quarta-feira, 26 de junho de 2019

Colégio reconhece autoridade de Arquidiocese e demite professor casado com outro homem


O colégio católico "Cathedral High School", da Arquidiocese de Indianápolis, nos Estados Unidos, cumprirá as instruções de seu Arcebispo e rescindirá o contrato de um professor que casou no civil com outro homem.

A decisão ocorreu alguns dias depois de a Escola Preparatória Jesuíta de Brebeuf se recusar a cumprir uma instrução parecida e, com isso, ter seu status de “católica” retirado pelo seu Arcebispo, Dom Charles Thompson.

"É responsabilidade do Arcebispo Thompson supervisionar a fé e a moral em relação à identidade católica dentro da Arquidiocese de Indianápolis", disseram autoridades da Cathedral High School, em uma carta publicada em 23 de junho.

"O Arcebispo Thompson deixou claro que continuar empregando um professor que contraiu casamento público entre pessoas do mesmo sexo resultaria na perda de nossa identidade católica, porque o indivíduo vive em contradição com o ensinamento católico sobre o matrimônio", continua o texto assinado por Matt Cohoat, presidente da diretoria de Cathedral High School, e Rob Bridges, presidente do colégio.

A escola, que tem cerca de 1.000 estudantes do ensino médio, é um dos 68 colégios reconhecidos como católicos pela Arquidiocese de Indianápolis.

A carta da Cathedral High School indica que a "decisão angustiante" ocorreu após "22 meses de sérios debates e um amplo diálogo" com a Arquidiocese sobre a identidade católica da escola.

O professor em questão não foi mencionado no documento.

"Leve em consideração que oferecemos nossas orações e nosso amor a este professor, aos nossos alunos e professores, ao nosso arcebispo e a todos os associados a Cathedral, enquanto continuamos educando nossos estudantes na tradição da Congregação da Santa Cruz", continuou a carta da escola.

"Pedimos que o diálogo sobre essa situação difícil respeite a dignidade de cada pessoa e que continuem rezando por nossa família da Cathedral e pela comunidade em geral de Indianápolis”, acrescentou.

A carta indica que ser católico pode ser "desafiador" e as autoridades da escola expressaram a esperança de que a ação não desanime os pais, os funcionários e os alunos.

Notre Dame: "Milagrosa" descoberta permitirá recuperar peça emblemática


Diversos meios de comunicação franceses informaram sobre uma descoberta "milagrosa" em uma igreja, que permitiria a recuperação de uma peça emblemática da Catedral de Notre Dame, em Paris, afetada por um incêndio em 15 de abril.

É um relógio gêmeo que foi encontrado na Igreja da Sainte Trinité, localizada a menos de quatro quilômetros do emblemático templo, o que permitiria reconstruir o relógio afetado pelas chamas do teto.

Segundo ‘Franceinfo’, foi Jean-Baptiste Viot, especialista em objetos de arte, quem encontrou o relógio. "É incrível, é igual, é igual", disse, ao comentar sobre a inscrição que relaciona os dois objetos, indicando que foram feitos no mesmo local: “Ano 1867. Construído por Collin”.

"Esta é uma grande oportunidade. É como se tivéssemos encontrado uma edição de um livro que foi queimado. Isso é inestimável", ressaltou o relojoeiro especialista, destacando que não existem planos para recompor o relógio de Notre Dame.

Na opinião de Olivier Chandez, relojoeiro de Notre Dame, "esta descoberta é quase milagrosa". "Se tivéssemos apenas fotos, teríamos que reinventar tudo, mas com esse modelo, temos todos os detalhes e pode ser completamente refeito", explicou.

Chandez destacou que não será possível colocar simplesmente o relógio encontrado porque, embora "seja do mesmo modelo, existem algumas diferenças. O de Notre Dame era um pouco mais elaborado".

Suprema Corte dos EUA decide não separar Estado e Igreja


A “Cruz da Paz”, agora nacionalmente conhecida como a “Cruz de Bladensburg”, vai ficar onde e como está: em uma área pública, mantida pelos cofres públicos. Um tribunal de recursos de Maryland, nos EUA, entendeu que isso é inconstitucional, porque representa o endosso do governo a uma religião específica — no caso, a cristã. Mas a Suprema Corte discordou, com voto vencido da ministra Ruth Ginsburg.

A cruz de 12,2 metros de altura foi construída em granito e concreto em Bladensburg, Maryland, em 1925, por 49 famílias enlutadas pelas mortes de seus filhos na Primeira Guerra Mundial. Quando as famílias ficaram sem dinheiro para mantê-la, a American Legion assumiu a manutenção do memorial. Em 1930, a responsabilidade passou para um órgão público estadual.

A American Humanist Association, uma organização ateísta, que vem movendo ações contra monumentos religiosos mantidos com dinheiro de todos os contribuintes país afora, moveu mais essa ação contra a Cruz de Bladensburg, alegando que o memorial deveria ser transferido para propriedade particular e mantido por recursos privados.

Um tribunal federal de primeira instância decidiu a favor dos cristãos. Afirmou que a cruz está lá há décadas, sem controvérsias e com proteção de precedentes da Suprema Corte. Para a corte, o memorial tem um propósito secular, no sentido de manter a neutralidade religiosa, sem entrelaçamento excessivo entre governo e religião.

Em decisão por 2 votos a 1, o tribunal de recursos entendeu o contrário: “A exposição engrandece a cruz latina de tal maneira que diz a qualquer observador razoável que o órgão público estadual coloca o cristianismo acima das outras religiões, vendo os cristãos e os americanos em geral como uma coisa só”.

Aí veio a decisão da Suprema Corte, na quinta-feira (20/6). Por 7 votos a 2, a corte assumiu o entendimento de que a cruz se tornou secular, essencialmente. O ministro Samuel Alito, que escreveu o voto, afirmou que cruzes cristãs e estrelas de Davi ocupam fileiras e fileiras nos cemitérios onde foram enterrados os soldados que morreram nas guerras e que, na mente das pessoas, é uma maneira de homenagear os mortos. Alito escreveu:

“A cruz é indubitavelmente um símbolo cristão, mas esse fato não deve nos cegar para tudo o mais que a Cruz de Bladensburg veio a representar. Para alguns, o monumento é um lugar de descanso simbólico para os ancestrais que nunca voltaram para casa. Para outros, é um lugar onde a comunidade se reúne e homenageia todos os veteranos por seus sacrifícios pela nação. Ainda para outros, é um marco histórico. Para muitas dessas pessoas, destruir ou desfigurar a cruz, que permaneceu imperturbada por quase um século, não seria neutro e não iria promover os ideais de respeito e tolerância incorporados na Constituição”.

“A cruz se tornou um marco proeminente da comunidade e sua remoção ou alteração radical, nesse momento, seriam vistas por muitos como uma manifestação de hostilidade contra a religião, o que não tem lugar em nossas tradições da Cláusula do Estabelecimento [Establishment Clause — a cláusula da Constituição que proíbe o estabelecimento de uma religião pelo Congresso]”.

“Ao contrário das alegações dos demandados, não há prova de intenção discriminatória na seleção do design do memorial ou na decisão do órgão de Maryland de mantê-lo. A cláusula sobre a religião na Constituição objetiva promover a sociedade na qual as pessoas de todas as crenças vivem juntas em harmonia e a presença da Cruz de Bladensburg na terra onde ela está por muitos anos é totalmente consistente com esse objetivo”.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

A Igreja não anula matrimônios: ela o declara quando eles nunca existiram

 
Gravidez indesejada antes do casamento e brevidade da convivência conjugal estão entre os casos de nulidade, confira:

“O Papa não desmontou os tribunais eclesiásticos; ele apenas quer que a Igreja ajude e escute os fiéis, e chegue à verdade com relação aos casos nos quais, desde sua raiz, nunca houve consentimento e, por conseguinte, nunca existiu um matrimônio”.

Este é o esclarecimento feito pelo Pe. Miguel Acevedo, responsável pelo tribunal da província eclesiástica de Caracas (Venezuela) e especialista no tema. Ele explica que as reformas nas causas de nulidade matrimonial não promovem o divórcio, e sim buscam aproximar os fiéis da justiça e da verdade.

O Pe. Miguel tem experiência de 24 anos como sacerdote e é doutor em Direito Canônico, com especialização em Direito Penal, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. “A Igreja não anula matrimônios porque fazê-lo seria assimilar que aceita o divórcio; ela simplesmente declara quando o sacramento nunca existiu”, enfatiza.

O objetivo do Papa com esta reforma é oferecer o acesso à justiça de maneira mais rápida e fácil, segundo o sacerdote. As novas normas entraram em vigor no dia 8 de dezembro de 2015, tornando os processos mais breves, ao contrário do processo antigo ou ordinário.

Igreja à ONU: Solução para crise na Venezuela requer eleger um novo presidente


A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) se reuniu em 21 de junho com Michelle Bachelet, Alta Comissária para os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), agradeceu-lhe por sua presença no país e explicou-lhe que a solução para a crise social e política passa por eleger um novo presidente.

Bachelet visitou a Venezuela de 19 a 21 de junho, convidada pelo regime de Nicolás Maduro. Durante sua viagem, reuniu-se com autoridades do país, assim como com vítimas de abusos dos direitos humanos e organizações que os atendem.

Em seu encontro com a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, os bispos também lhe entregaram uma carta, na qual destacam "a grave crise que o povo venezuelano está experimentando".

"A Igreja Católica na Venezuela desde 2004 vem denunciando a situação da grave crise humanitária vivida pelo nosso povo. Somos defensores da vida em todos os seus aspectos e a voz dos pastores é escutar o clamor de nosso povo", expressaram os bispos.

"Tem aumentado a diáspora massiva, a nova forma de escravidão, entre elas o tráfico de pessoas, a prostituição", disseram, assim como "o aumento da desnutrição infantil, o uso da mentira como se fosse verdade".

A CEV também lamentou "a crise elétrica em toda a Venezuela, com exceção de Caracas para dar a sensação de normalidade àqueles que visitam o país; a situação da água que não chega aos lares, devido às falhas elétricas".

Eritreia: Governo fecha hospitais administrados pela Igreja e deixa milhares sem atendimento


O governo da Eritreia interditou na última semana três hospitais, dois centros de saúde e 16 clínicas administradas pela Igreja Católica no país, deixando assim cerca de 170 mil pessoas sem atendimento.

A informação foi confirmada à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) por uma fonte local, segundo a qual, as pessoas correm risco de morte caso os serviços não sejam retomados rapidamente. Além disso, relatou que muitos pacientes expulsos tiveram de percorrer até 25 quilômetros para acessar outra clínica.

Diante dessa ação do governo da Eritreia, os quatro bispos do país enviaram uma carta ao ministro da Saúde, Amna Nurhusein, condenando este programa de confisco, que fechou todas as instalações do serviço de saúde da Igreja Católica, algumas delas com mais de 70 anos de atividade. Para os Prelados, este tal medida é “profundamente injusta”.

“Privar a Igreja de cuidar dessas instituições é minar sua própria existência e expor seus trabalhadores à perseguição religiosa. Declaramos que não entregaremos nossas instituições e equipamentos de livre e espontânea vontade”, afirmam os bispos na carta.

Assim, confirmam o que outra fonte local informou à ACN, ao assinalar que “a equipe de algumas das clínicas se recusou a entregar as chaves para que os soldados invadissem as mesmas”.

“Nossa mensagem ao governo é simples: deixe-nos em paz. É dever da Igreja cuidar dos doentes, dos pobres e moribundos. Ninguém, nem mesmo o governo, pode dizer à Igreja para não fazer o seu trabalho. Nossas instalações médicas estavam seguindo fielmente as diretrizes do ministério da saúde e, na maioria das vezes, os supervisores do ministério apreciavam muito o trabalho realizado”, declarou.

domingo, 23 de junho de 2019

Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Corpus Christi


HOMILIA DO SANTO PADRE

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO
CORPO E SANGUE DE CRISTO
Casale Bertone (Santa Maria Consolatrice)
Roma, 23 de junho de 2019

Hoje, a Palavra de Deus ajuda-nos a descobrir dois verbos simples e essenciais para a vida de cada dia: dizer e dar.

Dizer. Na primeira leitura, Melquisedec diz: «Abençoado seja Abrão pelo Deus Altíssimo, e bendito seja o Deus Altíssimo» (Gn 14, 19-20). O dizer de Melquisedec é bendizer. Abençoa Abrão, em quem serão abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12, 3; Gal 3, 8). Tudo parte da bênção: as palavras de bem geram uma história de bem. O mesmo acontece no Evangelho: antes de multiplicar os pães, Jesus abençoa-os: «tomou os cinco pães, ergueu os olhos ao Céu, pronunciou sobre eles a bênção, partiu-os e foi-os dando aos discípulos» (Lc 9, 16). De cinco pães, a bênção faz alimento para uma multidão: faz brotar uma cascata de bem.

Por que faz bem abençoar? Porque é transformar a palavra em dom. Quando se abençoa, não se está a fazer uma coisa para si mesmo, mas para os outros. Abençoar não é dizer palavras bonitas, nem usar palavras de circunstância; mas é dizer bem, dizer com amor. Assim fez Melquisedec: espontaneamente diz bem de Abrão, sem que este tenha dito ou feito algo por ele. Assim fez Jesus, mostrando o significado da bênção com a distribuição gratuita dos pães. Quantas vezes fomos abençoados, também nós, na igreja ou nas nossas casas! Quantas vezes recebemos palavras que nos fizeram bem, ou um sinal da cruz na fronte! Fomos abençoados no dia do Batismo e, no final de cada Missa, somos abençoados. A Eucaristia é uma escola de bênção. Deus diz bem de nós, seus filhos amados, encorajando-nos assim a continuar. E nós bendizemos a Deus nas nossas assembleias (cf. Sal 68, 27), reencontrando o gosto do louvor, que liberta e cura o coração. Vimos à Missa com a certeza de ser abençoados pelo Senhor, e saímos para, por nossa vez, abençoarmos, para sermos canais de bem no mundo.

É importante que nós, Pastores, nos lembremos de abençoar o povo de Deus. Queridos sacerdotes, não tenhais medo de abençoar! O Senhor quer dizer bem do seu povo; fica feliz em fazer-nos sentir o seu carinho por nós. E só depois de abençoados é que podemos abençoar os outros com a mesma unção de amor. Entretanto, é triste ver hoje quão facilmente se amaldiçoa, despreza, insulta. Assaltados por demasiado frenesi, não nos contemos, desafogando a raiva sobre tudo e todos. Muitas vezes, infelizmente, é quem grita mais e mais forte, é quem está mais irritado que parece ter razão e obter consensos. Não nos deixemos contagiar pela arrogância, não nos deixemos invadir pela amargura, nós que comemos o Pão que em si contém toda a doçura. O povo de Deus ama o louvor, não vive de lamentações; está feito para a bênção, não para a lamentação. Diante da Eucaristia, de Jesus que Se fez Pão, deste Pão humilde que contém a totalidade da Igreja, aprendamos a bendizer o que temos, a louvar a Deus, a abençoar e não a amaldiçoar o nosso passado, a dar boas palavras aos outros.

Papa Francisco anuncia tema da JMJ Lisboa 2022


O Papa Francisco anunciou o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude de 2022, que acontecerá na cidade de Lisboa, Portugal: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.

O Santo Pare fez o anúncio neste sábado,22 de junho, durante a audiência que concedeu no Palácio Apostólico do Vaticano a jovens participantes do XI Fórum Internacional dos Jovens, que aconteceu em Roma de 19 a 22 de junho, organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com o objetivo de promover a implantação do Sínodo 2018 sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional.

O Pontífice realizou este anúncio de surpresa. Explicou que “o caminho de preparação para o Sínodo de 2018 coincidiu em grande parte com o itinerário para a JMJ do Panamá, que aconteceu há apenas 3 meses. Em minha mensagem aos jovens de 2017, expressei a esperança de que houvesse uma grande harmonia entre estes dois caminhos”.

“Pois bem! A próxima edição internacional da JMJ será em Lisboa, em 2022. Para esta etapa de peregrinação intercontinental dos jovens, escolhi como tema: ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’”.

O Santo Padre convidou os jovens a meditar durante os próximos anos “sobre os versículos: ‘Jovem, eu te digo: levanta-te’ e ‘Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!’”.

“Com isso, desejo também desta vez que haja sintonia entre o itinerário para a JMJ de Lisboa e o caminho pós-sinodal. Não ignorem a voz de Deus que os impulsiona a se levantar e a seguir os caminhos que Ele preparou para vocês. Como Maria, e junto a Ela, sejam cada dia portadores de sua alegria e seu amor”.