quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Campanha da Fraternidade 2015

Coleta Nacional da Solidariedade: 29 de março de 2015
Domingo de Ramos - Pão e Justiça para todas as pessoas
Igreja e Sociedade - CF 2015
Tema:“Fraternidade: Igreja e Sociedade”
Lema: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45)

Objetivo geral da CF - 2015 CNBB

01 - Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.

Objetivos específicos da CF - 2015 CNBB

01 - Fazer memória do caminho percorrido pela Igreja com a sociedade, identificar e compreender os principais desafios da situação atual.

02 - Apresentar os valores espirituais do Reino de Deus e da doutrina Social da Igreja, como elementos autenticamente humanizastes. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Homilia do Papa na Quarta-Feira de Cinzas 2015


HOMILIA
Santa Missa com a imposição das cinzas
Basílica de Santa Sabina
Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2014


Como povo de Deus começamos hoje o caminho da Quaresma, tempo em que procuramos nos unir mais estreitamente ao Senhor Jesus Cristo, para partilhar o mistério da sua paixão e da sua ressurreição.

A liturgia da Quarta-Feira de Cinzas nos propõe antes de tudo o trecho do profeta Joel, enviado por Deus para chamar o povo à penitência e à conversão, por causa de uma calamidade (uma invasão de gafanhotos) que devasta a Judeia. Somente o Senhor pode salvar do flagelo e precisa então suplicá-lo com orações e jejuns, confessando o próprio pecado.

O profeta insiste na conversão interior: “retorneis a mim com todo o coração” (2, 12). Retornar ao Senhor “com todo o coração” significa tomar o caminho de uma conversão não superficial e transitória, mas sim um itinerário espiritual que diz respeito ao lugar mais íntimo da nossa pessoa. O coração, de fato, é a sede dos nossos sentimentos, o centro em que amadurecem as nossas escolhas, as nossas atitudes.

Aquele “retorneis a mim com todo o coração” não envolve somente os indivíduos, mas se estende a toda a comunidade, é uma convocação dirigida a todos: “congregai o povo, realizai cerimônias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito” (v. 16).

O profeta se concentra em particular na oração dos sacerdotes, fazendo observar que deve ser acompanhada pelas lágrimas. Fará bem a nós, a todos, mas especialmente a nós sacerdotes, pedir no início desta Quaresma o dom das lágrimas, de forma a tornar a nossa oração e o nosso caminho de conversão sempre mais autêntico e sem hipocrisia. Fará bem a nós fazer esta pergunta: eu choro? O Papa chora? O cardeal chora? Os bispos choram? Os consagrados choram? Os sacerdotes choram? O pranto está nas nossas orações?

É justamente essa a mensagem do Evangelho do dia. No trecho de Mateus, Jesus relê as três obras de piedade previstas pela lei mosaica: a esmola, a oração e o jejum, distingue-os, o fato externo, o fato interno, aquele chorar do coração. Ao longo do tempo, estas prescrições foram corroídas pelo formalismo exterior, ou então se mudaram em um sinal de superioridade social. Jesus coloca em evidência uma tentação comum nestas três obras, que se pode resumir justamente na hipocrisia (a nomeia bem três vezes): “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles… Quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas…Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens…E quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas” (Mt 6,1.2.5.16). Sabem, irmãos, que os hipócritas não sabem chorar, esqueceram como se chora, não pedem o dom das lágrimas.

Quando se realiza algo de bom, quase instintivamente nasce em nós o desejo de ser estimados e admirados por esta boa ação, para obter uma satisfação. Jesus nos convida a realizar estas obras sem ostentação alguma e a confiar unicamente na recompensa do Pai “que vê no segredo” (Mt 6,4.6.18).

Itália quer enviar tropas para combater o Estado Islâmico na Líbia


O Egito   pediu, nesta terça-feira (17), uma intervenção das Nações Unidas contra os terroristas do Estado Islâmico na Líbia. A Itália, país europeu mais próximo, se preocupa com possíveis ataques dos terroristas.

A diplomacia internacional corre para evitar um ataque pesado à Líbia. Por enquanto, só o Egito bombardeia as instalações do Estado Islâmico, que avança em território líbio. É a resposta do governo do Cairo à decapitação de 21 cristãos coptas, anunciada dois dias atrás em um vídeo. Outros 35 egípcios foram capturados, a maioria camponeses, e o Egito quer um ataque guiado pela ONU.

A União Europeia se posicionou contrária. Uma intervenção militar do Ocidente ajudou a derrubar o ditador Muammar Kadhafi em 2011. Mas, desde então, o país vive dividido entre várias facções.

A Itália colonizou a Líbia em dois períodos diferentes no século XX. Esta semana, a embaixada em Trípoli foi fechada e dezenas de cidadãos italianos foram retirados de barco, sob a vigilância da Força Aérea da Itália.

Agora, o governo pensa em mandar 5 mil homens para organizar um ataque e evitar que os terroristas entrem em terras italianas.

O maior temor é que entrem por Lampedusa, a ilha da Sicília que recebe milhares de migrantes por ano, que partem justamente da Líbia. Os combatentes do Estado Islâmico poderiam se esconder entre eles.

A Itália está diante de uma encruzilhada: no vídeo da execução, os terroristas anunciaram que se encontram ao sul de Roma, ou seja, na Líbia, a poucos quilômetros da capital italiana. O serviço secreto italiano avalia que o país nunca correu tanto risco.

Papa: "Ser irmãos é escola de liberdade e de paz".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


Locutor:

Prosseguindo com a catequese sobre a família, convido-vos hoje a pensar nos irmãos e irmãs. A educação para a abertura aos outros a partir do vínculo de fraternidade entre os filhos do mesmo tronco familiar é a grande escola de liberdade e de paz. Nem sempre se pensa nisto, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo: partindo desta primeira experiência, o estilo da fraternidade irradia como uma promessa para toda a sociedade e para as relações entre os povos. Pensai a que grau é elevada a ligação entre os homens, até muito diferentes entre si, quando um chega a dizer de outro: «Para mim, é como um irmão, como uma irmã!» A bênção que Deus, em Jesus Cristo, conferiu a este laço da fraternidade, dilatou-o de forma inimaginável, fazendo-o capaz de ultrapassar toda e qualquer diferença de nação, língua, cultura e até religião. E, como sucede na família onde todos os cuidados vão para os mais pequeninos ou doentes, assim na sociedade nos devem enternecer os mais pequenos, os mais frágeis e os mais pobres, seguindo a palavra e o exemplo de Jesus quando nos diz que são nossos irmãos. Este é o princípio do amor de Deus e de toda a justiça entre os homens. Por isso, não privemos, de ânimo leve, as nossas famílias da beleza duma ampla experiência fraterna de filhos e filhas.

* * *

Santo Padre:

Carissimi pellegrini di lingua portoghese, benvenuti! Nel salutarvi tutti, specialmente i fedeli di Nogueiró e gli studenti e i professori dell’«Agrupamento de Escolas de Viseu», vi incoraggio a scommettere su ideali grandi, ideali di servizio che allargano il cuore e rendono fecondi i vostri talenti. Fidatevi di Dio, come la Vergine Maria! Volentieri benedico voi e i vostri cari. 

Papa envia mensagem aos brasileiros por ocasião da Campanha da Fraternidade


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco por ocasião 
da Campanha da Fraternidade 2015
Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015


Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Aproxima-se a Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa: tempo de penitência, oração e caridade, tempo de renovar nossas vidas, identificando-nos com Jesus através da sua entrega generosa aos irmãos, sobretudo aos mais necessitados. Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, inspirando-se nas palavras d’Ele “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,45), propõe como tema de sua habitual Campanha “Fraternidade: Igreja e Sociedade”.

De fato a Igreja, enquanto “comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam o seu olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade” (Const. Dogmática Lumen gentium, 3), não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor, pois, “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Const. Pastoral Gaudium et spes, 1). Mas, o que fazer? Durante os quarenta dias em que Deus chama o seu povo à conversão, a Campanha da Fraternidade quer ajudar a aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a Sociedade – propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II – como serviço de edificação do Reino de Deus, no coração e na vida do povo brasileiro. 

Tempo da Quaresma


Na linguagem corrente, a Quaresma abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até ao Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão.

A Quaresma pode se considerar, no ano litúrgico, o tempo mais rico de ensinamentos. Lembra o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Foi instituída como preparação para o Mistério Pascal, que compreende a Paixão e Morte (Sexta-feira Santa), a Sepultura (Sábado Santo) e a Ressurreição de Jesus Cristo (Domingo e Oitava da Páscoa).

Data dos tempos apostólicos a Quaresma como sinônimo de jejum observado por devoção individual na Sexta-feira e Sábado Santos, e logo estendido a toda a Semana Santa. Na segunda metade do século II, a exemplo de outras igrejas, Roma introduziu a observância quaresmal em preparação para a Páscoa, limitando porém o jejum a três semanas somente: a primeira e quarta da atual Quaresma e a Semana Santa.

A verdadeira Quaresma com os quarenta dias de jejum e abstinência de carne, data do início do século IV, e acredita-se que, para essa instituição, tenham influído o catecumenato e a disciplina da penitência pública.

O jejum consistia originariamente numa única refeição tomada à tardinha; por volta do século XV tornou-se uso comum o almoço ao meio-dia. Com o correr dos tempos, verificou-se que era demasiado penosa a espera de vinte e quatro horas; foi-se por isso introduzindo o uso de se tomar alguma coisa à tarde, e logo mais também pela manhã, costume que vigora ainda hoje. O jejum atual, portanto, consiste em tomar uma só refeição diária completa, na hora de costume: pela manhã, ao meio-dia ou à tarde, com duas refeições leves no restante do dia.

A Igreja prescreve, além do jejum, também a abstinência de carne, que consiste em não comer carne ou derivados, em alguns dias do ano, que variam conforme determinação dos bispos locais.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Quem são os cristãos coptas e por que 21 deles foram degolados covardemente?


1. Quem são os coptas?

- Os coptas são os descendentes dos antigos egípcios, que se converteram ao cristianismo no século I. 

- Quando os muçulmanos conquistaram o Norte da África, a partir do século VII, impuseram ao Egito o seu idioma árabe e a sua religião islâmica. No entanto, uma minoria dos egípcios se manteve cristã e preservou também o idioma copta, derivado da antiga língua egípcia. Hoje, o copta é usado apenas liturgicamente.

- Os coptas formam atualmente 10% da população egípcia e são tratados como cidadãos de segunda classe, motivo que diminui aceleradamente o seu número. Existem altas taxas de migração, além de conversões ao islã por conveniência social.

- A situação da comunidade cristã copta piorou ainda mais depois da queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, em 2011. Nos últimos quatro anos, os coptas passaram a sofrer uma forte perseguição por parte de facções islamitas.

- 90% dos cristãos coptas pertencem à Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria, que nasceu no próprio Egito. Os 10% restantes (cerca de 800.000 pessoas) se dividem entre a Igreja Católica Copta e a Igreja Protestante Copta.

- A Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria é independente e não está em comunhão nem com a Igreja Ortodoxa nem com a Igreja Católica. A separação aconteceu após o Concílio de Calcedônia, no ano de 451, por divergências doutrinais no entendimento da pessoa e das naturezas humana e divina de Cristo. O atual patriarca ortodoxo copta é Tawadros II.

- Um grupo de coptas separou-se da Igreja Ortodoxa Copta em 1741 para entrar em comunhão plena com a Igreja Católica Romana. Foi assim que surgiu a Igreja Católica Copta, cuja sede fica no Cairo. Os católicos coptas mantêm as suas tradições e ritos litúrgicos orientais, mas reconhecem a autoridade e a primazia do papa de Roma, estando, assim, oficialmente unidos à Santa Sé. Seu patriarca, obediente ao papa, é Ibrahim Isaac Sidrak.

Mensagem do Papa para a Jornada Mundial da Juventude 2015


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para a 
30ª Jornada Mundial da Juventude
(29 de março de 2015)
Terça-feira, 17 de fevereiro de 2015


Confira a a mensagem do Papa Francisco para a 30ª Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no dia 29 de março de 2015, Domingo de Ramos, em âmbito diocesano.

«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8)

Queridos jovens!

Continuamos a nossa peregrinação espiritual para Cracóvia, onde em Julho de 2016 se realizará a próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude. Como guia do nosso caminho escolhemos as Bem-aventuranças evangélicas. No ano passado, reflectimos sobre a Bem-aventurança dos pobres em espírito, inserida no contexto mais amplo do «Sermão da Montanha». Juntos, descobrimos o significado revolucionário das Bem-aventuranças e o forte apelo de Jesus para nos lançarmos, com coragem, na aventura da busca da felicidade. Este ano reflectiremos sobre a sexta Bem-aventurança: «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5, 8).

1. O desejo da felicidade

A palavra «felizes», ou bem-aventurados, aparece nove vezes na primeira grande pregação de Jesus (cf. Mt 5, 1-12). É como um refrão que nos recorda a chamada do Senhor a percorrer, juntamente com Ele, uma estrada que, apesar de todos os desafios, é a via da verdadeira felicidade.

Ora a busca da felicidade, queridos jovens, é comum a todas as pessoas de todos os tempos e de todas as idades. Deus colocou no coração de cada homem e de cada mulher um desejo irreprimível de felicidade, de plenitude. Porventura não sentis que o vosso coração está inquieto buscando sem cessar um bem que possa saciar a sua sede de infinito?

Os primeiros capítulos do livro do Génesis apresentam-nos a felicidade maravilhosa a que somos chamados, consistindo numa perfeita comunhão com Deus, com os outros, com a natureza, com nós mesmos. O livre acesso a Deus, à sua intimidade e visão estava presente no projecto de Deus para a humanidade desde as suas origens e fazia com que a luz divina permeasse de verdade e transparência todas as relações humanas. Neste estado de pureza original, não existiam «máscaras», subterfúgios, motivos para se esconderem uns dos outros. Tudo era puro e claro.

Quando o homem e a mulher cedem à tentação e quebram a relação de confiante comunhão com Deus, o pecado entra na história humana (cf. Gn 3). Imediatamente se fazem notar as consequências inclusive nas suas relações consigo mesmo, de um com o outro, e com a natureza. E são dramáticas! A pureza das origens como que fica poluída. Depois daquele momento, já não é possível o acesso directo à presença de Deus. Comparece a tendência a esconder-se, o homem e a mulher devem cobrir a sua nudez. Privados da luz que provém da visão do Senhor, olham a realidade que os circunda de maneira distorcida, míope. A «bússola» interior, que os guiava na busca da felicidade, perde o seu ponto de referência e as seduções do poder e do ter e a ânsia do prazer a todo o custo precipitam-nos no abismo da tristeza e da angústia.

Nos Salmos, encontramos o grito que a humanidade, desde as profundezas da sua alma, dirige a Deus: «Quem nos dará a felicidade? Resplandeça sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto!» (Sal 4, 7). Na sua infinita bondade, o Pai responde a esta súplica com o envio do seu Filho. Em Jesus, Deus assume um rosto humano. Com a sua encarnação, vida, morte e ressurreição, redime-nos do pecado e abre-nos horizontes novos, até então inconcebíveis.

E assim, queridos jovens, em Cristo encontra-se a plena realização dos vossos sonhos de bondade e felicidade. Só Ele pode satisfazer as vossas expectativas tantas vezes desiludidas por falsas promessas mundanas. Como disse São João Paulo II, «Ele é a beleza que tanto vos atrai; é Ele quem vos provoca com aquela sede de radicalidade que não vos deixa ceder a compromissos; é Ele quem vos impele a depor as máscaras que tornam a vida falsa; é Ele quem vos lê no coração as decisões mais verdadeiras que outros quereriam sufocar. É Jesus quem suscita em vós o desejo de fazer da vossa vida algo grande» (Vigília de Oração em Tor Vergata, 19 de Agosto de 2000: L’Osservatore Romano, ed. portuguesa de 26/VIII/2000, 383).