do mesmo sexo foram feitas diretamente a ele e a mais ninguém.

Se assistir ao vídeo da entrevista que o Papa Francisco concedeu a Alazraki, jornalista da rede de TV mexicana Televisa, vê-se que é exatamente o mesmo que foi usado por Afineevsky em "Francesco".

O trecho do documentário – legendado em inglês pela equipe "Francesco" – em que se fala sobre a homossexualidade foi divulgado no dia 21 de outubro pelo jornal argentino La Nación e divulgado no Twitter por @CatholicSat: