quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Eutanásia: uma definição em três pontos

Glossário de Bioética: a "doce morte" acabou significando também
"dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo";
uma "morte rápida", porém, não é sinônimo de "morte digna".

A “morte doce” acabou significando "dar morte a uma pessoa com prognóstico negativo", embora a "morte rápida" não seja sinônimo de "morte com dignidade": pode ser entendida como "morte doce”, afinal, aquela que é vivida com coragem e na companhia dos entes queridos; facilitar a morte de alguém é um ato prejudicial ao corpo social, diferentemente da suspensão de cuidados desnecessários, dos quais ela deve ser bem diferenciada.

Realismo

Literalmente, eutanásia significa "morte doce"; na linguagem comum, ela significa "morte provocada (a fim de evitar o sofrimento grave)", que mal se distingue do suicídio assistido de uma pessoa que consente nessa prática. Dentro do contexto da eutanásia, inclui-se a suspensão da assistência médica voltada a salvar a vida, ou seja, a determinação de não reanimar o paciente caso haja risco urgente para a vida, ou de suprimir os medicamentos e até mesmo a hidratação e a alimentação. Fala-se, assim, de eutanásia ativa e passiva (ou omissiva).


A razão

A eutanásia realmente preserva a dignidade da pessoa? Seu objetivo declarado é duplo: evitar o sofrimento e a possível diminuição da dignidade da pessoa. Entretanto, para combater o sofrimento existem excelentes medicamentos; já a questão da dignidade da pessoa é mais complexa: haverá mesmo algo que diminua a dignidade de uma pessoa? Morrer de velhice é mais digno que morrer de câncer?

A dignidade humana é inerente à pessoa, em qualquer situação, em qualquer idade, em qualquer estado de saúde ou de desenvolvimento sócio-econômico. É um mito a ideia de que seja preciso criar situações para preservá-la, já que nada a elimina, nem mesmo o pior dos algozes. Ao contrário: é obrigação moral de todos respeitá-la. Esse mito vem da ideia de que ser dependente dos outros, principalmente em casos extremos de dependência, não seria "digno do ser humano", que, na sociedade pós-moderna, é visto como aquele que tem uma característica fundamental e suprema: a autonomia, a independência. Qualquer coisa que diminua ou elimine a autonomia é hoje considerado como um ataque contra o status do ser humano, levando-o inclusive a perder o título de "pessoa": seria o caso da criança, do embrião, do ancião ou do doente mental que depende dos outros.

O que deve ser assegurado de todas as maneiras é que a pessoa receba todos os cuidados a que tem direito, incluindo os paliativos, e que transcorra a etapa final da vida nas condições mais serenas possíveis. A questão, assim, é “ajudar a morrer bem”, o que não significa "decidir quando", mas "como": isto é, no melhor ambiente e com o melhor atendimento e companhia. A eutanásia é apenas um atalho para não se abordar o problema dos direitos reais do moribundo.

De que tipo de cultura nasce a ideia de escolher quando morrer? O slogan "Eu decido quando e onde morrer" é um exagero com propósitos polêmicos. Pouquíssima gente ficará paralisada sem poder expressar a própria opinião e precisando de alguém que lhe escolha o tratamento médico adequado. Esse slogan nasce também de uma cultura de autonomia extrema, na qual o meu valor reside na minha capacidade de me autogerir: é claro que isto é bom, mas não diminui o valor da pessoa que precisa ser cuidada até nas necessidades mais simples. Suspender o tratamento é válido apenas se o tratamento é insuportável ​​ou não é eficaz.

O sentimento


Não se pode supor que qualquer um vá decidir antecipadamente o que escolher quando estiver doente. Mas há um aspecto social que precisa ser levado em conta: o cuidado das pessoas gravemente doentes deve ser uma exigência legal das autoridades locais e do Estado, que devem facilitar a situação das famílias e dos indivíduos. Hipocrisia é falar contra a eutanásia fingindo-se que a pessoa deprimida ou idosa não é abandonada pela sociedade. Ao mesmo tempo, é muito fácil para o Estado simplesmente permitir a eutanásia em vez de dar o melhor das suas possibilidades para ajudar os doentes.
____________________________________
Fonte: Zenit

Terra quadrada – a mentira que desce redondo


Era o século XVIII. Alguns iluministas vadios estavam reunidos em uma taberna, bebendo e falando asneiras. Entre uma piada infame e outra, de repente, um gaiato solta essa: “Aí, quer saber? Os padres são tão estúpidos que, na Idade Média, pregavam que a terra era plana!”. Explosão de risos… Pronto! Nascia aí uma das mais famosas calúnias anticatólicas.

A cena acima fica por conta da minha imaginação. Mas não deve ter sido nada muito diferente disso. O fato é que a historinha vil sobre a negação da esfericidade da Terra foi inventada por intelectuais iluministas, que (a exemplo de Voltaire) estavam sempre prontos a ridicularizar a Igreja.

Saca a lenda da cenoura do Mário Gomes? Então… foi mais ou menos assim que aconteceu. O boato da crença católica na Terra plana foi tão bem espalhado que, com o tempo, se tornou “verdade”. Foi ganhando informalmente as ruas, virou conto, depois peça de teatro… E a corja viu que o embuste tava fazendo tanto sucesso, que valia muito a pena divulgá-lo por meios mais “sérios”, como livros, jornais e universidades. Mas acho que nem esses canalhas poderiam imaginar o tanto que o mito duraria, e nem o tamanho do estrago que ele faria no Corpo da Igreja.



Passaram-se três séculos após a criação do mito, e tá lá a Tia Cocota ensinando para as criancinhas que a Igreja sempre foi inimiga da Ciência e fazia carvão de qualquer um que dissesse que a Terra era esférica. Moral da história: “só pessoas burras, ingênuas ou fanáticas podem levar a sério o que a Igreja Católica diz”. Aí você entende aquelas centenas de jovens entrando e saindo das catequeses ano após ano, com um certificado de “crismado” debaixo do sovaco, mas com os corações e mentes fechados para Cristo.
Por isso, conforme o Senhor nos solicitar por meio das circunstâncias da vida, precisamos estar prontos para esclarecer as pessoas sobre os FATOS. Esse nhe-nhe-nhém de Terra chata já deu!

O CAÔ

Com algumas variações, a cantilena dos nossos detratores é essa aqui:

“Na Idade Média, a Igreja ensinava que a Terra era um disco plano (ou pior: que era quadrada!), baseando-se na sua interpretação da Bíblia. Os cientistas que ousavam dizer que ela era esférica eram tostados na fogueira.

“Por isso, os navegadores europeus acreditavam que, se chegassem até a linha do horizonte, seus navios cairiam em um grande abismo. A viagem de Colombo, em 1492, destruiu finalmente essa crendice”. Aff…

A VERDADE

Em 1473, quase 20 anos antes da citada viagem de Colombo, foi publicado o Tractatus de Sphaera Mundi (sphaera = esfera), um manual de astronomia e geografia com o maior número de edições até hoje. Era muito utilizado pelos portugueses durante a era das grandes navegações. Repararam bem no nome da obra? Já diz tudo sobre o que os navegadores medievais pensavam sobre o formato da Terra.

Escultura medieval de Carlos Magno,
acervo do Museu de Louvre - Paris
O livro Sphaeraé, portanto, uma fortíssima evidência de que a esfericidade do globo terrestre era um fato bem reconhecido na época. Detalhe: o autor foi John Holywood (Sacrobosco), monge inglês – sim, mongeeeeeee! – e Professor de Astronomia na Universidade de Paris – sim, aquela fundada e mantida pela Igreja.

Aliás, os escolásticos (professores universitários medievais, grande parte deles sacerdotes) eram grandes conhecedores de Aristóteles e o tinham como uma de suas principais referências. E adivinhem que formato esse célebre grego achava que a Terra tinha? Esférico!

Claro, sempre tem uma ou outra anta falando antices. Existiram sim alguns poucos autores medievais que afirmavam que a Terra era chata; porém, eles foram exceção, e geralmente eram desconsiderados pelos pensadores influentes da época. Por outro lado, os intelectuais católicos da Idade Média de maior relevância afirmavam a esfericidade da Terra. A seguir, dois grandes exemplos:

·                     São Tomás de Aquino, o maior filósofo da Idade Média, afirma a esfericidade da Terra da Suma Teológica (10);

·                     Dante Alighieri, talvez o maior poeta da Idade Média, cita o termo “globo” para se referir à Terra na Divina Comédia – Paraíso (8).

E, para quem acha que uma imagem vale mais do que mil palavras, vale dar uma olhadinha na foto acima. Trata-se de uma escultura Carlos Magno, o Grande, feita por volta do ano 900 – ou seja, mais de 500 anos antes da tal viagem de Colombo. É… ele está segurando um globo nas mãos. Não, não devia estar indo jogar boliche e nem tampouco tomando água de côco; aquilo é mesmo a esfera da Terra, representando o seu grande poder imperial. Pra quem não leu o nosso post sobre Carlos Magno, é bom ressaltar: o homi é uma das personalidades católicas mais importantes de todos os tempos!

Imagem de Nossa Senhora da Grade,
padroeira de Lille (França), do século XI
Porém, a prova mais emblemática de que fomos desavergonhadamente caluniados ao longo desses séculos é dada por uma Criança: pela Europa inteira há numerosas esculturas medievais que mostram o Menino Jesus, sentado no colo de Sua Mãe, segurando uma esfera. Vai dizer que é a bolinha de brinquedo que Papai Noel deu pra Ele?
______________________________________ 
Livro indicado: RUSSEL, Jefrey Burton. Inventando a Terra Plana. São Paulo: Editora Unisa, 1999. Russel é historiador e pesquisador da Universidade da Califórnia.

*****

Se você não conhece a história da cenoura do Mário Gomes, não me peça para contar. Isso aqui é um blog de família. Vá procurar no Google!



__________________________________

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Papa explica a perspectiva cristã da morte

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 27 de Novembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs,

Bom dia e parabéns porque vocês são corajosos com este frio na praça. Parabéns!

Quero concluir as catequeses sobre “Credo”, desenvolvidas durante o Ano da Fé, que se concluiu domingo passado. Nesta catequese e na próxima, gostaria de considerar o tema da ressurreição da carne, capturando dois aspectos como os apresenta o Catecismo da Igreja Católica, isso é, o nosso morrer e o nosso ressurgir em Jesus Cristo. Hoje, concentro-me no primeiro aspecto, “morrer em Cristo”.

1.    Entre nós, comumente, há um modo errado de olhar para a morte. A morte diz respeito a todos, e nos interroga de modo profundo, especialmente quando nos toca de modo próximo, ou quando atinge os pequenos, os indefesos de maneira que nos resulta “escandalosa”.  A mim sempre veio a pergunta: por que sofrem as crianças? Por que morrem as crianças? Se entendida como o fim de tudo, a morte assusta, aterroriza, transforma-se em ameaça que infringe todo sonho, toda perspectiva, que rompe toda relação e interrompe todo caminho. Isso acontece quando consideramos a nossa vida como um tempo fechado entre dois pólos: o nascimento e a morte; quando não acreditamos em um horizonte que vai além daquele da vida presente; quando se vive como se Deus não existisse. Esta concepção da morte é típica do pensamento ateu, que interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo e um caminhar para o nada. Mas existe também um ateísmo prático, que é um viver somente para os próprios interesses e viver somente para as coisas terrenas. Se nos deixamos levar por esta visão errada da morte, não temos outra escolha se não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la, para que não nos cause medo.


2.    Mas a essa falsa solução se rebela o “coração” do homem, o desejo que todos nós temos de infinito, a nostalgia que todos temos do eterno. E então qual é o sentido cristão da morte? Se olhamos para os momentos mais dolorosos da nossa vida, quando perdemos uma pessoa querida – os pais, um irmão, uma irmã, um cônjuge, um filho, um amigo – nos damos conta de que, mesmo no drama da perda, mesmo dilacerados pela separação, sai do coração a convicção de que não pode estar tudo acabado, que o bem dado e recebido não foi inútil. Há um instinto poderoso dentro de nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte.

Esta sede de vida encontrou a sua resposta real e confiável na ressurreição de Jesus Cristo. A ressurreição de Jesus não dá somente a certeza da vida além da morte, mas ilumina também o próprio mistério da morte de cada um de nós. Se vivemos unidos a Jesus, fiéis a Ele, seremos capazes de enfrentar com sabedoria e serenidade mesmo a passagem da morte. A Igreja, de fato, prega: “Se nos entristece a certeza de dever morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. Uma bela oração esta da Igreja! Uma pessoa tende a morrer como viveu. Se a minha vida foi um caminho com o Senhor, um caminho de confiança na sua imensa misericórdia, estarei preparado para aceitar o último momento da minha existência terrena como o definitivo abandono confiante em suas mãos acolhedoras, à espera de contemplar face-a-face o seu rosto. Essa é a coisa mais bela que pode nos acontecer: contemplar face-a-face aquele rosto maravilhoso do Senhor, vê-Lo como Ele é, belo, cheio de luz, cheio de amor, cheio de ternura. Nós caminhamos para este ponto: ver o Senhor.

3.    Neste horizonte se compreende o convite de Jesus a estar sempre prontos, vigilantes, sabendo que a vida neste mundo nos foi dada também para preparar a outra vida, aquela com o Pai Celeste. E para isto há um caminho seguro: preparar-se bem para a morte, estando próximo a Jesus. Esta é a segurança: o meu preparo para a morte estando próximo a Jesus. E como se fica próximo a Jesus? Com a oração, nos Sacramentos e também na prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e necessitados. Ele mesmo identificou-se com eles, na famosa parábola do juízo final, quando disse: “Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes, enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim…Tudo aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25, 35-36. 40). Portanto, um caminho seguro é recuperar o sentido da caridade cristã e da partilha fraterna, cuidar das feridas corporais e espirituais do nosso próximo. A solidariedade no partilhar a dor e infundir esperança é premissa e condição para receber por herança aquele Reino preparado para nós. Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Pensem bem nisto: quem pratica a misericórdia não teme a morte! Vocês estão de acordo? Digamos juntos para não esquecê-lo? Quem pratica a misericórdia não teme a morte. E por que não teme a morte? Porque a olha em face das feridas dos irmãos e a supera com o amor de Jesus Cristo.

Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos mais pequeninos, então também a nossa morte se tornará uma porta que nos introduzirá no céu, na pátria bem aventurada, para a qual estamos caminhando, desejando habitar para sempre com o nosso Pai, Deus, com Jesus, com Nossa Senhora e com os santos.
_____________________________________________
Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Quem critica a dança na Missa é intolerante, obscuro e hipócrita, diz leitora


Ao ler o nosso post de ontem, uma menina chamada Débora ficou irritadinha e, além de ter chiado muito no Facebook, fez aqui no blog o seguinte comentário:

“Profanador é aquele que leva a intolerância, a arrogância e obscuridade ao seio de uma Igreja fundamentada no amor e na caridade. Não esqueçamos do que Jesus fez: acolheu a todos, prostitutas, pescadores, cobradores de impostos. Aqueles que se julgavam donos da verdade e servos fiéis de Deus Ele os chamou de hipócritas. Pensemos nisso. “A dança arte da dança é utilizada pela humanidade para se expressar desde sua origem. Assim profano não é dançar durante a missa, desde que a dança seja de oblação e os movimentos transmitam santidade.” (Débora, leitora de oposição)

Jesus acolheu a todos? É verdade… Acolheu os vendilhões do templo com chicotadas no lombo! Imagina o que Ele faria com os dançarinos di Zizuiz!

Agora me explica, Débora: o que seria uma dança de oblação? O que seriam movimentos que transmitem santidade? Qual é o critério para definir isso? O da cabeça de cada um, é claro! Um padre acha que é bonito celebrar missas com bailes gaúchos, outro permite o funk do espeto (espeto aludindo a pênis, mesmo), outro incentiva passinhos de capoeira e trejeitos de pomba gira, outro aprova o hip-hop…

Nota da CNBB sobre Povos Indígenas e Agricultores


Bem aventurados os mansos porque possuirão a terra (Mt 5, 5).

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil- CNBB, reunido em Brasília, se une à angústia dos povos indígenas e agricultores diante da inércia do governo federal e dos respectivos governos estaduais em solucionar verdadeira e definitivamente os crescentes conflitos fundiários que envolvem estes nossos irmãos.

Entendemos que a solução para esta situação passa necessariamente pelo reconhecimento do direito histórico e constitucional dos povos indígenas sobre suas terras tradicionais, bem como, pelo reconhecimento dos títulos de terra denominados de boa fé.

Os entes federados, responsáveis pela emissão de títulos de propriedade sobre terras da União, devem assumir a responsabilidade pelo erro político-administrativo que cometeram e indenizar os agricultores que adquiriram de boa fé e pagaram pela terra onde vivem com suas famílias e formaram comunidades. Além disso, o Estado deve indenizar os agricultores pelas benfeitorias construídas sobre as terras e, aquelas famílias que desejarem ser reassentadas, precisam ter esse direito devidamente respeitado, como estabelece o decreto 1775/96, preferencialmente na mesma região.


Não é aceitável a posição assumida pelo governo federal e pelos distintos governos estaduais neste processo. Impedir e protelar a solução desses problemas potencializa a insegurança, as angústias e os riscos de conflitos entre indígenas e agricultores, ambos vítimas de um modelo equivocado de ocupação do território brasileiro.

A Igreja e seus ministros têm compromisso de evangelização e de pastoral com indígenas e agricultores. Neste compromisso, se colocam a serviço da vida plena. (DGAE 106).

O momento é crítico e exige urgente e efetiva ação por parte do governo brasileiro em defesa da vida, da justiça e da paz entre indígenas e agricultores no país.

Que Nossa Senhora, a mãe de todos os povos, olhe por seus filhos nesse momento de dor e preocupações.

Brasília, 27 de novembro de 2013
P – C – 0743/13


                                  Cardeal Raymundo Damasceno Assis                           Dom José Belisário da Silva
                                         Arcebispo de Aparecida (SP)                                        Arcebispo de São Luís (MA)
                                                Presidente da CNBB                                                 Vice Presidente da CNBB



Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília (DF)
Secretário Geral da CNBB

Papa: Sacerdócio reservado aos homens "não se põe em discussão".


Em sua primeira exortação apostólica intitulada "Evangelii Gaudium" (O Gozo do Evangelho), o Papa Francisco ressalta que "o sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão".

No numeral 104 do capítulo 2, o Santo Padre afirma que "as reivindicações dos legítimos direitos das mulheres, a partir da firme convicção de que homens e mulheres têm a mesma dignidade, colocam à Igreja questões profundas que a desafiam e não se podem iludir superficialmente".

Seguidamente estabelece que "o sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão, mas pode tornar-se particularmente controversa se se identifica demasiado a potestade sacramental com o poder".


"Não se esqueça que, quando falamos da potestade sacerdotal, ‘estamos na esfera da função e não na da dignidade e da santidade’. O sacerdócio ministerial é um dos meios que Jesus utiliza ao serviço do seu povo, mas a grande dignidade vem do Batismo, que é acessível a todos. A configuração do sacerdote com Cristo Cabeça – isto é, como fonte principal da graça – não comporta uma exaltação que o coloque por cima dos demais".

Na Igreja, explica logo o Papa, "as funções ‘não dão justificação à superioridade de uns sobre os outros’. Com efeito, uma mulher, Maria, é mais importante do que os Bispos. Mesmo quando a função do sacerdócio ministerial é considerada ‘hierárquica’, há que ter bem presente que ‘se ordena integralmente à santidade dos membros do corpo místico de Cristo’".

Francisco assegura deste modo que "a sua pedra de fecho e o seu fulcro não são o poder entendido como domínio, mas a potestade de administrar o sacramento da Eucaristia; daqui deriva a sua autoridade, que é sempre um serviço ao povo".

Aqui, prossegue a reflexão, "está um grande desafio para os Pastores e para os teólogos, que poderiam ajudar a reconhecer melhor o que isto implica no que se refere ao possível lugar das mulheres onde se tomam decisões importantes, nos diferentes âmbitos da Igreja".

Logo depois de meditar sobre a urgência de uma adequada pastoral juvenil, especialmente quando em muitos lugares há uma escassez das vocações, o Papa recorda que é importante selecionar bem os candidatos ao sacerdócio.


"Não se podem encher os seminários com qualquer tipo de motivações, e menos ainda se estas estão relacionadas com insegurança afetiva, busca de formas de poder, glória humana ou bem-estar econômico", precisa.
______________________________________

Sínodo: "Visão da Igreja sobre o casamento não vai mudar", diz bispo de Beja


O bispo de Beja considera que o documento e inquérito preparatórios para o Sínodo extraordinário de 2014 sobre a família procuram respostas "com frontalidade, sem subterfúgios", o que "não" significa que a Igreja vá "mudar a doutrina". "[No inquérito] Há perguntas sobre atitudes expressamente contrárias à doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento e a família. O Sínodo quer saber a sensibilidade dos católicos a esse respeito, com frontalidade, sem subterfúgios. Isso não significa que tenciona mudar a doutrina da Igreja, que assenta na revelação bíblica e na antropologia judaico-cristã", assinala D. António Vitalino, na sua nota semanal enviada à Agência ECCLESIA.


O prelado interpela, "pelo menos os diocesanos de Beja", a responderem às questões, "sem preconceitos ou temor, fazendo-se intérpretes da real situação e sensibilidade das famílias": "Se possível até dia 15 de dezembro", e que quem não tiver acesso à internet "pode dirigir-se aos párocos e movimentos católicos" para pedir "o elenco das perguntas". "Só assim a Igreja poderá encontrar respostas a problemas reais e desenvolver práticas pastorais que ajudem verdadeiramente as famílias, cujo bem nos deve preocupar sempre", prosseguiu. Na nota D. António Vitalino assinala também que "sempre foi costume" anteceder os sínodos com "muitas questões" sobre o tema escolhido mas desta vez, "por vontade expressa do Papa Francisco", o questionário sobre a família "deve ser respondido não apenas por membros do clero, mas também pelos leigos".


Segundo o bispo de Beja, a comunicação social tem "posto na praça pública" muitas questões sobre o "pensamento da Igreja católica acerca da família", primeiro com o documento de preparação da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos e depois com Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa - A propósito da ideologia do género. A "visão da Igreja sobre o casamento não vai mudar", explica D. António Vitalino que destaca "tantos casais e famílias que conseguem crescer na comunhão e amor do casamento entre homem e mulher". "Pode haver alguma alteração na atitude da Igreja para com aqueles que não conseguem realizar e viver na perfeição este ideal de vida cristã", acrescentou. CB/OC
__________________________________
Disponível em: Central Católica

Ateísmo começa a ser ensinado como disciplina curricular em escolas públicas


Os alunos do ensino primário na Irlanda, pela primeira vez, irão aprender os princípios básicos do ateísmo como parte do currículo.

Segundo a revista Time, seriam cerca de 16 mil alunos a ouvir sobre os sistemas de crenças seculares ainda este ano. O novo currículo, que falará sobre humanismo e agnosticismo, é um projeto da ONG ateísta Educar Juntos. Fundada a 5 anos, seu site afirma que são um grupo dedicada a “promover o ateísmo, a razão, a ética e um Estado laico”.

As primeiras versões do material contemplam o ensino de crianças dos 4 até os 13 anos. São dez lições, uma por aula, entre 30 e 40 minutos de duração. Além disso, haverá aplicativos para smartphones e atividades interativas no seu site.

Na Irlanda, 90% dos alunos estudam em escolas pertencestes à Igreja Católica. 


Para o co-fundador da Atheist Ireland, Michael Nugent, o fim deste monopólio religioso na educação é necessário. “Se os pais dessas crianças em idade escolar e sob o controle da igreja desejarem, poderão usar o nosso curso como uma alternativa para os seus filhos”.

O grupo lançou uma campanha online para arrecadar os 50 mil euros que acreditam serem necessários para fornecer o material para as escolas e dar treinamento aos professores. Por enquanto, menos da metade do alvo foi alcançado, mas segundo a ONG o dinheiro está vindo de diferentes partes do mundo, o que indica um crescente interesse pelo projeto que poderá se estender a todas as nações interessadas.

Embora em muitos países seja proibido o ensino religioso nas escolas públicas, esta é a primeira vez que ocorrem aulas sobre ateísmo de maneira programática. Contudo, é crescente o número de instituições de ensino superior na Europa e nos EUA que oferecem aulas sobre o pensamento ateísta.
___________________________________________ 
Fonte:Catolicidade

Disponível em: Central Católica