quarta-feira, 5 de maio de 2021

Policiais tentam interromper missa mas padre não permite, na Argentina


Uma tentativa de acabar com uma Missa de Primeira Comunhão viralizou nas redes sociais. Um grupo de policiais entrou nas dependências de uma paróquia para suspender a celebração, mas o padre não permitiu.

O episódio ocorreu no sábado, 1º de maio, na cidade de Adrogué, província de Buenos Aires, Argentina. O Pe. Guillermo Robles, da paróquia de Corpus Christi, estava celebrando a Missa de Primeira Comunhão em um espaço aberto.

Aparentemente, os vizinhos informaram à polícia que havia uma concentração ilegal de pessoas que violava um decreto nacional.

Foi isto que aconteceu durante a Missa:


O vídeo nos mostra a tentativa de interromper a celebração. A polícia entra no terreno da paróquia para suspender a missa. Enquanto isso acontecia, os paroquianos cantavam.

Os oficiais caminham até o altar e se dirigem ao padre, que no microfone diz:

“Vamos falar tranquilamente, na lei que o governador de Buenos Aires Axel Kicillof aprovou diz que pode ser feito com uma capacidade de 30%, li no jornal”. O padre lembrou que o local tinha capacidade para 400 pessoas, e que no momento havia 120, ou seja, 30%.

O policial respondeu: “o presidente disse ‘sem batismo, sem casamento’”, ao que o padre respondeu: “Ele não disse isso, você está errado. Tem que ler bem, foi o que lemos no jornal”.

A situação foi gerada por uma confusão quanto à interpretação do Decreto 287/2021 emitido pelo Poder Executivo Nacional da Argentina, que, entre muitas disposições, reduziu as reuniões em espaços exteriores a apenas 10 pessoas. Também suspende todos os tipos de eventos religiosos em locais fechados.

Aparentemente, o padre havia lido um decreto anterior que estabelecia a capacidade de 30%.

Ninguém pode abençoar uniões do mesmo sexo, diz Cardeal Ruini


"Espero de todo meu coração que não haja cisma, e rezo por isso", disse o cardeal Camillo Ruini ao jornal italiano Il Foglio. Ruini, vigário emérito para a Diocese de Roma, fez o comentário em entrevista publicada hoje, 4 de maio, por causa do desafio de padres e bispos alemães à proibição da Santa Sé às bênçãos para uniões homossexuais.

A Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) publicou em 15 de março deste ano um "Responsum ad dubium", uma resposta a uma dúvida, com a aprovação do Papa Francisco. Respondendo à pergunta: "a Igreja tem o poder de abençoar as uniões de pessoas do mesmo sexo"? A CDF respondeu que não.

No dia 10 de maio, na Alemanha, sacerdotes católicos planejam um evento no qual abençoarão uniões do mesmo sexo. O nome da iniciativa é "dia de bênçãos para aqueles que se amam".

“Ninguém na Igreja, tem o poder de abençoar as uniões homossexuais”, disse o cardeal Ruini. “Certamente as pessoas podem ser abençoadas, mas para que se convertam, não para que sejam confirmadas em seu pecado. O próprio Deus abençoa o pecador para que se deixe transformar por Ele e assim supere o pecado, mas Deus não pode abençoar o pecado”.

“Quero sublinhar a força deste posicionamento: Não se trata de algo que a Igreja decidiu não realizar, mas de algo que a Igreja não pode realizar”, afirmou.

"A Igreja hoje é contra toda discriminação injusta de pessoas homossexuais e deseja que elas sejam acolhidas na comunidade cristã com respeito e consideração. O objeto da discussão está na avaliação moral das relações homossexuais e das uniões que as praticam", afirmou Ruini na entrevista.

"De acordo com o constante ensino da Sagrada Escritura, do Antigo e do Novo Testamento e da tradição eclesial, os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados porque não são idôneos para transmitir a vida e não se baseiam em uma verdadeira complementaridade afetiva e sexual", acrescentou.

“Portanto, em nenhum caso eles podem ser aprovados", concluiu.

Diocese se solidariza com vítimas de ataque a creche em Santa Catarina



A Diocese de Chapecó (SC) expressou sua solidariedade às vítimas do ataque realizado por um jovem de 18 anos nesta terça-feira contra uma creche no município de Saudades (SC), que deixou mortas duas professoras e três crianças.

Por meio de suas redes socais, a diocese catarinense afirmou que “se solidariza com as com as famílias do município de Saudades, especialmente as famílias vitimadas. Todas as nossas orações e que Deus conforte o coração de cada um”.

O caso ocorreu por volta das 10h desta terça-feira, quando o jovem invadiu a Escola Infantil Pró-Infância Aquarela e desferiu golpes contra adultos e crianças com um facão. De acordo com a Polícia Civil, duas crianças morreram no local e uma, após atendimento médico no hospital do município. Todas tinham menos de dois anos de idade.

Também foram vítimas fatais desse ataque a professora Keli Adriane Anieceviski de 30 anos e a funcionária Mirla Renner, de 20 anos.

Investigação preliminar indica que a tragédia não foi maior porque professoras perceberam o que estava acontecendo e trancaram as outras salas onde estavam os demais alunos da instituição, que é voltada para crianças até 3 anos.

Após o atentado, o homem saiu da creche e foi abordado por populares. Então, tentou se suicidar, mas foi impedido. Ele foi levado para o Hospital Beneficente de Pinhalzinho, na cidade vizinha, onde está em estado grave.

Segundo o delegado regional de Chapecó, Ricardo Nilton Casagrande, que se dirigiu a Saudades, ainda estão buscando informações sobre o que teria motivado esse crime. “Ainda não foi possível conversar com o autor, ele está hospitalizado. Não temos a idade dele por enquanto”, disse.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

O dever dos bispos alemães é defender os ensinamentos da Escritura, diz cardeal Pell


"O dever dos bispos alemães é defender os ensinamentos da Escritura, defender os ensinamentos da Igreja. Nós estamos sob esses ensinamentos. Os bispos não têm poder para mudá-los - nenhum de nós tem", disse o Cardeal George Pell.  "Penso que há uma parcela da Igreja alemã que parece obstinada a caminhar na direção errada", disse o cardeal numa entrevista ao canal EWTN em 27 de abril.

O comentário aparece no momento em que sacerdotes alemães planejam uma maratona de bênçãos para uniões de pessoas do mesmo sexo, no 10 de maio, como forma de protesto contra o documento da Congregação para a Doutrina da Fé no Vaticano que veta qualquer bênção para esse tipo de união.

Para o cardeal australiano, a situação da Igreja na Alemanha parece "sinistra".

"Com isso, quero dizer que é bastante claro que um cristianismo liberalizado, seja ele um catolicismo ou um protestantismo, no prazo de uma geração ou duas, mergulha num agnosticismo. ... Se começarmos a adotar os procedimentos do mundo e a aprovar todo tipo de comportamento, ninguém vai se importar com mais nada".

Nos últimos anos, um número recorde de católicos deixou a Igreja na Alemanha. Só em 2019 mais de 270 mil pessoas abandonaram formalmente a Igreja.

O cardeal acompanhou a situação da Igreja na Alemanha através das notícias durante a sua prisão na Austrália, que ele descreve no seu último livro, "Prison Journal, Volume 2: The State Court Rejects the Appeal" (Diários da Prisão, Volume 2, A Corte do Estado Rejeita a Apelação, em tradução livre), publicado nos EUA pela editora Ignatius Press. Pell foi condenado em primeira instância por cinco acusações de abuso sexual. Sua condenação foi anulada pela Alta Corte, instância mais alta da Justiça australiana.

Durante os seus 404 dias na prisão, Pell disse que manteve o diário como um "registo histórico de uma época estranha".

Papa Francisco promulga lei da “ficha limpa” para a Santa Sé


A partir de hoje, a Santa Sé vai exigir que todos os dirigentes em cargos administrativos declarem não ter sido investigados ou condenados por terrorismo, lavagem de dinheiro ou evasão fiscal, que não tenham bens em paraísos fiscais e nem investimentos em empresas contrárias à Doutrina Social da Igreja. As novas determinações foram estabelecidas pelo Papa Francisco por meio de Carta Apostólica em forma de Motu Próprio com disposições a respeito da transparência na gestão das finanças públicas. O Santo Padre dispõe ainda que todos os funcionários vaticanos estão proibidos de aceitar presentes com valor superior a 40 euros.

"A fidelidade em coisas de pouca conta está relacionada, segundo as Escrituras, à fidelidade em coisas de importância. Assim como ser desonesto em coisas de pouca importância está relacionado a ser desonesto em coisas de importância (cf. Lc 16,10)”, afirma o novo Motu proprio do Papa Francisco no parágrafo inicial.

O Papa solicita “aos dirigentes da Santa Sé em todos os níveis, e a todos aqueles que desempenham funções ativas administrativas, funções jurisdicionais ou de controle, que assinem uma declaração assegurando que não receberam condenações definitivas, que não estão submetidos a processos penais pendentes ou a investigações por corrupção, fraude, terrorismo, lavagem de dinheiro, exploração de menores, evasão fiscal. E que não mantêm dinheiro ou investimentos em países com alto risco de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, em paraísos fiscais ou participações em empresas que operam contra a Doutrina Social da Igreja”.

Segundo o portal oficial de notícias do Vaticano, VaticanNews, a “restrição segue a de 19 de maio de 2020, quando o Papa Francisco promulgou o novo código de licitações, e foi necessário, explica o Pontífice, porque a corrupção ‘pode se manifestar em modalidades e formas diferentes mesmo em setores diferentes dos de licitações, e por essa razão os regulamentos e as melhores práticas em nível internacional preveem para os indivíduos que desempenham papéis-chave no setor público obrigações particulares de transparência com o objetivo de prevenir e combater, em todos os setores, conflitos de interesse, formas clientelísticas e corrupção em geral". Por esta razão, a Santa Sé, que aderiu à Convenção das Nações Unidas contra a corrupção, "decidiu conformar-se às melhores práticas para prevenir e combater" este fenômeno "em suas diversas formas"”.

Com o novo Motu próprio, o Papa acrescenta ao Regulamento Geral da Cúria Romana uma medida que diz respeito “a todos aqueles classificados nos níveis funcionais C, C1, C2 e C3 (de Cardeais que são chefes de dicastérios até os vice-diretores com contratos de direção de cinco anos), e a todos aqueles que têm funções de administração jurisdicional ativa ou de controle e supervisão”.

Legionários de Cristo sofrem novas acusações legais por abuso sexual


Seis pessoas apresentaram uma denúncia a um tribunal federal dos Estados Unidos por abusos sexuais que teriam sofrido em escolas administradas pela congregação religiosa Legionários de Cristo durante a década de 1990.

Segundo a agência de notícias Associated Press, foram cinco homens e uma mulher que apresentaram a denúncia em Connecticut.

Quatro dos homens alegaram ter sofrido toques ina propriados, entre outros abusos, cometidos pelos legionários de Cristo na Immaculate Conception Apostolic School (Escola Apostólica Imaculada Conceição), no estado de New Hampshire.

O quinto homem denunciou que foi abusado por um colega de turma na mesma escola.

A mulher disse que um empregado da Immaculate Conception Academy (Academia da Imaculada Conceição), em Rhode Island, mostrou a ela o seu órgão sexual.

Em declarações enviadas à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Gail Gore, porta-voz dos Legionários de Cristo nos Estados Unidos, disse que "a Legião está em processo de revisão das denúncias".

“Os Legionários de Cristo respeitam todos os que apresentam esse tipo de acusação e estão comprometidos em criar e manter um ambiente seguro para todas as crianças e todas as pessoas que interagem com seus membros e estão envolvidas em seus ministérios”, disse.

Justiça decide que filme do Porta dos Fundos sobre Jesus gay não ataca o Cristianismo



O filme da produtora Porta dos Fundos que apresenta Jesus como homossexual não apresenta ataques ao Cristianismo e, portanto, “não ocorreu qualquer intolerância religiosa”, decidiu a Justiça carioca. A juíza Adriana Sucena Monteiro Jara Moura julgou no último dia 21 de abril improcedentes os pedidos da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura (CDB) em Ação Civil Pública ajuizada contra o Porta dos Fundos e a plataforma de streaming Netflix por causa do “Especial de Natal do Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, que estreou em 2019.

O filme, lançado pela Netflix com legendas em inglês, italiano e francês, além de mostrar Jesus como homossexual, retrata a Virgem Maria como prostituta e os apóstolos como alcoólatras.

A Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura (CDB), que ajuizou a ação civil pública, diz que recorrerá.

O Centro Dom Bosco entrou com a ação pedindo a retirada do filme do ar, bem como a indenização por danos morais no valor do faturamento das empresas com o vídeo, em um total de R$ 2 milhões (correspondentes a cerca de R$0,02 por brasileiro que professa a fé católica).

Em sua decisão, a juíza Jara Moura considerou que o filme está disponível na Netflix para exibição “para os seus assinantes. Ou seja, não se trata de exibição em local público e de imagens que alcancem àqueles que não desejam ver o seu conteúdo”. Assim, afirma que resta “assegurada a plena liberdade de escolha de cada um de assistir ou não ao filme e mesmo de permanecer ou não como assinante da plataforma”.

Ao julgar improcedentes os pedidos do CDB, a magistrada afirmou ainda que “não ocorreu no caso em julgamento qualquer intolerância religiosa, sendo que esta não pode ser confundida com a crítica religiosa, realizada por meio de sátira, a elementos caros ao Cristianismo”.

Para ela, “a sátira em questão, um esquete humorístico que utiliza figuras históricas e religiosas como pano de fundo, não possui o condão de vilipendiar ou abalar os valores da fé cristã, que são muito mais profundos”.

Além disso, considerou que “não merece amparo o pedido de indenização por dano moral”, por considerar que “para a configuração do dano moral coletivo” é preciso “ter uma conduta antijurídica a afetar intoleravelmente e injustamente os valores e interesses coletivos fundamentais ou a tranquilidade social, mediante a ocorrência de conduta maculada de grave lesão”.

No seu julgamento, a juíza se mostrou em linha com posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo caso.

3 padres são detidos por ataque a bispo no Sudão do Sul


Doze pessoas, entre elas três clérigos católicos, foram presas como suspeitas do ataque ao bispo eleito da diocese de Rumbek, no Sudão do Sul, padre Christian Carlassare.

Na noite de 25 de abril, desconhecidos balearam o padre Carlassare, que estava em seu quarto no prédio onde moram os sacerdotes da catedral da Sagrada Família da diocese de Rumbek.

Padre Carlassare, um missionário comboniano de 43 anos, foi baleado nas pernas e levado para um centro de saúde em Rumbek para atendimento imediato. Em seguida, foi transferido para Nairóbi, capital do Quênia, para tratamento especializado.

Fontes locais disseram à ACI Africa, serviço em inglês para o continente africano do grupo ACI, que três membros do clero da diocese de Rumbek estão entre os presos na investigação do ataque ao padre Carlassare.

Uma das fontes disse que os seguranças encarregados da investigação do caso estão analisando um celular encontrado na cena do crime.

“Quando os dois homens atiraram no bispo eleito, um deles deixou cair o telefone. É esse telefone que a segurança usou para localizar os suspeitos”, disse a fonte.

Os 12 suspeitos presos, entre eles "importantes leigos da diocese", foram detidos por sua ligação com a "prova física do telefone celular encontrado no local onde o bispo eleito foi baleado", acrescentou.

As prisões dos suspeitos obedecem à ordem do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, que pediu uma "investigação rápida do atentado que leve à captura dos criminosos que cometeram este crime".

Em sua declaração de 16 de abril, o presidente afirmou que a notícia do ataque ao padre Carlassare o deixou consternado e destacou que este “ato de violência” é inaceitável.

"Se aqueles que cometeram este ato vergonhoso o fizeram para intimidar a Igreja, eles estão lamentavelmente enganados", disse Kiir. Padre Carlassare “foi eleito para liderar e as autoridades do Lake State o apoiarão e não permitirão que a ação de uns poucos criminosos condicione os projetos da autoridade eclesiástica”, acrescentou.

“Oro para que Deus fortaleça a fé do padre Carlassare no serviço ao nosso povo e que ele possa retornar ao seu rebanho com uma determinação renovada de servir os fiéis da diocese. Desejo-lhe uma recuperação rápida”, disse.

O vice-governador do estado de Lake, Poth Madit, confirmou à ACI África que algumas pessoas foram detidas e que esperam ter informações substanciais sobre o caso em breve.

Madit qualificou o ataque ao bispo eleito de "incidente isolado" cometido por um grupo de criminosos cuja rede já foi identificada e ressaltou que atualmente estão interrogando algumas pessoas na Igreja.