segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Papa: acolher e seguir fielmente a luz de Deus


HOMILIA
Santa Missa na Solenidade da Epifania do Senhor
Capela Papal da Basílica Vaticana
Segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

«Lumen requirunt lumine». Esta sugestiva frase dum hino litúrgico da Epifania refere-se à experiência dos Magos: seguindo uma luz, eles procuram a Luz. A estrela aparecida no céu acende, nas suas mentes e corações, uma luz que os move à procura da grande Luz de Cristo. Os Magos seguem fielmente aquela luz, que os penetra interiormente, e encontram o Senhor.

Neste percurso dos Magos do Oriente, está simbolizado o destino de cada homem: a nossa vida é um caminhar, guiado pelas luzes que iluminam a estrada, para encontrar a plenitude da verdade e do amor, que nós, cristãos, reconhecemos em Jesus, Luz do mundo. E, como os Magos, cada homem dispõe de dois grandes «livros» donde tirar os sinais para se orientar na peregrinação: o livro da criação e o livro das Sagradas Escrituras. Importante é estar atento, velar, ouvir Deus que nos fala – sempre nos fala. Como diz o Salmo, referindo-se à Lei do Senhor: «A tua palavra é farol para os meus passos e luz para os meus caminhos» (Sal 119/118, 105). E, de modo especial, o ouvir o Evangelho, lê-lo, meditá-lo e fazer dele nosso alimento espiritual permite-nos encontrar Jesus vivo, ter experiência d’Ele e do seu amor.

A primeira leitura faz ressoar, pela boca do profeta Isaías, este apelo de Deus a Jerusalém: «Ergue-te e sê iluminada!» (60, 1). Jerusalém é chamada a ser a cidade da luz, que irradia sobre o mundo a luz de Deus e ajuda os homens a seguirem os seus caminhos. Esta é a vocação e a missão do Povo de Deus no mundo. Mas Jerusalém pode falhar a esta chamada do Senhor. Diz-nos o Evangelho que, chegados a Jerusalém, os Magos deixaram de ver a estrela durante algum tempo. Já não a viam. Em particular, a sua luz está ausente no palácio do rei Herodes: aquela habitação é tenebrosa; lá reinam a escuridão, a desconfiança, o medo, a inveja. Efectivamente Herodes mostra-se apreensivo e preocupado com o nascimento de um frágil Menino, que ele sente como rival. Na realidade, Jesus não veio para derrubar um miserável fantoche como ele, mas o Príncipe deste mundo! Todavia o rei e os seus conselheiros sentem fender-se os suportes do seu poder, temem que sejam invertidas as regras do jogo, desmascaradas as aparências. Todo um mundo construído sobre o domínio, o sucesso, a riqueza, a corrupção é posto em crise por um Menino! E Herodes chega ao ponto de matar os meninos: «Tu matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração», escreve São Quodvultdeus (Sermão 2 sobre o Símbolo: PL 40, 655). É assim: tinha medo e, com este medo, enlouqueceu.

Os Magos souberam superar aquele perigoso momento de escuridão junto de Herodes, porque acreditaram nas Escrituras, na palavra dos profetas que indicava Belém como o local do nascimento do Messias. Assim escaparam do torpor da noite do mundo, retomaram a estrada para Belém e lá viram de novo a estrela, e o Evangelho diz que sentiram uma «enorme alegria» (Mt 2,10). Precisamente a estrela que não se via na escuridão da mundanidade daquele palácio.


Entre os vários aspectos da luz, que nos guia no caminho da fé, inclui-se também uma santa «astúcia». Também esta é uma virtude: a «astúcia» santa. Trata-se daquela sagacidade espiritual que nos permite reconhecer os perigos e evitá-los. Os Magos souberam usar esta luz feita de «astúcia» quando, no caminho de regresso, decidiram não passar pelo palácio tenebroso de Herodes, mas seguir por outra estrada. Estes sábios vindos do Oriente ensinam-nos o modo de não cair nas ciladas das trevas e defender-nos da obscuridade que teima em envolver a nossa vida. Com esta «astúcia» santa, eles guardaram a fé. Também nós devemos guardar a fé. Guardá-la daquela escuridão, se bem que, muitas vezes, é uma escuridão travestida de luz! Porque às vezes o demônio, diz São Paulo, veste-se de anjo de luz. Daí ser necessária uma santa «astúcia», para guardar a fé, guardá-la do canto das Sereias que te dizem: “Olha! Hoje devemos fazer isto, aquilo…”
Mas, a fé é uma graça, é um dom. Compete-nos a nós guardá-la com esta «astúcia» santa, com a oração, com o amor, com a caridade. É preciso acolher no nosso coração a luz de Deus e, ao mesmo tempo, cultivar aquela astúcia espiritual que sabe combinar simplicidade e argúcia, como Jesus pede aos discípulos: «Sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas» (Mt 10, 16).

Na festa da Epifania, em que recordamos a manifestação de Jesus à humanidade no rosto dum Menino, sentimos ao nosso lado os Magos como sábios companheiros de estrada. O seu exemplo ajuda-nos a levantar os olhos para a estrela e seguir os anseios grandes do nosso coração. Ensinam-nos a não nos contentarmos com uma vida medíocre, sem «grandes voos», mas a deixarmo-nos sempre fascinar pelo que é bom, verdadeiro, belo… por Deus, que é tudo isso elevado ao máximo! E ensinam-nos a não nos deixarmos enganar pelas aparências, por aquilo que, aos olhos do mundo, é grande, sábio, poderoso. É preciso não se deter aí. É necessário guardar a fé. Neste tempo, isto é muito importante: guardar a fé. É preciso ir mais além, além da escuridão, além do fascínio das Sereias, além da mundanidade, além de muitas modernidades que existem hoje, ir rumo a Belém, onde, na simplicidade duma casa de periferia, entre uma mãe e um pai cheios de amor e de fé, brilha o Sol nascido do alto, o Rei do universo. Seguindo o exemplo dos Magos, com as nossas pequenas luzes, procuramos a Luz e guardamos a fé. Assim seja!

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Fonte: Boletim da Santa Sé

Maria nos ajude a ser discípulos missionários, pede o Papa no Angelus


ANGELUS
Solenidade da Epifania

Praça São Pedro – Vaticano
Segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje celebramos a Epifania, isso é, a “manifestação” do Senhor. Esta solenidade está ligada  à passagem bíblica da ida dos magos do Oriente a Belém para prestar homenagem ao Rei dos Judeus: um episódio que o Papa Bento comentou magnificamente em seu livro sobre a infância de Jesus. Aquela foi a primeira “manifestação” de Cristo aos povos.

Por isso, a Epifania coloca em destaque a abertura universal da salvação trazida por Jesus. A Liturgia deste dia aclama: “Te adorarão, Senhor, todos os povos da terra”, porque Jesus veio para todos nós, para todos os povos, para todos!

De fato, esta festa nos faz ver um duplo movimento: de um lado, o movimento de Deus para o mundo, para a humanidade – toda a história da salvação, que culmina em Jesus -; e de outro lado o movimento dos homens para Deus – pensemos nas religiões, na busca da verdade, no caminho dos povos para a paz, a paz interior, a justiça, a liberdade. E este duplo movimento é movido por uma recíproca atração. Da parte de Deus, o que o atrai? É o amor por nós: somos seus filhos, nos ama, e quer libertar-nos do mal, das doenças, da morte e levar-nos à sua casa, no seu Reino.

“Deus, por pura graça, nos atrai para unir-nos a Si” (Exort. ap. Evangelii gaudium, 112). E também da nossa parte há um amor, um desejo: o bem sempre nos atrai, a verdade nos atrai, a vida, a felicidade, a beleza nos atrai…Jesus é o ponto de encontro desta atração recíproca, deste duplo movimento. É Deus e homem: Jesus. Deus e homem. Mas quem toma a iniciativa? Sempre Deus! O amor de Deus vem sempre primeiro que o nosso! Ele sempre toma a iniciativa. Ele nos espera, Ele nos convida, a iniciativa é sempre sua. Jesus é Deus que se fez homem, encarnou-se, nasceu para nós.


A nova estrela que aparece aos magos era o sinal do nascimento de Cristo. Se não tivessem visto a estrela, aqueles homens não teriam partido. A luz nos precede, a verdade nos precede, a beleza nos precede, Deus nos precede. O profeta Isaías dizia que Deus é como a flor de amendoeira. Por que? Porque naquela terra essa flor é a primeira que floresce. E Deus sempre precede, sempre nos busca primeiro, Ele dá o primeiro passo. Deus nos precede sempre. A sua graça nos precede e esta graça apareceu em Jesus. Ele é a epifania. Ele, Jesus Cristo, é a manifestação do amor de Deus. Está conosco.

A Igreja está toda dentro deste movimento de Deus para o mundo: a sua alegria é o Evangelho, é refletir a luz de Cristo. A Igreja é o povo daqueles que experimentaram esta atração e a levam dentro, no coração da vida. “Eu gostaria – sinceramente – eu gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja – dizer respeitosamente – dizer àqueles que são temerosos e indiferentes: o Senhor também chama vocês para fazer parte de seu povo e o faz com grande respeito e amor!”(ibid, 113). O Senhor chama vocês. O Senhor procura vocês. O Senhor espera vocês. O Senhor não faz proselitismo, dá amor, e este amor te busca, te espera, você que neste momento não crê ou está distante. E este é o amor de Deus.

Peçamos a Deus, por toda a Igreja, peçamos a glória de evangelizar, porque “por Cristo foi enviada para revelar e comunicar a caridade de Deus a todos os povos” (Ad gentes, 10). A Virgem Maria nos ajude a ser discípulos missionários, pequenas estrelas que refletem a sua luz. E rezemos para que os corações se abram para acolher o anúncio, e todos os homens possam “ser participantes da promessa por meio do Evangelho” (Ef 3, 6).

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Fonte: Boletim da Santa Sé

Tradução: Jéssica Marçal

Por que o Católico não pode ser Espírita?


Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos pensamentos e dogmas não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma, nem outra.

O católico não pode ser espírita porque:

1.      O católico admite a possibilidade do Mistério e aceita Verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus.

2.   O espírita proclama que não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso e deve ser rejeitado.

3.     O católico instruído crê que Deus pode e faz milagres.

4.    O espírita rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer as leis da natureza.

5.    O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão de fé e moral.

6.   O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi inspirada por Deus.

7.     O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente a sua doutrina.

8.    O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo quanto transmitiram está errado ou foi falsificado.

9.    O católico crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral. O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade.

10.  O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra. O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.

11.  O católico crê que Jesus ensinou toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado. O espírita proclama que o Espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.

12.   O católico crê no mistério da Santíssima Trindade.

13.   O espírita nega esse augusto mistério.

14.  O católico crê que Deus é o Criador de tudo, Ser pessoal, distinto do mundo. O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).

15.  O católico crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo. O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Papa recorda sentido do Natal: "amor de Deus pela humanidade".


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 5 de janeiro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A liturgia deste domingo nos propõe, no Prólogo do Evangelho de São João, o significado mais profundo do Natal de Jesus. Ele é a Palavra de Deus que se fez homem e colocou a sua “tenda”, a sua morada entre os homens. Escreve o evangelista: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Nestas palavras que não cessam nunca de nos maravilhar, há todo o Cristianismo! Deus se fez mortal, frágil como nós, partilhou a nossa condição humana, exceto o pecado, mas tomou sobre si os nossos, como se fossem Dele. Entrou na nossa história, tornou-se plenamente Deus conosco! O nascimento de Jesus, então, nos mostra que Deus quis unir-se a cada homem e a cada mulher, a cada um de nós, para nos comunicar a sua vida e a sua alegria.

Assim, Deus é Deus conosco, Deus nos chama, Deus que caminha conosco. Esta é a mensagem de Natal: o Verbo se fez carne. Assim, o Natal nos revela o amor imenso de Deus pela humanidade. Daqui deriva também o entusiasmo, a esperança de nós cristãos, que na nossa pobreza sabemos ser amados, ser visitados, ser acompanhados por Deus; e olhamos ao mundo e à nossa história como o lugar em que caminhar junto com Ele e uns com os outros, rumo a céus novos e à terra nova. Com o nascimento de Jesus nasceu uma promessa nova, nasceu um mundo novo, mas também um mundo que pode ser sempre renovado. Deus está sempre presente para suscitar homens novos, para purificar o mundo do pecado que o envelhece, do pecado que o corrompe. Por mais que a história humana e aquela pessoal de cada um de nós possa ser marcada por dificuldades e fraquezas, a fé na Encarnação nos diz que Deus é solidário com o homem e com a sua história. Essa proximidade de Deus ao homem, a cada homem, a cada um de nós, é um dom que não se acaba nunca! Ele está conosco! Ele é Deus conosco! E esta proximidade não acaba nunca. Eis o alegre anúncio do Natal: a luz divina, que inundou os corações da Virgem Maria e de São José, e guiou os passos dos pastores e dos magos, brilha também hoje para nós.


No mistério da Encarnação do Filho de Deus há também um aspecto ligado à liberdade humana, à liberdade de cada um de nós. De fato, o Verbo de Deus coloca a sua tenda entre nós, pecadores e necessitados de misericórdia. E todos nós devemos nos apressar para receber a graça que Ele nos oferece. Em vez disso, continua o Evangelho de São João, “os seus não o acolheram” (v. 11). Também nós, tantas vezes, O rejeitamos, preferimos permanecer no fechamento dos nossos erros e na angústia dos nossos pecados. Mas Jesus não desiste e não deixa de oferecer a si mesmo e a sua graça que nos salva! Jesus é paciente, Jesus sabe esperar, espera-nos sempre. Esta é a sua mensagem de esperança, uma mensagem de salvação, antiga e sempre nova. E nós somos chamados a testemunhar com alegria esta mensagem do Evangelho da vida, do Evangelho da luz, da esperança e do amor. Porque a mensagem de Jesus é esta: vida, luz, esperança, amor.

Maria, Mãe de Deus e nossa amorosa Mãe, apoie-nos sempre, para que permaneçamos fiéis à vocação cristã e possamos realizar os desejos de justiça e de paz que trazemos em nós no início deste novo ano.
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Disponível em: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Presidente da Sociedade Teológica Evangélica retorna à Igreja Católica.


Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou à Igreja Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo.

Conforme sustenta em um blog, “não acredito que seja possível que a ETS conduza seu negócio e seus assuntos de forma que impulsione o Evangelho de Cristo, enquanto eu seja seu presidente. Por isso, desde em 5 de maio renuncio ao cargo de presidente da ETS e membro de seu comitê executivo”.

Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler a alguns bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. “Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler aos Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos. Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável”.

O perito estava disposto a retornar à Igreja Católica quando terminasse seu serviço como presidente em novembro do próximo ano. Entretanto, seu sobrinho de 16 anos pediu para ser seu padrinho de confirmação no próximo dia 13 de maio e por isso reconsiderou sua decisão.


Segundo Beckwith, “não podia dizer ‘não’ a meu sobrinho querido, que credita na renovação de sua fé em Cristo a nossas conversas e correspondência. Mas para fazê-lo, devo estar em total comunhão com a Igreja. Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão”.

Beckwith espera que sua partida permita à Sociedade Teológica Evangélica estudar a tradição da Igreja em uma forma que não seria possível com ele de presidente.

“Há uma conversa que deve realizar-se na ETS, uma conversa sobre a relação entre Evangelismo e o que se chama ‘Grande Tradição’, uma tradição da qual todos os cristãos podem traçar sua paternidade espiritual e eclesiástica. É uma conversação que eu recebo com agrado, e na espero ser participante. Mas minha presença na ETS como presidente, concluí, diminui as possibilidades de que ocorra esta conversa. Só exacerbaria a desunião entre cristãos que precisa ser remediada”.


O ex-presidente também enfatizou seu agradecimento a ETS. “Sua tenaz defesa e prática da ortodoxia cristã é que sustentou e nutriu a quem tenho encontrado nosso caminho de volta à Igreja de nossa juventude”.
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Disponível em: Bíblia Católica News

Abolido título de "Monsenhor" a sacerdotes com menos de 65 anos.


O Papa Francisco aboliu a concessão da honorificência pontifícia de "monsenhor" para os sacerdotes seculares com menos de 65 anos. De agora em diante, a única honorificência pontifícia que poderá ser conferida aos padres seculares (não religiosos) será a de "capelão de Sua Santidade", e poderá ser atribuída apenas a sacerdotes com mais de 65 anos.

A secretaria de Estado comunicou a decisão às nunciaturas apostólicas em todo o mundo, pedindo que fossem informados todos os bispos de seus países. A medida imposta por Francisco, no entanto, não é retroativa: quem já possui o título de "monsenhor" não o perde.


Ao tomar esta decisão, o Papa se inspirou nas reformas realizadas por Paulo VI em 1968, logo após o Concílio Vaticano II. Antes, existiam 14 "graus" do título de "monsenhor"; com Paulo VI, foram reduzidos a três: protonotário apostólico, prelado de honra de Sua Santidade e capelão de Sua Santidade.


Os três reconhecimentos são concedidos pelo Papa, segundo indicação dos bispos, a sacerdotes cujo trabalho é particularmente importante para a Igreja.



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Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 4 de janeiro de 2014

Solenidade da Epifania do Senhor (6 de janeiro*): "Deus, em Cristo, armou a sua tenda no meio de nós".

A Igreja celebra hoje a manifestação de Jesus ao mundo inteiro. Epifania significa “manifestação”; e os Magos representam os povos de todas as línguas e nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus. Epifania é uma festa da Luz. “Ergue –te, Jerusalém, e sê iluminada, que a tua luz desponta e a Glória do Senhor está sobre ti” ( Is 60, 1). Com estas palavras do profeta Isaías, a Igreja descreve o conteúdo da festa. Sim, veio ao mundo  Aquele que é a Luz verdadeira, Aquele que faz com que os homens sejam luz.

A luz que brilhou na noite de Natal iluminando a gruta de Belém, onde permanecem em silenciosa adoração Maria, José e os pastores, resplandece hoje e manifesta – se a todos.

Na Vinda dos Magos a Belém, Jesus inicia a reunião de todos os povos (Ev. Mt 2, 1-12). Os Magos do Oriente vão à frente. Inauguram o caminho dos povos para Cristo. Os Magos seguiram a estrela. A grande estrela, a verdadeira estrela que nos guia é o próprio Cristo. Ele é, por assim dizer, a explosão do amor de Deus, que faz brilhar sobre o mundo o grande fulgor do seu coração. E podemos acrescentar: tanto os Magos do Oriente, como os Santos em geral, pouco a pouco, tornaram – se eles mesmos  constelações de Deus, que nos indicam o caminho.

A festa da Epifania incita todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja que “ora e trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG. 17). Aqui temos o plano de Deus de fazer toda a humanidade participante da salvação em Cristo! Esta é a boa-nova, o Evangelho. Por isso, devemos hoje dar graças a Deus por nossa vocação cristã. Para que isso aconteça é preciso que trilhemos o caminho dos Magos. Qual será este caminho? Primeiramente é preciso estarmos atentos aos sinais de Deus e termos o desejo de adorá-Lo.

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2,2). Em segundo lugar, é preciso procurá-Lo, onde Ele se encontra! Depois, é preciso partir sempre de novo, recomeçar, sair à procura! Então, a estrela há de aparecer e pousar sobre o lugar onde se encontra o Menino. Serão momentos de grande alegria!


Quem encontra Jesus Cristo muda de caminho! Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo que se apresenta como o Caminho (Jo 14,6).

Catolicismo "iliberal"


Vou começar projetando algumas cenas reais. Eu fui testemunha ocular ou pelo menos ouvi o relato detalhado em primeira mão de cada uma delas. Além disso, posso fornecer um link para documentá-las.

Cena 1. Logo depois que o governo chinês esmagou as manifestações na Praça da Paz Celestial, um seminarista me disse que gostaria de "estar no controle de um daqueles tanques" que avançavam sobre os manifestantes e sobre a sua improvisada Estátua da Liberdade. "O americanismo é uma ameaça muito maior para a Igreja do que o comunismo", declarou ele, que hoje é sacerdote. Eu mesmo o vi no altar em outubro.

Cena 2. Era uma noite festiva numa pequena faculdade católica. Um farto banquete foi servido depois da missa em honra do santo padroeiro da instituição. Os estudantes, professores e diretores se reuniram ao redor de uma fogueira, após o jantar, cantando e continuando a festa. O ponto alto da noite foi a “piñata”, aquele boneco recheado de doces que é pendurado num gancho para ser acertado a bastonadas por pessoas de olhos vendados. Quem pendurou aquela piñata foi o coordenador do campus. Ela tinha a forma de um porco. Num dos lados, estava escrito "Americanismo". O coordenador do campus levantou o bastão e conclamou: "Vamos lá, pessoal, vamos estraçalhar o americanismo!". Os estudantes fizeram fila atrás dos professores, do reitor e do presidente da instituição para estraçalhar o que quer que eles entendessem por “americanismo” (ninguém jamais explicou a eles o que o papa Leão XIII tinha de fato querido dizer com aquela palavra).

Cena 3. Na mesma faculdade, durante uma discussão acadêmica, o reitor explicou que os países protestantes capitalistas obtiveram mais sucesso econômico que as nações católicas agrícolas graças aos "efeitos da maçonaria". O presidente da faculdade rapidamente acrescentou outro fator crítico: "a intervenção diabólica".

Cena 4. O mesmo reitor, numa conversa comigo, aventou possíveis “reformas democráticas” a ser implantadas nos Estados Unidos. A reforma moral, explicou-me ele, só aconteceria depois de um golpe de estado em que "os homens de virtude" impusessem a sua vontade a todo o povo, de modo que “as pessoas entrariam na linha quando percebessem que não tinham escolha”. Aquele reitor, antes disso, já tinha criticado a Espanha de Franco por ser “relaxada demais”.


Cena 5. Um historiador de uma grande universidade católica dos Estados Unidos reúne seus familiares e amigos na data que o resto dos norte-americanos chama de “Dia de Ação de Graças”. Mas eles a chamam de "Quinta-feira Maldita". Todos os anos, naquele dia, eles ridicularizam as origens protestantes dos Estados Unidos enforcando um boneco que representa um puritano. Esse mesmo historiador orienta os seus alunos a se referirem à Estátua da Liberdade como "aquela deusa maçônica cadela".

Cena 6. Em outra pequena faculdade católica norte-americana, professores e funcionários assam um porco uma vez por ano, durante um evento que eles chamam de "auto da fé". O porco recebe o nome de algum "herege" ilustre, antes de ser imolado e comido.

Cena 7. Em mais outra pequena faculdade católica dos Estados Unidos, um dos professores, que conheci numa conferência, falou efusivamente sobre as "lacunas" que um estudioso tinha supostamente encontrado nas bases doutrinais do Vaticano II sobre a liberdade religiosa. A Dignitatis Humanae, segundo ele, proibiria apenas o Estado de usar a força física em assuntos religiosos. A Igreja, no parecer do jovem estudioso, não sofre a mesma proibição: ela pode prender qualquer pessoa batizada e puni-la por heresia. "Isso quer dizer que o papa tem o direito de prender qualquer luterano?", perguntei eu, cético. “Sensacional, né?”, respondeu ele, sorrindo. Semanas depois, ele me enviou "provas" de que George W. Bush estaria por trás dos ataques de 11 de setembro.

Cena 8. A propósito da Ethika Politika, um escritor católico levou a sua rejeição ao liberalismo americano e ao capitalismo até um extremo lógico diferenciado: ele tentou reabilitar Karl Marx absolvendo-o de todos os males historicamente perpetrados pelos comunistas e exortando os seus leitores a serem bons marxistas católicos.

Cena 9. Na revista America, um colunista escreveu com desdém sobre um dos maiores colaboradores que a revista já teve, o pe. John Courtney Murray, SJ, criticando a sua tentativa de abraçar a liberdade americana e de permeá-la com a compreensão da lei natural. Era claro que tais tentativas já tinham falhado, opinava o colunista desdenhoso, e que os católicos deveriam abraçar a indiferença política, retirar-se em comunidades isoladas e esperar que os outros simplesmente os tolerassem.

Eu poderia multiplicar essas histórias, mas vocês já captaram a ideia.

À primeira vista, todos esses eventos parecem desconexos. O que é haveria em comum, afinal, entre católicos nostálgicos da Renascença e neomarxistas? O que é que católicos segregacionistas ao melhor estilo Amish teriam em comum com reencenadores da Inquisição? Qual seria a ligação entre o cardeal Dolan, com a sua “torcida” pelo chamado “Obamacare”, e os direitistas católicos norte-americanos que minimizaram o apelo dos bispos do país pela liberdade religiosa em face da nova lei sobre saúde pública do governo Obama, argumentando que os católicos deveriam questionar a própria legalidade da contracepção?

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Fonte: Aleteia

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Igreja quer combater bruxaria na Papua Nova Guiné


No combate às crenças e práticas de bruxaria – problema comum na Papua Nova-Guiné – a contribuição das Igrejas é crucial para promover uma real mudança na mentalidade das pessoas.

As Igrejas cristãs têm um papel vital a desempenhar, ao lado de outras instituições como o governo, a escola e os serviços de saúde pública. É o que afirma, em nota enviada à Fides, pe. Giorgio Licini, da Assessoria de comunicação da Conferência Episcopal da Papua Nova-Guiné e Ilhas Salomão.

Recentemente, ao fenômeno de bruxaria foi dedicada uma conferência nacional com especialistas, sacerdotes, teólogos e líderes civis, realizada na Universidade de Goroka.


Dentre os participantes, o verbita Pe. Franco Zocca, SVD, docente no “Melanesian Institute”, afirmou: “O cristianismo na Papua Nova Guiné não conseguiu até agora desarraigar a convicção de que a magia e a bruxaria são causas de doenças, desastres naturais e mortes”. É urgente, portanto, desenvolver uma "resposta nacional" para superar na mentalidade atual essa convicção. Deve ser dito que, mesmo na Europa, até séculos atrás, especialmente durante as epidemias de peste, se acusavam pessoas de terem causado doença e morte através de bruxaria.

"Na moderna Papua Nova Guiné, a situação é a mesma e muitos líderes cristãos continuam acreditando que a doença, a morte e os desastres são causados por bruxaria", observa Pe. Zocca. As acusações e processos contra pressupostos bruxos no Ocidente terminaram somente depois que as descobertas científicas e médicas explicaram as causas naturais da doença.


Com base nesta experiência, a conferência Goroka convida as igrejas a trabalhrarem de forma eficaz, junto com as instituições públicas, para desarraigar as crenças esotéricas. Quando se trata de "crenças", de fato, a teologia tem um papel importante a desempenhar. "A fé cristã no poder de Jesus Cristo é, de fato – concluiu Pe. Licini - o antídoto mais forte para combater tais crenças demoníaca".
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Disponível em: Aleteia

Maria é mãe de Deus, porque é mãe de Jesus que é Deus


Se perguntarmos a alguém se ele e filho de sua mãe, se esta verdadeiramente for a mãe dele, de certo nos lançara um olhar de espanto. E teria razão. O homem como sabemos é composto de corpo, alma e espírito. A minha mãe me deu meu corpo, a parte material deste conjunto trinitário que eu sou; sendo minha alma e espírito dados por Deus. E minha mãe que me deu a luz não é verdadeiramente minha mãe?

Apliquemos, agora, estas noções de bom senso ao caso da Maternidade divina de Nossa Senhora. Há em Nosso Senhor Jesus Cristo duas naturezas: a humana e a divina, constituindo uma só pessoa, a pessoa de Jesus. Nossa Santa Mãe é mãe desta pessoa, dando a ela somente a parte material, como nosso mãe também o faz. O Espírito e Alma de Cristo também vieram de Deus. Nossa mãe não é mãe do nosso corpo, mas mãe de nossa pessoa. Assim também Maria é Mãe de Cristo. Ela não é a Mãe da Divindade ou da Trindade, mas é mãe de Cristo a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que também é Deus. Sendo Jesus Deus, Maria é Mãe de Deus.

Basta um pequeno raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da Santíssima Virgem. Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, a natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem. Logo, Nossa Santa Mãe, Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero humano.

A negação da Maternidade divina de Nossa Senhora é uma negação à Verdade, uma negação ao ensino dos Apóstolos de Cristo.

Provas da Sagrada Escritura

A Igreja Católica sendo a única Igreja Fundada por Cristo, confirmada pelos Apóstolos e seus legítimos sucessores; sendo Ela a escritora, legitimadora e guardiã da Bíblia, jamais poderia ensinar algo que estivesse contra o Ensino da Bíblia.

Vejamos o que a Sagrada Escritura ensina sobre a Maternidade Divina de Nossa Senhora:

O profeta Isaías escreveu: "Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel [Deus conosco]." (Is 7,14). Claramente o profeta declara que o filho da virgem será divino, portanto a maternidade da virgem também é divina, o que a faz ser Mãe de Deus. 

O Arcanjo Gabriel disse: "O Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35). Se ele é filho de Deus, ele tb é Deus e Maria é sua Mãe, portanto Mãe de Deus. Isaías também escreveu o mesmo em Is 7,14. 

Cheia do Espírito Santo, Santa Izabel saudou Maria dizendo: "Donde a mim esta dita de que a mãe do meu Senhor venha ter comigo"? (Lc 1,43) E Mãe de meu Senhor quer dizer Mãe do meu Deus, portanto Mãe de Deus.

São Paulo ainda escreveu: "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei." (Gl. 4,4). São Paulo claramente afirma que uma mulher foi a Mãe do filho de Deus, portanto Mãe de Deus. 

Tendo a Sagrada Escritura seu berço na Igreja - portanto sendo menor que Ela - , vemos como está de acordo com o ensino da mesma.

Um Menino para a todos conduzir


Já no início da missa da noite de Natal, a atenção dos fiéis se viu atraída para a procissão. Vinha à frente o crucifixo, seguido das velas carregadas pelos coroinhas. Após um breve intervalo e precedendo os sacerdotes, veio uma criança carregando outra menor que ela: o Menino Jesus, que seria colocado na manjedoura.

À medida que a procissão avançava, eu me lembrava do versículo da profecia de Isaías: "um Menino os guiará a todos". O profeta prevê tempos em que o leão se deitará ao lado do cordeiro. A paz repousará sobre todos e virá a reconciliação a um mundo esfacelado. Ao falar do rei vindouro, ele proclama: "... a justiça e a fidelidade serão os seus cintos. O lobo há de habitar com o cordeiro e o leopardo há de deitar-se ao lado do cabrito; o bezerro, o leãozinho e o filhote do bezerro estarão juntos e um menino a todos guiará".

No Natal, Jesus Cristo é o menino que conduz o mundo à paz e à harmonia.

Ele vem para reconciliar e renovar o mundo e o faz tornando-se pequeno. Como escreve São Paulo, "embora fosse igual a Deus, Ele não se aferrou à igualdade com Deus, assumindo, em vez, a forma de escravo". Este exemplo de humildade nobre reverbera em todo o evangelho e pelas vidas dos santos. Jesus pedirá aos seus discípulos que não impeçam as crianças de virem a ele, e, tomando uma criança sobre o joelho, recorda aos adultos que, se não se tornarem como crianças, não poderão entrar no reino dos céus.

Estamos tão acostumados a ouvir os ensinamentos de Jesus sobre as crianças que nos esquecemos do quanto eles são radicais. No primeiro século, as pessoas não tinham a visão sentimental que temos hoje sobre as crianças. Naquele tempo, uma criança era tida por inferior a um escravo e só estava um grau acima dos animais. Jesus declarar que todos tinham de ser como as crianças deve ter soado absurdo e desconcertante. Eram os sábios anciãos os que ocupavam o lugar mais alto. Como é que alguém ia ter que se tornar como as crianças para entrar no reino dos céus?


Só depois de longa reflexão é que a Igreja entenderia que Jesus nos pedia ser como as crianças porque ele próprio se tornou uma criança. E ele não nos pede “ser crianças”, mas “ser como as crianças”. Há uma diferença. Uma “pessoa criança” é imatura, centrada no próprio umbigo e tem a mente estreita. Uma pessoa “que é como as crianças” revela as boas características da infância: a inocência, o coração aberto, o maravilhamento, a genuína curiosidade e uma mente aberta. Ser como as crianças, neste sentido, é ser... mais maduros. Esse tipo de “infância” é o resultado do crescimento adulto, que nos leva a descobrir uma nova inocência combinada com a experiência, uma nova maravilha combinada com o conhecimento e uma nova curiosidade combinado com a certeza. Ser como as crianças é conquistar a liberdade pela disciplina e a abnegação pelo serviço ao outro. É conquistar a liberdade da mestria e o desapego que se consegue através do sacrifício do próprio eu.

Santa Teresinha de Lisieux é uma das santas mais queridas do mundo porque ensinou um novo jeito de viver a infância espiritual. Ela permaneceu criança morrendo à tenra idade de vinte e quatro anos, mas alcançou, naquele espaço curto de vida, uma grande medida de maturidade e de sabedoria.

São Bento nos mostra o tipo de infância espiritual que vem com a idade. Ele é retratado como o velho sábio que realcança a inocência. A regra de São Bento transborda de uma espiritualidade pé-no-chão, de uma simplicidade e confiança que evoca a alegria da criança nas coisas comuns, nos prazeres simples e na gratidão do coração inocente.


O Natal lembra a nós todos que precisamos voltar para a simplicidade e para a confiança da infância. Como a pequena Teresa de Lisieux, nós podemos colocar toda a nossa confiança em nosso Pai celestial, para então, como Bento, "correr pela estrada dos mandamentos de Deus, com o coração transbordante de indizível alegria".
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Fonte: Aleteia

Mensagem dos Reis Magos: por favor, sem mais Herodes


Queridos amigos do mundo: há mais de 2015 anos, tivemos a fortuna de ter sido escolhidos pelo Altíssimo como os primeiros homens estrangeiros que veriam a luz de um novo ser, o Ser mais incorruptível desta terra, o Príncipe da Paz, o Homem que livraria o mundo das trevas.
 
Dedicamos dias a seguir uma estrela, sem saber onde Ele nasceria nem as condições em que o encontraríamos, mas o nosso coração ansiava por ver esse rosto iluminado pelo amor. Nosso ser terreno nos levou a buscá-lo em um palácio ou pelo menos pedir que nos dessem referências desse Ser. Mas, infelizmente, o homem que mantinha o poder naquelas terras não entendia a mensagem proveniente do alto.
 
Cego pelo egoísmo e pela sua ambição de poder, pensando que o novo Ser o tiraria do trono, ele armou seu exército e executou milhares de inocentes indefesos. Depois de ter encontrado este pequeno em uma humilde manjedoura, cujos lençóis eram o pasto seco, com o abrigo quente de dois jovens pais, percebemos que o Rei Messias formaria um reinado de amor e paz.
 
Felizmente, foi-nos avisado em sonhos sobre a ordem criminosa de Herodes e ajudamos a família a escapar. Algum tempo depois, milhares de bebês foram executados. Seu crime foi ter a mesma idade do pequeno Menino de Belém.


Queridos amigos, já se passaram mais de 20 séculos e, com tristeza, vemos que a história do criminoso Herodes o Grande se repete milhões de vezes, quando as nações e os indivíduos privam da vida tantos inocentes que não pediram para vir ao mundo, nem pretendem destruir os sonhos de ninguém.

 
Muitos se deixaram guiar pelo egoísmo, pensando que uma criança pode roubar os sonhos ou aspirações de alguém, sem perceber que são esses pequeninos os que alimentam os sonhos e aspirações de cada pessoa.
 
Não roubemos a inocência dos pequenos. Não nos tornemos mais um Herodes.
 
Abracem as crianças e sintam esse fogo de ternura que derruba qualquer espada de poderio. Sintam a mesma coisa que sentimos ao ver aquele que agora é o Salvador do mundo.
 
Recebam um abraço e todo o amor do Senhor.

 
Seus irmãos,

Reis Magos do Oriente
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Fonte: Aleteia

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A verdade científica rejeita suposta influência dos astros na vida das pessoas através do "horóscopo".


O céu noturno, quando a Lua não está presente, é sempre uma visão maravilhosa. Se tivermos sorte de estar em um lugar pouco iluminado e sem poluição, como ainda é o caso em algumas localidades no interior do Brasil, podemos ver, em uma única noite, milhares de estrelas. No alvorecer da consciência humana, há milhares de anos, aprendemos a olhar para o alto e nos impressionar com as estrelas. Aqueles pequenos pontos de luz, de diferentes tamanhos e cores, dia após dia estimulavam a curiosidade de indivíduos que, embora sem entender o porquê daquele espetáculo, contemplavam e indagavam se aquilo influenciaria de alguma forma suas vidas.

Tamanha beleza somente poderia ter origem divina. As constelações, o nome que se dá aos agrupamentos de estrelas, eram vistas de diferentes maneiras para cada povo. Alguns enxergavam em sua disposição animais, monstros e seres mitológicos. Outros viam objetos do seu cotidiano e divindades das suas crenças. Contudo, as estrelas que constituem uma constelação não têm nenhuma ligação física entre si. A estrela Alfa-Centauri, por exemplo, a mais brilhante da constelação do Centauro (figura mitológica grega, meio homem, meio cavalo), está a 4,4 anos-luz (41 trilhões de quilômetros) de distância da Terra. Já a segunda mais brilhante, a Beta-Centauri, está à distância de 525 anos-luz.

Além disso, todas as estrelas da Via-Láctea se movimentam, girando em torno do centro dessa galáxia. O Sol, por exemplo, completa uma volta a cada 250 milhões de anos terrestres. Portanto, as constelações, por mais bonitas que nos pareçam, são apenas figuras que queremos enxergar nos céus – uma configuração momentânea, diferente das que existiram no passado e de outras que existirão no futuro, um reflexo dos nossos sentimentos, medos e crenças. Na Antiguidade também se observavam alguns pontos luminosos que caminhavam perdidamente entre as constelações. A eles atribuímos atualmente o nome “planeta”, palavra que tem origem grega e significa “errante”. Os gregos, em particular, batizaram os planetas com os nomes das suas divindades mais importantes, designações que mantemos até hoje.


Devido à periodicidade dos movimentos celestes foi possível aprender a fazer previsões dos seus movimentos. Em particular, o período de um ano é definido pelo tempo que o Sol leva para retornar a uma mesma posição no céu em relação às constelações. O movimento do Sol no céu, que na verdade é decorrente do movimento da Terra ao seu redor, determina as estações do ano. Dessa maneira, conhecer precisamente o início das estações do ano permite planejar plantios e colheitas. No Egito antigo, por exemplo, o cultivo às margens do Nilo era definido em função das cheias anuais do rio, que podiam ser previstas pelas observações dos astros – um segredo guardado pelos sacerdotes. Eles sabiam que as cheias começavam quando a estrela Seped, conhecida hoje como Sírius – a mais brilhante do céu –, aparecia antes do amanhecer.

Por volta de 3000 a.C., os mesopotâmios e babilônios, que viveram no vale dos rios Eufrates e Tigres, onde atualmente é o Iraque, acreditavam que os movimentos dos planetas, do Sol e da Lua afetavam a vida dos reis e das nações. Nascia então a astrologia. ( Não confundir com a Astronomia, que é uma ciência! ) Quando os babilônios foram conquistados pelos gregos, essa crença se espalhou de forma gradual pelo resto do Ocidente. No século 2 a.C. esse conhecimento alcançou grande disseminação e se incorporou ao cotidiano da maioria dos povos. Muitos acreditavam que a configuração dos planetas no céu no momento do nascimento das pessoas definia aspectos da sua personalidade bem como de seu destino. Esse tipo de astrologia, conhecida como astrologia natal (que faz os horóscopos), teve seu apogeu quando o astrônomo grego Claudius Ptolomeu (85-165 d.C.) publicou o livro Tetrabiblos , que representa até hoje a base da astrologia. Jornais, revistas e portais de notícias costumam apresentar previsões astrológicas (quase sempre muito genéricas) sobre o comportamento das pessoas a partir do estudo das posições das estrelas e planetas. Será que isso é de fato algo em que se pode confiar?

A astrologia precedeu a astronomia no estudo e observação do céu. A diferença fundamental entre elas é que a astronomia é a ciência que estuda os movimentos dos astros e procura compreender a sua causa com base nas leis físicas. A astrologia relaciona a posição dos planetas em relação às constelações do zodíaco e tenta correlacioná-las com o destino e com as tendências humanas. Contudo, ela não explica as causas por trás dessa relação e suas previsões não podem ser verificadas. Por isso se diz que a astrologia é uma pseudociência, ou seja, se apresenta como ciência, mas não é.

A prática astrológica mais popular é baseada no chamado signo solar, que considera a posição do Sol em relação a uma região do céu de 30 graus, na eclíptica, que representa o caminho que esse astro faz através das constelações. O signo é definido por essa região, chamada casa zodiacal e associada a uma das 12 constelações do zodíaco (o que conhecemos como “signos”). No entanto, em seu caminho o Sol passa anualmente por 13 constelações, e não 12 (a constelação extra se chama Ofiúco, na qual o Sol transita entre 30 de novembro e 17 de dezembro). Para refletir a realidade dos astros, portanto, o horóscopo teria que conter 13 signos e não apenas levar em conta aqueles definidos pelos povos antigos há quase 2 mil anos.

De acordo com essa definição, quem nasce entre o dia 22 de dezembro a 20 de janeiro será do signo de Capricórnio. Entretanto, devido ao movimento de precessão, semelhante ao que faz um pião balançar quando começa a perder velocidade de rotação, o eixo de rotação da Terra se modifica ao longo do tempo, completando uma volta a cada 25.770 anos. Com o passar dos séculos, esse fenômeno acabou modificando nossa visão das constelações. Há 2 mil anos o Sol passava pela constelação de Capricórnio na época do ano delimitada no horóscopo. Atualmente, no entanto, no período entre 17 de dezembro e 18 de janeiro ele passa pela região da constelação de Sagitário. Como explicar então a influência dos astros sobre a vida da pessoa que nasce nesse período? Essa discrepância vale também para todas as outras constelações, ou seja, todas as datas estão equivocadas.

Haveria ainda muitos outros pontos questionáveis quanto à validade científica da astrologia, como por exemplo a possível influência de outros astros do Sistema Solar que ela não leva em conta, como os milhares de asteroides, cometas, meteoroides, etc. E como ficaria o caso de Plutão, considerado um planeta desde sua descoberta, e que em 2006 passou a ser considerado um planeta-anão, ao lado de centenas de outros corpos celestes do Cinturão de Kuiper? Além disso, depõem contra a astrologia o fato de gêmeos idênticos terem comportamentos diferentes, as grandes diferenças nos horóscopos traçados por astrólogos diferentes para os mesmos dados de nascimento, entre outros.

Talvez o argumento mais contundente, em minha opinião, seja a falta de um modelo consistente para explicar de que forma e por meio de qual interação ou força os astros influenciariam o destino e a personalidade das pessoas. Talvez as posições das estrelas no céu realmente influenciem as pessoas. A sensação de olhar para elas e contemplar toda a beleza de um céu estrelado realmente toca no fundo da alma da maioria das pessoas. Sem dúvida esta é a maior influência que elas exercem sobre nós – que o digam os poetas, pintores e compositores.


Artigo de Adilson de Oliveira, professor de física da Universidade Federal de São Carlos (SP), no site do Instituto Ciência Hoje. No texto, o professor explica como surgiu a astrologia e questiona sua validade para prever o destino dos homens.
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Disponível em: Central Católica

Cristãos Norte-Coreanos celebram o Natal escondidos por causa da perseguição comunista.


Ser cristão na Coreia do Norte é arriscar a vida todos os dias. Mas isso não os impediu de comemorar o Natal como milhões de outras pessoas fizeram em todo o mundo. A diferença é que para isso precisaram se reunir em túneis subterrâneos, escondidos das autoridades.

Eles sabem que podem ser presos cada vez que fazem uma oração ou cantam um louvor em voz alta. “Os cristãos do resto do mundo não têm ideia de como são fervorosas as orações daqueles que vivem na Coreia do Norte”, disse Han Min, um norte-coreano que fugiu do regime ditatorial de Pyongyang.

Han hoje vive na Coreia do Sul e congrega na Igreja Durihana, em Seul, liderada pelo pastor Chun Ki-won. Desde 1999, esta comunidade tem o compromisso de ajudar aqueles que desejam sair da parte norte da península.

Segundo a igreja, eles já ajudaram cerca de 1.000 norte-coreanos a fugir. Geralmente pela fronteira com a China, menos protegida. Depois de atravessarem, iniciam sua viagem até a Coreia do Sul.

“Na Coreia do Norte, o culto é aos líderes políticos… Tudo está focado em Kim Il-sung, que tenta tomar o lugar de Deus na vida deles”, explica o pastor Chun. Ele lamenta ainda que o regime tem intensificado as restrições e matado muito mais cristãos do que fazia antes da troca de governo. Chun, que já foi preso e torturado em uma das viagens que fez para a Coreia do Norte para auxiliar a igreja perseguida, conta que antigamente eles atravessavam de 30 a 40 pessoas em um mês. Em dezembro, ele só consegui ajudar 3 a escaparem.


Em 3 de novembro, segundo o jornal sul-coreano JoongAng Ilbo, foram executados publicamente 80 norte-coreanos. Cerca de 10.000 pessoas foram até um estádio esportivo na cidade de Wonsan para assistir os condenados enfrentarem um pelotão de fuzilamento. A prática é uma maneira de a liderança ditatorial do país disseminar sua mensagem à população. Segundo a imprensa, os mortos “foram amarrados a estacas com sacos cobrindo suas cabeças. Seus corpos foram crivados por tiros de metralhadora enquanto eram acusados” de práticas consideradas traição ao regime, como assistir TV sul-coreana ou terem Bíblias em casa.

O irmão Simon, pseudônimo de um refugiado norte-coreano que não quer se identificar, afirma: “É claro, os cristãos da Coreia do Norte refletem sobre o nascimento de Jesus Cristo… Só que eles não podem simplesmente ir juntos a uma igreja para cantar ou ouvir um sermão. Ser cristão na Coreia do Norte é algo muito solitário”. Segundo ele, a maioria das vezes as celebrações são em pequenos grupos. Normalmente encontros de cristãos reúnem apenas duas pessoas.

Simon explica: “Por exemplo, um cristão vai e se senta em um banco no parque. Um outro cristão vem e senta-se ao lado dele. Às vezes é perigoso até mesmo falar uns com os outros, mas eles sabem que ambos são cristãos, e isso já é o suficiente. Se não houver ninguém por perto, podem compartilhar um versículo da Bíblia que eles sabem de cor e brevemente comentar algo sobre isso. Também contam seus motivos de oração um ao outro. Então eles se levantam e saem”.

O nascimento de Jesus também é comemorado desta maneira. Não há decoração nas casas nem cultos natalinos. “O Natal é principalmente comemorado no coração do cristão. Por medo de represálias é necessário manter a sua fé escondida dos vizinhos. Às vezes, é possível realizar uma reunião em áreas remotas com um grupo de 10 a 20 pessoas. Muito raramente é possível que um grupo vá discretamente para as montanhas e faça um culto em um local secreto”, explica Simon. 

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Com informações Christian News Wire e Asia News.
Disponível em: Central Católica