O Papa Francisco publicou nesta manhã (12/02)
a Exortação Apostólica “Querida Amazônia”, documento feito a partir da
realização da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região
Pan-Amazônica, realizado entre os dias 6 e 27 de outubro de 2019, no Vaticano.
Veja os detalhes do documento aqui.
Em seguida, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) promoveram uma
coletiva de imprensa sobre a Exortação Apostólica e os desdobramentos no
Brasil. O evento foi realizado na sede da CNBB, em Brasília. Participaram da
coletiva o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor
Oliveira de Azevedo, e o relator do Sínodo para a Amazônia, cardeal Cláudio
Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. A coletiva está disponível no Facebook
da CNBB @cnbbnacional .
O tema do Sínodo foi “Amazônia: novos caminhos
para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. O objetivo traçado pelo Papa
Francisco foi “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção
do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem
perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta
Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.
Papa cumprimenta representante indígena em
Porto Maldonado, no Peru, em janeiro de 2018. Foto: REUTERS/Henry Romero
Durante o processo do Sínodo, religiosos e
religiosas, leigos e leigas e representantes das populações tradicionais prepararam
um documento com as reflexões sobre novos caminhos para a Igreja na Amazônia e
para a ecologia integral, que foi encaminhado ao Papa como ajuda à construção
do texto final.
Do anúncio da realização do Sínodo pelo Santo
Padre, em Porto Maldonado, no Peru, em janeiro de 2018 até o lançamento da
Exortação “Querida Amazônia” um longo processo sinodal foi desenvolvido. Por
isto, antes de conhecermos a Exortação é importante retomar todo caminho
percorrido.
Fase de preparação e escuta sinodal
De junho 2018 a abril de 2019, foi
desenvolvida, nos países que integram a região Pan-Amazônica (Brasil, Peru,
Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname), uma série de
atividades como parte do processo de escutas pré-sinodais coordenado pela Rede
Eclesial Pan-Amazônica (REPAM). A escuta ouviu os povos amazônicos, com
destaque para indígenas, ribeirinhos, quilombolas, mulheres, jovens, religiosos
e religiosas.
Ao todo foram realizadas 57 assembleias, 21
fóruns nacionais, 17 fóruns temáticos e 179 rodas de conversa. No Brasil, foram
182 atividades. Ao todo, estima-se que 87 mil pessoas tenham sido ouvidas na
fase de preparação. Como fruto desta escuta, a secretaria-executiva do Sínodo
elaborou o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) do Sínodo Amazônico,
material de estudo dos bispos em preparação ao evento.
O papa convocou bispos dos 9 países que integram a Pan-Amazônia. O Brasil
ficou com a maior delegação entre os participantes, sendo 58 bispos da região
amazônica, além de outros nomes na cúpula do encontro como o cardeal brasileiro
dom Claudio Hummes, relator-geral do sínodo. O presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, também
participou. O pontífice convidou ainda cientistas, nomes ligados à Organização
das Nações Unidas (ONU), representantes de igrejas evangélicas, de ONGs e povos
indígenas.