sábado, 12 de setembro de 2020

Festa da Padroeira no Santuário de Aparecida será virtual devido ao coronavírus



O Santuário Nacional de Aparecida comunicou que a festa da Padroeira neste ano, de 3 a 12 de outubro, será celebrada de forma virtual, em razão da pandemia do coronavírus; além disso, algumas atividades realizadas em anos anteriores, como as procissões, tiveram que ser canceladas.

“Diante do cenário de pandemia que o mundo vive, que continua inspirando profundo cuidado e respeito pelo próximo, sobretudo no nosso país, o Santuário Nacional e a Arquidiocese de Aparecida optaram por realizar as festividades da padroeira do Brasil de um jeito diferente: este ano, sem a presença física dos devotos nas celebrações. Todos estão convidados a viver a novena e a festa da padroeira em suas casas, pelos meios de comunicação”, declarou o reitor do Santuário, Pe. Eduardo Catalfo em uma mensagem de vídeo. 

Anunciam livro sobre a luta contra abusos na Igreja com prólogo do Papa Francisco



No final de setembro, chegará às lojas o novo livro "Teologia e Prevenção: Estudo sobre os Abusos Sexuais na Igreja Latino-americana", esforço editorial do Centro de Pesquisa e Formação Interdisciplinar para a Proteção do Menor (CEPROME) da Universidade Pontifícia do México, que conta com um prólogo do Papa Francisco.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Pe. Daniel Portillo, diretor do CEPROME e editor do livro, destacou que o novo texto “não é apenas um tratado científico, mas de forma interdisciplinar visa abordar o complexo tema do abuso e da prevenção”.

“É também uma importante contribuição para a teologia da prevenção, ainda não suficientemente desenvolvida na Igreja Católica”, e que “é necessário abordá-la da melhor maneira”.

Em seu prólogo, o Papa Francisco destacou que “recebi com alegria e esperança o trabalho Teologia e Prevenção”, e agradeceu aos especialistas que contribuíram para o livro, que “a partir da teologia, nos convidam a aprofundar neste doloroso mal do abuso sexual ocorrido em nossa Igreja Católica”.

O Santo Padre indicou que “nestes últimos tempos eclesiais fomos desafiados a enfrentar este conflito, assumi-lo e sofrê-lo junto com as vítimas, suas famílias e toda a comunidade para encontrar caminhos que nos façam dizer: nunca mais à cultura do abuso”.

“Esta realidade nos exige trabalhar na conscientização, prevenção e promoção da cultura do cuidado e da proteção em nossas comunidades e na sociedade em geral, para que nenhuma pessoa veja a sua integridade e dignidade vulnerada e maltratada”, disse.

O Papa acrescentou que “lutar contra os abusos é propiciar e potencializar comunidade capazes de velar e anunciar que toda vida merece ser respeitada e valorizada; especialmente a dos mais indefesos que não contam com os recursos para fazer sentir a sua voz”.

Por sua vez, Pe. Portillo disse à ACI Prensa que “torna-se cada vez mais importante destacar a reflexão sobre a reparação, em particular, uma reparação que resulte de um modo mais integral, uma reparação que não seja considerada somente em um aspecto, mas que seja contemplada a partir de diferentes aspectos”.

No entanto, apesar do incentivo do Papa Francisco à luta contra os abusos, o diretor do CEPROME assinalou que ainda podem ser encontrados obstáculos ao longo do caminho.

“Um dos obstáculos mais fortes é a desarticulação. Também podemos entendê-lo como a desarmonia que existe nas diferentes instâncias que deveriam ser colaborativas ou que deveriam gerar um vínculo colegiado entre elas e estão desarticuladas”, explicou.

Esta falta de articulação, assinalou, afeta desde "as esferas do Vaticano às esferas mais concretas de nossos países". 

Cristãos na Política



Um dos maiores desafios para o Cristianismo no mundo de hoje é a presença efetiva dos cristãos na sociedade, assumindo com responsabilidade a vida política, econômica e cultural. Os cristãos, em virtude da fé professada e celebrada, não podem assistir com indiferença ou passividade ao desenrolar da história, como simples espectadores ou vítimas. São chamados a serem sujeitos da história, contribuindo para a construção de uma sociedade fundada na fraternidade, na justiça e na paz. À luz da fé cristã, a pessoa humana não pode ser compreendida como vítima de um destino cego que se abate sobre ela de modo inexorável. Ao invés da visão fatalista, o homem e a mulher são chamados a construir a própria vida e a vida social com consciência, liberdade e profundo senso de responsabilidade.

“Sal da terra” e “Luz do mundo” são expressões empregadas por Jesus, que expressam, com forte simbolismo, o ser e o agir dos seus seguidores no mundo. Não se pode relegar a fé à esfera privada ou ao interior dos templos. Tal postura equivocada ignora que a pessoa humana não pode ser concebida como indivíduo fechado sobre si, sobre sua liberdade e interesse próprio, mas como pessoa aberta ao “Outro”, que é Deus, e aberta ao “outro”, que é o próximo. A abertura ao outro faz parte da natureza do ser humano, o que inclui a sua dimensão social. A fé repercute não apenas nos círculos mais próximos, de cunho familiar ou comunitário, mas se expressa também nos diversos ambientes e situações da sociedade. 

Ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”



As ofertas recolhidas em todo o mundo em 13 de setembro constituem a “Coleta Pró Terra Santa”, uma ajuda que há séculos se destina aos cristãos do Oriente Médio. Para esta ocasião, acompanhados pelo Custódio da Terra Santa, Fr. Francesco Patton, o Vatican News preparou um especial dedicado à história e às atividades da Custódia, que há mais de 800 anos se compromete a sustentar a presença cristã na terra de Jesus.

“Preservar a história, guardar a história significa guardar a memória. O nosso é um tempo que vive muito no presente e, portanto, mesmo as pessoas, as escolhas que as pessoas fazem, ou mesmo as comunidades, os povos e nações, hoje tendem a esquecer a própria história, a perder as próprias raízes. A memória, a história, as raízes são fundamentais”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódia da Terra Santa.

História, raízes, memória: as da Custódia da Terra Santa remontam há mais de 800 anos. Quando São Francisco de Assis enviou seus frades para estabelecer a “Província de Além Mar”. Pouco depois, eles mesmos receberiam um mandato claro: guardar – em nome da Igreja Católica – os Lugares Santos, testemunhas da vida, morte e Ressurreição de Jesus.

“Nós temos em nossos arquivos documentos muito preciosos: as bulas papais – incluindo a bula de 1342 com a qual o Papa Clemente VI, de Avinhão, na prática, estabelece a Custódia da Terra Santa -, mas também as bulas anteriores. Para nós têm um duplo valor: por um lado, remetem à nossa história, por outro, têm um valor muito concreto porque nos permitem documentar a nossa presença… também quando, às vezes, acontecem algumas disputas, que requerem a apresentação dos documentos que demonstram porque estamos aqui.

Um dos momentos chave desta longa história é representado pelo encontro de 1219 entre São Francisco e o Sultão do Egito Al Malek Al Kamel em Damietta, no Delta do Nilo. Enquanto a Quinta Cruzada se alastrava por todos os lados, esse diálogo pacífico entre dois mundos moldou profundamente o estilo dos frades da Custódia”, afirma Fr. Francesco Patton, Custódio da Terra Santa.

Ainda segundo o Custódio da Terra Santa, as indicações que Francisco dá são sucessivas ao encontro com Sultão, sobretudo, a primeira parte em que diz “não fazer litígios ou disputas” e de colocar-se à serviço de todos com uma clara identidade cristã, parece-me ser uma indicação que, para nós, ao longo destes oito séculos, realmente serviu como uma diretriz. 

Os cristãos e as eleições


Em breve, teremos eleições municipais em todo o Brasil para a renovação do Legislativo e do Executivo nos municípios, que são a base da organização política do Estado brasileiro. Essas eleições se referem às administrações locais, nas quais o povo percebe melhor e tem mais condições de avaliar o desempenho dos seus governantes e legisladores. Elas são especialmente importantes porque definem as bases de apoio para as instâncias estaduais e federais da vida política.

O voto dos eleitores está domiciliado nos municípios. Neste ano, a campanha eleitoral será bastante diferente das anteriores por causa das alterações na legislação eleitoral e da pandemia de COVID-19, que ainda afeta o Brasil. Será, sobretudo, mais breve, menos visível em eventos notórios publicamente e realizada muito mais pelas mídias sociais e meios eletrônicos. O efeito disso no comportamento dos candidatos e dos eleitores ainda é uma incógnita e poderá ser avaliado somente depois que saírem os resultados das eleições. Tudo isso, porém, não diminui a importância dessas eleições e a necessidade de que todos os cidadãos desempenhem bem, por meio da participação ativa no processo político-eleitoral, seu direito e dever de cidadania. E vale também para os cidadãos católicos, que não devem ficar alheios à vida política, mas participar da promoção do bem comum.

O Papa Francisco, em certa ocasião, observou que é falso dizer que um bom católico não se interessa pela política. E confirmou: um bom católico deve estar interessado na política e oferecer o melhor de si para que o governante governe bem. Como foi feito em outras ocasiões, também neste ano eleitoral os bispos católicos estão promovendo a orientação política para as suas comunidades. Desde logo, fique claro que não se trata de apoio a partidos ou de recomendação do voto para determinados candidatos: a lei eleitoral brasileira e a própria lei da Igreja vetam esse tipo de atitude dos líderes da Igreja. Trata-se de orientações básicas sobre a organização política do Brasil, os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja a respeito da participação na vida política, os direitos e deveres de cidadãos e governantes e esclarecimentos sobre questões relativas às eleições municipais deste ano. Nas cartilhas disponibilizadas, também se indicam as qualidades de um bom político e o que se espera dele no cargo que pretende ocupar. A Igreja no Brasil, por meio dos bispos reunidos em sua conferência episcopal (CNBB), já promoveu muitas iniciativas esclarecedoras e educativas acerca da participação na vida política. Diversas vezes, a Campanha da Fraternidade abordou tanto temas relativos à vida política no Brasil e à promoção do bem comum quanto a justiça social, a solidariedade e a paz. 

Covid-19: Vaticano diz que é hora de voltar à Missa presencial



A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) enviou uma carta aos presidentes das Conferências Episcopais, defendendo o regresso à celebração presencial da Missa, após as limitações provocadas pela pandemia.

“Assim que as circunstâncias o permitirem, é necessário e urgente regressar à normalidade da vida cristã, que tem o edifício da Igreja como casa e a celebração da liturgia, em particular a Eucaristia, como meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força”, refere o texto assinado pelo cardeal Roberth Sarah, prefeito da congregação.

A missiva, intitulada ‘Voltemos com alegria à Eucaristia!’, destaca que participar numa Missa através dos meios de comunicação não é equiparável à participação física, na igreja.

“A pandemia criou transtornos” não somente na dinâmica social e familiar, “mas também na vida da comunidade cristã, incluindo a dimensão litúrgica”, assinala o colaborador do Papa, destacando a colaboração da Igreja com as autoridades civis, neste contexto.

“A comunidade cristã nunca procurou o isolamento e nunca fez da igreja uma cidade de portas fechadas. Formados para o valor da vida comunitária e na busca do bem comum, os cristãos sempre procuraram a inserção na sociedade”, destaca a carta, que é publicada na edição dominical do jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’, já disponível online.

Segundo o cardeal Sarah, os bispos católicos “estiveram prontos a tomar decisões difíceis e dolorosas, até a prolongada suspensão da participação dos fiéis na celebração da Eucaristia”.

Conscientes de que Deus nunca abandona a humanidade que criou, e que mesmo as mais duras provas podem dar frutos de graça, aceitamos a distância do altar do Senhor como um tempo de jejum eucarístico, útil para redescobrir o importância vital, a beleza e a preciosidade incomensurável. No entanto, assim que possível, é necessário voltar à Eucaristia”.

O prefeito da Congregação para o Culto Divino sublinha que, “embora os meios de comunicação prestem um reconhecido serviço aos doentes e aos que estão impossibilitados de ir à igreja”, que se alargaou no tempo em que foi impossível celebrar a Missa comunitariamente, “nenhuma transmissão é equiparável à participação pessoal ou pode substituí-la”.

“Com efeito, estas transmissões, por si só, correm o risco de nos afastar de um encontro pessoal e íntimo com o Deus incarnado”, adverte o responsável da Cúria Romana.

O cardeal Sarah observa que, uma vez “adotadas as medidas” concretamente praticáveis” para reduzir ao mínimo o contágio do vírus, é necessário que todos os católicos “retomem o seu lugar na assembleia dos irmãos“, encorajando os “desanimados, amedrontados, há muito tempo ausentes ou distraídos”.

A carta sugere “algumas linhas de ação para promover um regresso rápido e seguro à celebração da Eucaristia”, assinalando que “a atenção às normas de higiene e segurança não pode levar à esterilização de gestos e ritos”.

Confia-se na ação prudente mas firme dos Bispos, para que a participação dos fiéis na celebração da Eucaristia não seja reduzida pelas autoridades públicas a uma ‘aglomeração’, e não seja considerada como equiparável ou até mesmo subordinada às formas de agregação recreativa”.

A mensagem questiona algumas indicações sanitárias que impedem os fiéis de receber a Comunhão na língua.

“Os fiéis têm o direito de receber o Corpo de Cristo e adorar o Senhor presente na Eucaristia nas formas previstas, sem limitações que possam até ir além do previsto pelas normas higiénicas emanadas pelas autoridades públicas ou pelos bispos”, pode ler-se. 

CNBB emite nota sobre o Projeto de Lei conhecido como “Projeto que perdoa dívida das igrejas”



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esclarece que não participou da elaboração, articulação ou discussão em relação ao PL 1581/2020. O texto aprovado pelo Congresso Nacional pode anular dívidas tributárias das igrejas com a Receita Federal e regulariza descontos em pagamento de precatórios (valores devidos depois de sentença definitiva na Justiça). O texto aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Governo comunista chinês ordena que hospitais realizem abortos tardios e matem bebês recém-nascidos de minorias religiosas



Os hospitais da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, foram orientados a realizar abortos tardios e matar bebês recém-nascidos como forma de fazer cumprir as regras de “planejamento familiar” do país comunista.

Hasiyet Abdulla, que atualmente mora na Turquia, trabalhou como obstetra em vários hospitais em Xinjiang ao longo de 15 anos, incluindo o Hospital XUAR de Medicina Tradicional Uigur. Ela disse à Radio Free Asia (RFA) que as maternidades dos hospitais criaram políticas que limitam os uigures e outros grupos minoritários a três crianças nas áreas rurais e duas nas áreas urbanas.

“Espera-se que as mulheres uigures esperem vários anos entre os partos. Se elas não cumprirem a política, os médicos matarão os bebês depois que nascerem”, disse Abdulla.

“Eles não dariam o bebê aos pais – eles matam os bebês quando nascem. É uma ordem que vem de cima. É uma ordem que foi impressa e distribuída em documentos oficiais. Os hospitais são multados se não obedecerem, então é claro que eles fazem isso”, acrescentou Abdulla.

Cada hospital da região tem um escritório de “planejamento familiar”, onde os funcionários mantêm uma lista detalhada de todas as gestações.

“Houve bebês nascidos aos nove meses que matamos após induzir o parto”, disse Abdulla. “Eles faziam isso nas maternidades porque essas eram as ordens.”

De acordo com a RFA, bebês nascidos vivos foram tirados de seus pais, mortos e depois descartados como lixo. Abdulla denunciou que essas instruções eram “uma ordem dada de cima”. Os hospitais enfrentam multa ou punição por violar as ordens.

Em junho, a Associated Press informou que o governo comunista chinês está pressionando por um controle populacional em Xinjiang, a ponto de obrigar as mulheres a fazerem exames de gravidez, usarem anticoncepcionais ou fazerem abortos.

“Não é um genocídio do tipo imediato, chocante e massacrante, mas é um genocídio lento, doloroso e assustador”, disse a Dra. Joanne Smith Finley, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido.