sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Crise: acusada de contrariar “valores da família”, TV Globo perde público e receita



A TV Globo foi alvo de denúncia no Senado e de instauração de inquérito para apurar a ocorrência de apologia ao crime de aborto depois que, em uma de suas telenovelas, uma personagem grávida afirma: “Pensando bem, ainda não é um bebê, é só um embrião. Não tem sistema nervoso, não tem coração, nem ainda é um ser humano“. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) contestou, conforme divulgado pela Agência Senado:

    “Em primeiro lugar, entre 14 e 21 dias de gestação — nesse tamanhozinho aqui que cabe na palma da minha mão, não sei se a câmera consegue mostrar —, nesse período em que a mulher ainda não tem certeza de que está grávida, já existe um sistema cardiovascular primitivo, tornando possível escutar através de ultrassonografia o batimento cardíaco da criança (…) Com 18 dias da concepção, já tem um coração batendo”.

No mesmo capítulo, a mesma personagem acrescenta, num segundo diálogo: “Aqui no Brasil é ilegal, mas todo mundo conhece alguém que já fez. Quem tem dinheiro consegue fazer aborto seguro; quem não tem pode até mesmo morrer ou ser presa“. O senador respondeu dizendo que, do ponto de vista médico, não existe nenhum aborto seguro.

Segundo Girão, o promotor da República Fernando Almeida Martins, do Ministério Público Federal, instaurou inquérito para apurar se houve apologia ao crime nas cenas em questão. O senador citou a portaria nacional que regulamenta a classificação indicativa dos programas de TV, visando proteger o público infanto-juvenil no período das 6h às 20h, e afirmou que as emissoras de TV aberta devem ter mais responsabilidade na transmissão desse conteúdo. Ele ainda elogiou o promotor e recordou que mais de 70% da população brasileira se declara contra a legalização do aborto.

Perda de anunciantes

A emissora carioca também é alvo da insatisfação de anunciantes. Os grupos empresariais Condor, de supermercados do Paraná, e Havan, de lojas de departamento de Santa Catarina com presença em grande parte do território brasileiro, comunicaram nesta semana que suspenderam todas as campanhas publicitárias que vinham veiculando nos intervalos de determinados telejornais, telenovelas e programas de entretenimento da Rede Globo por considerarem que a emissora desrespeita valores ligados à família natural tradicional e tergiversa a objetividade do jornalismo.

A nota da Havan, assinada em 7 de novembro pelo proprietário Luciano Hang, afirma:

    “Não compactuamos com o jornalismo ideológico e algumas programações da Rede Globo nacional e estamos sendo cobrados pela sociedade e nossos clientes. Enquanto esses programas prestarem um desserviço à nação e forem contra os valores da família brasileira, não voltaremos a anunciar (…) Por ora, manteremos nossas propagandas nas afiliadas e jornais locais, que ainda informam a sociedade de forma mais isenta e conservadora. Entendemos que o setor empresarial tem que ter a coragem e a responsabilidade de não aceitar o errado como verdadeiro”.

De modo semelhante, a rede Condor declarou em seu comunicado que continuará anunciando em programas regionais e de “entretenimento saudável” levados ao ar pela afiliada paranaense da TV Globo, mas que cortará a publicidade em programas da própria Globo, especialmente jornalísticos, afirmando que a decisão “está fundamentada na parcialidade que o jornalismo nacional da emissora vem demonstrando“.

A nota da Condor acrescenta explicitamente que discorda das abordagens da TV Globo em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Por sua vez, Luciano Hang não cita o nome do presidente, mas é conhecido como seu declarado apoiador e por ter feito intensa campanha eleitoral a seu favor.

Apesar do aberto posicionamento político de ambas as empresas, porém, as demonstrações de insatisfação com o posicionamento ideológico da Rede Globo no tocante a temas ligados a valores tradicionais de família e vida vão além do espectro partidário.

Idolatria, escândalo



No dia 25 de outubro, dois dias antes de finalizar o Sínodo, o Papa Francisco declarou que as estatuas da Pachamama, Mãe -Terra, tinham sido encontradas no fundo do Rio Tibre; elas tinham sido roubadas da Igreja dos Carmelitas perto do Vaticano, onde em cima de um altar estavam em exposição.

O Santo Padre na ocasião pediu desculpas a todos aqueles que por esse motivo tinham se sentido profundamente feridos nos seus sentimentos. Ao mesmo tempo afirmou: “A presença dessas estatuas na Igreja não tinha intenção idolátrica nenhuma”.

No dia 22, terça feira, o senhor André Tornielli, diretor editorial do Vaticano tinha chamado aos ladrões das estatuas de “vândalos”, “novos iconoclastas…”.

Tinha explicado que não se tratava de idolatria, mas de um símbolo da fecundidade da terra e da sacralidade da vida. Com argumentos tão fracos, apoiados em conceitos tão limitados e fluidos como os de símbolo, simbolismo, idolatria, adoração, o diretor editorial do Vaticano deixou ao descoberto a fragilidade da sua argumentação assim como a sensação estranha de que não estava sendo colocada toda a verdade.

De modo evidente, a declaração do Santo Padre de que o gesto de colocar as estatuas em cima do altar da igreja dos Carmelitas “não tinha intenção idolátrica nenhuma” manifestava a convicção pessoal do Santo Padre. Como negar esta afirmação do Papa pelo que diz respeito a certeza e consciência dele mesmo com relação a este assunto?

Mas esse mesmo gesto constituiu um escândalo (e não farisaico) para milhões de católicos no mundo inteiro. Especialmente para os pobres, “os pequenos”, para os ignorantes, “os fracos” que evidentemente têm o “sensus fidei” (sentido da fé) tão justa e permanentemente defendido pelo Papa Francisco e violentamente golpeados em sua consciência inerme, indefesa por completo diante de tamanha violência religiosa.
E de modo particular foram os pobres, os simples, “os fracos” os desprotegidos da Amazônia, os mais atingidos por este impacto idolátrico. Eles sentiram no mais íntimo, ao menos na Amazônia Brasileira este ataque contra a fé cristã, contra a convicção eclesial de que a única Rainha da Amazônia é Nossa Senhora de Nazaré, Mãe do Deus Criador e Redentor. Nenhuma outra mãe, nenhuma outra Pachamama andina ou de onde for, e tampouco nenhuma Iemanjá!

Assim como para o católico não tem outro Senhor e Salvador se não nosso Senhor Jesus Cristo, Filho do Deus vivo e de Nossa Senhora de Nazaré. Os outros vários espíritos, também dos indígenas, assim como qualquer outra espiritualidade do tipo que for e não vivificada pelo Espírito Santo de Deus, procede dos demônios e a eles conduz. “Quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele” (Rm 8,9 e passim). É dizer, não é cristão, não é salvo. “Porque os que estão na carne (que não vivem segundo o Espírito) não podem agradar a Deus” (vs8).

Para os irmãos Evangélicos e Pentecostais este escândalo tem tido um efeito devastador. Horrorizados, tem sido testemunhas de cenas de verdadeira idolatria e entre o espanto e o estupor se confirmam agora mais e mais na convicção errada de que católico é adorador de ídolos. Já não de santos, santas, José, Maria, senão de verdadeiros demônios. Desta maneira, o diálogo ecumênico-inter-religioso ficou abalado com consequências humanamente irreparáveis e com complicações ecumênicas pesadas para quem queira entender o mistério da igreja como “Sacramento Universal de Salvação” (Lumen Gentium) também para os Pentecostais.

Estes são alguns dos “novos caminhos” para a Igreja e para a Ecologia Integral na Amazônia?

Eu sei e confesso que o Papa é ou princípio visível da unidade da Igreja. Que ele tem autoridade plena e universal sobre toda a Igreja. Declaro, diante de todo o mundo, que me sinto em comunhão com ele, o sucessor de Pedro, “cum Petro et sub Petro” (com Pedro e debaixo de Pedro).

O precedente imediato deste escândalo foi amplamente noticiado por todo o mundo no gesto idolátrico de um grupo de adoradores (as) desta divindade, entre os quais um religioso com hábito nos jardins do Vaticano, no início do Sínodo. Neste ritual a Pachamama, a Mãe Terra foi adorada. O grupo se prostrou rosto por terra em profundo gesto de reconhecimento diante da deusa. O significado desta prostração pode ter sido duplo, prostração como forma máxima de adoração, reconhecimento e gratidão pela fecundidade generosa da deusa em toda a terra ou como um sinal bem expressivo da necessidade humana de recorrer em intercessão diante dela para as bênçãos da fecundidade da terra, dos animais, da saúde etc. Isto na presença do Santo Padre e de algum Cardeal, Bispo etc. Precederam esta adoração outros rituais incluindo por exemplo a invocação de “espíritos” defumações… em Brasília no mês de junho pela Repam e poucos dias antes do Sínodo na Sé de São Paulo em presença de algum Cardeal.

Pelo que vamos dizendo não se oferece uma explicação satisfatória quando diante de reações gerais algumas vezes apaixonadas de muitos na Igreja, se diz que se trata exclusivamente de grupos “ultra conservadores”. Por que não abrir-se a possibilidade de que esta indignação geral não seja pelo contrário, o resultado de uma reação a consciência cristã injustamente agredida, mas bem formada na Escritura, na Tradição e na Doutrina da Igreja que está vendo de fato como é verdade um perigo grave para a integridade da fé católica, para a unidade da Igreja já tão abalada e em definitiva, para uma evangelização autentica da Amazônia que influenciará o futuro da humanidade?

Na declaração do Papa dois dias antes do encerramento do Sínodo, pedindo perdão aqueles que tinham se sentido profundamente feridos pelo roubo das estatuas, concluiu dizendo: “Ainda não está decidido se a Pachamama que representa a Mãe terra em forma de uma mãe gravida e nua estará presente na Missa de encerramento do Sínodo”. Estas palavras na boca do Papa deixaram no espanto e no horror a milhões de católicos diante desta possibilidade. Os corações de muitos filhos da Igreja choraram amargamente clamando por piedade para a Igreja e por misericórdia a Mãe de Deus, Mãe e Rainha da Amazônia, Nossa Senhora de Nazaré.

As estatuas foram recolocadas na igreja dos Carmelitas, perto do Vaticano, para a vergonha e a humilhação de muitos membros do Corpo de Cristo. Mas uma vez “a abominação da desolação” voltava para seu lugar. As estatuas receberam adoração idolátrica de novo num “gesto de reparação” da honra profanada da Deusa Mãe: velas acesas, gestos de reconhecimento da deusa, homenagens convictas a ela oferecidas por parte de adoradores de costas para o Rei dos Reis presente no Santíssimo Sacramento. Assim se consumava este momento tristíssimo para a Esposa de Cristo; esta estava desprezando publicamente ao seu Esposo; “Não queremos que este reine sobre nós!”; Ele suportou as chacotas e as zombarias do seu próprio povo. Este, abandonando o seu Deus se voltou para um ídolo, um bezerro, festejado, aclamado e acariciado pelo seus. Este, que é um ídolo morto.
Neste contesto de trevas, “mas esta é vossa hora e o poder das Trevas” (Lc 22,53) lembremos entre as inúmeras Mãe-Terra que precederam e acompanharam a Pachamama como deusas da fecundidade, da fertilidade, em culturas e religiões de todos os tempos duas do âmbito bíblico. No Antigo Testamento a Astarte (Asherà) é a deusa da fecundidade, do amor sensual e representada nua. Com Baal constitui a divindade máxima do mundo cananeu em luta permanente e mortal as vezes (conf. Elias…)  com os profetas de Deus. Seu símbolo era o poste sagrado.

No Novo Testamento, no livro dos Atos dos Apóstolos 19, 23-40; 20,1 Ártemis de Éfeso “a Grande”, deusa da fecundidade representada com a metade do corpo cheio de mamas, resumia o que se entende pela estátua da Mãe-Terra Pachamama.

Daqui aprendemos que Éfeso famosa pelas práticas magicas, testemunhou o poder do evangelho quando muitos cidadãos convertidos jogando no fogo os livros de magia que haviam utilizado, ao mesmo tempo confessavam publicamente seus pecados (vs18,19). A pregação apostólica “desencaminhou em Éfeso e em quase toda a Ásia” uma multidão de idólatras “porque Paulo diz que não são deuses os que são feitos por mãos humanas” (vs26). A pregação de Paulo fez com que o “templo da grande Ártemis seja desconsiderado e até mesmo a Ártemis seja despojada da sua majestade, aquela que toda a Ásia e o mundo inteiro adoram” (vs27). “Éfeso cultua a grande Ártemis e sua estátua caiu dos céus” (vs35)

Que diferença existe entre estas formas ancestrais que cultural e religiosamente se perdem no túnel do tempo, com a adoração da Mãe-Terra, a Pachamama, a sua fecundidade, a sua potência vital?

Com a reinstalação das estatuas da Mãe-Terra na igreja dos Carmelitas tornam em nosso tempo as monstruosidades da idolatria introduzidas na história de Israel: “filho do homem tu vês o que estão fazendo, as monstruosas abominações que se cometem aqui (no meu templo) a fim de afastar-me do meu próprio santuário? Mas, verás ainda outras abominações monstruosas “(Ez 8,6)

“O espírito me levou a entrada do pórtico interior do templo que dá para o Norte onde está colocado o ídolo do ciúme, isto é, aquele que provoca o ciúme” (IBID 8), este é o ciúme de Javé, a sua cólera por toda prática idolátrica.  Esse ídolo do ciúme talvez seja a estátua da Astarté que Manassés introduzira no templo (2Reis 21,7).

Este ídolo do “ciúme” tem tudo a que ver com “a abominação da desolação de que fala o profeta Daniel e instalada no lugar santo” (Mt 24, 15ss), “instalada onde não devia estar” (Mc 13,14). Em Daniel (9,27;11,31;12,11) parece que designava um altar pagão erguido no templo de Jerusalém (ano 68 A.C) e em conexão com a profanação do mesmo e o final do sacrifício perpetuo (é dizer não existe mas comunhão com Deus) “até que a cólera chegue ao cumulo” (Dn11,36) entre o esmagamento do povo de Deus e purificações terríveis do mesmo, junto com as maldades enormes dos maus (Conf. Dn12,5-13).
Esta é “a abominação horripilante” ou “desoladora” evocando o antigo Baal e sua consorte inevitável Astarté objeto da idolatria enfrentada e reprovada pelos profetas (Dn.9,27). Evidentemente tudo isso tem a ver para quem queira compreender com aquilo que nestes dias aconteceu em Roma.

Um dos aspectos, mas vergonhosos deste gesto idolátrico tem sido o esmagamento da consciência dos “pequenos” pelo escândalo. Muitos se mostraram insensíveis para o princípio fundamental apostólico do respeito a consciência do outro proclamado e efetivado pelo apostolo como em Romanos 11,1ss. Muitos esqueceram que o princípio primeiro e último de discernimento e ação na Igreja, a lei suprema da mesma é a caridade especialmente com os “pequenos”. Diante do fraco, o irmão cristão está obrigado pela lei da caridade, “a lei do espirito que dá a vida” (Rm 8,1-4) ao acolhimento do “fraco na fé” com amor compreensivo, que o faça renunciar de fato aos seu direito, em virtude do supremo mandamento da caridade: “Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões” (Rm11,1).

“Cuidai antes de tudo de não colocar tropeço ou escândalo diante de vosso irmão” (13). E aqui se colocaram muitos tropeços de maneira que muitos irmãos caíssem. Os motivos segundo a doutrina apostólica são evidentes. Se por causa de um alimento (estatua) teu irmão fica contristado “sucumbindo ao escândalo ou vendo seu irmão cometer uma ação que ele reprova já não procedes por amor” (vs.15). O efeito deste comportamento frio e insensível é devastador: “Estás fazendo perecer por causa do teu alimento (estatua) alguém pelo qual Cristo morreu” (ibidem 15b). Isto leva necessariamente a destruição da obra de Deus que é a própria pessoa do fraco (vs.15) ou a comunidade cristã (1 Cor 3,9).

Esta é a regra suprema também em nossos tempos. “Nós os fortes devemos carregar as fragilidades dos fracos e não buscar a própria satisfação” (Rm15,1). Tudo isto recebe confirmação plena no texto paralelo da primeira carta aos Coríntios 8, vs. 10-13. Esta é a suprema lei do Evangelho. Muitos “pequenos” ignorantes, pobres, sobretudo na Amazônia ficaram atingidos na sua consciência com consequências para a fé e para a comunhão eclesial, de transcendência dificilmente imaginável. Fatos que clamam ao céu.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Cardeal Ruini: "Ordenar sacerdotes casados seria um erro".


O Cardeal Camillo Ruini, que foi Vigário da Diocese de Roma e, durante 16 anos, presidente dos bispos italianos, afirmou que a possível ordenação sacerdotal de diáconos casados seria um erro e assegurou que a possibilidade de que um sacerdote casado se divorcie seria um fracasso.

Em uma entrevista concedida ao jornal italiano ‘Corriere dela Sera’, o Cardeal Ruini refletiu sobre alguns pontos polêmicos do recente Sínodo da Amazônia.

Reconheceu que, “na Amazônia, e também em outras partes do mundo, há uma grave carência de sacerdotes e as comunidades cristãs se veem frequentemente privadas da Missa”. Nesse contexto, “é compreensível que haja uma demanda por ordenar sacerdotes os diáconos casados e nesse sentido se orientou a maioria no Sínodo”.

Entretanto, seria uma medida equivocada, porque, por um lado, “o celibato dos sacerdotes é um grande sinal de dedicação total a Deus e ao serviço dos irmãos, especialmente em um contexto erotizado como o atual. Renunciar a ele, inclusive de uma forma excepcional, seria uma cessão ao espírito do mundo que sempre tenta se introduzir na Igreja e que dificilmente se limitaria a casos excepcionais como o da Amazônia”.

“E, por outro lado, hoje o matrimônio está profundamente em crise: os sacerdotes casados e seus consortes ficariam expostos aos efeitos desta crise e suas condições humanas e espirituais poderia não resistir”.

Perguntado se um sacerdote divorciado seria um fracasso, sua resposta foi taxativa: “Isso mesmo”.

Durante a entrevista, o Cardeal Ruini também expôs sua experiência com o celibato. “Viver o celibato não foi fácil para mim: é um grande dom que o Senhor me deu. Porém, não padeci o peso de não ter filhos, talvez porque tive o afeto de muitos jovens. Sobre a falta de uma família própria, estou muito unido à minha irmã Donata e tenha a sorte de viver com pessoas que, para mim, são como uma família”.

Eucaristia foi profanada em duas igrejas na Venezuela


O Bispo de Guarenas, Dom Gustavo García Naranjo, denunciou que em menos de dez dias a Eucaristia foi profanada em dois templos do Vicariato de Barlavento, no estado venezuelano de Miranda.

Segundo uma nota enviada em 3 de novembro à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, pelo jornalista Ramón Antonio Pérez, neste domingo o bispo presidiu uma Missa de reparação às 15h (hora local) na paróquia de Santa Rosa de Lima, um dos locais afetados do Vicariato de Barlovento.

No início da manhã de 2 de novembro, a Paróquia de San Fernando del Guapo foi profanada, no município de Páez. Segundo relatos, indivíduos desconhecidos roubaram o Sacrário, dois sinos e dois ventiladores, depois de forçar a fechadura de entrada.

"Devem ser as mesmas pessoas que roubaram na igreja de Santa Rosa de Lima em El Clavo, onde também profanaram o Sacrário", disse o bispo de Guarenas após recordar a primeira profanação ocorrida em 25 de outubro no município de Acevedo.

China: Católicos se entrincheiram em Igreja para evitar demolição


Há alguns dias, um grupo de sacerdotes e paroquianos se entrincheirou em uma igreja católica na província chinesa de Hebei para tentar impedir que o governo a derrubasse, segundo relatos.

O protesto começou às 6h de quinta-feira, 31 de outubro, na igreja de Wu Gao Zhang, parte do distrito de Guantao em Hebei, na costa norte da China. As autoridades ordenaram que a igreja fosse destruída, mesmo sendo totalmente reconhecida e aprovada pelo governo. Segundo AsiaNews, as autoridades locais indicaram que o edifício não possui licenças adequadas.

Em setembro de 2017, a China promulgou novos regulamentos estritos para a religião. Desde então, as autoridades têm estado vigilantes para que os requisitos para as licenças sejam cumpridos. Igrejas que não cumprem são destruídas.

Segundo AsiaNews, muitos católicos chineses dizem que o acordo entre a Santa Sé e a China em setembro de 2018 incentivou o governo a tomar medidas punitivas contra católicos que não pertencem a igrejas aprovadas pelo estado.

Segundo relatos, funcionários públicos afirmam que "o Vaticano nos apoia" e ordenaram a destruição de outras 40 igrejas.

Durante décadas, a Igreja na China ficou dividida entre a Associação Católica Patriótica Chinesa, uma igreja estatal sob o controle do Partido Comunista Chinês e a Igreja clandestina que estava em plena comunhão com a Santa Sé. O acordo de 2018, cujos detalhes não foram publicados, pretendia unificar as duas comunidades eclesiásticas, embora vários relatos da China indiquem que sacerdotes e leigos que se recusam a adorar nas igrejas administradas pelo governo enfrentam uma maior perseguição.

Nas províncias de Jiangxi e Fujian, no leste da China, os sacerdotes que se negaram a assinar acordos que os vinculavam aos regulamentos do governo foram expulsos de suas casas e tiveram suas igrejas fechadas. O governo chinês proibiu que os sacerdotes que não estejam de acordo viajem e muitos foram obrigados a se esconder.

Sacerdote queima réplicas de imagem polêmica da “Pachamama” no México


Pe. Hugo Valdemar, cônego penitenciário da Arquidiocese Primaz do México, queimou réplicas de papel da polêmica imagem da "Pachamama", que acompanhou várias atividades no Sínodo da Amazônia em outubro deste ano.

O sacerdote realizou o que considera um ato de desagravo, em 3 de novembro, com um grupo de fiéis no templo liderado por ele no centro da Cidade do México.

Diversas estátuas que depois foram identificadas pelo Papa Francisco como "Pachamama", divindade da região andina da América do Sul, foram o centro da polêmica durante o Sínodo da Amazônia, realizado no Vaticano de 6 a 27 de outubro.

As imagens, que mostram uma mulher grávida nua, foram consideradas por alguns como "Nossa Senhora da Amazônia", enquanto outros as assinalaram como representações da “mãe terra”.

Paolo Ruffini, prefeito do Dicastério de Comunicação do Vaticano, disse em uma coletiva de imprensa que "a imagem representava a vida, a fertilidade e a mãe terra".

As estátuas foram utilizadas em diversas atividades realizadas durante o Sínodo, em espaços como os Jardins do Vaticano, a Praça de São Pedro e a igreja de Santa Maria em Traspontina, em Roma.

Dois homens não identificados roubaram as estátuas guardadas na igreja de Santa Maria em Traspontina e as jogaram no rio Tibre, em Roma. As imagens foram recuperadas pelas autoridades locais.

Em diálogo com ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, Pe. Valdemar, diretor de Comunicação da Arquidiocese do México por 15 anos, durante o governo pastoral do Cardeal Norberto Rivera, destacou que a cerimônia de desagravo foi feita “na Reitoria de Nossa Senhora da Guadalupe, Rainha da Paz, uma pequena igreja no centro histórico da Cidade do México, onde, aliás, viveu o beato e mártir mexicano Miguel Agustín Pro”.

A razão para esta cerimônia, explicou, foi que "nas semanas anteriores nas quais o Sínodo da Amazônia foi realizado, muitas pessoas ficaram escandalizadas, irritadas e feridas pelos sacrilégios cometidos em Roma".

"Pediam-me que fizéssemos algo, que não podíamos ser indiferentes, que o agravo a Deus e a sua Mãe Santíssima eram intoleráveis”, disse.

"E lendo a estupenda carta do grande e corajoso bispo (Athanasius) Schneider, decidi fazer a oração de desagravo que propôs e também adicionar dez deprecações para pedir perdão a Deus por iguais ofensas feitas à santidade divina com a adoração blasfema das Pachamamas".

Pe. Valdemar destacou que se as estátuas da Pachamama tivessem sido levadas ao Vaticano para “uma exposição ou um museu, ninguém teria reclamado. Mas não, o que fizeram foram vários atos idólatras de adoração, profanaram o túmulo de São Pedro e a igreja de Santa Maria em Traspontina, e isso os católicos não podemos tolerar”.

Tolerar estes atos, acrescentou, "seria um pecado grave e uma covardia inadmissível".

"Se os partidários da teologia indígena querem respeito, muito bem, que comecem respeitando a fé católica, os templos sagrados, deixem de fazer sincretismos diabólicos e deixaremos seus ídolos em paz", afirmou.

Como desfazer-se adequadamente de objetos abençoados que estão quebrados?

 
Ao longo do tempo, muitos objetos religiosos que foram abençoados por um sacerdote podem quebrar devido ao uso. Entretanto, todos os católicos devem ser reverentes ao desfazer-se deles de maneira adequada.

O Grupo ACI explica o que se deve fazer com as imagens, terços, crucifixos, ramos de palmeiras ou outros objetos abençoados que, de acordo com o número 1171 do Código de Direito Canônico, devem ser tratados “com reverência e não se votem ao uso profano ou a outro uso não próprio, ainda que estejam sob o domínio de particulares”.

Caso os objetos não possam ser reparados, a tradição assinala que devem ser queimados ou enterrados. Se um objeto for queimado, as cinzas também devem ser enterradas.

A tradição de devolver os objetos abençoados a terra, vem da ideia de que um objeto abençoado em nome de Deus deve voltar para Deus, da mesma maneira que uma pessoa é enterrada.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Palavra de Vida: “Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram” (Rm 12,15).


O apóstolo Paulo, depois de ter apresentado aos cristãos de Roma os grandes tesouros que Deus concedeu à humanidade com Jesus e com o dom do Espírito Santo, explica como corresponder a esta graça recebida, especialmente nos relacionamentos entre eles e com todos.

O apóstolo convida todos a passar do amor simplesmente para com aqueles que partilham a mesma fé, ao amor evangélico, para com todos os seres humanos. Porque, para os crentes, o amor não tem fronteiras, nem se pode limitar só a alguns.

Um pormenor interessante: em primeiro lugar, encontramos a partilha da alegria com os irmãos. De facto, de acordo com o grande Padre da Igreja, João Crisóstomo, a inveja torna muito mais difícil partilhar a alegria dos outros do que os seus sofrimentos.

Viver assim poderá parecer uma montanha de tal maneira inacessível que não poderemos escalá-la, ou um cume tão alto que não vamos conseguir atingi-lo. No entanto isto pode tornar-se possível para os crentes, porque são apoiados pelo amor de Cristo, do qual nada, nem ninguém os poderá jamais separar (cf Rom 8,35).

“Alegrai-vos com os que se alegram, 
chorai com os que choram”

Comentando esta frase de Paulo, Chiara Lubich escreveu: «Para amar cristãmente, é preciso “fazer-se um” com cada irmão […], entrar o mais profundamente possível no espírito do outro. Compreender realmente os seus problemas e as suas exigências. Partilhar os seus sofrimentos e as suas alegrias. Dedicar-se a cada irmão. Tornar-se, de certa maneira, o outro, ser o outro. O cristianismo é isto: Jesus fez-se homem, fez-se um de nós, para nos tornar Deus. Deste modo, o próximo sente-se compreendido e aliviado» (1) .

É um convite a pôr-se “na pele do outro”, como expressão concreta de uma verdadeira caridade. Talvez o amor de uma mãe seja o melhor exemplo para ilustrar esta Palavra posta em prática: a mãe sabe partilhar a alegria de um filho que está alegre, bem como o choro daquele que sofre, e faz isto sem julgar, livre de quaisquer preconceitos.