domingo, 21 de fevereiro de 2021

A confusão demoníaca travestida de caridade


“O que o mundo hoje espera de um católico é que ele respeite todas as religiões, exceto a sua própria.” - G.K. Chesterton

Introduzo esta frase de Chesterton como preâmbulo de um assunto espinhoso.

Está virando moda aderir a um indiferentismo religioso, a pretexto de promover o “diálogo” entre as religiões ou o chamado “ecumenismo”.

Os asseclas dessa modinha estufam o peito, se ufanam e empregam termos bonitinhos, tais como “tolerância”, “alteridade”, “caridade”, “fraternidade”, dentre outros, para atribuir maior quilate àquilo que propalam. E, como não poderia deixar de ser, recorrem-se frequentemente a passagens dos Evangelhos para demonstrar o quanto Jesus era tolerante (os vendilhões do tempo hão-de discordar desta tese!). Ora, Jesus era muito mais do que tolerante. Ele era – e é! – tremendamente, profundamente, ardentemente apaixonado pelos homens – tanto que se fez Um, encarnando-Se no seio virginal de Maria e assemelhando-Se a nós em tudo, exceto no pecado. Ele tanto nos amou que derramou até a última gota do Seu preciosíssimo Sangue para nos salvar.

Sim, sob certo aspecto, Jesus é tolerante. Tão tolerante que mesmo diante das nossas infidelidades, das nossas perfídias, dos nossos insultos, dos nossos inúmeros pecados – que são como novos cravos a perfurar Seu crânio, como cusparadas ou bofetadas na Sua divina face –, mesmo assim, Ele jamais nos retira o Seu amor. Mas o Amor de Jesus não barganha, não faz concessões, não “dialoga” com o erro. Diz-se com muita propriedade que Cristo odeia o pecado, mas ama o pecador. Assim é. Ele ama em plenitude até o mais vil pecador; mas rechaça, execra, abomina o pecado e o erro.

A Igreja Católica, (a única) fundada pelo mesmo Cristo, deve repetir-Lhe o exemplo. Coluna e sustentáculo da Verdade, a Igreja, conquanto precise ser pródiga em amor – tanto para com seus filhos (desde os mais devotos aos mais relapsos), quanto para com aqueles que não estão integrados ao Corpo Místico –, deve ser implacável em seus ensinamentos, porque a Verdade (personificada no próprio Cristo) não pode ser amputada. Se se retiram alguns tijolos da “coluna”, o Templo inteiro pode ruir. Já nos dizia o Padre Garrigou-Lagrange: “A Igreja é intolerante nos princípios porque crê; é tolerante na prática porque ama. Os inimigos da Igreja são tolerantes nos princípios porque não creem e são intolerantes na prática porque não amam.” Há, portanto, uma falsa caridade nos inimigos da Igreja. Porque a verdadeira caridade jamais se dissocia do anúncio da verdade, mesmo quando esta é dolorosa. Aqui evoco as palavras de Santo Agostinho: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade.”. Mas eis que vemos a verdade sendo sacrificada, diuturnamente, em nome de uma pretensa caridade. E pasmem: muitos dos inimigos da Igreja… são membros da própria Igreja; alguns, infelizmente, autoridades da alta hierarquia.

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 nos demonstra claramente este triste fato. Parte do episcopado brasileiro, em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uniu-se a figuras como Romi Bencke, uma pastora protestante, feminista e declaradamente favorável à descriminalização do aborto, para a elaboração do texto-base da Campanha.

O tema da CFE é: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. E o lema, baseado numa citação da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef. 2,14): “Cristo é a nossa Paz: do que era dividido, fez uma unidade”.  À primeira vista, não parece haver nada de errado com o tema. Afinal de contas, o Cristianismo prega e vive o amor em sua instância máxima: até a morte – e morte de Cruz. Porém, não podemos esquecer aquilo que é o cerne da vida cristã: Cristo morreu para pagar as penas dos nossos pecados e para nos conduzir, já redimidos, à vida da Graça. Mas a vida da Graça é incompatível com a corrupção da verdade e dos ensinamentos cristãos. E basta ter acesso ao texto-base da Campanha para constatarmos que foram ali introduzidos, sub-repticiamente, diversos conteúdos contrários à Fé católica. Há diversas menções em tom simpático à ideologia de gênero e ao movimento LGBT, por exemplo. Sim, é verdade que a Igreja deve amar todas as pessoas, indistintamente, não importando qual seja o sexo, a origem, a cor da pele, a classe social, etc. A Igreja ama a todos: homens ou mulheres, heterossexuais ou não; brancos ou negros; pobres ou ricos. Mas ela ama as PESSOAS, não suas IDEOLOGIAS. Portanto, não deve haver por parte de autoridades ou membros da Igreja qualquer tipo de patrocínio, incentivo, fomento ou tolerância com ideologias e práticas que não se coadunam com o depósito da fé. A Igreja não deve “dialogar” com o mundo, mas iluminá-lo; e o cristão (católico) deve ser como a tocha, que aquece e irradia luz sobre as trevas do mundo.

Existem diálogos que podem ser assaz perniciosos, sedutores… e diabólicos. Não esqueçamos de que Eva, ao dialogar com a Serpente do Éden, deixou-se por ela ludibriar e desobedeceu a Deus, desobediência na qual também incorreu seu marido, por influência sua – porque o pecado não costuma arrastar um só. E o resultado foi a perda do direito ao Paraíso, que só foi restabelecido mediante o sacrifício redentor de Cristo na Cruz. Portanto, dialogar com as realidades do mundo (as tentações, os prazeres, as ideologias) pode ser uma armadilha demoníaca, que nos valerá a perdição eterna. Tenhamos claro que o Diabo é o “pai da mentira” e o homicida desde o princípio. Assim, ele seduz com palavras bonitas e ardilosas para matar as nossas almas. A mentira é o meio; a morte é o fim. Por isso, apenas a verdade é que salva e liberta: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Cristo exige de nós uma adesão plena, radical. Ele nos pede tudo, todo o nosso coração, toda a nossa vida: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). Ele não “negocia” a nossa conversão com o propósito de ter um maior número de “adeptos”. Não! Porque o discípulo de Cristo deve desprezar o que o mundo ama e amar o que o mundo despreza. O discípulo de Cristo deve ter o olhar voltado para o Alto – para o Céu –, não para as realidades do mundo; o discípulo de Cristo, o verdadeiro discípulo, tem visão transcendente, não imanente. E Cristo perscruta os nossos corações e nos pede a renúncia do que muito nos custa. Lembrem-se da passagem do jovem rico (Mc 10, 17-30). Ele era um bom rapaz, piedoso e fiel cumpridor dos mandamentos. Mas Jesus sabia que ele era apegado às coisas da Terra. Por isso, Ele lhe pede mais: o total despojamento dos seus bens para segui-Lo, em troca de um tesouro no Céu. Jesus fixou nele o Seu olhar e o amou – Ele o amou! Mas o jovem foi tomado de tristeza. Era muito para ele o que Cristo lhe pedia. Assim, preferiu manter os bens que possuía em detrimento do tesouro da vida eterna. Eu posso imaginar o quanto aquela atitude do moço entristeceu o coração de Jesus – afinal, Ele o amou!. Mas o que proponho que reflitamos nessa passagem? Eu não pretendo tecer considerações sobre as riquezas materiais, que aqui constituem apenas um ponto de partida para nossa análise. Meu intento é que pensemos na atitude de Jesus. Ele amou aquele jovem. Mas conhecia suas fraquezas. E então, o que Ele faz? Barganha pela sua conversão? Sai correndo atrás do moço que decidiu ir embora? Não. Cristo continuou onde estava, seguiu com Sua pregação. Imagino que Ele deve ter acompanhado aquele jovem com o olhar, vendo-o se afastar, triste… ambos tristes. Mas Jesus não cede na sua exigência. Eis a questão.

Ora, se Jesus não negocia a nossa conversão, deveria a Igreja – emissária dos Seus ensinamentos – fazê-lo? Deveria a Igreja dialogar com os erros do mundo? Evidentemente, não. A Igreja tem a missão de evangelizar. Mas evangelizar é levar Cristo – o Cristo inteiro, não amputado – a todas as pessoas; é anunciar as verdades da Fé, mesmo as que pareçam inconvenientes. O preço? O quinhão da vida eterna. Diante disso, qualquer renúncia, qualquer sacrifício, parece uma bagatela.

Em nova nota, o Bispo de Jundiaí afirma que padre envolvido em sacrilégio será afastado



Em uma nova nota publicada neste sábado (20), o bispo de Jundiaí – SP, Dom Vicente Costa lamentou que o acontecimento gerou grande desorientação e divisão entre os fiéis, e disse acreditar que o responsável Padre José Carlos Pedrini não tenha agido de má-fé. Que foi um ato impulsivo baseado em uma inadequada compreensão do que significa ecumenismo e “que sua ação parece não derivar da consciência expressa de querer desobedecer às normas da Igreja Católica ou ferir a sacralidade da Santíssima Eucaristia.”

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Vaticano: Papa aceita renúncia do cardeal Sarah ao cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino



O Papa Francisco aceitou hoje a renúncia apresentada pelo cardeal Robert Sarah ao cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé em comunicado.

Na rede social Twitter, o cardeal Sarah comunicou também a renúncia ao cargo, aceite pelo Papa, referindo-se a encontros futuros, em Roma ou “noutros lugares” e afirmando a que a “única rocha é Cristo”:

“Hoje o Papa aceitou a minha renúncia ao cargo de prefeito da Congregação para o Culto Divino após o meu 75º aniversário. Estou nas mãos de Deus. A única rocha, é Cristo. Brevemente nos encontraremos em Roma e noutros lugares”, escreve o cardeal Robert Sarah.



Bispo diz que adotará medidas cabíveis em caso de pastor evangélico que “concelebrou” Missa



Nos últimos dias, um vídeo no qual um pastor evangélico aparece “concelebrando” uma Missa na Diocese de Jundiaí (SP) repercutiu nas redes sociais e, ao tomar conhecimento do caso, o Bispo local afirmou não ter dado consentimento para tal ato e, portanto, tomará as medidas cabíveis.

O vídeo foi repercutido nas redes sociais por influenciadores católicos, como o líder pró-vida Tiba Camargo, que denunciou o caso.

O fato aconteceu na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, durante a Missa de Quarta-feira de Cinzas, quando também teve início no Brasil a Campanha da Fraternidade, que este ano é ecumênica.

A celebração é presidida por Padre José Carlos Perroni, da Congregação dos Missionários de São Carlos (Carlistas), e conta com a presença do Pastor Francisco Leite, da igreja presbiteriana Unida do Brasil.

“Este ano, a Campanha da Fraternidade é ecumênica, promovida por várias igrejas cristãs”, assinala o sacerdote ao apresentar o pastor.

O vídeo apresenta ainda partes da Santa Missa em que o pastor aparece lendo um trecho da Oração Eucarística e elevando a Sagrada Eucaristia durante a oração do Cordeiro. O assunto se torna mais grave pelo fato de que, após o sacerdote comungar, também o pastor ingere o Corpo de Cristo.

Liberalismo de esquerda e liberalismo de direita: não, a Igreja não apoia nenhum



Rótulos artificiais mascaram um fato: as duas orientações se apoiam em posições condenadas há muito tempo pela Igreja.

Tanto a chamada “esquerda” quanto a chamada “direita” têm o péssimo e desonesto costume de se apossar da doutrina da Igreja como coisa sua, pregando, por própria conta, que eles mesmos, como “esquerdistas” ou “direitistas”, é que são os verdadeiros fiéis católicos – e instrumentalizando a Igreja como se ela fosse um espelho “mais ou menos espiritualizado” de uma ideologia “sócio-político-econômica” (e como se fosse mais herético questionar essa ideologia do que reduzir a pessoa de Cristo a um ícone a serviço de um “bloco” ou de outro). Com a piora do quadro crônico em que ocorre essa interpretação esdrúxula, manipuladora e interesseira da doutrina da Igreja como simples chancela de preferências “sócio-político-econômicas” particulares, trazemos à discussão este texto de Mark Gordon que pode servir como estímulo para a reflexão.
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Ao longo das últimas décadas, a política dos Estados Unidos tem se dividido, aparentemente, em dois campos opostos e irreconciliáveis: os “liberais” e os “conservadores” (ndr: esses termos equivalem, no espectro político brasileiro, aos clichês genéricos “esquerdistas” e “direitistas”, respectivamente).

Na esteira da bem-sucedida “estratégia do Sul”, de Richard Nixon, essa divisão imaginária acabou incorporada às identidades e ao autoentendimento dos dois principais partidos políticos do país, com os Democratas representando o “liberalismo” (ou a “esquerda”, como se diria no Brasil e em outros países latino-americanos) e os Republicanos o “conservadorismo” (ou a “direita”). Esse modelo binário é imposto até mesmo às interpretações sobre o Papa, com alguns “conservadores” acusando Francisco de “liberal” e alguns “liberais” garantindo que eles estão certos!

De um ponto de vista católico, essa divisão é artificial e baseada numa deturpação, às vezes deliberada, às vezes inocente, daquilo que o liberalismo é de fato, e, por extensão, de quem é e de quem não é liberal. O caso é que, nos Estados Unidos, há dois partidos liberais dominantes.

O Partido Republicano, longe de ser conservador, adota, na verdade, o que poderíamos chamar de “liberalismo de direita”, conhecido também como liberalismo clássico: um liberalismo essencialmente político e econômico.

Já o Partido Democrata segue o padrão do “liberalismo de esquerda”, que poderíamos chamar de liberalismo moderno, preponderantemente social e cultural.

A divergência desses dois liberalismos sobre questões específicas mascara as suas raízes comuns e as suas visões de mundo que se reforçam mutuamente.

Na sua carta apostólica “Octogesima Aveniens”, o Papa Paulo VI escreveu: “Encontra-se na própria raiz do liberalismo filosófico uma concepção errônea da autonomia do indivíduo no seu agir, na sua motivação e no exercício da sua liberdade”.

Para ouvidos modernos, tais palavras do pontífice podem parecer uma condenação do liberalismo sócio-cultural, com a sua retórica libertina que martela as teclas da “escolha”, dos “direitos” e da “autonomia”. Na verdade, o Santo Padre estava discutindo o liberalismo político-econômico, que ensinou o mundo moderno a implantar a linguagem do individualismo e, através dela, a comunicar um ponto de vista antropológico em fundamental desacordo com a concepção católica do homem e da sociedade.

Em seu livro “Holocaust of the Childlike”, o escritor Daniel Schwindt resume com clareza a afinidade retórica entre os dois liberalismos:

“Estamos numa situação em que não resta nada diante de nós senão ser filisteus e fariseus. Um diz ‘O corpo é meu, me deixem em paz’, enquanto o outro diz ‘O dinheiro é meu, me deixem em paz’. As duas mentalidades podem se resumir à mesma filosofia do ‘é meu’, e, no fim, as duas são adeptas do liberalismo, acreditando zelosamente que o bem supremo reside na liberdade individual de fazer qualquer coisa que bem se entenda, envolva ela o próprio corpo ou as próprias finanças“.

As origens do liberalismo são fáceis de identificar. É um movimento moderno, que surgiu a partir do Iluminismo do século 17. Fundamentalmente, o Iluminismo foi um movimento de ideias caracterizadas por uma rejeição, ora explícita e vigorosa, ora nem tanto, da civilização cristã que o precedeu, especialmente da autoridade espiritual e temporal da Igreja católica. Como expressão dessa rejeição, os filósofos do Iluminismo procuraram formular uma base racional para a ética e para a moralidade, incluindo nisso o governo das sociedades humanas. Seu inimigo era a tradição, principalmente o que eles tachavam de “superstições” da Igreja. Enquanto a virtude tinha sido a principal preocupação da filosofia desde o período clássico e durante toda a idade medieval, o Iluminismo fez da liberdade, em especial da “liberdade da mente”, a sua preocupação central. O próprio liberalismo teve muitos pais, mas David Hume, Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau são os seus fundadores mais frequentemente citados. Deles todos, Locke foi a inspiração mais importante para os fundadores dos Estados Unidos, a primeira república liberal do mundo.

Seguindo Hobbes, Locke acreditava que o homem, no seu “estado natural“, é um sujeito solitário furiosamente egoísta, o que provoca, inevitavelmente, a supremacia do mais forte sobre o mais fraco, limitando assim a liberdade da maioria. Locke acreditava que a maioria, formada pelos fracos, criou os governos a fim de conter os fortes e reafirmar a liberdade como direito de nascença de todos. Suas ideias sobre a sociedade civil, a separação dos poderes e a tolerância religiosa pretendiam criar uma sociedade racional, em que a liberdade fosse maximizada e limitasse as agressões dos poderosos.

Mas, como C. B. MacPherson demonstrou em seu livro de 1962, “A Teoria Política do Individualismo Possessivo: de Hobbes a Locke”, a noção de liberdade de Locke era mecanicista, relativista e caracterizada pelo “individualismo possessivo”, que, para MacPherson, indicava o individual como a posse de si mesmo. Enquanto o pe. John Donne escreveu que “nenhum homem é uma ilha / todo homem é um pedaço do continente / uma parte do fundamental“, Locke dizia que cada homem é, sim, uma ilha, e que o propósito do Estado é garantir a regozijada independência de cada homem diante de todos os outros homens.

Manifesto anticomunista do padre Cícero: “parece profecia”, comenta o pe. Gabriel



Texto é da "mesma época em que Nossa Senhora apareceu em Fátima para alertar sobre os 'erros da Rússia'", acrescenta o sacerdote.

Manifesto anticomunista do padre Cícero: “parece profecia”, comentou via rede social o pe. Gabriel Vila Verde, que, recentemente, lançou um livro sobre a história do célebre sacerdote nordestino com o propósito de “limpar o nome de um irmão que sofreu calado”.

Em seu post no Facebook, o pe. Gabriel contextualizou:

“Quatro anos antes de sua morte, o Padre Cícero escreveu um ‘Manifesto Anticomunista’, que, se for lido nos dias de hoje, mais parece uma profecia que um simples manifesto. Na mesma época em que Nossa Senhora apareceu em Fátima para alertar sobre os ‘erros da Rússia’, Padre Cícero publicou o seguinte texto”.

O pe. Gabriel reproduziu então o mencionado manifesto do pe. Cícero:

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Governo chinês estabelece normas para nomeação de bispos sem participação do Vaticano



O acordo entre o governo comunista chinês e o Vaticano foi renovado em outubro de 2020, mas os termos do acordo nunca foram totalmente divulgados. Assista uma análise completa sobre o acordo no final do artigo.

Se você vai jantar com o diabo, diz um velho ditado inglês, você precisará de uma colher muito comprida. Imagino que a diplomacia vaticana, uma das mais antigas e eficazes do mundo, os prometeu com muita alegria quando Pequim se abriu para negociar um acordo com a Santa Sé, ou seja, com a própria Igreja Católica.

O resultado pode ser um triunfo maravilhoso para o Vaticano, para o pontificado de Francisco, em muitos aspectos, pelo menos um golpe em sua imagem. Por si só, normalizar as relações diplomáticas com o gigante asiático pela primeira vez na história recente seria um passo gigantesco, permitindo que os canais oficiais pressionassem a favor da população católica chinesa, condenada à perseguição, ostracismo e cisma.

Os chineses não parecem se sentir limitados pelo acordo. Desde o seu anúncio – que permanece em segredo nos seus detalhes – temos narrado a crescente perseguição aos clérigos e fiéis chineses por parte do governo de Pequim, como advertiu desde o início o arcebispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen., Que, embora ele conhece bem seus compatriotas do PCCh, pregou no mais absoluto deserto.

As autoridades decretaram o que os padres deveriam pregar em suas igrejas (e quais não), como eles deveriam incluir elogios ao socialismo (incompatível) com características chinesas em suas pregações, ou como os fiéis deveriam substituir imagens e crucifixos em suas casas por imagens de Mao ou Xi Jinping.

De acordo com o site ACI Digital, segundo as novas normas que entrariam em vigor a partir de 1º de maio, a Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC), controlada pelo governo comunista, será a instituição que selecionará e aprovará os bispos. O texto não menciona o Vaticano no processo.

Decreto prevê que funcionários do Vaticano podem perder o emprego se recusarem a vacina contra COVID-19



Em decreto emitido no início deste mês, o cardeal que lidera o Estado da Cidade do Vaticano, o Arcebispo Giuseppe Bertello, dispôs que os funcionários que se recusarem a receber a vacina contra a COVID-19 sem motivos de saúde poderão enfrentar multas e até a rescisão do seu contrato de trabalho.

O decreto de 8 de fevereiro do Cardeal Bertello, presidente da Pontifícia Comissão do Estado da Cidade do Vaticano, oferece aos funcionários da Santa Sé, cidadãos do Vaticano e oficiais da Cúria Romana algumas regras a serem cumpridas com o objetivo de controlar a propagação do coronavírus no território do Vaticano, como o uso de máscaras e o distanciamento físico.

O descumprimento do decreto pode resultar em multas.

“A emergência sanitária deve ser enfrentada para garantir a saúde e o bem-estar da comunidade de trabalhadores, respeitando a dignidade, os direitos e as liberdades fundamentais de cada um de seus membros”, afirma o documento, assinado por Dom Bertello, autoridade máxima do Estado Cidade do Vaticano e Dom Fernando Vérgez Alzaga, Secretário Geral da Governadoria do Vaticano.

Uma das medidas incluídas no texto é o protocolo de vacinação contra a COVID-19 para todos os funcionários e residentes do Vaticano. Recordando, em janeiro deste ano, a cidade-estado começou a oferecer a vacina produzida pela Pfizer-BioNtech às suas autoridades, residentes e demais funcionários.

De acordo com o decreto de Dom Bertello, escrito em conjunto com a secretaria de saúde e higiene vaticana, “foi avaliado o risco de exposição” à COVID-19 e sua transmissão aos empregados no exercício de suas atividades laborais. Assim, o Vaticano “poderá julgar necessário o uso de uma medida preventiva” que determine a administração da vacina para “proteger a saúde” dos cidadãos, residentes e trabalhadores.

O decreto prevê que os empregados que não possam receber a vacina por “motivos comprovados de saúde” tenham temporariamente “atribuições diferentes, equivalentes ou, na falta delas, inferiores” que apresentam menor risco de contágio, mantendo seu salário atual.

Entretanto, o despacho adverte que que “o trabalhador que se recuse a submeter-se, sem comprovação de saúde” à administração da vacina estará sujeito às disposições contidas do artigo 6º das normas da Cidade do Vaticano 2011 sobre a dignidade da pessoa e seus direitos.

O artigo 6º das normas diz que a recusa pode resultar em “consequências de vários graus que podem chegar à interrupção da relação de trabalho”.