segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Papa indica ações de Maria como modelo de preparação ao Natal


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 21 de dezembro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, quarto e último domingo do Advento, a liturgia quer nos preparar para o Natal que já está às portas nos convidando a meditar o relato do anúncio do Anjo a Maria. O arcanjo Gabriel revela à Virgem a vontade do Senhor de que ela se torne a mãe do seu Filho unigênito: “Conceberás um filho, lhe dará à luz e o chamará Jesus. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 31, 32). Fixemos o olhar sobre esta simples jovem de Nazaré, no momento em que se torna disponível à mensagem divina com o seu “sim”; colhamos dois aspectos essenciais de sua atitude, que é para nós modelo de como se preparar para o Natal.

Antes de tudo, a sua fé, a sua atitude de fé, que consiste em escutar a Palavra de Deus para se abandonar a esta Palavra com plena disponibilidade de mente e de coração. Respondendo ao Anjo, Maria disse: “Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a sua palavra” (v. 38). No seu “eis aqui” cheio de fé, Maria não sabe por quais estradas deverá se aventurar, quais dores deverá sofrer, quais riscos deverá enfrentar. Mas é consciente de que é o Senhor a pedir e ela confia totalmente Nele e se abandona ao seu amor. Esta é a fé de Maria!

sábado, 20 de dezembro de 2014

Alegra-te, cheia de graça!


O anjo entra em sua casa

A “Força de Deus” (é este o sentido do nome Gabriel) foi enviada a uma entre todas as províncias, cujo nome vem declinado: a Nazaré, na Galileia. Gabriel veio encontrar-se com uma mulher entre todas e o seu nome também nos foi comunicado: Maria, que está noiva de um homem que não é um homem qualquer: chama-se José. O amor com o qual Deus nos ama não é, portanto, um amor global, abstrato, voltado à humanidade em geral. Não: é um amor que se dirige a cada um em particular, pois foi Deus que, aliás, nos concedeu a cada um o dom de existir. Podemos dizer que cada um de nós é amado e buscado como se fosse o único no mundo. E este amor, no entanto, nos invade para nos atravessar e seguir até os outros. Na Anunciação, ele se dirige, através de Maria e de José, para este Jesus, descendente de Davi, mas que ainda não estava ali. A partir de Jesus é que o amor irá reunir a humanidade inteira a qual, de alguma forma, nele irá fundir-se. Então, todos se tornarão Um. O amor que vem de Deus será como uma circulação sanguínea que irriga todos os membros. A Igreja, corpo do Cristo, é a figura desta humanidade unificada. Na origem de tudo isto está o "Sim" de Maria à invasão divina. Devemos compreender que a Anunciação não se refere somente a Maria, a José e a Jesus, mas a cada um de nós e à humanidade inteira. A humanidade completada, perfeita, não é uma coleção de indivíduos justapostos, mas a unidade de um só corpo. A criança que está prometida a Maria traz consigo a humanidade toda. Não olhemos a Anunciação como se fosse um acontecimento exterior a nós: ela não é. Estamos todos incluídos nela. E mais, devemos compreender que este relato não fala apenas de algo que se passou dois mil anos atrás, mas refere-se também ao que nos acontece hoje: Jesus vem ao mundo e a cada um de nós sem cessar, e vem de novo, sempre.

Síria: 150 mulheres assassinadas por não se casarem com milicianos do Estado Islâmico


Pelo menos 150 mulheres foram assassinadas na província de Anbar, no Iraque, por milicianos do grupo Estado Islâmico por terem se recusado a se casar com eles.

O massacre perpetrado no noroeste do país foi denunciado pelo Ministério iraquiano dos Direitos Humanos, segundo informações do canal Arabiya, que explicou que as execuções aconteceram em Falluja sob o comando do jihadista Abu Anas al-Libi. Os corpos das vítimas foram enterrados em fossas comuns na periferia da cidade.

Enquanto isso, na Síria, foram encontrado os corpos de 230 pessoas assassinadas por jihadistas do Estado Islâmico em uma fossa comum na província de Deyr az-Zor, ao leste do país. O Observatório Nacional para os Direitos Humanos explicou que as vítimas são membros da tribo Sheitat, cujo massacre já tinha sido denunciado em setembro. Chegam a mais de 900 as pessoas da etnia Sheitat assassinadas pelos fundamentalistas do Estado Islâmico até o momento, de acordo com os dados conhecidos. 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Francisco, EUA e Cuba: quantas divisões tem o Papa?


Joseph Stalin era líder da União Soviética naquela época tensa entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Uma de suas preocupações diplomáticas era tratar com a Alemanha nazista, que dava todos os sinais que empurraria seu expansionismo militar e seu anticomunismo na direção dos soviéticos.

Conta a história que Pierre Laval, primeiro-ministro da França, ansioso para conter os “eternos inimigos” alemães (antes, é claro, de Paris ser invadida pelos nazistas e ele virar colaboracionista), sugeriu a Stalin que ganhasse apoio dos católicos aproximando-se do papa Pio XII para fazer frente contra a Alemanha. Era uma sugestão meio estranha a um dos governos mais ateus da história.

Stalin teria respondido com sarcasmo: “O Papa?! E quantas divisões (militares) tem o Papa?”

(Dizem que Pio XII soube dessa história e respondeu: “Digam a meu filho Joseph que ele encontrará minhas legiões no céu.”)

Cerca de quatro décadas depois, o bloco socialista europeu caía inteiro, um país depois do outro, com a ajuda conhecida do papa João Paulo II para desintegrar o comunismo no continente.

Hoje, o presidente dos EUA Barack Obama anunciou uma reaproximação histórica com Cuba, incluindo a retomada de relações diplomáticas após mais de 50 anos, maiores facilidades para relações econômicas, acordos humanitários, exclusão de uma série de sanções e um trabalho com o Congresso para levantar o embargo contra aquele país. Um evento histórico.

No discurso, Obama agradeceu duas vezes ao Papa Francisco por ajudar no diálogo entre EUA e Cuba. O papa intercedeu em um imbróglio de prisioneiros de ambos os países que impedia o avanço do diálogo. Para a mídia, foi mais um feito inédito do papa-fenômeno. Francisco tira a paz mundial da manga da batina e consegue até acabar com uma briga icônica que durava cinco décadas.

Acontece que esse frenesi repetido está repetidamente enganado. Mais uma vez, diversos jornais e muitas pessoas foram às mídias sociais rejubilar-se por Francisco ter feito algo excepcional que provavelmente outro papa já fez antes.

Histórica reconciliação entre Cuba e Estados Unidos: que seja bem-vinda!


Um leitor do blog [Deus lo vult!] pede-me que teça alguns comentários sobre a reabertura das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, cujo anúncio ontem surpreendeu o mundo. Parece que não se fala de outra coisa. Não faltou quem comparasse o acontecimento com a queda do muro de Berlim; sou um pouco mais cético com relação às proporções que o dia de ontem é capaz de tomar, mas mesmo assim não me parece possível negar que este 17 de dezembro tenha sido histórico.

Meu ceticismo deriva de um sentimento de pouca consideração para com o cenário mundial contemporâneo: acho-o sofrível, mesquinho e decadente, com atores medíocres completamente incapazes dos arroubos de grandeza que marcaram as grandes personalidades mesmo do passado relativamente recente. Obama não está à altura de Bush pai, nem Raúl Castro tem um mínimo da envergadura de Mikhail Gorbachev; os Estados Unidos hoje em dia são indignos do país que Reagan entregou ao fim do segundo milênio, Cuba não chega aos pés do que foi a Alemanha Oriental e a Revolução Cubana precisa comer muito feijão com arroz para chegar perto da Guerra Fria.

Um pouco de senso de proporções, parece-me, é necessário: o que houve ontem foi uma mera constatação formal de que o regime cubano já havia caído de podre há muito tempo. Não fazia sentido continuar impondo a Cuba sanções que não se costuma aplicar a outros países comunistas do globo – maiores, mais relevantes e mais perigosos do que a pequena ilha dos Castro. A sucursal latino-americana do que foi a U.R.S.S. jamais conseguiu levantar-se muito acima das barras da saia da Mãe Rússia. Havia um quê de desproporcionalidade e incoerência no tratamento que lhe era dispensado, hoje feliz e finalmente revisto. Nada de excepcional. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Brasil: Disque Alô Senado contra aborto no Código Penal


O Projeto de Reforma do Código Penal (PLS 236/2012), depois de ter passado pela Comissão Especial, poderá ser votado hoje, quarta-feira, 17/12/2014 pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.

O problema é que o relator da CCJ, Senador Vital do Rego, modificou o texto do relator da Comissão Especial, Senador Pedro Taques, fazendo o aborto deixar de ser crime ("Não há crime" em vez de "Não se pune") em várias situações, inclusive se houver risco à saúde (não apenas risco à vida) da gestante.

Na prática, o aborto deixa de ser crime em qualquer situação, já que toda mulher que não está satisfeita com a própria gravidez pode alegar que sua insatisfação é um problema "de saúde" (psíquica ou emocional). Tal interpretação é largamente usada nos Estados Unidos para legitimar o aborto em caso de risco "de saúde".

O substitutivo de Vital do Rego tem ainda muitas outras modificações, que os senadores não serão capazes de perceber até hoje, uma vez que o texto é enorme e só foi apresentado na última quarta-feira, dia 10. 

O que você pode fazer?

Catequese com o Papa sobre a Sagrada Família


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 17 de dezembro de 2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Sínodo dos Bispos sobre família, celebrado há pouco, foi a primeira etapa de um caminho que se concluirá em outubro próximo com a celebração de uma outra Assembleia sobre o tema: “Vocação e missão da família na Igreja e no mundo”. A oração e a reflexão que devem acompanhar este caminho envolvem todo o Povo de Deus. Gostaria que também as meditações habituais das audiências de quarta-feira se inserissem neste caminho comum. Desejei, por isso, refletir com vocês, nesse ano, justamente sobre família, sobre este grande dom que o Senhor deu ao mundo desde o princípio, quando conferiu a Adão e Eva a missão de se multiplicar e encher a terra (cfr Gen 1, 28). Aquele dom que Jesus confirmou e selou no seu Evangelho.

A proximidade do Natal acende sobre este mistério uma grande luz. A encarnação do Filho de Deus abre um novo início na história universal do homem e da mulher. E este novo início acontece no seio de uma família, em Nazaré. Jesus nasce em uma família. Ele podia vir espetacularmente, ou como um guerreiro, um imperador… Não, não: vem como um filho de família, em uma família. Isto é importante: olhar no presépio esta cena tão bela.

Deus escolheu nascer em uma família humana, que formou Ele mesmo. Ele formou em uma vila remota da periferia do Império Romano. Não em Roma, que era a capital do Império, não em uma grande cidade, mas em uma periferia quase invisível, bastante mal falada. Recordam-no também os Evangelhos, quase como um modo de dizer: “De Nazaré pode vir alguma coisa de bom?” (Jo 1, 46). Talvez, em muitas partes do mundo, nós mesmos ainda falamos assim, quando ouvimos o nome de qualquer lugar periférico de uma grande cidade. Bem, justamente dali, daquela periferia do grande Império, começou a história mais santa e melhor, aquela de Jesus entre os homens! E ali se encontrava esta família. 

Papa Francisco celebra 78 anos de vida


Um mês de comemorações para o Papa Francisco que, nesta quarta-feira, 17, celebra 78 anos de vida e no último sábado, 13, comemorou seu aniversário sacerdotal.

Jorge Mário Bergoglio nasceu na capital argentina, Buenos Aires, no dia 17 de dezembro de 1936. Filho de emigrantes piemonteses, o seu pai Mário trabalhava como contabilista no caminho de ferro e a sua mãe Regina Sivori ocupava-se da casa e da educação dos cinco filhos.

A residência onde nasceu e cresceu Bergoglio fica na Rua Membrilhar, nº 531, no bairro Flores, em Buenos Aires. Após o histórico 13 de março, a casa tornou-se ponto turístico onde dezenas de pessoas visitam e tiram fotos do local que conta um pouco da história do novo Pontífice.