terça-feira, 18 de maio de 2021

Presidente turco telefona a Francisco para falar de conflito em Israel



Papa Francisco falou por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, sobre o conflito entre Israel e palestinos hoje, 17 de maio, às 9h de Roma (5h horário de Brasília). O governo da Turquia foi o primeiro a divulgar que a conversa havia acontecido. Depois, a Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou a chamada.

A atual crise entre Israel e palestinos começou pela ordem de despejo emitida pela Suprema Corte de Israel contra moradores de um bairro palestino de Jerusalém. Em 7 de maio, dia do encerramento do Ramadã muçulmanos palestinos entraram em confronto com a polícia israelense, que fechou o acesso à mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.

A crise se agravou com a intervenção do grupo radical islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, de onde lançou foguetes contra cidades israelenses. Israel respondeu com bombardeios contra alvos do Hamas em Gaza.

Nas audiências gerais dos dias 9 e 17 de maio, o papa Francisco conclamou ao diálogo e ao fim da violência na região.

Segundo o comunicado do governo turco divulgado pela agência italiana de notícias ANSA, Erdogan pediu ao papa um compromisso entre "muçulmanos, cristãos e toda a humanidade" para pôr fim ao "massacre" contra os palestinos.

Erdogan é presidente da Turquia desde 2014. De 2003 a 2014, foi primeiro-ministro do país. Líder do partido islamista Justiça e Desenvolvimento, Erdogan tem o projeto estratégico de pôr a Turquia como líder do mundo muçulmano, disputando a hegemonia com Arábia Saudita, Egito e Irã. Turquia e Irã não são países árabes. Daí sua intervenção na questão entre Israel e palestinos. O presidente turco ameaçou romper relações diplomáticas com Israel em 2017 caso Jerusalém fosse reconhecida como a capital do Estado de Israel. Israel considera Jerusalém sua capital e organizações palestinas reivindicam a cidade como capital de um eventual estado palestino. Poucos países do mundo reconhecem Jerusalém como capital israelense. A maior parte dos países do mundo mantêm suas embaixadas junto ao governo de Israel em Tel Aviv.

O apelo diplomático do presidente turco em favor dos palestinos na Faixa de Gaza ocorre em um momento tenso nas relações entre a Santa Sé e a Turquia.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Palavra de Vida: «Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.» (1 Jo 4, 16)



“Deus é amor”: é a definição mais luminosa de Deus na Sagrada Escritura, que aparece apenas duas vezes, precisamente neste texto, uma carta ou talvez uma exortação que ecoa o quarto Evangelho. De facto, o autor é um discípulo que dá testemunho da tradição espiritual do apóstolo João. Ele escreve a uma comunidade cristã do primeiro século que, infelizmente, já se confrontava com uma das provas mais dolorosas, ou seja, a discórdia, a divisão quer no âmbito da fé, quer do testemunho. Deus é amor: Ele, enquanto Trindade, vive em si mesmo a plenitude da comunhão e transmite este amor às suas criaturas. A quantos o acolhem, dá-lhes o poder de se tornarem seus filhos (1), com o seu próprio DNA, capazes de amar. E o Seu é um amor gratuito, que liberta de todo o medo e timidez (2). 

Depois, para que se realize a promessa da recíproca comunhão: nós em Deus e Deus em nós, é necessário “permanecer” neste mesmo amor ativo, dinâmico, criativo. Por conseguinte, os discípulos de Jesus são chamados a amarem-se uns aos outros, a dar a vida; são chamados a partilhar os bens com quem se encontra em necessidade. Com este amor, a comunidade permanece unida, profética, fiel. 

«Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.» 

É um anúncio forte e claro também para nós, hoje, que nos podemos sentir esmagados por acontecimentos imprevisíveis e dificilmente controláveis, como a pandemia ou outras tragédias pessoais ou coletivas. Sentimo-nos perdidos e as- sustados, mais tentados a fecharmo-nos em nós mesmos, a levantar muros para nos protegermos daqueles que parecem ameaçar as nossas seguranças, do que a construir pontes para nos encontrarmos. 

Nestas circunstâncias, como é possível continuar a acreditar no amor de Deus? É possível continuar a amar?

Josiane, libanesa, estava longe do seu país quando teve conhecimento da terrível explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020. Confidencia aos que, como ela, vivem a Palavra de vida: «No meu coração senti dor, cólera, angústia, tristeza, confusão. Irrompia com força a pergunta: não bastava o que o Líbano já tinha sofri- do antes? Pensava naquele bairro arrasado, onde nasci e vivi; onde, agora, familiares e amigos morreram, estão feridos ou ficaram desalojados; onde os prédios, as escolas, os hospitais, que conheço muito bem, estão destruídos.

Procurei estar próxima da minha mãe e dos meus irmãos, responder às muitas mensagens de tantas pessoas que declaravam solidariedade, afeto, oração; escutando a todos, nesta profunda ferida que se tinha aberto. Queria acreditar, e ACREDITO, que estes encontros com quem sofre são um chamamento ao qual temos que responder com o amor que Deus colocou no nosso coração.

Para além das lágrimas, descobri uma luz ao ver tantos libaneses, muitos deles jovens, que se ergueram, olharam à sua volta e prestaram auxílio aos que se encontravam em necessidade. Nasceu em mim a esperança que surjam muitos jovens dispostos a comprometerem-se seriamente na política, convencidos que a solução se encontra no diálogo verdadeiro, na concórdia, em descobrirmo-nos irmãos, porque o somos de fato. 

Padre prega contra falsas doutrinas e é repreendido por bispo



O padre Luciano de Almeida foi acusado de racismo e preconceito por uma associação de defesa de religiões afro-brasileiras por advertir os fiéis sobre superstições e falsas doutrinas durante uma homilia no domingo do Bom Pastor, 25 de abril na paróquia Senhor Bom Jesus, em Taquara (RS). A diocese de Novo Hamburgo emitiu nota oficial em que pediu “desculpas às diversas entidades religiosas pelo acontecido e em especial às de raiz africana”. À ACI Digital, o padre disse que continuará ensinando o que afirma a doutrina católica. “Vou continuar com o mesmo jeito de pregar, porque não falo para agradar os outros, falo para agradar a Deus”.

Ao pregar sobre o Bom Pastor, padre Luciano afirmou que “o que não é de Deus, o que não é voz do Senhor, o que não conduz à eternidade não pode fazer parte da minha vida”.

“Como pode um católico querer que sua vida vá adiante, que sua casa, sua família, seu rebanho persevere, se dentro de casa tem buda, tem bruxa, tem incenso comprado em lojas de macumba para aromatizar o ambiente?”, perguntou.

O pároco disse que “dói o coração” saber que há pessoas que vão à missa, mas, durante a semana, frequentam centro espírita, acreditam em horóscopo, em astrologia, ou que têm objetos supersticiosos em casa, mas não têm “nenhuma cruz na parede”.

“Dói saber que vão ao centro espírita para poder ser enganado pelo demônio dizendo que aquele que faleceu está lá falando comigo. Mentira! O homem nasce uma vez só e morre. E o único que fala a nós é Jesus e as pessoas que Jesus permitiu que aparecessem a nós como testemunhas da sua ressurreição, e estas pessoas se resumem a uma só, a Virgem Maria”, disse. O sacerdote também citou alguns costumes de outras religiões, que envolvem sacrifício animal e o uso de sangue, e afirmou que “o único sangue que redimiu foi o de Cristo”.

Além disso, alertou os pais sobre “ideologias que muitos colégios estão colocando na cabeça dos filhos de vocês: o comunismo, o socialismo, o feminismo. Fiquem atentos!”.

Padre Luciano também perguntou: “quando é que você vai ouvir de verdade a voz de Deus?”. Em seguida, falou sobre o batismo, “que produz em nós um marca indelével”, isto é, que “ninguém pode tirar”. “Quando nós chegarmos diante do Senhor, Ele vai nos reconhecer, porque somos Dele”, disse e acrescentou que “só Jesus é capaz de nos levar ao céu, ninguém mais”.

Uma jovem começou a xingar o sacerdote ainda durante a celebração. Diante dos xingamentos, padre Luciano afirmou que o fato corroborava o que havia pregado. “Vocês estão vendo. Sou machista, sou preconceituoso... É a palavra de Deus. Vocês viram o que entrou no coração dos nossos jovens e foi muito bom que isso aconteceu, porque vemos como as coisas têm sido conduzidas. Assim, percebemos que o mal está em nossas casas”, disse.

A Associação Independente em Defesa das Religiões Afro Brasileiras (Asidrab) publicou nota de repúdio às declarações que classificou como “racistas e preconceituosas”. Afirmou ainda que as falas do pároco configuram “possível prática do crime de racismo religioso”.

“No caso ocorrido, no referido culto, há nítida incitação, por parte do padre, contra os adeptos de matriz africana e demais crenças”, disse a nota.

Além disso, a Asidrab disse que “as medidas administrativas, cíveis e criminais já estão sendo tomadas, e os envolvidos serão responsabilizados por isso”. No dia 29 de abril, a associação informou por meio de sua página no Facebook que o seu presidente, Pai Tiago de Bará, havia ido à Delegacia de Combate aos Crimes de Intolerância e registrado a ocorrência policial contra o padre Luciano de Almeida. O pároco, porém, afirmou à ACI Digital que ainda não recebeu nenhuma notificação.

O caso teve grande repercussão nas redes sociais. A celebração foi transmitida por meio do Youtube, mas, a Diocese solicitou que o vídeo fosse excluído do canal, “o que foi feito de imediato”, segundo a nota da diocese.

Padre Luciano disse ver “com muita dor” toda a repercussão do caso, “porque foram jovens da paróquia que editaram o vídeo e publicaram, jovens que são a favor de aborto, de ideologias. Eles se sentiram ofendidos com minha homilia e editaram o vídeo”, relatou.

Quanto à medida judicial tomada pela Asidrab, padre Luciano diz ter conversado com um juiz que “disse que não cometi crime algum, pois estava falando para meus fiéis católicos”.

“Eu não preguei nada diferente, foi a mesma homilia nas três missas daquele dia. Falei apenas o que ensina a doutrina. E este sempre foi o meu modo de pregar”, disse.

Missa de Paulo Gustavo teve comunhão de seu companheiro e ataque à ‘homofobia’



A missa de sétimo dia do ator e humorista Paulo Gustavo foi celebrada na terça-feira dia 11 de maio ao pé do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (RJ) com transmissão ao vivo pela TV. Paulo Gustavo, abertamente homossexual que vivia com o médico Thales Bretas com quem criava dois meninos, morreu no dia 4 de maio, aos 42 anos, de Covid-19. Ele estava internado desde 13 de março no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro.

Bretas, apresentado frequentemente pela mídia como “marido” do ator, discursou durante a missa. “O amor é transformador, e o nosso não só me evoluiu para sempre como alcançou milhares de famílias com o exemplo de tolerância, respeito e união”, disse. “Que sorte a minha viver um amor tão lindo, verdadeiro e correspondido, mesmo que por pouco tempo. Tínhamos tantos planos para tantos anos, acho que é para além dessa nossa encarnação”, referindo-se aparentemente à crença na reencarnação das almas que não é aceita pelo catolicismo.

A cineasta Susana Garcia, amiga e diretora de filmes de Paulo Gustavo falou do ator como um lutador em discurso durante a missa. “Em sua honra, seremos cada vez mais um imenso mar de força, determinação e coragem contra tudo que nega a vida”, disse a cineasta. “Você lutou contra o preconceito, contra o racismo, contra a homofobia! Você fazia esse país se curar através do riso”.

Bretas, como vários dos presentes, recebeu a comunhão do concelebrante, padre Jorge Luiz Neves, conhecido como padre Jorjão.

O Catecismo da Igreja Católica afirma no parágrafo 1385 que “aquele que tiver consciência dum pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da Comunhão”. O mesmo catecismo define o homossexualismo como pecado grave.

Em entrevista à ACI Digital, padre Jorjão disse não ter acesso à consciência das pessoas para negar a Eucaristia.

Segundo o padre, antes da missa e do início da transmissão pela TV, o padre Omar Raposo, reitor do santuário do Cristo Redentor e celebrante principal, avisou “quem poderia comungar e como se comunga”, isto é, “teve todo um cuidado”.


Padre Jorjão disse que “não tinha como saber se ele (Bretas) se confessou ou não.

“Durante todo esse tempo que o Paulo Gustavo esteve internado ou até após a sua morte, ele pode ter se arrependido, se confessado. Quem poderá dizer se ele buscou a confissão nesses últimos dias?”, questionou.

Segundo o sacerdote, “se negasse a comunhão, poderia gerar um escândalo maior” e citou casos em que viu ser negada a comunhão e depois se soube que a pessoa poderia ter comungado.

“Pode receber a comunhão quem está em estado de graça”, disse padre Jorjão, e isso “foi avisado antes da Missa”. Entretanto, “é o fiel que vai saber se está em estado de graça ou não, o padre não tem como ler a consciência da pessoa. Se receber a comunhão sem estar em estado de graça, a responsabilidade é do fiel”.

À ACI Digital, o sacerdote citou as palavras de São Paulo: “Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, cada qual a si mesmo e então coma desse pão e beba deste cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação”.

Alemanha caminha para o cisma e o papa deveria agir, diz teólogo americano




O teólogo norte-americano Thomas Weinandy disse ser "tolice" negar que o "Caminho Sinodal" alemão esteja buscando mudanças que seriam cismáticas. O padre capuchinho fez o comentário dias depois que o bispo de Limburg, dom Georg Bätzing, presidente da conferência episcopal Alemã, afirmar que os católicos alemães não são cismáticos nem buscam se “desprender de Roma” em entrevista a ACI Stampa, serviço em italiano do grupo ACI.

"Bem, se o Caminho Sinodal Alemão não está caminhando para o cisma, então enganou muita gente", disse Weinandy, ex-membro da Comissão Teológica Internacional do Vaticano.

"É óbvio que o Caminho Sinodal Alemão está propondo mudanças no ensinamento da Igreja que seriam cismáticas. Isto não pode ser negado, é tolice afirmar o contrário".

Em sua entrevista bispo Bätzing se referiu à jornada de bênçãos em todo o país marcada para hoje, 10 de maio, na Alemanha como forma de protesto ao "não" do Vaticano às bênçãos para uniões do mesmo sexo. O evento, organizado por padres católicos e agentes de pastoral, levou o nome de "Segnungsgottesdiensten für Liebende", ou "serviços de bênção para os que se amam".

Bätzing disse na entrevista que a questão das bênçãos foi um dos muitos tópicos abordados pelo fórum sobre moralidade sexual do Caminho Sinodal. "Pares homossexuais e casais que não podem e não querem se casar na Igreja, mas que mesmo assim desejam a bênção da Igreja, fazem parte de nossa sociedade e da Igreja", disse o bispo.

"Na Alemanha e em outras partes da Igreja Universal há muito se discute sobre como desenvolver o magistério com argumentos sólidos - com base nas verdades fundamentais da fé e da moral, no progresso da reflexão teológica e em um espírito de abertura aos últimos resultados das ciências humanas e às situações de vida das pessoas de hoje", referiu Bätzing.

Weinandy, que já foi diretor executivo do Secretariado Episcopal dos Estados Unidos para a Doutrina, acusa Bätzing de contradição.

"Por um lado, o bispo Bätzing afirma que deseja ‘esenvolver o Magistério com argumentos sólidos’. Por outro, o que ele propõe como base para sólidos argumentos de desenvolvimento são teológica e magistralmente inconsistentes e contraditórios", disse o sacerdote.

"As verdades fundamentais da fé e da moral não são compatíveis com o que o Caminho Sinodal Alemão propõe, por exemplo, com a bênção da união homossexual. Qualquer reflexão teológica proponha outra coisa está equivocada". 

O padre capuchinho acrescentou que "os últimos resultados das ciências humanas", alegados por Bätzing, são "muitas vezes uma mera tentativa de aprovar o zeitgeist da época".

Ele também sugeriu que a frase "situações de vida das pessoas de hoje" não tem sentido algum.

"Sempre existiram pessoas que cometeram fornicação, ou que vivem em situações de adultério, ou que se envolvem em atos homossexuais. A diferença é que muitos hoje, inclusive bispos como Bätzing, desejam abençoar esses atos sexuais como se não fossem mais pecaminosos. Eles são e sempre serão pecaminosos", disse o padre capuchinho à Catholic News Agency, agência em inglês do grupo ACI, no último 8 de maio.

"Assim, enquanto o bispo Bätzing emprega frases com aparência de grande sabedoria e erudição, elas são meramente vazias, e muitas vezes enganosas", acrescentou.  

A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) publicou um "Responsum ad dubium" no dia 15 de março respondendo à pergunta, "a Igreja tem o poder de dar a bênção às uniões de pessoas do mesmo sexo"? A CDF respondeu que não.

A declaração da Santa Sé suscitou protestos no mundo católico, especialmente de língua alemã. Vários bispos expressaram apoio às bênçãos de uniões do mesmo sexo, enquanto as igrejas exibiam bandeiras do movimento LGBT. Um grupo de mais de 200 professores de teologia assinaram uma declaração criticando o Vaticano.

Papa Francisco institui o ministério leigo do catequista: “Deve ser totalmente secular, sem cair na clericalização”



Na manhã de terça-feira, 11 de maio, o Papa Francisco publicou a carta Apostólica sob forma de Motu Proprio (de própria iniciativa) Antiquum ministerium. Através dela o Papa cria o ministério laical de catequista e estabelece algumas diretrizes para o exercício do mesmo.

“O ministério do catequista na Igreja é muito antigo. Entre os teólogos, é comum que os primeiros exemplos já sejam encontrados nos escritos do Novo Testamento”, observa o Papa no início da Carta Apostólica que foi publicada hoje.

Toda a história da evangelização nos últimos 2.000 anos “mostra com grande evidência o quão eficaz tem sido a missão dos catequistas”. Bispos, padres, diáconos e religiosos “dedicaram suas vidas ao ensino catequético para que a fé possa ser um apoio válido para a existência pessoal de cada ser humano”. “Você não pode esquecer as incontáveis pessoas leigas que estiveram diretamente envolvidas na disseminação do Evangelho através do ensino catequético”, acrescenta o Papa.

O catequista “é chamado primeiro a manifestar sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé”. Ele também “é ao mesmo tempo testemunha da fé, professor e mytagogo, companheiro e pedagogia que ensina em nome da Igreja”. Uma identidade, diz Francisco, “que só pode ser desenvolvida com coerência e responsabilidade através da oração, estudo e participação direta na vida comunitária”.

“A fidelidade ao passado e a responsabilidade pelo presente são as condições indispensáveis para a Igreja realizar sua missão no mundo”, explica.

Desde o Concílio Vaticano II, diz Francisco, a Igreja “tem percebido com consciência renovada a importância do compromisso do leigo com o trabalho de evangelização”.

Sem qualquer prejuízo da própria missão do bispo, que é ser “o primeiro catequista” em sua diocese ao lado do presbitério, e “para a responsabilidade particular dos pais pela formação cristã de seus filhos”, escreve o Santo Padre, “é necessário reconhecer a presença de leigos que, em virtude do próprio batismo, se sentem chamados a colaborar a serviço da catequese”.

Também é exigido “que sejam fiéis colaboradores de padres e diáconos, dispostos a exercer ministério quando necessário, e encorajados pelo verdadeiro entusiasmo apostólico”.

Francisco, por fim, observa que a Congregação para a Adoração Divina e a Disciplina dos Sacramentos “em breve serão responsáveis pela publicação do Rito de Instituição do Ministério Leigo da Catequista”, e convida as Conferências Episcopais a efetivar o ministério, “estabelecendo o itinerário necessário de formação e os critérios normativos para acessá-lo, encontrando as formas mais coerentes de serviço que serão chamados a realizar de acordo com o que se expressa nesta Carta Apostólica”.

A seguir, a íntegra do texto da Carta Apostólica, publicada neste 11 de maio pelo Vaticano:

“Sacrílego e Diabólico” esclarece sacerdote sobre bênçãos a uniões do mesmo sexo



Hugo Valdemar, cônego penitenciário da arquidiocese do México, afirmou que a bênção uniões homossexuais dadas ontem dia 10 na Alemanha “é um verdadeiro ato sacrílego” e um “ato diabólico de orgulho e imoralidade”.

A bênção de uniões homossexuais na Alemanha “não é só um ato de indisciplina e rebelião contra o papa e contra a Congregação para a Doutrina da Fé, mas é um verdadeiro sacrilégio”, afirma o sacerdote que foi diretor de comunicação da arquidiocese de México por 15 anos.

Nesta segunda-feira, 10 de maio, padres e agentes pastorais da Igreja na Alemanha abençoaram casais homossexuais em um evento intitulado “O amor vence” em mais de 100 lugares em todo o país, com o apoio de vários bispos e em desafio aberto à proibição explícita do Vaticano, que em 15 de março declarou que esse tipo de bênção não é possível porque a Igreja não pode abençoar o pecado”.

O padre mexicano advertiu que a bênção de casais homossexuais “é um verdadeiro desafio a Deus e sua lei natural, um desrespeito pela Sagrada Escritura que considera esses atos como pecado grave e abominação, e um profundo desprezo pelos ensino secular da igreja sobre este grave pecado. Em suma, é um verdadeiro ato diabólico de orgulho e imoralidade”.

Padre Valdemar explicou que “as pessoas sempre podem ser abençoadas, mesmo que sejam pecadoras, mas o que é em si um pecado grave e ofende a Deus, como atos homossexuais, não pode ser abençoado”.

Hoje é dia de Santa Corona, padroeira contra epidemias; conheça sua história


O mundo é cheio de coincidências estranhas; quem diria que durante uma pandemia, a Igreja Católica teria uma data comemorativa para a Santa Corona, a padroeira contra epidemias? Pois bem, esse é o fato: no dia 14 de maio, a Santa Sé comemora o dia dessa mártir beatificada, que apesar de pouco conhecida, tem ganhado notoriedade em tempos de covid-19.

Sua tradição é desconhecida e sua adoração apenas comum na comunidade de Aachen (ou Aquisgrana), na fronteira entre a Alemanha e a Bélgica.  Mas quem foi Santa Corona? Pra começar, a dúvida já surge no nome dela: muitos acreditam que a mulher beatificada se chamava, na verdade, Stephania, mas o nome ‘corona’ pode ter sido adotado por jogadores de azar – que a elegeram como padroeira – ou pelo termo ser o utilizado para denominar as moedas nos tempos do Império Romano.

Fato é: a Santa foi uma das mártires cristãs do início da Era Comum e foi assassinada pelos romanos no ano de 170. Não se sabe se ela foi morta em Damasco, atual capital síria, ou na Antioquia, região sul da Turquia. Os registros apontam que Corona teria sido executada com apenas 16 anos. Após ver um homem chamado Vitor ser torturado por ser cristão, ela tentou defendê-lo e acabou assumindo sua fé para os soldados romanos, que a mataram.

“Essa é uma história muito horrível”, disse Brigitte Falk, chefe da Câmara do Tesouro da Catedral de Aachen à Reuters. “Como muitos outros santos, Santa Corona pode ser uma fonte de esperança nestes tempos difíceis”, completou.

Por não se tratar de uma das santas mais populares da fé cristã, existem poucos registros sobre as reais razões da beata ser considerada a padroeira de proteção contra as epidemias. Os documentos difusos não refletem a tradição oral que dominou o legado da Santa, cujas relíquias estão guardadas na catedral de Aachen, levadas àquela região pelo rei Otto III, do Sacro Império Romano Germânico.