sexta-feira, 4 de novembro de 2016

1 ano do Rompimento da Barragem de Fundão: Arquidiocese de Mariana se pronuncia sobre a tragédia.


COMUNICADO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA SOBRE A CELEBRAÇÃO DE UM ANO DOS MORTOS PELA LAMA DA BARRAGEM DE FUNDÃO


A Arquidiocese de Mariana comunica que celebrará, no sábado, 5 de novembro, uma missa em memória dos mortos pela maior tragédia socioambiental provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco mineradora, ocorrido há um ano.

A missa será às 19h, na igreja Sagrado Coração de Jesus, no bairro Colina, e terá a presidência do arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha. A celebração, para a qual todos estão convidados, é preparada pelos moradores das comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu, juntamente com a paróquia Sagrado Coração de Jesus.

Nesse mesmo dia, todas as paróquias dos 79 municípios que compõem a Arquidiocese, em sintonia com as dioceses dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, estão orientadas a repicar os sinos, ao meio dia, conforme solicitação do presidente do Regional Leste 2 da CNBB, Dom Paulo Mendes Peixoto. Esse gesto quer lembrar a tragédia, fazer memória dos mortos e manifestar solidariedade aos que lutam na defesa de seus direitos.

Nossa Senhora da Assunção e São José, padroeiros da Arquidiocese de Mariana, assistam a todos no compromisso de promoção e defesa da vida, da justiça e da paz.


Mariana, 3 de novembro de 2016
Departamento Arquidiocesano de Comunicação - Dacom
  

No dia 03 de novembro de 2016, por ocasião da abertura do Encontro dos Atingidos na bacia do Rio Doce pelo rompimento da barragem de Fundão, Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana, dirigiu a seguinte mensagem: 

Não digas uma coisa e faças outra


Confesso que todos somos fracos; mas o Senhor Deus pôs à nossa disposição os meios que, se quisermos, facilmente nos podem ajudar. Tal sacerdote desejaria adotar a pureza de vida que lhe é exigida, ser casto e ter costumes angélicos, como é devido. Mas não se propõe lançar mãos dos meios para isso: jejuar, rezar, fugir de más conversas e de familiaridades perigosas.

Queixa se outro sacerdote de que, ao entrar no coro para salmodiar ou ao dispor se para celebrar missa, imediatamente lhe assaltam o espírito mil coisas que o distraem de Deus. Mas, antes de ir para o coro ou para a missa, que fazia ele na sacristia, como se preparou e que meios escolheu e empregou para concentrar a atenção?

Queres que te ensine como adiantar de virtude em virtude e, se já estiveste com atenção no coro, como estarás na vez seguinte ainda mais atento, para que o teu culto de louvor seja cada vez mais agradável a Deus? Ouve o que digo. Se já se acendeu em ti alguma centelha do amor divino, não queiras manifestá-la imediatamente, não queiras expô-la ao vento. Deixa o forno fechado, para não arrefecer e perder o calor. Evita as distrações na medida do possível. Conserva te recolhido com Deus e foge das conversas frívolas.

É tua missão pregar e ensinar? Estuda e consagra-te a quanto é necessário para desempenhar devidamente esse ministério. Procura, antes de tudo, pregar com a tua própria vida e os teus costumes, para não acontecer que, vendo te dizer uma coisa e fazer outra, comecem a menear a cabeça e a troçar das tuas palavras.

Exerces a cura de almas? Não descures então o cuidado de ti próprio, para não te dares tão desinteressadamente aos demais que nada reserves para ti. Sem dúvida, é necessário que te lembres das almas que diriges, mas desde que te não esqueças de ti.

Compreendei, irmãos, que nada é tão necessário para todos os clérigos como a oração mental, que precede, acompanha e segue todas as nossas orações. Cantarei, diz o profeta, e meditarei. Se administras sacramentos, irmão, medita no que fazes; se celebras missa, pensa no que ofereces; se cantas no coro, considera a quem falas e o que dizes; se diriges almas, medita em que sangue foram purificadas. Tudo entre vós se faça com espírito de caridade. Assim poderemos vencer facilmente as inumeráveis dificuldades que inevitavelmente encontramos cada dia (formam parte do nosso ministério). Assim teremos força para fazer nascer Cristo em nós e nos outros.


Do sermão de São Carlos, bispo,
no encerramento do último Sínodo
(Acta Ecclesiae Mediolanensis, Milão 1599, 1177-1178) (Sec. XVI)

Pentateuco: Livro do Êxodo


O ÊXODO é o segundo livro da Bíblia e do Pentateuco. Na Bíblia Hebraica recebe o título de Shemôt, isto é, “Nomes”, de acordo com o hábito judaico de intitular os livros a partir das suas palavras iniciais: “We’elleh shemôt” (= «E estes são os nomes dos filhos de Israel que vieram para o Egipto»: 1,1). O título de ÊXODO provém da versão grega dos Setenta, que procura dar a cada livro um título de acordo com o seu conteúdo. Neste caso, privilegia os 15 primeiros capítulos, pois é aí que propriamente se descreve o “Êxodo”, isto é, a “saída” dos israelitas do Egito.

Este léxico tem a ver prevalentemente com os grupos recalcitrantes que Moisés “fez sair” do Egito pela “estrada do deserto”; mas, dada a importância determinante de Moisés, dos seus grupos e das suas experiências para a constituição de Israel e a formação da Bíblia, o seu léxico torna-se patrimônio comum, podendo expressar também as “libertações” de outros grupos da “opressão” do domínio egípcio.

CONTEÚDO E DIVISÃO

Pode dividir-se o seu conteúdo do seguinte modo:

I. “Opressão” e “Libertação” dos filhos de Israel no Egito. Este é o tema fundamental de 1,1-15,21. Nesta secção merecem especial relevo as peripécias no Egito (1,1-7,8), como um povo que nasce no sofrimento. Seguem-se as pragas (7,8-12,32), como meio violento de libertação.

II. Caminhada pelo deserto (15,22-18,27) do povo, agora livre do Egito.

III. Aliança do Sinai (19,1-24,18). Esta aliança é o encontro criacional ou fundacional de Javé com os “israelitas”, em que o Senhor se dá a si mesmo ao homem e restitui cada homem a si mesmo, e em que o homem aceita a dádiva pessoal de Deus e se aceita a si mesmo como dom de Deus com tudo o mais que lhe é dado: a natureza, a razão, a Lei, a História, o mundo. Por sua vez, a dádiva e a sua aceitação também reclamam dádiva mútua e, portanto, responsabilidade. O pecado surge como possibilidade da liberdade humana; mas Deus pode sempre recomeçar tudo de novo.

IV. Código sacerdotal, com especial relevo para a construção do santuário (25,1-31,18). A execução do mesmo vai ser revelada em 35,1-40,33, com a correspondente organização do culto. Esta narrativa está encerrada numa inclusão significativa: 40,34-38 descreve a descida do Senhor sobre o santuário com as mesmas características (nuvem, glória, fogo) com que 24,12-15a descreveu a descida do Senhor sobre o Sinai, mostrando, assim, que o santuário assumiu o papel do Sinai como lugar da manifestação de Deus. É a presença da ideologia sacerdotal (conhecida por fonte P), que projecta retrospectivamente no Sinai a imagem do segundo templo, do seu sacerdócio e do seu culto – em suma, o ideal da comunidade judaica pós-exílica (ver VI).

V. Renovação da Aliança do Sinai, relatada em 32,1-34,35.

VI. Código sacerdotal (35,1-40,38): execução das obras relativas ao santuário (ver IV).

O texto normativo do livro do ÊXODO é sobretudo um entrançado de peças narrativas e legislativas. Nestas últimas, destacam-se o “Decálogo” propriamente dito (20,1-17) e os chamados “Código da aliança” (20,22-23,19) e “Decálogo ritual” (34,12-26). São a Lei dada por Deus, mas formulada pelo homem a partir da razão e da experiência.

São Carlos Borromeu


Carlos nasceu no castelo da família, próximo de Milão, a 02 de outubro de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis, a mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou para servir à Deus, como era hábito na época. 

Levou a sério os estudos diplomando-se em Direito Canônico, aos vinte e um anos de idade. Aos vinte e quatro anos já era sacerdote e Bispo de Milão. Usando sua formação jurídica, Carlos liderou uma reforma na organização administrativa da Igreja. 

Conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores que a Igreja possuiu. Criou seminários e vários institutos de utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres". 

Chegou o ano 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada. Carlos Borromeu visitava os contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Tanto esforço humano acabou consumindo sua saúde. 

Morreu anos depois se dizendo feliz por ter seguido os ensinamentos de Cristo e poder se encontrar com ele de coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade. 


Deus, nosso Pai, a exemplo de São Carlos Borromeu, abramos a nossa mente e o nosso coração ao vosso Espírito de Amor. Deixemo-nos converter pela vossa Palavra libertadora. Experimentemos a vossa ternura e a vossa bondade, mediante uma vida dedicada aos irmãos e fundamentada no vosso Evangelho. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Portas Santas da Misericórdia serão fechadas no dia 13 de novembro, exceto a da Basílica de São Pedro em Roma.


O presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, recordou hoje que no dia 13 de novembro serão fechadas as Portas Santas da Misericórdia das basílicas romanas e das igrejas no resto do mundo, exceto da Basílica de São Pedro, em Roma, que permanecerá aberta até o dia 20 de novembro.

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira no Vaticano, Dom Fisichella indicou que no dia 13 de novembro, o Papa Francisco fechará a Porta Santa de São Paulo Extramuros, às 17h; de São João de Latrão, a Catedral de Roma, às 17h30; e da Basílica de Santa Maria Maior às18h.

As Portas Santas dessas basílicas e de outras basílicas e igrejas de todo o mundo serão fechadas após permanecer abertas durante quase um ano por ocasião do Jubileu da Misericórdia. A primeira Porta a ser aberta, no dia 29 de novembro de 2015, foi a da Catedral de Bangui, capital da República Centro-africana, durante a visita apostólica que o Santo Padre fez a este país. 

Toda autoridade na terra é permitida por Deus


15 Cristo é a imagem do Deus invisível. Ele existe antes de Deus ter criado todas as coisas e está acima de toda a criação 16 Na verdade, foi através dele que Deus criou tudo o que há nos céus e sobre a Terra, até os governantes, as autoridades, os que têm o poder e a força, tanto no mundo espiritual como no terreno. Tudo isso foi estabelecido por Cristo, e para Cristo. ( Col. 1, 15-16)

10 Não queres dizer nada?, insistiu Pilatos. Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar? 11 Jesus disse: Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto. Por isso ainda maior é o pecado de quem me trouxe aqui. ( João 19, 10-11)

Num mundo onde o secularismo impera e portanto,  a crença na existência de um Deus soberano é sistematicamente removida da vida quotidiana pelos meios de comunicação e aqueles em posição de poder, num mundo onde a implementação de leis ofensivas ao Criador e àqueles que ainda acreditam em Deus tornou-se lugar comum, como acreditar no homem e ter esperança para o futuro? A sociedade de hoje  promove o desapego à tudo que diz respeito à Lei Moral e fomenta o relativismo  em âmbito da existência humana.   Assim, como sustentar a confiança nos políticos, na bondade e justiça humana, no ser-humano em geral, quando a própria bíblia diz-nos que para depositarmos nossa confiança em Deus?

Eis o que diz o Senhor: Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor! (Jeremias 17,5)

Cessai de confiar no homem, cuja vida se prende a um fôlego: como se pode estimá-lo? (Isaías 2,22)

5.Não confies em colega, não contes com amigos, nem mesmo com aquele que dorme contigo. Guarda-te de abrir a boca 6. Porque o filho trata seu pai de louco, a filha levanta-se contra sua mãe, a nora contra sua sogra; e os inimigos são os da própria casa.7. Eu, porém, volto meus olhos para o Senhor, ponho minha esperança no Deus de minha salvação; meu Deus me ouvirá.  (Miquéias 7, 5)

Em primeiro lugar, devemos tomar cuidado em discernir o que a Bíblia realmente quer dizer como confiança em Deus e confiança no homem.  Como sempre, devemos nos alertar ao sentido escatológico das palavras das Escrituras, que via de regra, tratam de questões concernentes ao mundo espiritual, à Salvação da alma, em detrimento  à vida terrena e necessidades materiais do mundo temporal.

Nesse sentido, é bom lembrar que a Bíblia nos afirma que o Céu e a Terra passarão, mas a Palavra de Deus não passará, pois o Verbo de Deus é eterno e é o mesmo de sempre (Cf. Marcos 13,31). Assim, o que ha dois mil anos atrás era reto para Deus continua a ser justo no tempo presente e nos anos e séculos que virão. Do mesmo modo, o que ofende à Deus hoje, ofenderá-o no futuro e no passado.

Confiar em Deus é saber que Dele provém tudo o que é bom e justo e que Ele não muda. É reconhecer para si mesmo que somos incapazes de fazer algo bom sem a ajuda da graça de Deus pelo Espírito Santo, que incita nossos corações – mesmo os corações daqueles que alegam não acreditar em Deus – Confiar em Deus é saber que somente Nele temos nosso refúgio, pois somente Ele é fiel em Suas promessas. Deus, diferentemente do homem, não muda de opinião com o passar dos anos ou de acordo com as circunstâncias, algo impensável quando se trata do ser humano.

Mais adiante, temos que reconhecer e acreditar que o que para o homem é impossível, para Deus é possível (Cf. Mateus 19,26). Assim, quando se trata da nossa salvação e em toda circunstância da vida, temos que apreciar uma verdade imutável: Deus é nossa única esperança, a Rocha de nossa Salvação.  Essa é a confiança da qual a Bíblia trata. Não uma mera questão de acreditar em alguém ou não. Mas um saber íntimo de que com Deus, não nos falta nada (cf. Salmo 91).

Paróquia é condenada por danos morais após padre expulsar criança da missa de primeira comunhão


Processo que envolve a Igreja Católica e uma criança tem decisão inédita pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). A 3ª Câmara de Direito Privado do órgão condenou a Paróquia dePereiro, distante 334 Km de Fortaleza,  a pagar R$ 10,8 mil de indenização danos morais para menino que foi xingado e expulso da congregação durante celebração da primeira comunhão.

O caso, julgado na quarta-feira (26), teve relatoria da desembargadora Maria Vilauba Fausto Lopes. Para a magistrada, “restou plenamente comprovado que o abuso de autoridade do pároco causou, além de dor, constrangimento e amargura, graves sequelas psicológicas na criança, impedindo, inclusive, a sua primeira eucaristia”.

De acordo com os autos, em 10 de setembro de 2010, o menino, acompanhado da mãe, se encontrava na Igreja para a realização de sua primeira comunhão. A criança narrou que, pelo fato de estar conversando com seus colegas, foi advertido pelo padre para ficar em silêncio. Por não ter obedecido, foi xingado e puxado pela orelha, pelo sacerdote, que o colocou para fora da igreja, ocasião em que bateu a cabeça contra a porta.

Afirmou que, logo após ter sido expulso, o pároco o chamou de “macaco mutante”, debochando de seu sorriso, em frente a todos os presentes. Também sustentou ter sofrido abalos psicológicos, e que por isso não quis mais ir à escola ou a quaisquer lugares públicos. Por essa razão, representado pela sua mãe, ingressou com ação requerendo indenização por danos morais.

Na contestação, a paróquia alegou que o padre é homem de bem e que de maneira sutil e em tom de brincadeira, no intuito de educar a criança, a conduziu para fora da igreja, no intuito de servir de reprimenda para que aprendesse a respeitar os cultos religiosos. Afirmou que o sacerdote não teria praticado nenhum ato discriminatório contra a vítima, pois é de sua índole proteger os injustiçados, sobretudo em se tratando de menores, motivo suficiente à improcedência do pedido. 

O símbolo da fé


Na instrução e profissão da tua fé, abraça e conserva sempre só aquela que a Igreja agora te entrega e que é fundamentada em toda a Escritura. Nem todos podem ler a Escritura, uns porque não sabem e outros porque estão demasiadamente ocupados. Por isso, a fim de que ninguém pereça por causa da ignorância, resumimos todo o dogma da fé nos poucos versículos do Símbolo. 

Aconselho-te a levar esta fé como viático ao longo de toda a tua vida. Não admitas outra, mesmo que nós, mudando de ideias, viéssemos a ensinar o contrário do que ensinamos agora, ou o anjo inimigo, disfarçado em anjo de luz, tentasse seduzir-te para o erro. Mesmo que nós ou um anjo do céu vos anunciasse um evangelho diferente daquele que agora recebestes, seja anátema. 

Conserva em tua memória estas palavras tão simples que ouves agora, e a seu tempo buscarás na Escritura o fundamento de cada um dos artigos. Este símbolo da fé não foi composto segundo o parecer dos homens; as verdades que ele contém foram seleccionadas entre os pontos mais importantes de toda a Escritura e resumem toda a doutrina da fé. E assim como a semente da mostarda, apesar de ser um grão tão pequeno, contém em gérmen muitos ramos, também o símbolo da fé condensa em breves palavras o núcleo de toda a revelação contida tanto no Antigo como no Novo Testamento. 

Portanto, irmãos, conservai cuidadosamente a tradição que agora recebeis e gravai-a profundamente em vossos corações. 

Estai atentos e vigilantes, para que o inimigo não vos encontre desprevenidos e indolentes e vos arrebate este tesouro, ou algum herege venha a corromper o que vos foi ensinado. Receber a fé é como pôr no banco o dinheiro que vos entregamos. Deus vos pedirá contas deste depósito. Diz o Apóstolo: Ordeno-vos na presença de Deus, que dá vida a todas as coi- sas, e de Jesus Cristo, que deu testemunho diante de Pôncio Pilatos, que guardeis sem mancha até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo a fé que recebestes. 

Foi-te confiado agora o tesouro da vida, mas o Senhor te pedirá contas deste seu depósito no dia da sua aparição, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a glória, a honra e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.


Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

(Cat. 5, De fide et symbolo, 12-13: PG 33, 519-523) (Sec. IV)