quarta-feira, 7 de julho de 2021

CNBB cria grupo de trabalho sobre expressões carismáticas


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, na última quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato.

Composto por bispos e representantes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Renovação Carismática Católica e do Serviço Internacional de Comunhão Charis, o GT vai retomar as reflexões já realizadas pela Conferência Episcopal sobre a atuação e identidade dos grupos ligados à RCC, movimentos eclesiais e novas comunidades.

A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.

Desde a década de 1990 a CNBB tem estudado e oferecido orientações relacionadas ao carisma pentecostal católico, como a publicação do documento 53 “Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica”, a realização de seminários sobre novas comunidades e a elaboração do subsídio “Associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades” para a 55º Assembleia Geral.

Segundo dom Giovane, na realidade das expressões carismáticas, há frutos e conflitos, como a questão da identidade e alguns grupos com “tendências fundamentalistas bastante fortes”. Outra preocupação é a relação com a Igreja local. Desses grupos, recordou o bispo, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”. Assim, “diante da extensão do tema e da necessidade de continuar o diálogo, estamos propondo, retomando todo o caminho que foi percorrido pela Conferência”, destacou. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

A cruz escondida


A Diocese de Guaira é o retrato da pobreza em que se encontra a Venezuela. É apenas uma das dioceses da Venezuela. Mas o que se passa em Guaira retrata, com fidelidade, o drama que se vive em todo o país, com cada vez mais pessoas de mão estendida, numa angústia que parece não ter fim. De Guaira chegam-nos também histórias de gente extraordinária, de irmãs que estão no meio do povo, no meio dos pobres, e que são sinal de esperança, mesmo quando muitas vezes pouco mais têm para oferecer do que a ternura dos seus sorrisos…

A situação agrava-se de dia para dia. A Venezuela é um país mergulhado numa crise sem fim com uma população amordaçada pela fome, com uma inflação que cresce sem parar, com famílias incapacitadas para comprar o pão ou medicamentos. As prateleiras vazias das lojas são o sinal do desmoronamento de um país onde a farinha, o arroz, o leite ou artigos de higiene parecem ser já um luxo inacessível à maior parte das pessoas. É assim em todo o lado. É assim também em Guaira. Nesta diocese, perante o desalento geral, quando tudo parece estar a desmoronar-se, sobram os gestos, o carinho e a coragem de um punhado de mulheres consagradas a Deus. São apenas 46 irmãs, mas parecem ser muitas mais graças à energia contagiante com que todos os dias vão ao encontro dos mais pobres dos pobres, das famílias mais desesperadas, dos que já tantas vezes desistiram de lutar. “Nós permanecemos com os pobres”, diz madre Felipa. Esta religiosa espanhola, das Irmãzinhas dos Pobres, está em Maiquetía, ao lado do povo que adoptou como seu. Não ficar seria trair aquelas pessoas, avós e netos de olhar triste, famílias com doentes a seu cargo, casas com pessoas com fome e panelas vazias… Maria Larissa é outra destas 46 heroínas. Ela pertence a outra congregação, as Irmãs Missionárias da Caridade. Tal como madre Felipa, também não é venezuelana. Veio da Índia e tal como ela também o seu vocabulário se reduz quase por completo à palavra amor. São nove religiosas que tomam conta, entre outros, de 21 crianças com síndrome de Down. 

Lobby LGBT censura histórias de ‘transgêneros’ arrependidos


“Os ativistas podem não querer admitir, mas não estou sozinha em meu arrependimento”, afirmou Grace Lidinsky-Smith. Ela se arrepende de ter feito “transição de gênero” e lamenta que os ativistas ocultem histórias de pessoas como ela, cujas histórias poderiam fazer com que as pessoas não caiam nessas terapias.

Aos 20 anos, Lidinsky-Smith se tornara uma pessoa “depressiva e com disforia de gênero depois de anos de obsessão por questões de identidade”.

“Eu achei que tinha encontrado meu caminho: a transformação total através da transição médica, para viver como homem”, contou. “Comecei minha transformação com injeções de hormônios. Quatro meses depois, meus seios foram removidos no procedimento cirúrgico conhecido como cirurgia superior”, acrescentou. Um ano depois, “eu estava encolhida na minha cama, agarrando-me às cicatrizes da dupla mamectomia e chorando de arrependimento”, disse.

O caminho para a transição de gênero era fácil. “Tive o ambiente mais favorável possível para a transição: fácil acesso a hormônios, uma comunidade que me estimulava, além da cobertura do seguro”, disse. “O que eu não tinha era um terapeuta que pudesse me ajudar a examinar os problemas subjacentes que eu tinha antes de tomar aquelas sérias decisões médicas”, lamentou. Lidinsky-Smith foi diagnosticada com disforia de gênero e "meu médico me deu luz verde para começar a transição na primeira consulta", disse.

Em artigo publicado no dia 25 de junho na revista americana Newsweek, Lidinsky-Smith disse que não é a única pessoa que se arrepende das terapias hormonais e das cirurgias prescritas pelos prestadores de assistência médica.

Em sua trajetória, Lidinsky-Smith descobriu outros “detransicionistas” com histórias similares. Algumas pessoas interromperam logo o procedimento de transição de gênero, mas “outras tomaram hormônios durante anos e se submeteram a múltiplas cirurgias antes de decidir que o caminho não era adequado para elas”.

Ela falou sobre a necessidade de trazer esses casos ao conhecimento público e de preocupar-se “pelas pessoas que foram feridas pelo tratamento médico transgênico, que se administra cada vez mais a pacientes adolescentes”.

Lidinsky-Smith também contou suas vivências em entrevista à 60 Minutes da CBS News, em maio de 2021. Ativistas LGBT pediram para censurar ou cancelar o episódio antes de ele ir ao ar. “Fui ao '60 Minutes' porque queria que as pessoas entendessem que a medicina trans nem sempre é administrada de maneira responsável e segura”, disse Lidinsky-Smith em seu artigo. “Eu sabia que minha transição tinha me machucado gravemente e eu não era a única”.

Segundo Lidinsky-Smith, os “detransicionistas” observam várias causas que, em retrospectiva, contribuíram para sua decisão de “fazer a transição” de gênero, como problemas de saúde mental não tratados, uma crise importante, trauma de abuso sexual, autismo não diagnosticado ou uma luta pela aceitação da sua orientação sexual”.

“Para muitos, o arrependimento e a dor foram intensos, como foi para mim”, continuou. “Em muitos sentidos é impossível voltar atrás. Muitos de nós se perguntam: por que meu terapeuta não me ajudou primeiro a resolver meus problemas subjacentes?”, disse.

Lidinsky-Smith é presidente da Gender Care Consumer Advocacy Network, organização que luta por melhores tratamentos para pessoas que “passaram ou estão passando por serviços de assistência relacionadas a gênero”.

Lidinsky-Smith apóia os padrões da WPATH, a Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero, que qualifica como “amplamente aceitos”, mas lamenta que não exista obrigatoriedade de segui-los por parte dos médicos.

“Em minha própria odisseia médica, não recebi a maior parte da exploração terapêutica recomendada pelos padrões de atendimento da WPATH”, disse. “Deixaram-me ao meu próprio autodiagnóstico”.

Imagem da “pachamama” foi usada como ostensório no México


A polêmica imagem da “pachamama” ou “mãe terra”, que acompanhou diversas atividades do Sínodo da Amazônia de 2019, foi usada como ostensório da Eucaristia em uma igreja em Guadalajara, no México.

Em imagens publicadas pelo sacerdote mexicano José Luis González Santoscoy em sua página do Facebook, mas posteriormente eliminadas, se vê o ostensório com a forma da pachamama, uma mulher grávida nua, levando em seu ventre a Eucaristia.

As fotos foram tiradas no interior da paróquia São João Macías, em Zapopan, na área metropolitana de Guadalajara.

Em declarações à ACI Prensa, o padre González Santoscoy afirmou que “não tenho absolutamente nada a comentar”, e disse que “o assunto já foi discutido com o meu bispo, com as minhas autoridades”.

A arquidiocese de Guadalajara não se pronunciou sobre o assunto.

O padre Juan Pedro Oriol, pároco da paróquia São João Macías, disse que não sabia nem autorizou o uso do ostensório com a forma da pachamama.

“Saí por alguns dias de férias, na segunda-feira, 28 de junho, e isso foi feito sem o meu conhecimento e sem a minha permissão”, disse, ressaltando que se trata de “uma enorme tristeza para mim”.

O padre Oriol explicou que “obviamente esse ostensório não é da paróquia” e afirmou que “na nossa paróquia se usa sempre o mesmo ostensório e expomos o Santíssimo todos os dias”.

“Inclusive nestas férias estou tentando encontrar um ostensório parecido, um pouco mais novo, mas nunca usamos outro ostensório diferente do que temos na nossa sacristia e usamos todos os dias para a exposição e adoração do Santíssimo, quando temos adoração noturna ou horas santas especiais”, reiterou.

Justiça revoga suspensão de aborto ditada por juiz argentino


Uma corte de apelação de Mar del Plata revogou a medida cautelar que suspendeu a aplicação da lei do aborto na Argentina.

Em 7 de junho, o juiz Alfredo López, do Tribunal Federal n º 4 de Mar del Plata, aceitou um recurso de amparo para que se declarasse a inconstitucionalidade da lei do aborto na Argentina e suspendeu a aplicação da lei no país. Em 14 de junho, o Ministério da Saúde da Argentina recorreu perante a Câmara Federal de Apelações de Mar del Plata pedindo a suspensão dos efeitos do recurso até a sentença definitiva sobre o pedido de inconstitucionalidade.

No recurso, o ministério explicou que a suspensão da lei do aborto só atinge hospitais públicos nacionais, mas não centros de saúde provinciais e municipais, de obras sociais ou clínicas privadas.

Enquanto se espera a sentença definitiva sobre a constitucionalidade da lei do aborto, os juízes Eduardo Jiménez e Alejandro Tazza resolveram que o amparo interposto é “improcedente”, já que não existia um caso ou uma causa que desse lugar a uma intervenção.

Segundo o jornal La Capital MDP, a decisão dos juízes descreve a ação do juiz López como um “erro grosseiro” e lhe recomenda que “mantenha a moderação e o adequado critério interpretativo ao resolver processos judiciais com repercussão social”.

O secretário-geral do Partido Celeste, o advogado Claudio Venchiarutti, disse à ACI Prensa que ainda não foi resolvida “a apresentação de duas organizações pró-vida como partes interessadas”, a fundação Más Vida e as Ciudadanas defensoras del derecho a la vida, que poderiam apelar da sentença feita pela Câmara de Mar del Plata contra o arquivamento da causa.

Diocese do Chile lamenta que o incêndio na igreja não seja punido


A diocese de Ancud, no Chile, manifestou sua profunda dor e incômodo pela decisão do Ministério Público que pediu a suspensão do julgamento contra a pessoa suspeita de ter provocado o incêndio da igreja de São Francisco, deixando impune o fato ocorrido em 22 de janeiro de 2020.

Na madrugada daquele dia, um incêndio destruiu completamente a igreja e instalações vizinhas, na Ilha de Chiloé, no sul do país. O pároco da igreja ficou levemente ferido ao tentar salvar a documentação histórica. Uma investigação foi iniciada para determinar as causas do incêndio, qualificado como intencional.

O único suspeito foi um jovem de 24 anos, detido nos arredores da igreja no dia do incêndio. Psiquiatras forenses concluíram que ele é doente mental. Depois de um ano no Centro de Detenção Preventiva de Chiloé, o suspeito teve a prisão domiciliária decretada em abril de 2021.

Em 23 de junho de 2021, o Ministério Público pediu o arquivamento definitivo do processo ao tribunal de Castro. O motivo é que provas obtidas no mesmo do incêndio foram descartadas por terem sido obtidas de modo considerado ilegal pelo tribunal.

Relatório denuncia perseguição a cristãos por nacionalistas hindus na Índia


A associação Open Doors (Portas abertas) apresentou o relatório “Mentiras destrutivas: desinformação, discursos que incitam à violência e discriminação contra as minorias religiosas na Índia”, realizado pela London School of Economics and Political Science (LSE), que demonstra a existência de uma campanha sistemática de assédio, violações e assassinatos contra cristãos e muçulmanos, que tem feito com que essas minorias religiosas na Índia vivam sob o medo.

O relatório descreve a perseguição extrema que enfrentam cristãos e muçulmanos de todo o país, e denuncia as turbas violentas de patrulhas cidadãs, formadas por nacionalistas hindus, também conhecidos como Hinduvta.

Segundo o relatório, os ataques e ameaças contra as minorias são ignorados pelas instituições civis, incluindo governos estaduais e regionais, a polícia e os meios de comunicação, que favorecem as poderosas organizações Hinduvta do país.

Um dos relatores afirmou que “a cumplicidade dos representantes do Estado ante tais atos de violência tem escalado a níveis inimagináveis”. Ele pediu para permanecer no anonimato e disse que “os funcionários públicos, a polícia, os juízes de tribunais inferiores... todos são coniventes no assédio a estas minorias. Enquanto políticos, líderes religiosos e proprietários de poderosos meios de comunicação estão enviando claramente a mensagem de que este comportamento é desejável”.

Open Doors denunciou que, durante a crise da covid-19, cristãos e muçulmanos foram vítimas de campanhas de desinformação, afirmando que essas minorias estavam tentando, deliberadamente, propagar o vírus e infectar os hindus através de suas reuniões de culto.

O relatório também afirma que as redes sociais contribuíram para essa campanha de violência contra as minorias religiosas e que a cobertura dos meios de comunicação em algumas das agressões apenas mostra o ponto de vista dos agressores, sem conversar com as vítimas.

A investigação do relatório foi realizada entre fevereiro e março de 2021, em lugares onde já haviam sido registrados atos de violência anticristã ou antimuçulmana.

Papa Francisco se recupera no mesmo quarto que São João Paulo II


O papa Francisco se recupera da cirurgia no cólon realizado no domingo, 4 de julho, no mesmo quarto usado por São João Paulo II.

A Sala de Imprensa da Santa Sé informou hoje, 6 de julho, dois dias após a operação, que o Papa havia "descansado bem durante a noite" e que os resultados dos seus “exames de acompanhamento de rotina” foram bons.

"Esta manhã ele tomou o café da manhã, leu alguns jornais e levantou-se para caminhar", disse Matteo Bruni, diretor do escritório de imprensa da Sé Apostólica.

Francisco deve permanecer no Policlínico Gemelli o resto da semana. O quarto em que Francisco está fica no 10º andar do hospital em uma ala reservada aos papas. O quarto do papa pode ser visto da rua e é facilmente identificado por ter cinco grandes janelas cobertas por persianas brancas.

João Paulo II esteve ali quando foi baleado em uma tentativa de assassinato em 1981. São João Paulo II foi internado no hospital tantas vezes durante os 27 anos de seu pontificado que chamava o Policlínico Gemelli de "terceiro Vaticano", depois do Vaticano propriamente dito e de Castel Gandolfo, residência de verão dos papas.

A partir de 6 de julho, o discurso do Ângelus no domingo é o único evento no calendário público do papa Francisco para as próximas semanas. Tradicionalmente não há audiências gerais, visitas de bispos ou de chefes-de-estado durante o mês de julho.