quarta-feira, 12 de junho de 2019

Espanha: Barcelona concede licença de construção à Sagrada Família após 137 anos


O templo expiatório da Sagrada Família recebeu em 7 de junho a licença de construção da prefeitura de Barcelona (Espanha) após 137 anos em construção; isso permite que o conselho de construção continue o projeto de Antoni Gaudí.

O Templo Expiatório da Sagrada Família, também conhecido como a Sagrada Família, é uma basílica projetada pelo arquiteto Antoni Gaudí. Sua construção começou em 1882 e está prevista para terminar em 2026. É um dos monumentos mais visitados da Espanha e a igreja mais visitada da Europa, depois da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Quando a construção do templo começou no século XIX, a licença correspondente foi solicitada ao município de San Martín de Provensais, que na época era um município independente. No entanto, após a anexação deste município à cidade de Barcelona, ​​nenhuma nova licença foi solicitada.

Em outubro de 2018, a Prefeitura Municipal de Barcelona e o conselho de construção da Sagrada Família chegaram a um acordo para a regulamentação da licença do projeto, que foi finalmente concedida em 7 de junho.

Como parte deste acordo, o Conselho de Construção da Sagrada Família se comprometeu a fazer uma indenização de 36 milhões de euros pelo inconveniente causado pelo turismo no bairro, que será usado para fazer melhorias no entorno e nos transportes. Este pagamento inclui 4,6 milhões de euros como um conceito de Imposto Predial, Instalação e Obras e a taxa de licença de construção.

SP: Jovem de 16 anos esquartejada em Araraquara participava de grupo de oração


A adolescente Yasmin da Silva Nery, de 16 anos, foi brutalmente assassinada e esquartejada por um jovem de 17 anos neste domingo, 9 de junho, em Araraquara, no interior do Estado de São Paulo.

Assassino confesso, o rapaz declarou em depoimento à polícia, segundo o portal ACidadeON, que matou Yasmin motivado apenas pelo absurdo desejo de “ver como é” (!)

O mesmo site informa que a namorada do assassino, igualmente menor de idade, também foi apreendida porque ajudou a ocultar o corpo de Yasmin.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) impede que sejam divulgados os nomes dos dois criminosos por serem menores de idade.

Grupo de oração

Yasmin participava havia 3 anos do grupo de oração da Obra Shalom, cuja comunidade local declarou em nota:

“Confiamo-nos, junto com sua família e amigos, às orações de todos os fiéis que prestam solidariedade nesse momento doloroso, gratos por todo o apoio recebido”.

Assassinos sem mostra de remorso

O delegado de polícia Fernando Bravo observou que os dois assassinos não demonstraram arrependimento:

“Ele contou que a parte do corpo guardada na casa dele era um troféu. Pouco antes de deixar a delegacia, disse que não estava arrependido. A ex-namorada apresentou algum arrependimento na frente da mãe, mas, quando ela estava com a gente, até dava risada do que estava acontecendo”.

A legislação está mesmo “recuperando infratores”?

A criminosa foi encaminhada à Fundação Casa de Franca. O criminoso, a uma unidade da Fundação Casa cuja localização não foi confirmada.

O site ACidadeON, que cobre o noticiário da região onde ocorreu a barbárie, observa que, de acordo com a atual legislação brasileira, o assassino deverá ser solto aos 20 anos de idade como réu primário.

É o caso de se questionar (pela enésima vez) até que ponto os legisladores brasileiros estão agindo com base na realidade ao partirem da premissa de que uma pessoa de 17 anos de idade não pode ser plenamente responsabilizada por assassinar um inocente para “saber como é” – em especial quando essa mesma pessoa é reputada consciente e responsável para eleger, desde os 16 anos de idade, os próprios legisladores que a consideram “uma criança”.

As causas reais e as consequências reais desses fatos reais merecem um debate real. Enfaticamente.

Nota da CNBB sobre julgamento no STF a respeito da criminalização da homofobia


NOTA DA CNBB

A Igreja Católica, especialmente por sua Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, historicamente, é defensora incondicional da vida, desde a sua concepção até a morte natural. Nesse sentido, é contrária a qualquer ato de violência. Atentados contra a vida merecem a mais severa condenação por parte de toda a sociedade civil e, principalmente, das autoridades devidamente constituídas.

Dedicamos a nossa atenção ao julgamento, em curso, no Supremo Tribunal Federal, da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 26) e do trâmite no Senado Federal do Projeto de Lei 672/2019 para alterar a Lei 7.716/1989. Nosso posicionamento é alicerçado em princípios ético morais que defendem o respeito a todos, sem distinções.

O Magistério da Igreja indica o acolhimento solidário e respeitoso, evitando-se todo sinal de discriminação. Isto não significa se omitir ou negar o que ensina a sua doutrina: o matrimônio é a união entre o homem e a mulher, com a possibilidade de gerar vida. Nesse sentido, em diálogo com os setores da sociedade que buscam fortalecer a punição para os casos de homofobia, a Igreja pede clareza nos processos em curso no Judiciário e Legislativo: a liberdade religiosa, que pressupõe o respeito aos códigos morais com raízes na fé, deve ser compatibilizada com as decisões judiciais relacionadas à criminalização da homofobia. A doutrina religiosa não semeia violência, mas, ao contrário, partilha um código de condutas que promove a defesa da vida. Informar e orientar os fiéis sobre o matrimônio, aconselhá-los em questões relacionadas à família e à conduta pessoal não pode ser considerado ofensa contra pessoa ou grupo.

Relicário com restos mortais de beato português é roubado de Igreja em Viana do Castelo


O relicário com os restos mortais do Beato Bartolomeu dos Mártires foi roubado na tarde de terça-feira, 11 de junho, da Igreja de São Domingos, em Viana do Castelo (Portugal).

De acordo com a imprensa portuguesa, o caso aconteceu por volta das 16h30 e a Polícia de Segurança Pública Portuguesa (PSP) foi acionada, mas, por se tratar de uma peça de arte sacra, ficou sob responsabilidade da Polícia Judiciária de Braga.

Para o Bispo de Viana do Castelo, Dom Anacleto Oliveira, este roubo é um “atentado à sensibilidade” dos católicos. Em entrevista à Agência Ecclesia, do episcopado português, o Prelado lamentou o ocorrido é expressou a necessidade de descobrir “quem, o porquê e com que fim foi feito o roubo do relicário”.

“É mais uma ofensa à Igreja do que à figura de tão insigne” bispo, disse o Prelado, segundo o qual, os católicos da região têm uma “veneração muito grande” pelo arcebispo português do século XVI.

Por sua vez, o pároco de São Domingos, Pe. Vasco Gonçalves, assinalou que o “dourado do relicário deve ter encantado” quem cometeu o ato.

Em declarações ao site ‘Correio da Manhã’, o sacerdote disse que o relicário roubado “não tem valor comercial nenhum”, porém, ressaltou que “para nós é um tesouro que nos roubaram pela devoção que temos ao Frei Bartolomeu”.

Conforme recorda o mesmo site, já na segunda-feira à tarde, a mesma igreja havia sofrido uma tentativa de assalto. “Usaram a espada da imagem de Nossa Senhora das Dores e tentaram arrombar a caixa de esmolas”, contou o pároco.

Dois meses após incêndio, será celebrada primeira Missa na Catedral de Notre Dame


Será celebrada no próximo fim de semana a primeira Missa na Catedral de Notre Dame, em Paris (França), dois meses após o incêndio que assolou este templo em 15 de abril deste ano.

A Missa será presidida pelo Arcebispo de Paris, Dom Michel Aupetit, em uma capela ao fundo da Catedral, que não foi afetada pelo incêndio, com a presença de um número reduzido de pessoas, as quais deverão usar capacetes como medida de segurança.

A data escolhida para a Missa se deve à festa da Dedicação da Catedral de Paris, que costuma ser celebrada em 16 de junho.

Em declarações à revista católica ‘Famille Chrétienne’ (Família Cristã), o reitor da Catedral, Mons. Patrick Chauvet, disse que “esta data é simbólica. Será a festa da dedicação da catedral, da consagração do altar”.

“É muito importante poder mostrar ao mundo que o papel da catedral é mostrar a glória de Deus. Celebrar a eucaristia nesse dia, ainda que num grupo reduzido, será um sinal dessa glória e dessa graça”, acrescentou.

Além disso, espera-se ainda a decisão das autoridades em relação à abertura do pátio em frente ao templo, permitindo a aproximação dos parisienses e dos turistas.

Ainda em entrevista a esta revista católica, o reitor falou sobre o projeto de construção de um pequeno “santuário mariano”, com uma réplica da Virgem do Pilar de Notre-Dame, onde os católicos possam ir durante o período de restauração da Catedral.

“É importante que os católicos tenham um lugar físico para realizar as suas orações. Mostra que, mesmo que a Notre Dame esteja em obras de reconstrução, ela está aberta, e isso manterá a ligação entre os fiéis e a Igreja”, declarou.

terça-feira, 11 de junho de 2019

A intolerância católica

 
Meus irmãos (…), nosso século clama: “tolerância, tolerância”. Tem-se como certo que um padre deve ser tolerante, que a religião deve ser tolerante. Meus irmãos, não há nada que valha mais que a franqueza, e eu aqui estou para vos dizer, sem disfarce, que no mundo inteiro só existe uma sociedade que possui a verdade e que esta sociedade deve ser necessariamente intolerante. Mas antes de entrar no mérito, distinguindo as coisas, convenhamos sobre o sentido das palavras para bem nos entendermos. Assim não nos confundiremos.    

A tolerância pode ser civil ou teológica. A primeira não nos diz respeito, e não darei senão uma pequena palavra sobre ela: se a lei tolerante quer dizer que a sociedade permite todas as religiões porque, a seus olhos, elas são todas igualmente boas ou porque as autoridades se consideram incompetentes para tomar partido neste assunto, tal lei é ímpia e ateia. Ela exprime não a tolerância civil como a seguir indicaremos, mas a tolerância dogmática que, por uma neutralidade criminosa, justifica nos indivíduos a mais absoluta indiferença religiosa. Ao contrário, se, reconhecendo que uma só religião é boa, a lei suporta e permite que as demais possam exercer-se por amor à tranquilidade pública, esta lei poderá ser sábia e necessária se assim o pedirem as circunstâncias, como outros observaram antes de mim (…).

Deixo porém este campo cheio de dificuldades, e volto-me para a questão propriamente religiosa e teológica, em que exponho estes dois princípios: primeiro, a religião que vem do céu é verdade, e é intolerante com relação às doutrinas errôneas; segundo, a religião que vem do céu é caridade, e é cheia de tolerância quanto às pessoas.    

Roguemos a Nossa Senhora vir em nossa ajuda e invocar para nós o Espírito de verdade e de caridade: Spiritum veritatis et pacis. Ave Maria.

Faz parte da essência de toda a verdade não tolerar o princípio que a contradiz. A afirmação de uma coisa exclui a negação dessa mesma coisa, assim como a luz exclui as trevas. Onde nada é certo, onde nada é definido, podem-se partilhar os sentimentos, podem variar as opiniões. Compreendo e peço a liberdade de opinião nas coisas duvidosas: in dubiis, libertas. Mas, logo que a verdade se apresenta com as características certas que a distinguem, por isso mesmo que é verdade, ela é positiva, ela é necessária, e por conseguinte ela é una e intolerante: in necessariis, unitas. Condenar a verdade à tolerância é condená-la ao suicídio. A afirmação se aniquila se duvida de si mesma, e ela duvida de si mesma se admite com indiferença que se ponha a seu lado a sua própria negação. Para a verdade, a intolerância é o instinto de conservação, é o exercício legítimo do direito de propriedade. Quando se possui alguma coisa, é preciso defendê-la, sob pena de logo se ver despojado dela.    

Assim, meus irmãos, pela própria necessidade das coisas, a intolerância está em toda a parte, porque em toda parte existe o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, a ordem e a desordem. Que há de mais intolerante do que esta proposição: 2 mais 2 fazem 4? Se vierdes dizer-me que 2 mais 2 fazem 3 ou fazem 5, eu vos respondo que 2 mais 2 fazem 4…

Nada é tão exclusivo quanto a unidade. Ora, ouvi a palavra de São Paulo: “Unus Dominus, una fides, unum baptisma”. Há, no céu, um só Senhor: unus Dominus. Esse Deus, cuja unidade é seu grande atributo, deu à terra um só símbolo, uma só doutrina, uma só fé: una fides. E esta fé, esta doutrina, Ele confiou-as a uma só sociedade visível, uma só Igreja cujos filhos são, todos, marcados com o mesmo selo e regenerados pela mesma graça: unum baptisma. Assim, a unidade divina que esplende por todos os séculos na glória de Deus produziu-se sobre a terra pela unidade do dogma evangélico cujo depósito foi confiado por Nosso Senhor Jesus Cristo à unidade hierárquica do sacerdócio: um Deus, uma fé, uma Igreja: unus Dominus, una fides, unum baptisma.     

Um pastor inglês teve a coragem de escrever um livro sobre a tolerância de Jesus Cristo, e certo filósofo de Genebra disse, falando do Salvador dos homens: “Não vejo que meu divino Mestre tenha formulado sutilezas sobre o dogma”. Bem verdadeiro, meus irmãos. Jesus Cristo não formulou sutilezas sobre o dogma, mas trouxe aos homens a verdade e disse: se alguém não for batizado na água e no Espírito Santo, se alguém se recusa a comer a minha carne e a beber o meu sangue, não terá parte em meu reino. Confesso que nisso não há sutilezas; há intolerância, há exclusão, a mais positiva, a mais franca. E mais: Jesus Cristo enviou seus Apóstolos para pregar a todas as nações, isto é, derrubar todas as religiões existentes para estabelecer em toda a terra a única religião cristã e substituir todas as crenças dos diferentes povos pela unidade do dogma católico. E, prevendo os movimentos e as divisões que esta doutrina iria incitar sobre a terra, Ele não se deteve e declarou que tinha vindo para trazer não a paz, mas a espada, e para acender a guerra não somente entre os povos, mas no seio de uma mesma família e separar, pelo menos quanto às convicções, a esposa fiel do esposo incrédulo, o genro cristão do sogro idólatra. A afirmação é verdadeira e o filósofo tem razão: Jesus Cristo não formulou sutilezas sobre o dogma (…).    

Falam da tolerância dos primeiros séculos, da tolerância dos Apóstolos. Mas isso não é assim, meus irmãos. Ao contrário, o estabelecimento da religião cristã foi, por excelência, uma obra de intolerância religiosa. No momento da pregação dos apóstolos, quase todo o universo praticava essa tolerância dogmática tão louvada. Como todas as religiões eram igualmente falsas e igualmente desarrazoadas, elas não se guerreavam; como todos os deuses valiam a mesma coisa uns para os outros, eram todos demônios, não eram exclusivos, eles se toleravam uns aos outros: Satã não está dividido contra si mesmo. O Império Romano, multiplicando suas conquistas, multiplicava seus deuses, e o estudo de sua mitologia se complica na mesma proporção que o da sua geografia. O triunfador que subia ao Capitólio fazia marchar diante dele os deuses conquistados com mais orgulho ainda do que arrastava atrás de si os reis vencidos. O mais das vezes, em virtude de um Senatus-Consulto, os ídolos dos bárbaros se confundiam desde então com o domínio da pátria, e o Olimpo nacional crescia como o Império.    

Quando aparece o Cristianismo (prestem atenção a isso, meus irmãos, são dados históricos de valor com relação ao assunto presente), quando o Cristianismo surge pela primeira vez, não foi repelido imediatamente. O paganismo perguntou-se se, em vez de combater a nova religião, não devia dar-lhe acesso ao seu solo. A Judéia tinha-se tornado uma província romana. Roma, acostumada a receber e conciliar todas as religiões, recebeu a princípio, sem maiores dificuldades, o culto saído da Judéia. Um imperador colocou Jesus Cristo, como a Abraão, entre as divindades de seu oratório, assim como se viu mais tarde outro César propor prestar-lhe homenagens solenes. Mas a palavra do profeta não tardou a se verificar: as multidões de ídolos que viam, de ordinário sem ciúmes, deuses novos e estrangeiros ser colocados ao lado deles, com a chegada do deus dos cristãos, lançam um grito de terror, e, sacudindo sua tranquila poeira, abalam-se sobre seus altares ameaçados: ecce Dominus ascendit, et commovebuntur simulacra a facie ejus (Is 19,1). Roma estava atenta a esse espetáculo. E logo, quando se percebeu que esse Deus novo era irreconciliável inimigo dos outros deuses; quando se viu que os cristãos, cujo culto se havia admitido, não queriam admitir o culto da nação; em uma palavra, quando se constatou o espírito intolerante da fé cristã, foi então que começou a perseguição.    

Declarado clinicamente morto, homem de 74 anos acorda e diz ter visto a Cruz de Cristo


Caso ocorrido em fevereiro continua impactando as redes sociais, com milagre atribuído ao Padre Pio e reflexões sobre o mistério da morte humana.

O funeral já estava sendo organizado para Mario Lo Conte, aposentado de 74 anos da pequena cidade italiana de Montecalvo Irpino, quando, contrariando os médicos que o tinham declarado clinicamente morto, ele repentinamente acordou, surpreendendo a todos e protagonizando o que foi descrito como um “milagre intermediado pelo Padre Pio“.

O caso ocorreu em fevereiro e continua rendendo matérias na imprensa local. Entrevistado pela emissora Campania Canal Otto, Mario contou que viu “a cruz de Cristo diante dos meus olhos“.

Médicos: “não há nada a fazer”.

Pouco antes de ter a morte declarada, Mario estava em estado tão grave que os médicos informaram aos seus familiares que não havia mais nada a ser feito e que eles podiam levá-lo para casa, para que pudesse morrer ao lado da família. O pároco também foi contatado para lhe dar a unção dos enfermos e preparar as exéquias.

Quando a morte era dada como um fato, Mario abriu os olhos de repente e declarou aos presentes, boquiabertos, que estava bem e que devia sua vida a um milagre.

“A fé me salvou”

Levado novamente ao hospital para acompanhamento, ele declarou à imprensa quando pôde ser entrevistado:

“Eu acredito, e não quero ser presunçoso, que Deus me deu a graça. Se Ele quis para mim estes sofrimentos, eu os aceito. Muitos estão me ligando para perguntar como estou. Mas eu não me lembro de mais nada. Só sei que foi a fé que me salvou”.

Cardeal Burke e D. Athanasius Schneider publicam texto sobre erros dos nossos dias


«A Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade»
(1 Tim 3,15)

DECLARAÇÃO DE VERDADES RELACIONADAS COM ALGUNS DOS ERROS MAIS COMUNS NA VIDA DA IGREJA DE NOSSO TEMPO

Fundamentos da fé

1. O sentido correto das expressões tradição viva, Magistério vivo, hermenêutica da continuidade e desenvolvimento da doutrina contém a verdade que, cada vez que se aprofunde o entendimento do depósito da fé, o conteúdo duma doutrina católica não pode ser contrário ao sentido que a Igreja sempre havia exposto na mesma doutrina, no mesmo sentido e no mesmo entendimento (cf. Concílio Vaticano I, Dei Filius, sess. 3, c. 4: «in eodem dogmate, eodem sensu, eademque sententia»).

2. «O próprio sentido das fórmulas dogmáticas permanece na Igreja sempre verdadeiro e coerente, mesmo quando se torna mais esclarecido e melhor compreendido. Devem os fiéis, portanto, rejeitar a opinião segundo a qual aquelas fórmulas dogmáticas (ou pelo menos algumas categorias das mesmas) não poderiam expressar a verdade determinadamente, mas apenas aproximações mutáveis da mesma, que no fundo, seriam, de algum modo, deformações ou adulterações da própria verdade; assim — sempre segundo tal opinião — dado que as mesmas fórmulas dogmáticas expressam apenas de modo indefinido a verdade, deveria esta ser continuamente procurada, através das tais « aproximações ». Os que abraçam semelhante opinião não conseguem fugir ao relativismo dogmático e falsificam o conceito de infalibilidade da Igreja, relativo à verdade que há-de ser ensinada e aceite de maneira explícita» (Sagrada Congregação pela Doutrina da fé, Declaração sobre a doutrina católica acerca da doutrina católica sobre a Igreja para a defender de alguns erros hodiernos, 5).

Credo

3. «O Reino de Deus, começado aqui na terra na Igreja de Cristo, "não é deste mundo" (cf. Jo 18, 36), "cuja figura passa" (cf. 1 Cor 7, 31), e também que o seu crescimento próprio não pode ser confundido com o progresso da cultura humana ou das ciências e artes técnicas; mas consiste em conhecer, cada vez mais profundamente, as riquezas insondáveis de Cristo, em esperar sempre com maior firmeza os bens eternos, em responder mais ardentemente ao amor de Deus, enfim em difundir-se cada vez mais largamente a graça e a santidade entre os homens. Mas com o mesmo amor, a Igreja é impelida a interessar-se continuamente pelo verdadeiro bem temporal dos homens. Pois, não cessando de advertir a todos os seus filhos que eles "não possuem aqui na terra uma morada permanente" (cf. Hb 13, 14), estimula-os também a que contribuam, segundo as condições e os recursos de cada um, para o desenvolvimento da própria sociedade humana; promovam a justiça, a paz e a união fraterna entre os homens; e prestem ajuda a seus irmãos, sobretudo aos mais pobres e mais infelizes. Destarte, a grande solicitude com que a Igreja, Esposa de Cristo, acompanha as necessidades dos homens, isto é, suas alegrias e esperanças, dores e trabalhos, não é outra coisa senão o ardente desejo que a impele com força a estar presente junto deles, tencionando iluminá-los com a luz de Cristo, congregar e unir a todos Naquele que é o seu único Salvador. Tal solicitude entretanto, jamais se deve interpretar como se a Igreja se acomodasse às coisas deste mundo, ou se tivesse resfriado no fervor com que ela mesma espera seu Senhor e o Reino eterno» (Paulo VI, Constituição apostólica Solemni hac liturgia, “Credo do  povo de Deus”, 27). É, portanto, errado afirmar que o que mais glorifica a Deus é o progresso das condições terrenas e temporais da humanidade.

4. Depois da instituição da Nova e Eterna Aliança em Cristo Jesus, ninguém pode salvar-se obedecendo apenas à lei de Moisés sem fé em Cristo como Deus verdadeiro e único Salvador da humanidade e (cf. Rm. 3,28; Gál. 2,16).

5. Nem os muçulmanos nem outros que não têm fé em Jesus Cristo, Deus e homem, mesmo que sejam monoteístas, podem render a Deus o mesmo culto de adoração que os cristãos; quer dizer, a adoração sobrenatural em Espírito e em Verdade (cf. Jn. 4,24; Ef. 2,8) por parte dos que receberam o Espírito da filiação (cf. Rm. 8,15).

6. As formas de espiritualidade e religiões que promovem alguma forma de idolatria ou panteísmo não podem considerar-se sementes nem frutos do Verbo, pois são enganos que impedem a evangelização e a eterna salvação de seus sequazes, como ensina a Sagrada Escritura: «O deus, desta presente era perversa, cegou o entendimento dos descrentes, a fim de que não vejam a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus» (2 Cor. 4,4).

7.  O verdadeiro ecumenismo tem por objetivo que os não-católicos se integrem à unidade que a Igreja Católica possui de modo inquebrantável em virtude da oração de Cristo, sempre atendida pelo Pai: «para que sejam um» (Jn. 17,11), a unidade, que a Igreja professa no Símbolo da fé: «Creio na Igreja uma». Por conseguinte, o ecumenismo não pode ter como finalidade legítima a fundação de uma Igreja que ainda não existe.

8.  O inferno existe, e os que estão condenados a ele por causa de algum pecado mortal do qual não se arrependeram, são castigados aí pela justiça divina (cf. Mt. 25,46). Conforme ao ensinamento da Sagrada Escritura, não só se condenam por toda a eternidade os anjos caídos, mas também as almas humanas (cf. 2 Tes.1,9; 2 Pe.3,7). Ademais, os seres humanos condenados por toda a eternidade não serão exterminados porque, segundo o ensinamento infalível da Igreja, suas almas são imortais (cf. V Concílio de Latrão, sessão 8).

9. A religião nascida da fé em Jesus Cristo, Filho encarnado de Deus e único Salvador da humanidade, é a única religião positivamente querida por Deus. Portanto, é errada a opinião que diz que do mesmo modo que Deus quis que haja diversidade de sexos e de nações, assim também Ele quer que houvesse diversidade de religiões.

10. «A nossa religião [cristã] instaura efectivamente uma relação autêntica e viva com Deus, que as outras religiões não conseguem estabelecer, se bem que elas tenham, por assim dizer, os seus braços estendidos para o céu» (Paulo VI, Exortação apostólica Evangelii nuntiandi, 53).

11. O dom do livre arbítrio com que Deus Criador dotou a pessoa humana concede ao homem o direito natural de escolher unicamente o bem e o verdadeiro. Nenhum ser humano tem, portanto, o direito de ofender a Deus escolhendo o mal moral do pecado ou o erro religioso da idolatria, da blasfêmia ou de uma religião falsa.