domingo, 29 de janeiro de 2017

Xuxa compartilha vídeo e pede prisão de padre. Entenda!


Xuxa Meneghel usou seu Facebook para pedir a prisão de um padre que interage com as crianças de uma maneira bastante peculiar durante as missas: ele bate na cabeça, chacoalha e até empurra a meninada.

"Gente! Quem é esse padre? Pelo amor de Deus... lei menino Bernardo em cima dele, prendam esse homem autoridades [sic]", escreveu a apresentadora na noite de sexta-feira, 27.

O vídeo, no entanto, não é inédito. Ele viralizou no início de 2016 e deu cinco minutos de fama ao padre José Roberto Angelotto, pároco da Paróquia da Ressurreição, localizada em Ceilândia, no Distrito Federal.

Real Madrid elimina a cruz de seu escudo nos países árabes


Segundo informações publicadas em vários jornais esportivos espanhóis, o Real Madrid C.F. decidiu eliminar a tradicional cruz de seu escudo nos uniformes da equipe comercializados em alguns países do Oriente Médio.

Esta decisão ocorreu depois de um acordo que o clube assinou com Marka, uma empresa de distribuição varejista dos Emirados Árabes Unidos e que tem os direitos de fabricação, distribuição e venda exclusivos dos produtos do Real Madrid nos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Bahrain e Omã.

Este acordo, que afetará a linha da roupa que utilizará a marca Real Madrid, segundo informa o jornal ‘El País’, está previsto que comece no próximo mês de março, tenha uma validade para os próximos cinco anos e que dê ao clube um lucro de 52 milhões de euros (mais de 55 milhões de dólares).

Estes países têm uma população majoritariamente muçulmana, por isso, Khaled al Mheiri, vice-presidente da Marka, declarou à Reuters: “Temos que ser cuidadosos com regiões do Golfo que são sensíveis a produtos que contenham a cruz”.

Cristo chamou-nos para seu reino glorioso


Inácio, o Teóforo, à Igreja de Deus Pai e de Jesus Cristo, o dileto, rica de todos os dons da misericórdia, repleta de fé e de caridade, sem que lhe falte qualquer graça, muito amada por Deus, portadora da santidade, à Igreja que está em Esmirna na Ásia, efusivas saudações no Espírito imaculado e no Verbo de Deus.

Rendo glória a Jesus Cristo, Deus, que vos deu tanta sabedoria; pois notei como sois perfeitos na fé inabalável, como que, de corpo e alma, presos por cravos à cruz do Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo sangue de Cristo, crendo com fé plena e segura que nosso Senhor é em verdade oriundo da estirpe de Davi segundo a carne, Filho de Deus pela vontade e poder de Deus. Crendo de igual modo que verdadeiramente nasceu da Virgem, foi batizado por João para que nele se cumprisse toda a justiça. Crendo que verdadeiramente, foi, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes, crucificado na carne por nós – a cujo fruto nós pertencemos por sua bem-aventurada paixão – a fim de, por sua ressurreição, elevar pelos séculos a bandeira que reúne seus santos e seus fiéis, judeus ou gentios, no único corpo de sua Igreja.

Tudo padeceu por nós para alcançarmos a salvação; e padeceu de verdade, como também de verdade ressuscitou a si mesmo.

Eu também sei que, depois da ressurreição, vive em seu corpo e creio estar ele ainda agora com seu corpo. Ao se encontrar com Pedro e seus companheiros, disse-lhes: Pegai, apalpai-me e vede que não sou um espírito incorpóreo. E logo o tocaram e creram, unidos à sua carne e a seu espírito. Por esta razão, desprezaram também a morte e da morte saíram vitoriosos. Depois da ressurreição, comeu e bebeu com eles como qualquer ser corporal, embora, espiritualmente,unido ao Pai.

Exorto-vos, portanto, caríssimos, embora bem saiba que pensais do mesmo modo.


Da Carta aos Esmirnenses, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir.

(Inscriptio; nn. 1,1–4,1: Funk 1, 235-237)                 (Séc. I)

O Deus "malvado" do Antigo Testamento


Um dos grandes cavalos de batalha da militância dos arautos de Satanás, entenda-se, os neo-ateus, é a maneira como Deus é retratado no Antigo Testamento. Segundo eles temos um Deus que manda enforcar, saquear, fazer sacrifícios e matar crianças. Como base para tal argumentação eles citam trechos das Esrituras como os seguintes:

Êxodo XXXII, 27: Aos quais disse: Eis aqui o que diz o Senhor Deus de Israel: Cada um cinja a sua espada sobre a sua coxa: passai, e tornai a passar de porta a porta pelo meio do campo; e cada qual mate a seu irmão, a seu amigo, e a seu vizinho.

Números XXV, 4: Disse a Moisés: Toma todos os príncipes do povo, e pendura-os em forcas contra o sol: para que o meu furor se aparte de Israel.

Números XXXI, 17-18: Matai pois a todos os machos, ainda os que são crianças; e degolai as mulheres que tiveram comércio com os homens. Mas reservai para vós as meninas e todas as donzelas.

Deuteronômio II, 33-34: E o Senhor nosso Deus no-lo entregou: e nós o derrotamos com seus filhos  e com todo o seu povo. Tomamos-lhe ao mesmo tempo todas as suas cidades, mortos os seus habitantes, homens mulheres e meninos: e nela não deixamos nada.

Isaías XIII, 18: Mas eles matarão as crianças com as suas setas, e não se compadecerão das mães em cujo ventre elas andarem, e a seus filhos não perdoará o olho deles.

Jeremias XIX, 9: E dar-lhes-ei a comer as carnes de seus filhos, e as carnes de suas filhas: e cada um comerá a carne de seu amigo, no cerco, e no aperto, em que os terão encerrados os seus inimigos, e os que buscam as almas deles.

Ezequiel IX, 6: O velho, o moço e a donzela, o menino e as mulheres, todos matai, sem que nenhum escape; mas não mateis nenhum daqueles sobre quem virdes o thau, e começarei pelo meu santuário. Começaram pois a matança pelos homens mais velhos que estavam diante da casa. 

Melhor que tratar cada versículo de modo específico (coisa que poderei fazer futuramente neste blog), o ideal é dar uma visão exegética geral que engloba a eles e a muitos outros. 

Em primeiro lugar, devemos saber que a inspiração divina se dá por meio do arcabouço cultural e das limitações pessoais do escritor sagrado. Nesse sentido, uma das características da linguagem semita era o uso de hipérboles; dada a sua vivacidade, o israelita era muito propenso às expressões fortes, exageradas e contrastantes.

Daí ocorrerem no Antigo Testamento, principalmente nos Salmos, fórmulas em que o autor sagrado ou outro personagem deseja mal àqueles que o angustiam. Diz D. Estevão Bettencourt:

“Em verdade, os autores sagrados, ao pleitear sua causa perante o Senhor, advogavam os interesses do bem, da justiça ou da verdadeira religião; por conseguinte, explícita ou implicitamente a sua causa se identificava com a de Deus, e os seus inimigos vinham a ser adversários do próprio Deus. Assim entendida a situação, não podiam ver motivo para abrandar o rigor dos termos com que os antigos orientais, dotados de ânimo fervido, costumavam pedir a extirpação dos adversários; não pode haver compatibilidade entre o bem e o mal, o reino de Deus e o do pecado; a toda instituição que se opõe a Deus, o homem justo não pode deixar de desejar completa ruína”.

Ou seja, eles procuravam mostrar qual o caminho reto, mas faziam isso imbuídos de toda a sua carga cultural.

Tal postura ainda é mais patente pelo fato de que não diferenciavam entre a pessoa que fazia o mal e o mal em si. Desconheciam o adágio retirado por Santo Agostinho da Lei aperfeiçoada e definitiva (o Evangelho):

“Odeia o pecado, mas ama o pecador”.

Daí, fazendo um parêntese, já se observa que a dicotomia promovida pelos protestantes liberais entre "o Deus do Antigo Testamento" e o "Deus revelado por Jesus" é falsa e absurda. É falsa porque deriva de conceitos que, em geral, não têm nenhuma relação com a religião, representando, tão somente, uma perspectiva culturalmente fechada. É absurda porque pressupõe a possibilidade de contradição num texto inspirado.

Isso é muito perigoso. As críticas que se fazem em torno dessa idéia levaram alguns a negar a necessidade de Cristo para nos salvarmos. Principiam contestando a “intolerância religiosa” presente na Antiga Aliança e disso passam a ver negativamente a exclusividade do culto ao Deus verdadeiro.

Mais uma ilusão dos hereges... eles não vão "descobrir a roda" e, no mínimo, deveriam procurar saber qual o status quaestionis antes de abrir a boca, seja para evitar erros conceituais, seja para não cair na posição orgulhosa de quem procura adaptar Deus a si. 

sábado, 28 de janeiro de 2017

Incêndio destrói parte da Catedral de São Nicolau na Argentina


Por volta das 15h (horário local) de quinta-feira, 26 de janeiro, a Catedral de São Nicolau de Bari, na Diocese de San Nicolás de los Arroyos (Argentina), sofreu um incêndio.

O fogo consumiu por completo a área do altar e parte do teto, de onde as chamas saiam.


Os meios de comunicação locais assinalam que o fogo foi causado por uma falha elétrica no órgão do templo.


Algumas fontes informaram que as chamas teriam começado na cúpula, onde há materiais de limpeza, outros indicam que o foco das chamas teria sido na área do altar. 

A cruz, exemplo de todas as virtudes


Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos fazer.

Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males em que incorremos por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade que tem como exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar toda a nossa vida. Quem quiser viver em perfeição, basta que despreze o que Cristo desprezou na cruz e deseje o que Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude está ausente da cruz.

Se queres um exemplo de caridade: Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos. Assim fez Cristo na cruz. E se Ele deu a vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por Ele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente. Reconhece-se uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque sofrendo não ameaçava; e como ovelha levada ao matadouro, não abriu a boca. É grande portanto a paciência de Cristo na cruz: corramos com paciência para a prova que nos é proposta, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé, que em lugar da alegria que lhe era proposta suportou a cruz, desprezando-lhe a ignomínia.

Se queres um exemplo de humildade, olha para o crucifixo: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue Aquele que Se fez obediente ao Pai até à morte: assim como pela desobediência de um só, isto é, Adão, muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um só muitos serão justificados.

Se queres um exemplo de desprezo pelas honras da terra, segue Aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual se encontram todos os tesouros de sabedoria e de ciência e que na cruz está despojado dos seus vestidos, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e dessedentado com fel e vinagre.

Não te preocupes com trajes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes; nem com as honras, porque troçaram de Mim e Me bateram; nem com as dignidades, porque teceram uma coroa de espinhos e puseram-Ma sobre a cabeça; nem com os prazeres, porque para a minha sede Me deram vinagre.



Dos Comentários de São Tomás de Aquino, presbítero (Collatio 6 super Credo in Deum) (Sec. XIII)

Por que a disputa sobre o corpo de Moisés em Judas 9?


Mas mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o diabo sobre o corpo de Moisés, não se atreveu a condená-lo por calúnia, mas disse: “O Senhor te repreenda!” (Judas 9).

Para ser sincero, ninguém pode dar uma explicação completa sobre este verso, embora várias sugestões foram feitas. O comentário JFB diz uma série de coisas sobre isso, incluindo o seguinte:

“…. A respeito do corpo de Moisés -. Seu corpo literal. Satanás, tendo o poder da morte, se opôs à ressurreição dele, em base do pecado de Moisés em Meriba e ao assassinato do egípcio. Que o corpo de Moisés foi ressuscitado aparece por sua presença com Elias e Jesus (que estavam no corpo) na Transfiguração: a mostra e honestidade do reino da ressurreição a ser introduzido pela defesa feita por Miguel do povo de Deus. De movo que em cada dispensação se tem dado um exemplo e garantia da futura ressurreição: Enoque na era patriarca, Moisés na levítica e Elias na profética. É notável que aqui se registre a primeira repreensão que foi usada pelo Anjo do Senhor, ou Jeová a Segunda Pessoa, ao interceder por Josué, o representante da Igreja judaica, contra Satanás em Zc. 3,2; pelo que alguns tem entendido que também aqui o “corpo de Moisés” significa a Igreja judaica acusada por Satanás, diante de Deus, por sua imundícia, sobre cuja base reclama que a justiça divina se cumpra contra Israel, mas é reprovado pelo Senhor, que tem “reeleito a Jerusalém”; assim, como o “corpo de Moisés” é a Igreja cristã, o “corpo de Moisés” é a Igreja judaica. Mas é evidente que o corpo literal aqui indicado (ainda quando, segundo o termo, a Igreja judaica é tipificada pelo corpo de Moisés, como foi ali representada por Josué o sumo sacerdote): e Miguel, cuja relação com Jeová Messias parece ser tão íntima, por uma parte, e com Israel pela outra, naturalmente usa a mesma linguagem que seu Senhor. Como Satanás (adversário judicial) e o diabo (acusador) acusa a si mesmo a Igreja coletivamente como aos “irmãos’ individualmente, assim Cristo intercede por nós como nosso Advogado. A justificação plena de Israel  e de todos os crentes, é ainda futura. Josefo, em Antiguidades, 4.8, diz que Deus escondeu o corpo de Moisés, porque se ouvesse sido exibido ante o povo, haveria chegado a ser objeto de adoração. Judas, por esta razão, o adota do apócrifo “A Ascensão de Moisés’ (como pensa Orígenes, sobre Principalidades, 3.2), ou se não, da antiga tradição que serviu de base para a dita obra. Judas, sendo inspirado, pôde distinguir quanto da tradição era verídica, quanto era falsa. Nós não temos tais meios para distinguir e portanto, não podemos ter a segurança sobre tradição alguma, exceto aquela que está na palavra escrita. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Viver na era da pós-verdade


Anualmente, a Universidade de Oxford elege uma palavra que defina aquele ano. No final de 2016, o termo escolhido foi “pós-verdade” (“post-truth”), empregado já em 1992 pelo dramaturgo sérvio-americano Steve Tesich. Nem o Aurélio, o Houaiss ou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, registra essa palavra. Por ela procuram-se definir circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm pouca importância. O que vale são os apelos à emoção e a crenças pessoais. A verdade como tal estaria, pois, perdendo sua importância; o fato torna-se secundário; importante são as reações – isto é, como o fato é recebido e que emoções ele desperta.

É grave uma situação em que se deixa de levar em conta a distinção entre o certo e o errado, o bom e o mau, o justo e injusto, os fatos e as versões, a verdade e a mentira. Entra-se, então, numa era em que predominam as avaliações fluidas, as terminologias vagas ou os juízos baseados mais em sensações do que em evidências. Passa a ser verdade aquilo de que gostamos, que escolhemos e difundimos, torcendo para que tenha a maior repercussão possível.  

O que muito contribui para o avanço daquilo que a palavra “pós-verdade” representa são as novas tecnologias de informação e comunicação. Tudo é imediatamente transmitido, repartido e globalizado. Não há mais tempo para se checar se o que recebemos é verdadeiro; o importante é que seja o quanto antes partilhado e multiplicado. Mentiras são construídas de forma sofisticada, com ares de verdade, e são difundidas por um exército de simpatizantes. Com isso, o bom nome de muitos é destruído de forma rápida e cruel – pior, a difamação é envolvida por um ódio que assusta. Voltaire entendia disso: “Menti, menti, que alguma coisa permanecerá!”. Goebbels, chefe da propaganda nazista, dizia algo semelhante: “Uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Não é segredo para ninguém que as redes sociais são um campo aberto e fértil para a difusão de histórias e “fatos” que não precisam ser comprovados; basta que sejam bem apresentados.