quarta-feira, 7 de junho de 2017

Sacerdote é condenado a 15 anos de prisão por abuso de menor e está suspenso


Acusado de abusar sexualmente de um menino de 14 anos com deficiência mental, Padre Fabiano Santos Gonzaga foi condenado a 15 anos de prisão e “está com um Decreto de Suspensão de Ordem, não podendo exercer o Ministério Sacerdotal na Igreja”, segundo o Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto.

O sacerdote da Arquidiocese de Uberaba (MG) foi preso em flagrante em junho do ano passado, em Caldas Novas (GO) e enquadrado no artigo 217 do Código Penal, por ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos.

O caso contou com o agravante de o menino possuir deficiência mental e, embora tenha 14 anos, sua idade mental é entre 7 e 9 anos. Assim, não teria discernimento para a prática do ato sexual e sequer poderia oferecer resistência.

De acordo com a investigação, o sacerdote abusou do menino em uma sauna de um clube em Caldas Novas.  Além de praticar o ato libidinoso, ele teria usado o próprio corpo para impedir que a vítima saísse do local.

Ao deixar o local, a criança contou à sua mãe sobre o ocorrido e a polícia foi acionada. Em decisão nesta segunda-feira, juíza Valeska da Silva Baruki determinou a pena máxima para o caso, de 15 anos de reclusão em regime fechado.

De acordo com Dom Paulo Mendes Peixoto, “desde o início a Arquidiocese vem acompanhando o Pe. Fabiano com visitas”. “Um dos padres é psicólogo e tem feito um acompanhamento psicológico para ajudá-lo a enfrentar esse momento de prisão. Eu mesmo fiz a ele duas visitas para ouvir um pouco seu desabafo”, afirmou.

No ano passado, quando ocorreu o caso, a Arquidiocese de Uberaba logo se pronunciou em um comunicado, informando que o sacerdote havia sido “privado do ‘uso de ordens’, pelo Senhor Arcebispo, Dom Paulo Mendes Peixoto, ou seja, não tem jurisprudência para presidir ou administrar qualquer sacramento”.

Papa: "O Espírito cria verdadeira unidade, a unidade na diferença".


SANTA MISSA NA SOLENIDADE DE PENTECOSTES

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Praça São Pedro
Domingo, 4 de junho de 2017

Chega hoje ao seu termo o tempo de Páscoa, desde a Ressurreição de Jesus até ao Pentecostes: cinquenta dias caraterizados de modo especial pela presença do Espírito Santo. De facto, o Dom pascal por excelência é Ele: o Espírito criador, que não cessa de realizar coisas novas. As Leituras de hoje mostram-nos duas novidades: na primeira, o Espírito faz dos discípulos um povo novo; no Evangelho, cria nos discípulos um coração novo.

Um povo novo. No dia de Pentecostes o Espírito desceu do céu em «línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas» (At 2, 3-4). Com estas palavras, é descrita a ação do Espírito: primeiro, pousa sobre cada um e, depois, põe a todos em comunicação. A cada um dá um dom e reúne a todos na unidade. Por outras palavras, o mesmo Espírito cria a diversidade e a unidade e, assim, molda um povo novo, diversificado e unido: a Igreja universal. Em primeiro lugar, com fantasia e imprevisibilidade, cria a diversidade; com efeito, em cada época, faz florescer carismas novos e variados. Depois, o mesmo Espírito realiza a unidade: liga, reúne, recompõe a harmonia. «Com a sua presença e ação, congrega na unidade espíritos que, entre si, são distintos e separados» (Cirilo de Alexandria, Comentário ao Evangelho de João, XI, 11). E desta forma temos a unidade verdadeira, a unidade segundo Deus, que não é uniformidade, mas unidade na diferença.

Para se conseguir isso, ajuda-nos o evitar duas tentações frequentes. A primeira é procurar a diversidade sem a unidade. Sucede quando se quer distinguir, quando se formam coligações e partidos, quando se obstina em posições excludentes, quando se fecha nos próprios particularismos, porventura considerando-se os melhores ou aqueles que têm sempre razão - são os chamados guardiões da verdade. Desta maneira escolhe-se a parte, não o todo, pertencer primeiro a isto ou àquilo e só depois à Igreja; tornam-se «adeptos» em vez de irmãos e irmãs no mesmo Espírito; cristãos «de direita ou de esquerda» antes de o ser de Jesus; inflexíveis guardiães do passado ou vanguardistas do futuro em vez de filhos humildes e agradecidos da Igreja. Assim, temos a diversidade sem a unidade. Por sua vez, a tentação oposta é procurar a unidade sem a diversidade. Mas, deste modo, a unidade torna-se uniformidade, obrigação de fazer tudo juntos e tudo igual, de pensar todos sempre do mesmo modo. Assim, a unidade acaba por ser homologação, e já não há liberdade. Ora, como diz São Paulo, «onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Cor 3, 17).

Você sabe o que significam JHS e IHS?


O monograma IHS está em várias partes: escudos, altares, toalhas de mesa, portas de sacrários e até inscrito na hóstia. Também aparece o JHS, que tem a mesma denotação.

Mas qual é o significado dessas letras?

O monograma IHS é a transcrição do nome abreviado de Jesus em grego, Ιησούς (em maiúsculas, ΙΗΣΟΥΣ). O “J” corresponde à pronúncia do “I” na antiguidade, assim como o “V” era empregado como “U”.

As letras já deram lugar a várias interpretações. A única aceita é a abreviação da frase em latim: “Iesus Hominum Salvator” (Jesus Salvador dos Homens). 

São Pedro de Córdova


O santo de hoje viveu num tempo de grande perseguição. Foi no século IX, no ano de 851: um rei muçulmano estava impondo para os cristãos a renúncia de Cristo e a adesão ao islã. Claro que muitos optaram pela fidelidade a Jesus, mesmo em meio às ameaças e perseguições.

Pedro, um sacerdote espanhol que serviu na basílica de St. Aciscius apenas fora das muralhas da cidade, foi interrompido um dia em seu caminho para o mercado por um grupo de muçulmanos. Vendo que ele era um padre, pediram-lhe para explicar a "fé católica" e para compartilhar com eles suas opiniões sobre Cristo e Maomé. Temendo que ele só provocasse sua audiência, Pedro recusou. Mas quando os muçulmanos juraram protegê-lo, ele procedeu, em árabe, a desacreditar Maomé como um dos falsos profetas preditos por Cristo e como um reprovado moral que havia seduzido a esposa de seu parente.

Embora irritado com o ataque áspero, os muçulmanos respeitaram seus juramentos e deixaram Pedro seguir. Mas alguns dias depois o padre encontrou alguns do mesmo grupo, que já não se sentia constrangido por sua promessa anterior. Apreendendo Pedro, eles o levaram diante do juiz e testemunharam que ele tinha desprezado o profeta. Como levaram a Pedro à prisão para esperar o sagrado mês de Ramadã, ele repetidamente negou sua culpa mas respondeu testemunhando Jesus Cristo, falando sobre a verdadeira religião, da Salvação, do único Salvador. Aquele juiz não aceitou os argumentos e condenou Pedro e seus companheiros ao martírio. Somente quando percebeu que seu destino estava selado, Pedro repetiu sua denúncia do Islã e de Maomé:

"Eu tenho amaldiçoado, sim, e eu amaldiçoarei seu profeta:
Eu chamei e eu o chamo à desova de  demônios. 
Um mago, um adúltero e um mentiroso! 
Eu denuncio as profanações da sua seita por ser a invenção do  inferno".

Enquanto pronunciava estas verdades, a cimitarra separava a cabeça de seu corpo. Pedro e seus companheiros foram degolados a 07 de junho de 851 em Córdoba , Espanha,e depois tiveram seus corpos dependurados por abuso público e queimados, em seguida, queimados e as cinzas despejadas no rio Guadalquivir, para que ninguém os venerasse. Diante do testemunho desses mártires, peçamos a Deus a graça da fidelidade.


Deus onipotente e misericordioso, destes a São Pedro de Córdova superar as torturas do martírio. Concedei que, celebrando o dia do seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças à vossa proteção. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.


São Pedro de Córdova e companheiros, rogai por nós!

terça-feira, 6 de junho de 2017

Deus poderia ter perdoado Adão e Eva?


Não deixa de ser interessante, de todo modo, que um “ateu” reconheça que Deus pode perdoar o homem e que há um estado perfeito de vida que antecede o pecado do homem e que em tal estado de perfeição o homem não está fadado às consequências do pecado. 


Encontrei este print no Facebook e resolvi escrever sobre a tese que ele questiona. Todos conhecem as consequências do pecado humano: o fratricídio (Caim matou Abel), a mentira, o roubo, o engano, a fraude, as ilusões, os pecados e os vícios de toda ordem, etc. Todos podem compreender pela via simples da razão que o mundo seria melhor se nele não houvesse o pecado. Por esse motivo, fez-se este post: “Se Deus manda perdoar 70 vezes 7 então por que Ele não perdoou Eva e impediu que tanta tragédia acontecesse?”. 

É impossível neste ponto não olhar para Maria, a Imaculada, concebida sem a mancha original do pecado de Adão e Eva. Ela nascera pura, sem a humana inclinação para o pecado fruto da queda de nossos pais. Sobre ela não pesaram as consequências do pecado: vícios, imoralidades, concupiscência, sentimentos desordenados, ódio e rixas, etc. Ela fora a criatura mais perfeita criada por Deus. Sobre ela não pesou o que pesa sobre todos nós! Se Eva não tivesse pecado, seríamos todos como Maria! 

A resposta à interpelação feita é bem simples: Há maior mérito no homem que vence, por meio da graça santificante, a sua natureza humana decaída do que no homem que nunca pecou. Maria fora preservada do pecado em vista dos méritos de Cristo. Isto nos garante a Igreja quando proclamou o dogma da Imaculada Conceição. Portanto, não por seus próprios méritos, mas, puramente por graça divina – os méritos salvíficos de Cristo – Maria fora preservada do pecado. Os méritos que ela conquistou foram posteriores à sua concepção imaculada e se devem à sua fidelidade a Deus em toda a sua vida. 

Deus quis cumular o ser humano de méritos, coroá-lo de dons proporcionais ao seu esforço e mérito pessoal quando este é capaz de adequar sua vontade rebelde à graça santificante. Assim como os méritos são proporcionais às virtudes adquiridas, também as penas do inferno são proporcionais aos pecados praticados. Ademais, é muito mais nobre e honroso a Deus perdoar a ofensa sofrida do que simplesmente evitar ser ofendido pelo ser criado. Assim, a “segunda criação” ou como chamamos a nossa redenção em Cristo Jesus é muito mais meritória e maior que a primeira criação, ou a criação do mundo. Isto nos garantem os Santos Padres em suas homilias sobre a redenção e a cruz ao compará-la com o Éden. 

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Pastor solícito, vigilante sobre o rebanho de Cristo


A Igreja é como uma grande barca que navega pelo mar deste mundo. Sacudida nesta vida pelas diversas ondas das tentações, não deve ser abandonada a si mesma, mas governada. Na Igreja primitiva temos o exemplo de Clemente, Cornélio e muitos outros na cidade de Roma, de Cipriano em Cartago, de Atanásio em Alexandria. Sob o reinado dos imperadores pagãos, eles governaram a barca de Cristo, ou melhor, a sua caríssima esposa, que é a Igreja, ensinando-a, defendendo-a, trabalhando e sofrendo até ao derramamento de sangue.

Ao pensar neles e noutros semelhantes, fico apavorado; o temor e o tremor me penetram e o pavor dos meus pecados me envolve e deprime! (Sl 54,6); gostaria muito de abandonar inteiramente o leme da Igreja, se encontrasse igual precedente nos Padres ou na Sagrada Escritura.

Mas não sendo assim, e dado que a verdade pode ser contestada mas nunca vencida nem enganada, nossa alma fatigada se refugia nas palavras de Salomão: Confia no Senhor com todo o teu coração, e não te fies em tua própria inteligência; em todos os teus caminhos, reconhece-o, e ele conduzirá teus passos (Pr 3,5-6). E noutro lugar: O nome do Senhor é uma torre fortíssima. Nela se refugia o justo e será salvo (cf. Pr 18,10).

Permaneçamos firmes na justiça e preparemos nossas almas para a provação; suportemos as demoras de Deus, e lhe digamos: Vós fostes um refúgio para nós, Senhor, de geração em geração (Sl 89,1).

Confiemos naquele que colocou sobre nós este fardo. Por não podermos carregá-lo sozinhos, carreguemo-lo com o auxílio daquele que é onipotente e nos diz: O meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30).

Fiquemos firmes no combate, no dia do Senhor, porque vieram sobre nós dias de angústia e de tribulação (cf. Sl 118,143). Se Deus assim quiser morramos pelas santas leis de nossos pais (cf. 1Mc 2,50), a fim de merecermos alcançar junto com eles a herança eterna.

Não sejamos cães mudos, não sejamos sentinelas caladas, não sejamos mercenários que fogem dos lobos, mas pastores solícitos, vigilantes sobre o rebanho de Cristo. Enquanto Deus nos der forças, preguemos toda a doutrina do Senhor ao grande e ao pequeno, ao rico e ao pobre, e todas as classes e idades, oportuna e inoportunamente, tal como São Gregório escreveu em sua Regra Pastoral.


Das Cartas de São Bonifácio, bispo e mártir

(Ep.78:MGH, Epistolae, 3,352.354)           (Séc.VIII)

“Exorcismos: reflexões teológicas e orientações pastorais”.


O título acima é do subsídio doutrinal n. 9, recém-publicado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André (SP).

O estudo nasceu porque a referida Comissão – “instada a tratar deste tema polêmico qual seja a ação do maligno, a possessão diabólica, os exorcismos e as orações de cura e libertação” – quis entregar ao público um documento “que, apesar da sua brevidade, pode ajudar a iluminar a situação, fornecendo elementos de compreensão e ação pastoral apropriada”. Em outras palavras fundamentadas em São João Crisóstomo: não se fala do diabo por mero prazer, mas, sim, porque ao tratar dele se tem a ocasião de expor uma doutrina útil a todo o Povo de Deus (cf. Apresentação, p. 10).

Quem, com certo preparo eclesial, percorre as páginas do livro sente alegria por ver nele um material breve, conciso e firmemente alicerçado na doutrina e disciplina da Igreja (cf. p. 15) que afirma a existência do demônio e, por conseguinte, sua ação no mundo (cf. p. 17-41). Esta é ordinária ou comum quando o maligno tenta os seres humanos ao pecado ou extraordinária nos casos de possessão diabólica aos quais a Igreja, aplica, pelo poder que Cristo lhe deu (cf. p. 29-31, 39 e 41), de modo muito sábio e prudente, o exorcismo, segundo um Ritual por ela mesma aprovado.

“Exorcizar quer dizer expulsar um demônio, conjurando-o em nome de Deus” (p. 43). O exorcismo consta da forma deprecativa e imperativa: na primeira, pede-se ao Senhor que afaste de nós todo mal, personificado ou não (“exorcismo menor”), na segunda, dão-se ordens diretas ao demônio (“exorcismo maior”).

Tem-se para o exorcismo maior ou solene um Ritual próprio publicado pela Santa Sé, em 1998, e dado a lume no Brasil pela Paulus Editora, em 2005. Seu conteúdo consta de uma Introdução, do Rito de exorcismo em si e de um Apêndice com orações a serem usadas por todos fiéis a fim de se libertarem do poder das trevas (cf. p. 43-45).

Duas normas gerais se fazem importantes: 1) os padres exorcistas devem ser nomeados pelo Ordinário local, via de regra, o Bispo diocesano ou quem lhe faz a vez, conforme o cânon 1172 do Código de Direito Canônico. No entanto, “o exorcista não é alguém que vive para expulsar demônios, pois a sua missão é proclamar o Evangelho, catequizar e, sempre que necessário, impor as mãos sobre os enfermos ou rezar pelos possuídos” (p. 49); quanto aos leigos, não é lícito dirigir orações para obter a expulsão do demônio, nem interpelá-lo a deixar o possesso, de acordo com a Instrução sobre o Exorcismo, da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1985 (cf. p. 50-51). 

domingo, 4 de junho de 2017

O diabo é uma figura simbólica? Exorcista de Pádua responde ao Superior Geral dos Jesuítas.


O sacerdote italiano Sante Babolin, conhecido como o “exorcista de Pádua”, respondeu às declarações do Pe. Arturo Sosa, Superior Geral da Companhia de Jesus, e recordou que a doutrina da Igreja ensina que “o mal não é uma abstração” e o diabo, Satanás, existe.

Em uma recente entrevista ao jornal espanhol ‘El Mundo’, o Pe. Arturo Sosa assinalou que “fizemos figuras simbólicas, como o diabo, para expressar o mal”.

“Os condicionamentos sociais também representam essa figura, pois algumas pessoas agem assim porque estão em um ambiente onde é muito difícil fazer o contrário”, acrescentou o Superior Geral dos Jesuítas.

Em declarações ao Grupo ACI em 2 de junho, o Pe. Babolin, recordou que no IV Concílio Ecumênico Lateranense, em 1215, declararam que os cristãos “firmemente cremos e simplesmente confessamos” que Deus criou “do nada uma e outra criatura, espiritual e corporal, ou seja, a angelical e a mundana, e depois a humana”.

“O diabo e os outros demônios”, continua o texto conciliar citado por Pe. Babolin, “por Deus, certamente foram criados bons por natureza; mas eles, por si mesmos se converteram em maus”.

O exorcista de Pádua também recordou dois discursos de Paulo VI em 1972, nos quais, “provavelmente para reafirmar uma verdade de fé, em um contexto de interpretações pouco claras do magistério conciliar”, propõe novamente “aos fiéis, que tendem a duvidar da existência de Satanás, o tema da sua presença e ação”.