segunda-feira, 3 de outubro de 2016

No encontro com as Autoridades, Papa almeja nova fase de paz estável


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
 À GEÓRGIA E AO AZERBAIJÃO 
(30 DE SETEMBRO - 2 DE OUTUBRO DE 2016)


ENCONTRO COM AS AUTORIDADES

DISCURSO DO SANTO PADRE
Centro Heydar Aliyev - Baku
Domingo, 2 de outubro de 2016



Senhor Presidente,
Distintas Autoridades,
Ilustres membros do Corpo Diplomático,
Senhoras e Senhores!

Sinto-me muito feliz por visitar o Azerbaijão e agradeço-vos pelo cordial acolhimento nesta cidade, capital do país, debruçada sobre as margens do Mar Cáspio; uma cidade que transformou radicalmente o seu rosto com edifícios novos, como este onde se realiza o nosso encontro. Estou-lhe muito grato, Senhor Presidente, pelas gentis expressões de boas-vindas que me dirigiu em nome do Governo e do povo azerbaijano e por me ter dado a possibilidade, graças ao seu amável convite, de retribuir a visita que Vossa Excelência realizou no ano passado ao Vaticano, juntamente com a sua gentil Consorte.

Cheguei a este país trazendo no coração a admiração pela complexidade e a riqueza da sua cultura, fruto da contribuição dos muitos povos que, ao longo da história, habitaram nestas terras, dando vida a um tecido de experiências, valores e peculiaridades que caracterizam a sociedade atual e se manifestam na prosperidade do Estado azerbaijano moderno. No próximo dia 18 de outubro, o Azerbaijão celebrará o vigésimo quinto aniversário da sua independência e tal data oferece a possibilidade de lançar um olhar de conjunto aos acontecimentos destas décadas, aos progressos realizados e aos problemas que o país está a enfrentar.

O caminho percorrido até agora mostra claramente os esforços consideráveis feitos para consolidar as instituições e favorecer o crescimento económico e civil da nação. É um percurso que requer constante solicitude por todos, especialmente os mais vulneráveis, um percurso possível graças a uma sociedade que reconhece os benefícios do multiculturalismo e da necessária complementaridade das culturas, fazendo com que se instaurem relações de mútua colaboração e respeito entre as várias componentes da comunidade civil e entre os membros das diferentes confissões religiosas.

Este esforço conjunto na construção duma harmonia entre as diferenças é muito significativo neste tempo, porque mostra que é possível testemunhar as próprias ideias e a própria concepção da vida sem ofender os direitos daqueles que são portadores doutras concepções e visões. Cada afiliação étnica ou ideológica bem como todo o caminho religioso autêntico não podem deixar de excluir atitudes e concepções que instrumentalizem as convicções próprias, a sua identidade ou o nome de Deus para legitimar desígnios de opressão e domínio.

Espero vivamente que o Azerbaijão continue pela estrada da colaboração entre diferentes culturas e confissões religiosas. Que a harmonia e a coexistência pacífica alimentem sempre mais a vida social e civil do país, nas suas múltiplas expressões, assegurando a todos a possibilidade de oferecer a própria contribuição para o bem comum. 

Aos religiosos, Papa fala de "guerra mundial contra o matrimônio"


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
 À GEÓRGIA E AO AZERBAIJÃO 
(30 DE SETEMBRO - 2 DE OUTUBRO DE 2016)


ENCONTRO COM OS SACERDOTES, RELIGIOSOS, RELIGIOSAS, SEMINARISTAS E AGENTES DA PASTORAL

DISCURSO DO SANTO PADRE
Igreja da Assunção - Tbilisi
Sábado, 1 de outubro de 2016




Boa tarde! Obrigado, querido Irmão. Obrigado!

Agora falarei para todos, misturando todas as perguntas.

No fim de tu [o sacerdote que deu o testemunho] falares, veio-me à mente uma coisa que aconteceu no final da Missa em Gyumri[na Arménia] – e ele [D. Minassian] é testemunha. Acabada a Missa, convidei a subir para o «papamóvel» D. Minassian e também o Bispo da Igreja Apostólica Arménia, da mesma cidade. Éramos três bispos: o Bispo de Roma, o Bispo Católico de Gyumri e o Bispo Arménio Apostólico. Os três juntos: uma boa salada de fruta! Fizemos o giro e depois descemos. E, quando eu estava para entrar no carro, vi lá uma velhinha que fazia sinal para me aproximar. Quantos anos teria? Oitenta? Não era muito idosa... Parecia ter mais, pareciam oitenta e mais... No coração, senti vontade de me aproximar para a saudar, porque ela estava por detrás das divisórias. Era uma mulher humilde, muito simples. Saudou-me com amor... Tinha um dente de ouro, como se usava outrora... E disse-me: «Sou arménia, mas moro na Geórgia. E vim da Geórgia». Viajara oito, ou seis, horas de autocarro para encontrar o Papa. Depois, no dia seguinte, quando fomos… não me lembro aonde, mas distante duas horas a passar, encontrei-a lá. Disse-lhe: «Mas, a senhora veio da Geórgia, tantas horas de viagem; e ainda mais duas horas, no dia seguinte, para me encontrar!» – «É verdade; é a fé»: retorquiu-me ela. Tu falaste de estar firmes na fé. Estar firmes na fé é o testemunho que deu esta mulher. Acreditava que Jesus Cristo, Filho de Deus, deixou Pedro na terra e ela queria ver Pedro.

Firmes na fé significa capacidade de receber dos outros a fé, conservá-la e transmiti-la. Quando falavas de estar firmes na fé, disseste: «manter viva a memória do passado, a história nacional e ter a coragem de sonhar e construir um futuro luminoso». Firmes na fé significa não esquecer aquilo que aprendemos; mas antes, fazê-lo crescer e dá-lo aos nossos filhos. Por isso, em Cracóvia, dei como missão especial aos jovens falar com os avós. São os avós que nos transmitiram a fé. E vós que trabalhais com os jovens deveis ensiná-los a escutar os avós, a falar com os avós, para receberem a água fresca da fé, elaborá-la no presente, fazê-la crescer – não escondê-la numa gaveta; isso não – elaborá-la, fazê-la crescer e transmiti-la aos nossos filhos.

O apóstolo Paulo, na Segunda Carta a Timóteo, seu discípulo predileto, dizia-lhe que conservasse firme a fé que recebera da mãe e da avó. Este é o caminho que devemos seguir, e isto far-nos-á amadurecer imenso. Receber a herança, fazê-la germinar e dá-la. Uma planta sem raízes não cresce. Uma fé sem a raiz da mãe e da avó não cresce. E uma fé que me foi dada e que eu não dou aos outros, aos mais pequeninos, aos meus «filhos», não cresce.

Então, resumindo, para estar firmes na fé é preciso ter memória do passado, coragem no presente e esperança no futuro. Isto, a propósito de estar firmes na fé. E não esqueçais aquela senhora georgiana, que foi capaz de ir de autocarro – 6/7 horas – à Arménia, à cidade de Gyumri, onde ele [D. Minassian] é bispo, e no dia seguinte ir encontrar o Papa outra vez em Yerevan. Não esqueçais esta imagem; é uma mulher que mora aqui: uma mulher arménia, mas da Geórgia. E as mulheres georgianas têm fama, têm grande fama de ser mulheres de fé, fortes, que fazem a Igreja seguir para diante. 

Devemos orar especialmente por todo o corpo da Igreja


Oferece a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os teus votos para com o Altíssimo. Louva a Deus quem Lhe faz um voto e o cumpre. Por isso se nos dá como exemplo aquele samaritano que, uma vez curado da lepra juntamente com os outros nove leprosos por intervenção do Senhor, foi o único que voltou à presença de Cristo, louvando e dando graças a Deus. Dele disse Jesus: Não houve quem voltasse a dar graças a Deus senão este estrangeiro? E a ele disse: Levanta‑te e vai; a tua fé te salvou.

No seu ensinamento divino, o Senhor Jesus mostrou‑te, por um lado, a bondade de Deus Pai e, por outro, a conveniência de orar com intensidade e frequência: mostrou‑te a bondade do Pai que sabe conceder boas dádivas, para que aprendas a pedir bens Àquele que é o sumo bem; e mostrou‑te a conveniência de orar com intensidade e frequência, não para que repitas sem cessar e mecanicamente as orações, mas para que adquiras o verdadeiro espírito da oração assídua. De facto, muitas vezes as longas orações vão acompanhadas de vanglória e, por outro lado, a falta de assiduidade na oração é sinal evidente de negligência. 

Seguidamente também adverte o Senhor que ponhas o máximo empenho em perdoar aos outros quando pedes perdão para ti; deste modo, a tua oração é recomendada pelas tuas obras. O Apóstolo ensina também que se há‑de orar sem ira nem contenda, para que a oração não seja perturbada nem falsificada. Também ensina que se deve orar em toda a parte, como afirma o Salvador quando diz: Entra na tua habitação. 

Mas deves compreender que não se trata de uma habitação cercada de paredes em que te fechas corporalmente, mas da tua morada interior, onde estão os teus pensamentos e habitam os teus sentimentos. Esta morada da tua oração acompanha‑te por toda a parte e em toda a parte continua a ser um lugar secreto, onde não há outro juiz que não seja Deus. 

Também te é dito que deves orar principalmente pelo povo de Deus, isto é, por todo o corpo e por todos os membros da Igreja tua mãe, que é o sacramento da caridade. Se oras só por ti, serás o único a orar por ti. E se cada um reza apenas por si mesmo, a graça do pecador será menor que a do intercessor. Mas se cada um ora por todos, oram todos por cada um.

Assim, portanto, para concluir, se rezares somente por ti, ficarás, como dissemos, isolado na tua oração. Mas se rezares por todos, todos rezarão por ti. Na verdade tu estás presente em todos. Deste modo alcançarás uma grande recompensa, porque a oração de cada um é enriquecida com as orações de todo o povo. Assim desaparece toda a sombra de presunção; aumenta a humildade e o fruto será mais abundante.


Do Tratado de Santo Ambrósio, bispo, sobre Caim e Abel
(Lib. 1, 9, 34.38-39: CSEL 32, 369.371-372) (Sec. IV)

Quem foi Maomé?


Em sua renomeada obra “História Eclesiástica”, Dom Bosco nos ensina quem foi Maomé, fundador do islamismo e como fez para espalhar suas crenças, conseguir adeptos e atacar a Terra Santa, a Cristandade e a todos os que não pensavam como ele. Com linguagem didática, o santo educador nos expõe brevemente toda a verdade básica sobre o Islã.

Maomé e sua religião

Nasceu este famoso impostor em Meca, cidade da Arábia, de família pobre, de pai gentio e mãe judia.

Errando em busca de fortuna, encontrou-se com uma viúva negociante em Damasco, que o nomeou seu procurador e mais tarde casou-se com ele.

Como era epilético, soube aproveitar-se desta enfermidade para provar a religião que tinha inventado e afirmava que suas quedas eram outros tantos êxtases, durante os quais falava com o arcanjo Gabriel.

A religião que pregava era uma mistura de paganismo, judaísmo e cristianismo. Ainda que admita um só Deus, não reconhece a Jesus Cristo como filho de Deus, mas como seu profeta.

Como dissesse com jactância que era superior ao divino Salvador, instavam com ele para que fizesse milagres como Jesus fazia; porém ele respondia que não tinha sido suscitado por Deus para fazer milagres, mas para restabelecer a verdadeira religião mediante a força.

Ditou suas crenças em árabe e com elas compilou um livro que chamou Alcorão, isto é, livro por excelência; narrou nele o seguinte milagre, ridículo em sumo grau.

Santa Maria Josefa


Santa Maria Josefa nasceu na Espanha, no dia 7 de Setembro de 1842. Desde muito cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação para a vida interior. Aos 18 anos manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída pela vida de clausura. 

No mosteiro, iluminada pelo Espírito Santo e aconselhada por Antônio Maria Claret, Maria Josefa decidiu criar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes, em casa ou nos hospitais. Assim nasceu o Instituto das Servas de Jesus, fundado em Bilbau em 1871. 

Os pontos centrais da espiritualidade de Santa Maria Josefa podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz e a completa dedicação ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo. 

Hoje espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros de dia para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade. 

Para Maria Josefa "a caridade e o amor de uns pelos outros forma, ainda nesta vida, o céu das comunidades. Sem a Cruz, a vida religiosa é uma vida de sacrifício e de abnegação. O fundamento de uma maior perfeição é a caridade fraterna". Sua vida foi uma profunda lição de amor para os doentes e enfraquecidos. 


Deus onipotente, que concedestes grande santidade a vossa serva santa Maria Josefa, concedei-nos a graça que humildemente vos pedimos, sobretudo a força para perseverar no amor de vosso Filho. Que vive e reina para sempre. Amém. 

Protomártires do Brasil


Dentro da conturbada invasão dos holandeses no nordeste do Brasil, encontram-se os dois martírios coletivos: o de Cunhaú e o de Uruaçu. Estes martírios aconteceram no ano de 1645, sendo que o Pe. André de Soveral e Domingos de Carvalho foram mártires em Cunhaú e o Pe. Ambrósio Francisco Ferro e Mateus Moreira em Uruaçu; dentre outros.

No Engenho de Cunhaú, principal pólo econômico da Capitania do Rio Grande (atual estado do Rio Grande do Norte), existia uma pequena e fervorosa comunidade composta por 70 pessoas sob os cuidados do Pe. André de Soveral. No dia 15 de julho chegou em Cunhaú Jacó Rabe, trazendo consigo seus liderados, os ferozes tapuias, e, além deles, alguns potiguares com o chefe Jerera e soldados holandeses. Jacó Rabe era conhecido por seus saques e desmandos, feitos com a conivência dos holandeses, deixando um rastro de destruição por onde passava.

Dizendo-se em missão oficial pelo Supremo Conselho Holandês do Recife, convoca a população para ouvir as ordens do Conselho após a missa dominical no dia seguinte. Durante a Santa Missa, após a elevação da hóstia e do cálice, a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja e se deu início à terrível carnificina: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e dos potiguares.

A notícia do massacre de Cunhaú espalhou-se por todo o Rio Grande e capitanias vizinhas, mesmo suspeitando dessa conivência do governo holandês, alguns moradores influentes pediram asilo ao comandante da Fortaleza dos Reis Magos. Assim, foram recebidos como hóspedes o vigário Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, o Moço, Francisco de Bastos, Diogo Pereira e José do Porto. Os outros moradores, a grande maioria, não podendo ficar no Forte, assumiram a sua própria defesa, construindo uma fortificação na pequena cidade de Potengi, a 25 km de Fortaleza.

Enquanto isso, Jacó Rabe prosseguia com seus crimes. Após passar por várias localidades do Rio Grande e da Paraíba, Rabe foi então à Potengi, e encontrou heróica resistência armada dos fortificados. Como sabiam que ele mandara matar os inocentes de Cunhaú, resistiram o mais que puderam, por 16 dias, até que chegaram duas peças de artilharia vindas da Fortaleza dos Reis Magos. Não tinham como enfrentá-las. Depuseram as armas e entregaram-se nas mãos de Deus.

Cinco reféns foram levados à Fortaleza: Estêvão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Desse modo, os moradores do Rio Grande ficaram em dois grupos: 12 na Fortaleza e o restante sob custódia em Potengi.

Dia 2 de outubro chegaram ordens de Recife mandando matar todos os moradores, o que foi feito no dia seguinte, 3 de outubro. Os holandeses decidiram eliminar primeiro os 12 da Fortaleza, por serem pessoas influentes, servindo de exemplo: o vigário, um escabino, um rico proprietário.

Foram embarcados e levados rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o chefe indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de duzentos índios seus comandados. Repetiram-se então as piores atrocidades e barbáries, que os próprios cronistas da época sentiam pejo em contá-las, porque atentavam às leis da moral e modéstia.

Um deles, Mateus Moreira, estando ainda vivo, foi-lhe arrancado o coração das costas, mas ele ainda teve forças para proclamar a sua fé na Eucaristia, dizendo: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”.

A 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa João Paulo II beatificou os 30 protomártires brasileiros, sendo 2 sacerdotes e 28 leigos beatificados.

Protomártires do Brasil, rogai por nós!


Senhor Jesus Cristo o vosso sangue derramado na cruz tornou-se a fonte sagrada que regou o testemunho dos mártires brasileiros, mortos pela fé, nos primórdios de nossa evangelização. Fazei que os bem-aventurados André de Soveral e Ambrosio Ferro, sacerdotes, Mateus Moreira e seus vinte sete Companheiros. Sejam reconhecidos como santos pela Igreja, para vossa maior glória e o fortalecimento de nossa fé. Por sua intercessão, pedimos esta graça... Por Cristo nosso Senhor. Amém!

domingo, 2 de outubro de 2016

No Angelus, Papa recorda os cristãos fiéis nas adversidades


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
 À GEÓRGIA E AO AZERBAIJÃO
(30 DE SETEMBRO - 2 DE OUTUBRO DE 2016)

ANGELUS
Igreja da Imaculada, Baku
Domingo, 2 de outubro de 2016


Amados irmãos e irmãs!

Nesta Celebração Eucarística, dei graças a Deus convosco, mas também por vós: aqui, depois dos anos da perseguição, a fé realizou maravilhas. Desejo recordar tantos cristãos corajosos, que tiveram confiança no Senhor e mantiveram-se fiéis nas adversidades. Como fez São João Paulo II, dirijo a todos vós as palavras do apóstolo Pedro: «Honra… a vós que credes!» [1 Ped2, 7; cf. Homilia, Baku, 23 de maio de 2002: Insegnamenti XXV/1 (2002), 852].

O nosso pensamento volta-se agora para a Virgem Maria, venerada neste país, e não só pelos cristãos. A Ela nos dirigimos com as palavras do Anjo Gabriel quando Lhe trouxe a boa notícia da salvação, preparada por Deus para a humanidade.

Na luz que resplandece do rosto materno de Maria, dirijo uma cordial saudação a vós, queridos fiéis do Azerbaijão, encorajando cada um a testemunhar com alegria a fé, a esperança e a caridade, unidos entre vós mesmos e com os vossos pastores. Saúdo e agradeço, em particular, à Família Salesiana, que cuida intensamente de vós e promove várias obras beneméritas, e às Irmãs Missionárias da Caridade: continuai com entusiasmo a vossa obra ao serviço de todos!

Confiemos estes votos à intercessão da Santíssima Mãe de Deus e invoquemos a sua proteção para as vossas famílias, os doentes e os idosos, para quantos sofrem no corpo e no espírito.

[Oração do Angelus; e a Bênção final] 

Papa na Catedral Patriarcal: "A túnica sagrada é sinal da unidade cristã".


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
 À GEÓRGIA E AO AZERBAIJÃO 

(30 DE SETEMBRO - 2 DE OUTUBRO DE 2016)

VISITA À CATEDRAL PATRIARCAL SVETITSKHOVELI
SAUDAÇÃO DO SANTO PADRE
Mtskheta
Sábado, 1 de outubro de 2016

Santidade,
Senhor Primeiro-Ministro, distintas Autoridades e ilustres membros do Corpo Diplomático,
Queridos Bispos e Sacerdotes,
Amados irmãos e irmãs!

No ponto alto da minha peregrinação à terra da Geórgia, agradeço a Deus por me poder deter em recolhimento neste templo santo. Desejo aqui também agradecer vivamente o acolhimento recebido, o vosso comovente testemunho de fé, o coração bom dos georgianos. Vêm-me à mente, Santidade, as palavras do Salmo: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos! É como óleo perfumado derramado sobre a cabeça» (Sal 133/132, 1-2). Caríssimo Irmão, o Senhor, que nos deu a alegria de nos encontrarmos e trocarmos o ósculo santo, derrame sobre nós o unguento perfumado da concórdia e faça descer bênçãos abundantes sobre o nosso caminho e sobre o caminho deste amado povo.

A língua georgiana é rica de significativas expressões que descrevem a fraternidade, a amizade e a proximidade entre as pessoas. Há uma, nobre e genuína, que manifesta a disponibilidade duma pessoa para substituir outra, a vontade de assumir a responsabilidade dela, de lhe dizer com a vida «quereria estar no teu lugar»: shen genatsvale. Compartilhar na comunhão da oração e na união das almas as alegrias e as angústias, carregando as cargas uns dos outros (cf. Gal 6, 2): seja esta atitude cristã fraterna a marcar a senda do nosso caminho em conjunto.

Esta catedral grandiosa, que guarda muitos tesouros de fé e de história, convida-nos manter viva a memória do passado. Isto é muito necessário, porque «a queda do povo começa no ponto onde acaba a memória do passado» (I. Chavchavadze, «O povo e a história», in Iveria, 1888). A história da Geórgia é como um livro antigo que, em cada página, fala de testemunhas santas e de valores cristãos, que forjaram a alma e a cultura do país. De igual modo este precioso livro narra gestas de grande abertura, acolhimento e integração. São valores inestimáveis e sempre válidos para esta terra e toda a região, tesouros que exprimem bem a identidade cristã, que se mantém como tal quando permanece bem fundada na fé e, ao mesmo tempo, se mostra aberta e disponível; nunca rígida ou fechada.

A mensagem cristã – assim no-lo recorda este lugar sagrado – foi, ao longo dos séculos, o pilar da identidade georgiana: deu estabilidade no meio de muitos tumultos, mesmo quando – não raro, infelizmente – o destino do país foi o de ficar amargamente abandonado a si mesmo. Mas o Senhor nunca abandonou a amada terra da Geórgia, porque Ele «ergue todos os que caem e reanima todos os abatidos; o Senhor é justo em todos os seus caminhos e misericordioso em todas as suas obras» (Sal 145/144, 14.17).