sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Não matarás!


Escândalo do mundo moderno, escândalo do nosso governo que quer aprovar uma lei que vai contra o quinto mandamento da lei de Deus: "Não Matarás!" Escândalo da parte dos bispos de tantos países de maioria católica que aceitaram tamanha ofensa feita a Deus sem se oporem eficazmente formando a consciência católica contra tal crime que está longe de ser o único crime legalizado e encorajado pelos governos atuais. Divórcio, contracepção, casamento de homossexuais, educação sexual nas escolas, eutanásia, tudo concorre para perverter as almas das crianças e dos adultos.

A lei civil pode legalizar o aborto, mas ele continua a ser e será sempre um crime; crime punido com a excomunhão (cânon 2350 no Código de Bento XV ) e isto porque o aborto é um homicídio. Os homens nos tempos modernos se levantaram contra Nosso Senhor e sua lei, mas um dia Ele esmagará as cabeças dos orgulhosos para que todas criaturas saibam que não passam de criaturas e que só Deus é o Senhor e Criador de todas as coisas.



Mas como chegamos a este ponto de, mesmo nos países de maioria católica, as leis contrárias aos dez mandamentos são aprovadas? Isto deve-se, em grande parte, ao Concílio Vaticano II que declarando a suposta liberdade de pregar qualquer doutrina religiosa que pareça boa a quem quer que seja, abriu ainda mais as portas já abertas pelo liberalismo triunfante. Assim, diversas nações oficialmente católicas deixaram de sê-lo por influência do Concílio. Deixando de serem oficialmente católicas, estas nações foram invadidas por inúmeras seitas sejam protestantes, sejam orientais, sejam maçônicas ou outras. Isto fez cair bem baixo países como a Espanha, Itália e tantos outros o que facilitou a difusão destas leis que hoje vemos em nosso
pobre Brasil.

Que Nossa Senhora Aparecida nos socorra e livre nossa pátria destas leis que são uma ofensa pública a Deus e que vão atrair sobre nosso país os castigos de sua justa cólera.



"Ab homine iniquo et doloso erue me, Domine." 
Do homem iníquo e doloso, livrai-nos, Senhor.


ir.Tomás de Aquino

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Deus nos livre de um Brasil evangélico


Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles em avenidas da cidade com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.

Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação à bobagem estampada publicamente; hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. Antes explico: eu gostaria de ver o Brasil permeado com a elegância, solidariedade, inclusão e compaixão do Evangelho. Mas a mensagem subliminar dos outdoors, para quem conhece a cultura do movimento evangélico, é outra. Os evangélicos sonham com o dia em que cidade, estado e país se convertam em massa, e a terra dos tupiniquins tenha a cara de suas denominações.

Afirmo que o sonho é que haja um “avivamento” religioso que leve uma enxurrada de gente para os templos evangélicos. Não reside entre os teólogos do movimento qualquer  desejo de que valores cristãos influenciem a cultura brasileira. Eles anelam tão somente que o subgrupo, descendente distante dos protestantes, prevaleça. A eles não interessa que haja um veloz crescimento numérico entre católicos romanos; que ortodoxos sírios, russos, armênios ou gregos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).


 
Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse a tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra calvinista brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo não inglês, mas moreno. Caso acontecesse, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Respondo: seriam execrados como diabólicos, devassos e pervertedores dos bons costumes. Não gosto nem de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Um Brasil evangélico empobreceria, já que sobrariam as péssimas poesias do cancioneiro gospel. As rádios tocariam sem parar músicas horrorosas como  “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”.

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos calvinistas provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?

Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse Charles Darwin como “alucinado inimigo da fé”. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos. Derridá nunca teria uma tradução para o português. O que dizer de rebeldes como Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, seriam pesquisados como desajustados. Ganhariam rótulos para serem desmerecidos a priori como loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. A alegria do futebol morreria; alguma lei proibiria ir ao estádio ou ligar televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada de várzea, aconteceria quando? Haveria multa ou surra para palavrão?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu. Basta uma espiada no histórico de Suas Excelências da bancada evangélica nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para se apavorar. Se, ainda minoria, a bancada evangélica na Câmara Federal é campeã em faltas e em processos no STF, imagina dominando o parlamento.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura estadunidense. Obcecados em implementar os “valores da família”, tão caros ao partido republicano dos Estados Unidos, recrudesceria a teologia de causa-e-efeito, cármica, do “quem planta, colhe”. Vingaria o sucesso como aferidor da bênção de Deus.


Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica. Uma nova elite religiosa (os ungidos) destilaria maldição contra os “inimigos da fé”, os “idólatras”, os “hereges”, com mais perversidade do que aiatolás iranianos. Ficaria mais fácil falar de inferno e mandar para lá todo mundo que rejeitasse algumas lógicas tidas como ortodoxas.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro perguntando: Como seria uma emissora liderada por evangélicos? Adianto: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.

Prefiro, sem pestanejar, os textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado, a qualquer livro da série “Deixados para Trás” do fundamentalista de direita, Tim LaHaye. O demagogo Max Lucado (que abençoou a decisão de Bush bombardear o Iraque) não calça o chinelo de Mário Benedetti.

Toda a teocracia um dia se tornará totalitária. Toda a tentativa de homogeneizar a cultura precisa se valer de obscurantismo. Todo o esforço de higienizar os costumes é moralista e hipócrita.
O projeto cristão visa preparar para a vida. Jesus jamais pretendeu anular os costumes de povos não-judeus. Daí ele celebrar a fé em um centurião, adorador no paganismo romano, como especial e digna de elogio. Cristo afirmou que, entre criteriosos fariseus, ninguém tinha uma espiritualidade tão única e bela como daquele soldado que se preocupou com o escravo.

Levar a Boa Notícia – Evangelho – não significa exportar cultura, criar dialeto ou forçar critérios morais. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, como sempre fizeram. O evangelho convoca à pratica da justiça; cria meios de solidariedade; procura gestar homens e mulheres distintos; imprime em pessoas o mesmo espírito que moveu Jesus a praticar o bem.

Há estudos sociológicos que apontam estagnação quando o movimento evangélico chegar a 35% da população brasileira. Esperemos que sim. Caso alcançasse a maioria, com os anseios totalitários e teocráticos que já demonstra, o movimento desenvolveria mecanismos para coibir a liberdade. Acontece que Deus não rivaliza a liberdade humana, mas é seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.


Soli Deo Gloria

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Fonte e autor: Ricardo Gondim

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Dilma sanciona lei que na prática legaliza o aborto

Dilma sanciona a lei que dá garantias à vítima de estupro.

Apesar das críticas de evangélicos e católicos, a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou, sem vetos, a lei que estabelece garantias à mulher vítima de violência sexual, incluindo a oferta da pílula de emergência e de informação sobre seus direitos ao aborto em caso de gravidez.

A informação, antecipada pela Folha, foi confirmada pelos ministros Alexandre Padilha (Saúde), Eleonora Menicucci (Mulheres) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º). A presidente vai enviar nesta sexta-feira (2) projeto de lei cujo objetivo é uniformizar as redações de instruções do Ministério da Saúde e do código penal. A sanção também será publicada no "Diário Oficial da União".


Como aprovado pelo Congresso Nacional, a lei estabelece garantias para que a mulher seja prontamente atendida na rede pública de saúde nos casos de violência sexual. Determina, por exemplo, a oferta da pílula de emergência (chamada no texto de "profilaxia da gravidez") à vítima e de informações sobre os direitos previstos nestes casos --uma referência à necessidade de informar à mulher o direito ao aborto legal em caso de gravidez decorrente do estupro.

Esses pontos foram objeto de muitas críticas feitas por evangélicos e católicos, que veem na lei uma possibilidade de abertura ao aborto, para além dos casos que ocorrem hoje. Os grupos rejeitam, por exemplo, a utilização do termo "profilaxia da gravidez", argumentando que a gestação não é uma doença que deva ser evitada.

No entanto, esses mesmos pontos da lei já constam de norma técnica do Ministério da Saúde, atualizada em 2012, e de protocolos dos hospitais que atendem às mulheres vítimas de violência sexual.

O Palácio do Planalto recebeu nas últimas semanas representantes de igrejas católicas e evangélicas, que pediram veto integral ou parcial ao projeto. "Essa sanção foi precedida de uma série de diálogos e conversas e consultas a setores, tanto aqueles que pediam a sanção como aqueles que pediam o veto ou total ou parcial, sobretudo desse item que dizia da questão da profilaxia da gravidez, entendendo que aí se abriria para a prática de aborto", disse o ministro Carvalho.

"É exatamente um projeto que além de prestar o apoio humanitária essencial à mulher que foi vítima de uma tortura, porque todo estupro é uma forma de tortura, ela permite que ela não passe por um segundo sofrimento: a prática do aborto legal", completou o ministro.

Como antecipado pela Folha, em matéria publicada nesta quinta, a área técnica do governo defendeu a sanção integral da lei, apesar de não estar satisfeita com alguns trechos dela. Isso porque entende como importante o reforço, na lei, de práticas já adotadas que têm impacto na redução do número de mortes maternas (por aborto clandestino) e do aborto legal em si (nos casos em que a mulher não tem acesso à pílula de emergência e engravida após a violência).


Segundo Padilha, a ideia é oferecer "tratamento humanizado, respeitoso a qualquer vítima de estupro". A lei também prevê tratamento psicológico ao cidadão de ambos os sexos e de qualquer idade, além de tratamento por qualquer lesão física e medidas e indicações de profilaxia de doenças sexualmente transmissíveis, como hepatites virais e HIV.


JOHANNA NUBLAT
TAI NALON
DE BRASÍLIA
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Festa do Perdão de Assis é celebrada no mundo inteiro - 02 de agosto

A Solenidade do Perdão de Assis é celebradas
em todas as "igrejas franciscanas" no dia 02 de agosto.

Durante um dia completo por ano, estendido a sua véspera, os templos franciscanos celebram a Festa do Perdão, uma tradicional indulgência que a Igreja estende da Basílica Papal de Santa Maria dos Anjos em Porciúncula, Assis, até todos os templos e paróquias do mundo. Esta oportunidade para alcançar a misericórdia divina começa ao meio-dia de 1º de agosto e dura até o dia 2 de agosto. Os fiéis que cumpram as condições prescritas poderão ganhar a indulgência ao assistir a Santa Missa e comungar nestes lugares sagrados.


Santa Maria dos Anjos da Porciúncula


Este belo nome tem origens franciscanas. A Ordem do Frades Menores mantém em uma planície próxima à cidade de Assis, na Itália, a majestosa Basílica de Santa Maria dos Anjos, que abriga em seu interior a capela da Porciúncula, onde se deu a morte de São Francisco. 

Frei Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, narra o amor do Santo para com aquele local dedicado a nossa Senhora Chamado “Porciúncula”, que quer dizer “Pedacinho”. Aí fundou a Ordem dos Irmãos Menores e fixou uma morada estável para seus irmãos; deu início, com Santa Clara, à Segunda Ordem das Clarissas; recebeu os irmãos e irmãs da penitência da Terceira Ordem, que chegavam de todas as partes; concluiu o curso de sua admirável vida, que melhor haveria de cantar na glória do céu. Para esta capela o Santo fundador obteve do Papa Honório III a célebre indulgência também chamada Perdão de Assis, que os Sumos Pontífices confirmaram sucessivamente e estenderam a outras numerosas igrejas. Por estas gloriosas recordações, a Ordem Seráfíca celebra com alegria a festa de Nossa Senhora dos Anjos. A narração do grande acontecimento do Perdão de Assis nos afirma que numa noite de julho de 1216, o Pobrezinho estava na Porciúncula, absorto em oração pelos pecadores, quando, de repente, uma grande luz iluminou a pobre igrejinha e sobre o altar apareceram Jesus e Maria entre um coro de Anjos. Jesus assim lhe falou: "Francisco, você tem pedido tanto pelos pecadores e eu venho a ti. E agora, pela sua salvação pode pedir-me a graça que mais deseja". São Francisco respondeu entre lágrimas: "Oh! Senhor, eu não sou mais do que um pobre pecador, porém, antes de tudo, lhe peço, que a todos os que, arrependidos e confessados, vierem visitar esta igrejinha, seja-lhes concedido o perdão total de suas culpas". Jesus sorriu docemente e também Maria. Então Francisco dirigiu-se à Maria e assim lhe falou: "Oh! celestial advogada do gênero humano, eu lhe rogo que obtenha de seu divino Filho esta grandíssima graça." A Virgem falou a seu Filho, e Ele assim respondeu: "Irmão Francisco, realmente é grande a graça que me pede, porém, você é digno de maiores graças ainda e as obterá; portanto, acolho sua oração, com a condição de que vá ao meu Vigário na terra e lhe peça de minha parte esta indulgência." O Pontífice, com muito gosto, cedeu aos desejos de Jesus, e por três vezes confirmou a concessão. Francisco comunicou a grande Indulgência do Perdão a uma imensa multidão que se reuniu em Santa Maria dos Anjos, começando com aquelas palavras memoráveis: "Quero enviar todos ao Paraíso!" Com freqüência São Francisco dizia a seus Irmãos: "Cuidem deste lugar, não o abandonem, se os lançarem por uma porta, entrem pela outra. Este lugar é verdadeiramente santo, habitado por Deus. Aqui o Senhor multiplicou nosso pequeno número e aqui iluminou os corações de seus pobres com a luz de sua divina sabedoria."

No dia 2 de agosto, nas igrejas paroquiais, pode-se adquirir a Indulgência Plenária da Porciúncula:  a obra prescrita para lucrá-la é a piedosa visita à igreja onde se rezam o Pai-nosso e o credo, sendo necessárias ainda confissão sacramental, a sagrada comunhão e a oração na intenção do Sumo Pontífice.  Esta indulgência só pode ser lucrada uma vez, a visita; a visita à igreja pode ser feita desde o meio-dia da véspera até a meia noite que encerra do dia marcado. (Enchir. Indulg. Normas 18,25-26, n. 65)


Indulgência Plenária

O perdão total da pena temporal é a chamada Indulgência plenária.


Na doutrina católica Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, "para ser gentil") é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial, "da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados," ou seja, do mal causado como conseqüência do pecado já perdoado, "a remissão é concedida pela Igreja Católica no exercício do poder das chaves, por meio da aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo justo e razoável." Embora "no sacramento da Penitência a culpa do pecado é removida, e com ele o castigo eterno devido ao pecado mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou no mundo vindouro, isto é, o Purgatório. Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir esta dívida durante sua vida na terra", reparando o mal que teria sido cometido pelo pecado.
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Disponível em: Frei Junior Capuchinho

Carta de dom Eduardo aos párocos - Agosto/2013


Caros responsáveis pela evangelização da juventude.

“Gracias a los Hermanos Obispos, a los sacerdotes, a los seminaristas, a las personas consagradas y a los fieles laicos que acompañan a los jóvenes [...]
en su peregrinación hacia Jesús.” (Papa Francisco)


Quantas graças recebidas pelas palavras, pelos testemunhos, pela convivência daqueles que participaram, física ou virtualmente, da JMJ Rio 2013! A voz de nosso Pastor, o Papa Francisco, ele, também, peregrino, ainda ressoa em nossos corações desejando que o acolhamos na efetivação de nossos trabalhos a favor dos jovens. Quanta riqueza em uma semana! Recordemos, saboreando-as, as palavras de quem falou com os olhos, com o coração, com o sorriso, com as mãos abençoadas.

No dia 22 de julho, horas antes de chegar em nosso país, durante o voo ao Brasil, Papa Francisco disse aos jornalistas: “… quando isolamos os jovens, praticamos uma injustiça: despojamo-los da sua pertença. Os jovens têm uma pertença: pertença a uma família, a uma pátria, a uma cultura, a uma fé… Eles têm uma pertença, e não devemos isolá-los! Sobretudo não devemos isolá-los inteiramente da sociedade! Eles são verdadeiramente o futuro de um povo! Isto é verdade; mas não o são somente eles: eles são o futuro, porque têm a força, são jovens, continuarão para diante. Mas também, no outro extremo da vida, os idosos são o futuro de um povo.”

Assim que chegou, na Cerimônia de Boas-Vindas, ele nos chamou a atenção para considerarmos o valor que o jovem tem em nosso meio:


 “Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade.Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.”

“… ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas gerações.”

“Os pais usam dizer por aqui: “os filhos são a menina dos nossos olhos”. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente?”

A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo. É a janela e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço. Isso significa: tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos. Com essas atitudes precedemos hoje o futuro que entra pela janela dos jovens.”

No dia 24, aos pés da Mãe Aparecida, em seu Santuário Nacional, o Papa suplicou pela nossa responsabilidade de educadores e evangelizadores de jovens: “Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno.”

“Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo.”

Na tarde do mesmo dia, no Hospital São Francisco de Assis, o Papa pediu-nos maior atenção na luta contra o mundo das drogas e nos gestos de solidariedade diante dos atingidos por elas:“A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem. Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro. Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de Cristo, aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade, afeto e amor.”

Na Comunidade de Varginha, no dia 25, nosso Pastor recordou que há valores que deverão ser sempre defendidos para a vida da juventude:“Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.”

Na noite do mesmo dia, na Festa da Acolhida, o Papa Francisco nos diz: “«Bote fé». A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou através do Brasil inteiro com este apelo. «Bote fé»: o que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então “bota” o sal; falta o azeite, então «bota» o azeite… «Botar», ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: «bote fé» e a vida terá um sabor novo, a vida terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»!”

Mais uma vez o tema da família é ressaltado pelo Papa ao recordar, no Angelus do dia 26, a figura dos pais de Nossa Senhora:“São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé e o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da famíliacomo lugar privilegiado para transmitir a fé!”

Na Via-Sacra à noite, o Papa nos falou da presença de Jesus nas cruzes dos jovens: “… Na Cruz, Jesus está junto a tantos jovens que perderam a confiança em instituições políticas porque veem o egoísmo e a corrupção, ou que perderam sua fé na Igreja e inclusive em Deus pela incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho. Quanto nossas incoerências fazem Cristo sofrer.”

A entrevista do Papa com o Jornalista Gerson Camarotti, no dia 29, destacou pontos importantes para nosso trabalho junto aos jovens:

 “… um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo. Menos experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! Isso é algo comum a todos os jovens. Então eu diria que, de uma forma geral, é preciso ouvir os jovens, dar lugares de se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados. Porque há tanta exploração de pessoas -  trabalho escravo, por exemplo – há tantos tipos de exploração… Eu me atreveria a dizer uma coisa, sem ofender. Há pessoas que buscam a exploração de jovens. Manipulando essa ilusão, esse inconformismo que existe. E depois arruínam a vida dos jovens. Portanto, cuidado com a manipulação dos jovens. Temos sempre que ouvi-los. Cuidado. Na família, um pai, uma mãe que não escutam o filho jovem, o isolam, geram tristeza na alma dele. E não experimentam uma troca enriquecedora. Sempre há riqueza. Evidentemente, com inexperiência. Mas é preciso ouvi-los. E defendê-los de manipulações diversas – ideológica, sociológica. O caminho é ouvir, dar-lhes voz.”

(Quanto às atuais Manifestações) O que está acontecendo com os jovens no Brasil não sei. Mas, por favor, que não os manipulem, que os escutem, porque  esse é um fenômeno mundial, que vai muito além do Brasil.”

“Creio que é preciso estimular uma cultura do encontro, em todo o mundo. No mundo todo. De modo que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que a humanidade necessita. E defender esta realidade humana. Nesse aspecto, acho que é importante que todos trabalhemos pelos outros, podar o egoísmo. Um trabalho pelos outros segundo os valores da sua fé. Cada religião tem suas crenças. Mas, dentro dos valores de sua própria fé, trabalhar pelo próximo. E nos encontrarmos todos para trabalhar pelos outros.” (Entrevista exclusiva do Papa Francisco).

Ao celebrar a Missa na manhã do dia 27, na Catedral, o Papa deixou seu precioso recado aos Bispos, Sacerdotes, Religiosos, Seminaristas:

 “… queremos anunciar o Evangelho a nossos jovens para que encontrem a Cristo e se convertam em construtores de um mundo mais fraterno.”

“Chamados a anunciar o Evangelho. Muitos de vocês, queridos bispos e sacerdotes, talvez todos, vieram para acompanhar os jovens à Jornada Mundial da Juventude. Também eles escutaram as palavras do mandato de Jesus: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (cf. Mt 28,19).Nosso compromisso de pastores é ajudá-los a que arda em seu coração o desejo de ser discípulos missionários de Cristo. Certamente, muitos poderiam sentir-se um pouco assustados diante desse convite, pensando que ser missionários significa necessariamente abandonar o país, a família e os amigos. Deus quer que sejamos missionários. Onde estamos? Onde Ele nos põe: em nossa pátria, ou onde ele nos ponha. Ajudemos os jovens a dar-se conta que ser discípulos missionários é uma consequência de ser batizados, é parte essencial de ser cristão, e que o primeiro lugar o de se deve evangelizar é a própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família ou os amigos. Ajudemos os jovens. Ponhamos os ouvidos para escutar suas ilusões. Necessitam ser escutados. Para escutar seus êxitos, para escutar suas dificuldades, deve-se estar sentado, escutando talvez o mesmo livro, mas com música diferente, com identidades diferentes. A paciência de escutar! Isso peço de todo coração. No confessionário, na direção espiritual, no acompanhamento. Saibamos perder o tempo com eles. Semear custa e cansa, cansa muitíssimo! E é muito mais gratificante alegrar-se com a colheita… Que bom! Todos nos alegramos mais com a colheita! Mas Jesus nos pede que semeemos seriamente.

Não meçamos esforços na formação dos jovens. São Paulo, dirigindo-se aos seus cristãos, utiliza uma expressão, que ele tornou realidade em sua vida. “Meus filhos, por vós sinto, de novo, as dores do parto, até Cristo ser formado em vós.” (Gl 4,19). Que também nós a façamos realidade em nosso ministério. Ajudar a nossos jovens a redescobrir o valor e a alegria da fé, a alegria de ser amados pessoalmente por Deus. Isso é muito difícil, mas quando um jovem entende, quando sente com a unção que o Espírito Santo lhe dá, esse ser abençoado pessoalmente por Deus o acompanha por toda a vida. A alegria que deu a Seu Filho Jesus por nossa salvação. Educá-los na missão, a sair, a por-se em marcha, a estar sempre nas ruas pela fé. Assim fez Jesus com seus discípulos: não os manteve apegados a Ele como a galinha aos pintinhos; os enviou. Não podemos ficar enclausurados na paróquia, em nossa comunidade, em nossa instituição paroquial ou em nossa instituição diocesana quando tantas pessoas estão esperando o Evangelho. Sair, enviados. Não é um simples abrir a porta para que venham, para acolher, mas sair pela porta para buscar e encontrar. Empurremos os jovens para que saiam.Claro que eles vão meter os pés pelas mãos. Não tenhamos medo! Os apóstolos fizeram isso antes de nós. Empurremos eles para sair! Vamos com decisão na pastoral a partir da periferia, começando pelos que estão mais afastados, os que não costumam frequentar a paróquia. Eles são os convidados VIP. Nas encruzilhadas dos caminhos, vamos buscá-los.”

Aos dirigentes do Brasil, o Papa Francisco disse no dia 27: Somos responsáveis pela formação de novas gerações, por ajudá-las a ser hábeis na economia e na política, e firmes nos valores éticos.”

“O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos somos povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e a cultura tecnológica, a cultura econômica e a cultura da família, e a cultura da mídia.” 

Horas depois, disse aos Bispos do Brasil: “Nas ruas do Rio, jovens de todo o mundo e muitas outras multidões estão esperando por nós, necessitados de serem envolvidos pelo olhar misericordioso de Cristo Bom Pastor, que nós somos chamados a tornar presente.”

“… ambos constituem a esperança de um povo: os jovens, porque eles carregam a força, o sonho, a esperança do futuro, e os idosos, porque eles são a memória, a sabedoria de um povo.”

“Na missão, mesmo continental, é muito importante reforçar a família, que permanece célula essencial para a sociedade e para a Igreja; os jovens, que são o rosto futuro da Igreja; as mulheres, que têm um papel fundamental na transmissão da fé e constituem uma força quotidiana que faz evoluir uma sociedade e a renova.”

Em entrevista à Rádio da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no dia 27, nosso Pastor reforçou a urgência da solidariedade e do valor da família:

“Que todos trabalhemos por esta palavra que hoje em dia não é bem aceita: solidariedade. É uma palavra que procuram deixar de lado, sempre, porque incômoda. Todavia, é uma palavra que reflete os valores humanos e cristãos que hoje nos pedem para ir contra; da cultura do descartável, de que tudo é descartável.”

“Uma cultura que sempre deixa as pessoas de fora: deixa à margem as crianças, deixa à margem os jovens, deixa à margem os idosos, deixa fora aos que não servem, aos que não produzem, e isso não pode acontecer. Invés, a solidariedade, coloca todos dentro. Devem seguir trabalhando por esta cultura da solidariedade e pelo Evangelho”.

 “Não somente diria que a família é importante para a evangelização do novo mundo. A família é importante, é necessária para a sobrevivência da humanidade. Se não existe a família, a sobrevivência cultural da humanidade corre perigo. É a base, nos apeteça ou não: a família”.

Como o Papa, animemos os jovens a exercerem sua vocação de protagonistas de um mundo melhor (Cf. Vigília de Oração, 27/07/2013):

“Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Queridos jovens, o Senhor precisa de vocês! Ele também hoje chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja e ser missionário. Hoje, queridos jovens, o Senhor lhes chama!”

“Eu lhes pergunto: Querem construir a Igreja? Se animam uns aos outros a fazê-lo? [...] Somos parte da Igreja; mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história.Jovens, por favor, não se ponham na «cauda» da história. Sejam protagonistas. Joguem ao ataque! Chutem para diante, construam um mundo melhor, um mundo de irmãos, um mundo de justiça, de amor, de paz, de fraternidade, de solidariedade. Jogai sempre ao ataque! São Pedro nos diz que somos pedras vivas que formam um edifício espiritual (cf. 1Pe 2,5).

“O coração de vocês, coração jovem, quer construir um mundo melhor. Acompanho as notícias do mundo e vejo que muitos jovens, em tantas partes do mundo, saíram pelas estradas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Os jovens nas estradas; são jovens que querem ser protagonistas da mudança. Por favor, não deixem para outros o ser protagonistas da mudança! Vocês são aqueles que têm o futuro! Vocês… Através de vocês, entra o futuro no mundo. Também a vocês, eu peço para serem protagonistas desta mudança. Continuem a vencer a apatia, dando uma resposta cristã às inquietações sociais e políticas que estão surgindo em várias partes do mundo. Peço-lhes para serem construtores do mundo, trabalharem por um mundo melhor.”

Ao encerrar a JMJ, no domingo, o Papa recordou aos jovens a sua vocação missionária e exortou aos sacerdotes para acompanhá-los:

“Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé. Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história (cf. Rm 10,9).”

Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente.”

A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!”

“Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Certamente isso lhes rejuvenesceu a todos. O jovem contagia-nos com a sua juventude. Mas esta é apenas uma etapa do caminho. Por favor, continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos! E aqui desejo agradecer cordialmente aos grupos de pastoral juvenil, aos movimentos e novas comunidades que acompanham os jovens na sua experiência de serem Igreja, tão criativos e tão audazes. Sigam em frente e não tenham medo!”

Precisamos auxiliar os jovens no seu discernimento vocacional. A vocação foi o principal tema abordado na tarde do dia 28 no encontro com os jovens voluntários da JMJ: “Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do Matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda” [...]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!”

Saibamos todos nós, com o mesmo carinho e atenção do nosso Papa, dizer com palavras, gestos e trabalhos: “Queridos jovens, Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês!”


Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb

Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pastor Silas Malafaia ataca humildade do papa Francisco e bate-boca com padre no Twitter

O agressivo pastor Silas Malafaia

Na reta final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, neste final de semana, o pastor Silas Malafaia publicou diversas críticas à Igreja Católica através de seu perfil no Twitter.

Malafaia partiu da notícia de que a denominação liderada pelo papa Francisco estaria se organizando para estancar a perda de fiéis para as igrejas evangélicas no Brasil.

“A última está nos jornais de hoje: papa reúne 300 bispos para falar da perda de católicos para os evangélicos. Quem esta preocupado? Tenho que [rir] kk Falar a verdade está incomodando? É recalque citar textos da Bíblia? Confrontar idéias virou inveja? Me confronte com a Bíblia ou ideias. A verdade absoluta para nós evangélicos é Jesus e não o papa. Reconhecemos que o papa é apenas o líder de uma religião, nada mais, nada menos. Estou no estado democrático de direito. Sou livre para discordar do que quiser e emitir a opinião que desejar. Se você não gosta, problema seu”, escreveu o pastor.


As publicações de Silas Malafaia desagradaram leitores de sua timeline, e o pastor passou a criticar ainda mais os que discordavam de sua opinião: “Tenho que rir, falar a verdade é ter ódio. A verdade é que tem gente que não suporta a verdade, quando ela o confronta. Deixa eu [rir] ahahahahahah Alguns católicos que não sabem discutir ideias estão atacando a minha moral. Querem respeito mas não respeitam os outros. Não estou preocupado se estou ou não agradando. O politicamente correto hoje é concordar com tudo que o papa faz ou fala. Sou livre para discordar. Incrível! As pessoas dizem que querem a democracia mas não suportam o contraditório. Graças a Deus o Brasil não tem religião oficial. Liberdade de expressão para todos dizerem a mesma coisa é ditadura da opinião. Pseudos democráticos aprendam a viver com opiniões contrarias”, retrucou o pastor.

O agressivo pastor Silas Malafaia

Em dado momento, Malafaia foi mais incisivo em suas críticas à Igreja Católica e ao discurso de simplicidade do papa Francisco: “Já que estão apelando para calúnia e difamação, não vou usar esse expediente. Segura algumas verdades para calarem a boca. [...] O Vaticano possui uma das maiores reservas de ouro do mundo. Os bilhões de dólares fraudados do banco do Vaticano dirigido por cardeais… milhões e milhões de reais de ofertas e dizimo de católicos enviados para cobrir o rombo do banco. Querem falar de pastores? Calem a boca. Já foram no Vaticano para ver a pobreza que é? Eu já estive lá. Calem a boca para falar de pastor. Conversa fiada de pobreza”, publicou Malafaia, que é defensor da teologia da prosperidade.

Nesse ponto, o padre Roger Luis reagiu e lamentou a postura de Silas Malafaia, dizendo que suas palavras incentivavam o confronto: “Querido irmão, infelizmente sua postura é lamentável. Mas a vida continua, o caminho de Cristo é o da Cruz. Deus sonda os corações, deixemos os julgamentos para Ele. O mais importante é que as palavras do Papa alcançaram os corações!”, observou.

O agressivo pastor Silas Malafaia

Malafaia respondeu aos tweets do padre com mais ataques: “Não gosta do que falo, porque me acompanha? Cai fora se não gosta do contraditório. Se me acompanha e me acha inescrupuloso, você é pior do que eu. Olha a nossa preocupação: segundo o IBGE, nós, os evangélicos em 2020 serão maioria no Brasil. Como estamos preocupados, deixa eu [rir] kkkkkkk O único país do mundo onde os 3 últimos papas estiveram foi o Brasil. Somos nós que estamos preocupados? Deixa eu rir mais um pouco kkkkkkkkk”, ironizou o pastor.

Incomodado com a postura agressiva de Silas Malafaia, Roger Luis voltou a afirmar que o pastor estava adotando uma postura equivocada: “Deveria ser um tempo de unidade para derrubarmos as forças do mal na política abortista, e o que vemos é expressões de divisão! Que bom pastor, o IBGE é o Espírito Santo, agora é ele que define as coisas e não Deus? Faz-me rir irmão! Quem define as coisas no Reino Espiritual não é o IBGE irmão, mas o Espírito Santo, o Deus Todo-Poderoso. Ele nunca erra!”, disse o padre.

Depois, sem mencionar diretamente o pastor Silas Malafaia, o padre falou de forma mais abrangente sobre a questão: “Me pergunto se existe diferença no protesto das ‘vadias’ e de alguns que estão criticando a Igreja e o Papa? Percebo que é o mesmo espírito. Saibamos discernir os espíritos, já nos alertava S. João, sobre o discernimento! É hora de diferenciar os lobos e os pastores! Seja sincero! Fiquemos com a mensagem de amor, paz, unidade, conversão, capacidade de lutar contra a corrente, do nosso Pastor, o Papa Francisco. Os incomodados que se convertam, nós vamos incomodar ainda mais com a luz e a força do Evangelho, do perdão, do amor! É um novo tempo!”, afirmou.
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Fonte: GP1