quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O Tempo da Quaresma


A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais freqüente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver MT 6,1-6.16-18).

De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.

Portanto é preciso se esforçar, entre outras coisas:

- Para que se capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações).

- Para que os cantos, sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria deste tempo.

- Por obter uma ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitencia da Quaresma.
Sentido da Quaresma.

O primeiro que devemos dizer ao respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação à Páscoa. Por isso se está acostumado a definir à Quaresma, “como caminho para a Páscoa”. A Quaresma não é portanto um tempo fechado em si mesmo, ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.

É mas bem um tempo de preparação, e um tempo “forte”, assim que prepara para um tempo “mais forte” ainda, que é a Páscoa. O tempo de Quaresma como preparação à Páscoa se apóia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por outra parte, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e da celebração ou preparação dos sacramentos pascais –batismo, confirmação, reconciliação, eucaristia-, com os que incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus.

Nos incorporar ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de sua morte e ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a morte e ressurreição do Senhor. A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente. trata-se então de morrer a nosso pecado para ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24).

A estes dois aspectos terá que acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar a catequese e oração das crianças e jovens que se preparam à confirmação e à primeira comunhão; e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Filhos são alegria da família e da sociedade, diz Papa


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Depois de ter refletido sobre as figuras da mãe e do pai, nestas catequeses sobre família gostaria de falar do filho, ou melhor, dos filhos. Inspiro-me em uma bela imagem de Isaías. Escreve o profeta: “Levanta os olhos e olha à tua volta: todos se reúnem para vir a ti; teus filhos chegam de longe, e tuas filhas são transportadas à garupa. Essa visão tornar-te-á radiante; teu coração palpitará e se dilatará” (60,4-5a). É uma imagem esplêndida, uma imagem da felicidade que se realiza na reunificação entre pais e filhos, que caminham juntos rumo a um futuro de liberdade e de paz, depois de um longo tempo de privações e de separação, quando o povo hebreu se encontrava distante da pátria.

De fato, há uma estreita ligação entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações. Devemos pensar bem nisto. Há uma ligação estreita entre a esperança de um povo e a harmonia entre as gerações. A alegria dos filhos faz palpitar os corações dos pais e reabre o futuro. Os filhos são a alegria da família e da sociedade. Não são um problema de biologia reprodutiva, nem um dos tantos modos de se realizar. E tão pouco uma posse dos pais… Não. Os filhos são um dom, são um presente: entendem? Os filhos são um dom. Cada um é único e irrepetível; e ao mesmo tempo inconfundivelmente ligado às suas raízes. Ser filho e filha, segundo o desígnio de Deus, significa levar em si a memória e a esperança de um amor que se realizou justamente iluminando a vida de um outro ser humano, original e novo. E para os pais cada filho é si mesmo, é diferente, é diverso. Permitam-me uma recordação de família. Eu me lembro da minha mãe, dizia a nós – éramos cinco -: “Mas eu tenho cinco filhos”. Quando lhe perguntavam: “Qual é o teu preferido”, ela respondia: “Eu tenho cinco filhos, como cinco dedos [mostra os dedos da mão] Se me batem neste, me faz mal; se me batem neste outro, me faz mal. Me faz mal em todos os cinco. Todos são filhos meus, mas todos diferentes como os dedos de uma mão”. E assim é a família! Os filhos são diferentes, mas todos filhos.

Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito, ou porque é assim ou assim; não, porque é filho! Não porque pensa como eu, ou encarna os meus desejos. Um filho é um filho: uma vida gerada por nós mas destinada a ele, ao seu bem, ao bem da família, da sociedade, de toda a humanidade.

Nossa Senhora de Lourdes - 11 de fevereiro


As aparições de Nossa Senhora de Lourdes começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, quando Bernadette Soubirous, camponesa com 14 anos, foi questionada por sua mãe, pois afirmava ter visto uma "dama" na gruta de Massabielle, cerca de uma milha da cidade, enquanto ela estava recolhendo lenha com a irmã e um amigo. A "dama" também apareceu em outras ocasiões para Bernadette até os dezessete anos.

Bernadette Soubirous foi canonizada como santa, e muitos católicos acreditam que suas visões seriam da Virgem Maria. A primeira aparição da "Senhora", relatada por Bernadette foi em 11 de fevereiro. O Papa Pio IX autorizou o bispo local para permitir a veneração da Virgem Maria em Lourdes, em 1862.

Em 11 de Fevereiro de 1858, Bernadette Soubirous foi com a irmã Toinette e Jeanne Abadie para recolher um pouco de lenha, a fim de vendê-la e poder comprar pão. Quando ela tirou os sapatos e as meias para atravessar a água, junto à gruta de Massabielle, ela ouviu o som de duas rajadas de vento, mas as árvores e arbustos não se mexaram. Bernadette viu uma luz na gruta e uma menina, tão pequena como ela, vestida de branco, com uma faixa-azul presa em sua cintura com um rosário em suas mãos em oração e rosas de ouro amarelo, uma em cada pé. Bernadette tentou manter isso em segredo, mas Toinette disse a mãe. Por essa razão ela e sua irmã receberam castigo corporal pela sua história. Três dias depois, Bernadete voltou à gruta com as outras duas meninas. Ela trouxe água benta para utilizar na aparição, a fim testá-la e saber se não "era maligna", porém a visão apenas inclinou a cabeça com gratidão, quando a água foi dada a ela. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Folia e os Valores Cristãos


Se aproxima o Carnaval e fica sempre para o fiel cristão o desafio e as possibilidades diante deste evento tão marcante para a cultura brasileira. Uns se preparam para um momento de recolhimento nos chamados retiros de Carnaval ou Rebanhões, aprofundarão a oração e através do louvor e da intercessão renovarão a sua vida espiritual.

Outros menos avisados entrarão de cheio na mística de diversão, pensando que no Carnaval há férias para tudo, e como estava escrito nas cartografias da Renascença não existe pecado debaixo do Trópico. Assim seria lícito cometer toda espécie de exageros e desvios contra a vida e a família. Parece que não haveria outra opção para bem viver o Carnaval como tempo de alegria e festa, embora muito contaminada pelo hedonismo e os apelos para uma sexualidade desenfreada. É pena termos esquecido a origem desta palavra: " a carne vale", para expressar que este tempo que antecipava a Quaresma não era preciso fazer abstinência de comer carne, e todo o povo participava celebrando a paixão e a alegria de viver, valores profundamente evangélicos. 

A Pontifícia Comissão para a proteção dos menores apresenta ao Papa as suas propostas


A Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores se reuniu no Vaticano em Assembleia Plenária, do 6 ao 8 de fevereiro, o primeiro encontro que contou com a presença de todos os membros.

Na conclusão da Assembleia, os membros da comissão publicaram um comunicado no qual afirmam que "a reunião deste ano proporcionou a primeira oportunidade para que os 17 membros da Comissão, recentemente ampliada, estivessem presentes e compartilhassem os progressos realizados na tarefa confiada pelo Santo Padre, ou seja, assessorar o Papa Francisco na proteção das crianças na Igreja”.

Durante as reuniões – explicam – os membros apresentaram os informes elaborados pelos seus grupos de trabalho de especialistas durante o ano passado. A Comissão completou as recomendações relacionadas à sua estrutura formal e pautaram várias propostas para a consideração do Santo Padre.

Da mesma forma, a Comissão afirma que os grupos de trabalho são uma parte integral da estrutura de trabalho da Comissão. "Entre as sessões plenárias, realizam pesquisas e projetos nas áreas que são fundamentais para a missão de fazer da Igreja uma “casa segura” para as crianças, adolescentes e adultos vulneráveis". Entre elas, especificam "o cuidado pastoral às vítimas e seus familiares, educação, diretrizes de boas práticas, a formação para o sacerdócio e para a vida religiosa, normas eclesiais e civis que regem as acusações de abuso e a assunção de responsabilidade das pessoas que têm postos chaves dentro da Igreja na hora de enfrentar acusações de abuso”.

27 razões para não ser católico


O presente artigo responde ao questionamento apresentado por um irmão protestante, que nada de novo diz. As respostas dadas ao irmão poderão ser úteis a quantos fiéis católicos se vêem assediados por objeções – às vezes caluniosas – de irmãos separados.

Eis o que escreve o interlocutor anônimo:

1.   “Ele me salvou”

“1. NÃO SOU UM CATÓLICO ROMANO, primeiramente porque Jesus Cristo salvou-me de meus pecados (Mt 1, 21), garantindo-me a remissão por Sua graça (Ef 1, 7), ao arrepender-me (Lc 13, 3; At 3, 19;  11.18) e crer em seu sacrifício na Cruz do Calvário (At 20, 21; Rm 3, 26). Assim o Senhor me fez uma nova criatura (Jo 3, 3-6; 2 Co 5, 17; Ez 36, 26) e seu filho (Jo 1, 12; Rm 8, 14-17; 1 Jo 3, 1), para que hoje eu pudesse glorificá-lo através da minha vida e testemunhar aos outros acerca de tão grande salvação que me foi concedida pelo Filho de Deus (ver Gl 2, 20; Ef 2, 10; Hb 13, 15-16; 1Pd 2. 5, 9-10; Mc 16, 15; Rm 10, 13-15)”.

Nesta passagem chama-nos a atenção o caráter individualista da locução: as partículas “eu, me, a mim” voltam constantemente como se o Cristianismo fosse algo do foro privado. – Ora tal atitude é profundamente antibíblica; sim, Jesus fala da “minha Igreja” com sua hierarquia (cf. Mt 16, 16-19; 18, 18). Ser cristão é ser membro do Corpo de Cristo Cabeça (cf. 1Cor 12, 12-21), é ser ramo do tronco de videira, que é Cristo (cf. Jo 15, 1-5).

O protestantismo põe de lado o sacramento da Igreja, fazendo do indivíduo autor do seu Credo em conseqüência do princípio do livre exame da Bíblia. Esse subjetivismo redunda no relativismo que tanto caracteriza o pensamento contemporâneo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Papa no Angelus: "Enfermos, uma via privilegiada para encontrar Cristo".


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 8 de fevereiro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje (Mc 1,29-39) apresenta Jesus que, depois de pregar no sábado, na sinagoga, cura muitos enfermos. Pregar e curar: esta é a principal atividade de Jesus na sua vida pública. Com a pregação, Ele anuncia o Reino de Deus e com a cura demonstra que este está próximo, que o Reino de Deus está entre nós.

Ao entrar na casa de Simão Pedro, Jesus vê que a sua sogra está na cama com uma febre; imediatamente a toma pela mão, a cura e a faz levantar-se. Depois do pôr do sol, quando terminado o sábado as pessoas podem sair e levar-lhes os doentes, reúne-se uma multidão de pessoas com todos os tipos de doença: físicas, psíquicas e espirituais. Vindo sobre a terra para anunciar e realizar a salvação de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma especial predileção por aqueles que estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os endemoninhados, os doentes e os marginalizados. Ele assim se revela médico seja das almas, seja dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro Salvador: Jesus salva, Jesus cuida, Jesus cura.

Esta realidade da cura dos enfermos por parte de Cristo, nos convida a refletir sobre o sentido e o valor de doença. E nos recorda o Dia Mundial do Enfermo, que celebraremos na próxima quarta-feira, 11 de fevereiro, memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Lourdes. Abençoo as iniciativas preparadas para este dia, especialmente a Vigília que será realizada em Roma, na noite de 10 de Fevereiro. Lembremo-nos também do presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, que está muito doente, na Polônia. Uma oração por ele, pela sua saúde, ele é o idealizador desta jornada e ele nos acompanha com o seu sofrimento neste dia. Uma oração para Dom Zimowski. 

Declaração do Papa sobre palmadas serve para destacar papel do pai, dizem especialistas.


A declaração do papa Francisco feita nesta quinta-feira, 5, de que é permitido bater nos filhos para discipliná-los, causou polêmica. Porém, para especialistas ouvidos pelo Estado, a mensagem do papa deve ser entendida como um viés construtivo: ele quer mostrar a importância do pai na educação dos filhos, realçar o papel da paternidade dentro de casa.

“Nos livros do Antigo Testamento, o ensinamento é que o pai deve agir com firmeza. E firmeza naquele mundo podia chegar até o limite da deserção do clã”, pontua o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Júnior, professor de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Obviamente que estamos diante de outro contexto hoje em dia”.

Para o teólogo, papa Francisco quis mostrar que “há um lugar na paternidade e ela não deve ser zero”. “O pai tem um papel de autoridade e deve exercê-lo, pois pais que dizem só sim, criam monstros”, completa ele. “a questão da palmada não é o fulcro da questão. O papa quis mostrar que os pais precisam ser mais presentes, mais acompanhantes de seus filhos. Que assumam a paternidade. Este discurso está dentro da lógica do que o papa vem falando recentemente, da necessidade de recuperar algumas funões que estão perdidas na sociedade ocidental”.