quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ah, desencana, o Natal não é um feriado pagão


Aqui está um fato relevante: há um grupo considerável de cristãos que odeiam o Natal com o mesmo furor que eles odeiam o Dia das Bruxas (ou Halloween).

Sinceramente.

Talvez se você crescesse fora dos limites do fundamentalismo cristão, você desconhece esse grupo, mas eu lhe asseguro que estão lá. Todos os anos em torno desta vez, meu feed de notícias do Facebook é inundado com atualizações de status e MEMEs denunciando o feriado e os cristãos que escolhem celebrá-lo.

Agora, por que no mundo os cristãos – pessoas que afirmam seguir Jesus – ficam tão indignados com um feriado que celebra seu nascimento? A razão para isso é que esses cristãos acreditam que o Natal é um feriado pagão – ou pelo menos, que o Natal cooptou um feriado pagão.

Mesmo muitos cristãos que amam o Natal acreditam nessa associação com o Natal e um antigo feriado pagão. A explicação básica é assim: os primeiros cristãos viveram em uma cultura pagã que teve muitas celebrações e festivais. Para influenciar lentamente essa cultura, afirma-se que os cristãos começaram suas próprias celebrações nessas mesmas datas, a fim de proporcionar à cultura uma celebração alternativa e cristã (às vezes referida como “contextualização”).

Este é o caso com muitos feriados cristãos. Por exemplo, muitos afirmam erroneamente que a Páscoa está enraizada em um feriado pagão para a deusa da fertilidade Eostre, embora a evidência para isso seja duvidosa . Da mesma forma com o Natal, argumenta-se que o 25 de dezembro foi primeiro a celebração do “Nascimento do Sol Invicto” antes que os cristãos tentassem seqüestrá-lo.

No entanto, esses argumentos são aqueles feitos pelos estudiosos em tempos mais recentes (por exemplo, afirmações do século 17 para o mito de Natal) e não aguentam um escrutínio mais profundo. Na verdade, há um caso muito mais forte de ser feito para que o feriado pagão do Nascimento do Sol Invicto fosse um roubo do Natal, e não o contrário.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

"O Papa, seja quem for, é sempre Pedro", afirma o Cardeal Braz de Aviz


Fim de ano, tempo de balanços e análises também no Vaticano. Na quinta-feira (21/12), o Papa se encontrou com os seus colaboradores da Cúria para os votos de Natal e Ano Novo e na ocasião, falou sobre a resistência que tem enfrentado dentro do governo do Vaticano em relação às reformas que quer instaurar.

Francisco criticou o comportamento daqueles que foram nomeados para fazer avançar a reforma, mas que "não compreendem a magnitude de sua responsabilidade" e são "traidores da confiança".

Colaborador próximo do Papa, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz está na Curia dirigindo a Congregação que trata dos Consagrados desde 2011. Foi nomeado por Bento XVI e confirmado por Francisco em 2013.

Em sua opinião, Francisco quer uma Igreja que testemunhe o Evangelho sem misturá-lo com critérios mundanos, afirma, entrevistado por Bianca Fraccalvieri, do Vatican News.

“O Papa, seja quem for, é sempre Pedro. Ou somos Evangelho, realmente unidos ao Papa, ou não tem sentido estarmos aqui”. 

Papa critica eliminação de referências a Jesus na celebração do Natal


O Papa Francisco condenou hoje no Vaticano a eliminação das referências ao nascimento de Jesus na celebração do Natal, na esfera pública e social.

“Nos nossos dias, assistimos a uma espécie de ‘desnaturalização’ do Natal. Em nome de um falso respeito por quem não é cristão, muitas vezes esconde-se a vontade de marginalizar a fé, eliminando qualquer tipo de referência ao nascimento de Jesus”, disse, na última audiência geral de 2017, no auditório Paulo VI.

“ E ainda hoje assistimos ao fato de que com frequência a humanidade prefere a escuridão, porque sabe que a luz desvelaria todas aquelas ações e aqueles pensamentos que nos fariam envergonhar. Assim, se prefere permanecer nas trevas e não reverter os próprios hábitos errados. ”

"Sem Jesus, lembremo-lo, não há Natal, é outra coisa", insistiu.

O pontífice sustentou que o “verdadeiro sentido” destas celebrações se encontra em Jesus, “dom de Deus para a humanidade”.

“Quando acolhemos Jesus nas nossas vidas, tornamo-nos um dom para os outros. Por este motivo, nós, os cristãos, trocamos presentes, porque o verdadeiro dom para nós é Jesus e, como Ele, queremos ser um dom para os outros”, assinalou.

Francisco afirmou que os primeiros destinatários da mensagem do Natal são “os pequenos e desprezados”, com os quais Deus quer construir “um mundo novo no qual não existam pessoas afastadas, descartadas nem maltratadas”.

“Queridos irmãos e irmãs, nesses dias abramos a mente e o coração para acolher esta graça. Jesus é  dom de Deus para nós e, se O acolhermos, também nós podemos nos tornar dom para os outros, antes de tudo para aqueles que jamais experimentaram atenção e ternura. E quantas pessoas em suas vidas nunca sentiram um carinho, uma atenção de amor, um gesto de ternura... O Natal nos leva a fazer isso. Assim, Jesus vem nascer na vida de cada um de nós e, através de nós, continua a ser dom de salvação para os pequeninos e os excluídos.”

Fundo do poço: Até reprise de 'Chiquititas' vence 'Apocalipse' em audiência


A reprise da novela Chiquititas continua conquistando bons índices de audiência para o SBT na Grande São Paulo no horário nobre. Disputando com a novela inédia Apocalipse e o Jornal da Record, principal informativo jornalístico da emissora, o canal de Silvio Santos sempre soma a vitória e a vice-liderança.

Na última segunda-feira, dia 18/12, a atração do SBT foi ao ar das 21h35 às 22h15 e garantiu a vice-liderança com 8,3 pontos de média, 11,1% de share e 12 pontos de pico. Manteve a boa audiência mesmo disputando com O Outro Lado do Paraíso, trama do horário nobre da Globo.

Na mesma faixa horária a Record marcou 6 pontos de média com a exibição da novela bíblica e inédita Apocalipse e o Jornal da Record.Vale lembrar que mais cedo a inédita Carinha de Anjo também manteve o segundo lugar. Na média geral, das 20h35 às 21h34, a trama infantil marcou 11 pontos de média, 15,3% de share e 13 pontos de pico. Na mesma faixa horária a Record marcou 6,6 pontos de média com duas novelas.

Durante o confronto com Apocalipse, das 20h45 às 21h34, a atração do SBT registrou 11,4 pontos de média contra 6,6 da concorrente e garantiu a segunda colocação com 73% de vantagem. 

O falso Concílio dos teólogos liberais e as suas desastrosas consequências


A renúncia do Papa Bento XVI iniciou um processo de reflexão sobre a situação da Igreja no mundo. O Santo Padre, no seu discurso ao clero da Diocese de Roma[01], lamentou os resultados de uma "hermenêutica da ruptura" sobre os textos do Concílio Vaticano II, interpretação essa que contou com o apoio dos meios de comunicação para se difundir. O efeito de tal pensamento foi catastrófico. Nas palavras do Papa Emérito, os frutos foram estes: "seminários fechados, conventos fechados, liturgia banalizada..." De fato, essa não era a intenção do Concílio, mas ao invés da primavera que se anunciava após o seu término, o que veio foi a nebulosa "fumaça de satanás" denunciada por Paulo VI.

Neste sentido, o Ano da Fé proclamado por Bento XVI foi uma oportunidade ímpar para se pensar a respeito do que realmente propôs o Concílio Vaticano II. Expressar a continuidade do Magistério da Igreja e contemplar o passado para recolher dele as bases da nova ação evangelizadora. Era mais ou menos com essas palavras que o Beato João XXIII abria o Concílio há 50 anos. Palavras que, sem sombra de dúvida, representam um ideal bem distante do elucubrado pelos ideólogos do "Espírito do Concílio", um espírito que em última instância se comporta como um anti-concílio.

Por conseguinte, a questão principal a se entender neste tema é que esse "Espírito do Concílio" é um movimento criado por teólogos liberais e pela imprensa. Nada tem a ver com a verdadeira letra do Concílio Vaticano II. Na verdade, sua expressão é a de um humanismo sem Deus, no qual a transcendência cristã é quase que posta de lado e substituída por alguns espasmos espirituais. Em tese, é a total aliança do homem com a mentalidade moderna e anti-cristã. Aliança, vale lembrar, duramente criticada por teólogos que tiveram grande peso durante o Concílio como Hans Urs von Balthasar.

No entanto, apesar da sua verve revolucionária e notoriamente anti-católica, foi o "Espírito do Concílio" que obteve a primazia sobre a opinião pública, mesmo dentro da Igreja. Isso se explica, sobretudo, pelo fato do Concílio dos meios de comunicação ter sido o mais acessível a todos. Portanto, como ressaltou Bento XVI, "acabou por ser o predominante, o mais eficiente, tendo criado tantas calamidades, tantos problemas, realmente tanta miséria".

Por outro lado, debitar na conta do "Espírito do Concílio" todos os males surgidos dentro da Igreja nesses últimos anos também seria exagerado, embora, a sua contribuição para o processo de desfiguração do rosto do cristianismo diante da sociedade tenha sido decisiva. Basta se observar a atual situação das nações de antiga tradição católica para se ter uma noção do estrago. A título de exemplo, veja-se os casos de vendas de antigas catedrais para se tornarem "hotéis" ou "casas de show", como tem ocorrido na França e em outros países europeus. Ou então a implosão demográfica pela qual está passando a Europa como um todo, devido às suas políticas de controle da natalidade. Ou, sem ir muito longe, aqui mesmo no Brasil, onde a falta de zelo pastoral e o sequestro da liturgia para transformá-la em propaganda política ou espetáculos circenses tem aberto cada vez mais espaço para o avanço das seitas. 

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O Vaticano tem dinheiro para acabar com a fome do mundo? Desmentimos com cifras!


O demônio é o pai da mentira e esta é uma de suas ferramentas favoritas para atacar a Igreja. Uma das mentiras anticatólicas mais populares que circulam nas redes sociais é que o Vaticano tem dinheiro suficiente para acabar com a fome do mundo duas vezes, os detalhes dessa invenção podem variar dependendo do ânimo do mentiroso. Mas independente da versão, é muito fácil desmascará-la. Só é preciso saber fazer contas…!

Quanto dinheiro tem o Vaticano?

A mundialmente reconhecida revista de negócios, Fortune, publicou no ano de 2014 uma notícia com o título This Pope mean business (Este Papa significa Negócio, em tradução literal) em que detalha todas as riquezas do Vaticano. Até o momento esse é o informe mais atualizado sobre este tema. Partindo desta informação, chegamos a conclusão de que se considerarmos o Vaticano como uma empresa, ele não estaria sequer entre as 500 maiores empresas do Planeta, já que só tem um pressuposto operacional de 700 milhões.

Mas este informe também menciona que o Vaticano administra outros recursos, sendo assim, pega lápis e papel (ou melhor, uma calculadora) porque faremos umas contas simples.

Carteira de ações, títulos do Tesouro e ouro: 920 milhões de dólares.
Investimentos em imóveis: 1.350 Bilhões de dólares.
Valor dos livros do Vaticano: 972 milhões de dólares.
Ingressos anuais dos Museus do Vaticano: 130 milhões de dólares.

Total: 4.072 Bilhões de dólares.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

"Ver Jesus nos que sofrem com as guerras", pede o Papa


MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO

NATAL 2017
Sacada Central da Basílica Vaticana
Segunda-feira, 25 de dezembro de 2017


Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

Em Belém, da Virgem Maria, nasceu Jesus. Não foi por vontade humana que nasceu, mas por um dom de amor de Deus Pai, que «tanto amou o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n’Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16).

Este acontecimento renova-se hoje na Igreja, peregrina no tempo: a fé do povo cristão revive, na liturgia do Natal, o mistério de Deus que vem e assume a nossa carne mortal, fazendo-Se pequenino e pobre para nos salvar. E isto enche-nos de comoção, porque é demasiado grande a ternura do nosso Pai.

Os primeiros, depois de Maria e José, a ver a glória humilde do Salvador foram os pastores de Belém. Reconheceram o sinal que lhes fora anunciado pelos anjos e adoraram o Menino. Aqueles homens, humildes mas vigilantes, são um exemplo para os crentes de todos os tempos que, diante do mistério de Jesus, não se escandalizam da sua pobreza, mas, como Maria, fiam-se da palavra de Deus e, com olhos simples, contemplam a sua glória. Perante o mistério do Verbo encarnado, os cristãos de toda a parte confessam, com as palavras do evangelista João: «contemplamos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade» (1, 14).

Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra e um modelo de progresso já ultrapassado continua a produzir degradação humana, social e ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino convidando-nos a reconhecê-Lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as quais, como sucedeu a Jesus, «não há lugar na hospedaria» (Lc 2, 7).

Vemos Jesus nas crianças do Médio Oriente, que continuam a sofrer pelo agravamento das tensões entre israelitas e palestinenses. Neste dia de festa, imploramos do Senhor a paz para Jerusalém e para toda a Terra Santa; rezamos para que prevaleça, entre as Partes, a vontade de retomar o diálogo e se possa finalmente chegar a uma solução negociada que permita a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas. O Senhor sustente também os esforços de quantos, na Comunidade Internacional, se sentem animados pela boa vontade de ajudar aquela martirizada terra a encontrar – não obstante os graves obstáculos – a concórdia, a justiça e a segurança por que há muito aguarda.

Vemos Jesus no rosto das crianças sírias, ainda feridas pela guerra que ensanguentou o país nestes anos. Possa a Síria amada encontrar, finalmente, o respeito pela dignidade de todos, através dum esforço concorde por reconstruir o tecido social, independentemente da pertença étnica e religiosa. Vemos Jesus nas crianças do Iraque, ainda contuso e dividido pelas hostilidades que o afetaram nos últimos quinze anos, e nas crianças do Iémen, onde perdura um conflito em grande parte esquecido, mas com profundas implicações humanitárias sobre a população que padece a fome e a propagação de doenças.

Vemos Jesus nas crianças da África, sobretudo nas que sofrem no Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e na Nigéria.

Vemos Jesus nas crianças de todo o mundo, onde a paz e a segurança se encontram ameaçadas pelo perigo de tensões e novos conflitos. Rezamos para que se possam superar, na península coreana, as contraposições e aumentar a confiança mútua, no interesse do mundo inteiro. Ao Deus Menino, confiamos a Venezuela, para que possa retomar um confronto sereno entre os diversos componentes sociais em benefício de todo o amado povo venezuelano. Vemos Jesus nas crianças que padecem, juntamente com suas famílias, as violências do conflito na Ucrânia e as suas graves repercussões humanitárias, e rezamos para que o Senhor conceda, o mais depressa possível, a paz àquele querido país. 

Papa: "Transformar a força do medo em força da caridade".


SOLENE CELEBRAÇÃO DA SANTA MISSA NA NOITE DO NATAL DO SENHOR
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Domingo, 24 de dezembro de 2017


«Completaram-se os dias de [Maria] dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria» (Lc 2, 6-7). Com esta afirmação simples mas clara, Lucas leva-nos ao coração daquela noite santa: Maria deu à luz, Maria deu-nos a Luz. Uma narração simples para nos entranhar no acontecimento que muda para sempre a nossa história. Tudo, naquela noite, se tornava fonte de esperança.

Mas recuemos alguns versículos… Por decreto do imperador, Maria e José viram-se obrigados a partir. Tiveram de deixar os parentes, a sua casa, a sua terra e pôr-se a caminho para se recensearem. Uma viagem nada confortável nem fácil para um casal jovem que estava para ter um bebé: viram-se forçados a deixar a sua terra. No coração, transbordavam de esperança e de futuro por causa do filho que chegava; mas sentiam os passos carregados com as incertezas e perigos próprios de quem tem de deixar a sua casa.

E em seguida tocou-lhes enfrentar a coisa talvez mais difícil: chegar a Belém e sentir que era uma terra que não os esperava, uma terra onde não havia lugar para eles.

Mas foi precisamente lá, naquela realidade que se revelava um desafio, que Maria nos presenteou com o Emanuel. O Filho de Deus teve de nascer num curral, porque os seus não tinham espaço para Ele. «Veio para o que era seu, e os seus não O receberam» (Jo1, 11). E lá, no meio da escuridão duma cidade que não tem espaço nem lugar para o forasteiro que vem de longe, no meio da escuridão duma cidade toda em movimento que parecia querer, neste caso, edificar-se voltando as costas aos outros… precisamente lá acende-se a centelha revolucionária da ternura de Deus. Em Belém, criou-se uma pequena abertura para aqueles que perderam a terra, a pátria, os sonhos; mesmo para aqueles que sucumbiram à asfixia produzida por uma vida fechada.

Nos passos de José e Maria, escondem-se tantos passos. Vemos as pegadas de famílias inteiras que hoje são obrigadas a partir. Vemos as pegadas de milhões de pessoas que não escolhem partir, mas são obrigadas a separar-se dos seus entes queridos, são expulsas da sua terra. Em muitos casos, esta partida está carregada de esperança, carregada de futuro; mas, em tantos outros, a partida tem apenas um nome: sobrevivência. Sobreviver aos Herodes de turno, que, para impor o seu poder e aumentar as suas riquezas, não têm problema algum em derramar sangue inocente.

Maria e José, para quem não havia lugar, são os primeiros a abraçar Aquele que nos vem dar a todos o documento de cidadania; Aquele que, na sua pobreza e pequenez, denuncia e mostra que o verdadeiro poder e a autêntica liberdade são os que honram e socorrem a fragilidade do mais fraco.

Naquela noite, Aquele que não tinha um lugar para nascer é anunciado àqueles que não tinham lugar nas mesas e nas ruas da cidade. Os pastores são os primeiros destinatários desta Boa Notícia. Pelo seu trabalho, eram homens e mulheres que tinham de viver à margem da sociedade. As suas condições de vida, os lugares onde eram obrigados a permanecer, impediam-lhes de observar todas as prescrições rituais de purificação religiosa e, por isso, eram considerados impuros. Traía-os a sua pele, as suas roupas, o seu odor, o modo de falar, a origem. Neles tudo gerava desconfiança. Homens e mulheres de quem era preciso estar ao largo, recear; eram considerados pagãos entre os crentes, pecadores entre os justos e estrangeiros entre os cidadãos. A eles – pagãos, pecadores e estrangeiros – disse o anjo: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2, 10-11).