No dia 8 de
junho último, solenidade de Pentecostes, a Congregação para o Culto Divino e a
Disciplina dos Sacramentos publicou a Carta Circular O significado ritual
do dom da paz na Missa.
Respondendo a
questões surgidas no seio da Igreja, especialmente a partir do Sínodo dos
Bispos sobre a Eucaristia, em 2005, o Documento afirma, após ter ouvido as
Conferências Episcopais de todo o mundo, que se deve manter o “rito” e “sinal”
da paz no lugar em que hoje está na Santa Missa, ou seja, entre o Pai-Nosso e a
Fração do Pão. Exorta, porém, para que não haja distorção do ato, pois esta
pode causar confusão entre os fiéis.
A Carta Circular
tem, pois, lembrado ao início que, em duas ocasiões especiais, o Senhor Jesus
ofereceu aos discípulos a sua Paz: a primeira, antes da Paixão, no cenáculo, ao
dizer-lhes: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (Jo 14,27); a segunda,
depois da Ressurreição, no local em que os apóstolos se achavam escondidos por
medo dos judeus, ao comunicar-lhes: “A paz esteja convosco” (Jo 20,19-23). Ora,
é essa mesma paz que Ele oferece, hoje, à Igreja reunida na Celebração
Eucarística para ser vivida e testemunhada no dia a dia.
O fato de estar
o sinal da paz inserido antes da Comunhão – e aí ser mantido – demonstra que
ele tem seu cume no Mistério Pascal de Cristo. Daí dizer, textualmente, o
Documento que “o sinal da paz, portanto, se encontra entre o Pater
noster – ao qual se une mediante o embolismo [“Livrai-nos de todos os
males, ó Pai...” – nota nossa] que prepara ao gesto da paz – e a fração do pão
– durante a qual se implora ao Cordeiro de Deus que nos dê sua paz. Com este
gesto, que significa a paz, a comunhão e a caridade’, a Igreja implora a paz e
a unidade para si mesma e para toda a família humana, e os fiéis expressam a
comunhão eclesial e a mútua caridade, antes da comunhão sacramental’, isto é, a
comunhão no Corpo de Cristo Senhor” (n. 2).
No entanto, o
gesto da paz não deve menosprezar o valor sagrado da Santa Missa e o mistério
da comunhão sacramental, por isso “a conveniência de moderar este gesto, que
pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembleia
precisamente antes da Comunhão. Seria bom recordar que o alto valor do gesto
não fica diminuído pela sobriedade necessária para manter um clima adequado à
celebração, limitando, por exemplo, a troca da paz aos mais próximos” (n. 3).