sábado, 29 de junho de 2013

"Haverá uma grande reforma na Cúria. Francisco quer o Vaticano como um lugar onde as pessoas levem à sério o serviço a Cristo e aos outros"


O Cardeal-arcebispo de Sydney, George Pell, um dos oitos Cardeais nomeados como Conselheiro do Papa Francisco, prevê uma “mega reorganização da Cúria Romana” e espera que se encontrem métodos mais eficazes para a seleção de seus membros. Falando ao Vatican Insider, o Cardeal afirmou que “o Papa que temos agora é diferente e está realizando muitas coisas”.

O Cardeal considerou o encontro do Papa Francisco com os motociclistas das Harley Davidson como “emblemático”. “O Papa se sentiu completamente à vontade com eles e os abençoou – observou Pell. É um Papa que compreende a importância dos símbolos. Ele escolheu Francisco como nome. São Francisco de Assis caracterizou-se por muitas coisas, entre as quais um ditado atribuído a ele, em que, dirigindo-se a seus irmãos, disse: ‘Preguem o Evangelho com ações e se necessário, usem as palavras’. Acredito que o Santo Padre entenda muito bem tudo isto e por esta razão o seu estilo de ensino é bastante diferente daquele de Bento XVI. Alguém disse que Bento era um bom professor para os intelectuais, bispos e padres, mas Francisco é muito mais imediato e direto, e fala às pessoas comuns", afirmou.


Sobre a decisão de Papa Francisco em permanecer na Casa Santa Marta, o Cardeal Pell afirmou que ele gosta de companhia e arriscou um palpite: “é a escolha de um homem que não quer ser controlado. E eu sou a favor dos Papas que agem como Papas”
Ao analisar os primeiros cem dias de pontificado, o Cardeal-arcebispo de Sydney mostrou alguma preocupação em relação à saúde de Francisco, especialmente devido ao seu ritmo de trabalho: “Penso que ele deveria cuidar de sua saúde. Não é mais jovem e está trabalhando sem descanso. Obviamente, que é muito forte, mas penso que todos estejam interessados de que ele não exagere, ou melhor, que trabalhe duramente mas de uma forma correlata às suas forças. Francisco está trabalhando num ritmo extraordinário”.
O Papa decidiu passar suas férias de verão no Vaticano. O Cardeal Pell afirmou que gostaria muito que Francisco fosse a Castel Gandolfo, mas “ele é um jesuíta do velho estilo, fez um juramento de pobreza e o está levando muito a sério”. Além disto, o purpurado também atribuiu a não ida de Francisco a Castel Gandolfo, à ida de Bento XVI, que poderá passar uma temporada na Casa de verão dos Papas.

Perguntado se o estilo de vida simples de Francisco faria com que tantos bispos e sacerdotes repensassem seu estilo de vida à luz deste modelo, o Cardeal-arcebispo de Sydney afirmou não ter dúvida quanto a isto: “o estilo de seu pontificado, seus ensinamentos e seu modo de viver, afetam a vida de toda a Igreja. Certamente, o Papa Bergoglio não quer que o Vaticano seja visto como uma corte renascentista ou do século XVIII, mas sim como um lugar onde as pessoas levam a sério o serviço a Cristo e aos outros".

O Cardeal Pell é um dos oito cardeais escolhidos como conselheiro do Papa. Na sua opinião, ao invés de partir de uma grande reorganização da Cúria – que será realizada em grande parte -, deve-se “concentrar em alguns problemas concretos. Por exemplo, deveríamos nos perguntar se o Vaticano tem um número suficiente de transcritores e sobre o número de pessoas com doutorado que passam o tempo transcrevendo. Este é apenas um pequeno exemplo dos problemas práticos que existem hoje.”.


O Cardeal Pell também observou que é necessário melhorar “a disciplina e o aspecto motivacional”. “Eu acho que Francisco fez grandes progressos no que tange ao IOR, mas poder-se-ia fazer muito mais. Para ser mais específico, eu acho que se deveriam realizar inspeções externas a cada ano, como é feito em qualquer lugar no mundo anglo-saxão. Além disso, nas realidades vaticanas que lidam com a comunicação, existe uma falta de coordenação e se gasta muito em determinadas agências. Estes são alguns aspectos práticos que precisamos resolver". (JE)

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Fonte: News.VA

Voz da Cidadania


As manifestações populares pelas ruas do Brasil resgataram definitivamente, e de modo espetacular, a voz da cidadania. Numa sociedade democrática, a expressão cidadã é aquela que nunca pode perder o comando. Momento histórico, este resgate está se desdobrando num processo de reavaliação da dinâmica representativa da vontade do povo para a dinâmica participativa. São exemplos incontestáveis: a queda da PEC 37 e a aprovação do projeto que transforma a corrupção em crime hediondo. A voz da cidadania apontou o rumo e a representação do povo operou na direção indicada.

Lamenta-se pesarosamente que este processo de recuperação da cidadania tenha que incluir, embora sem obscurecer o sentido pacífico das manifestações, os atos reprováveis e merecedores de adequada correção disciplinar, pois ferem pessoas, causam mortes e danificam o patrimônio público, comprometendo o bem comum. Trata-se, certamente, da expressão de um ódio provocado por tantas razões - uma delas pode ser exatamente a ausência da justiça. Mas o caminho mais indicado ainda é o amor que unicamente tem a prerrogativa de plenificar o coração humano. A justiça e o amor podem transformar a sociedade num lugar habitável, com dignidade e igualdade de condições para todos os cidadãos. Assim, também, os vandalismos provocados pela corrupção e pelas morosidades das estruturas e funcionamentos na sociedade, que impõem aos cidadãos insuportáveis sacrifícios, devem sofrer as devidas correções.


Neste resgate da voz da cidadania no Brasil, numa pauta que aponta a urgência de mudanças profundas, há de se considerar o lugar histórico e determinante dos jovens. Ao deixar no passado a tímida participação política, a juventude abre novo ciclo, tornando-se protagonista dessa nova etapa da história. Não se pode mais governar em qualquer instituição ou instância, menos ainda representar o povo, sem permanente diálogo. Este processo deve privilegiar os jovens que arrastaram seus pais, familiares e até as crianças para exigir urgência nas mudanças.

Essa transformação social e política inclui cada cidadão e todas as instituições da sociedade, inclusive aquelas de caráter religioso, cultural e artístico. Contudo, particularmente, as manifestações estão exigindo radical mudança no modo como se faz política na sociedade brasileira, especialmente a partidária. Tudo o que envolve o Estado está interpelando mudanças e novas respostas - urgentes e pela inteligência do diálogo. Ora, o dever central da política é promover e garantir a justa ordem da sociedade e do Estado. Caso contrário, como comentou Santo Agostinho, na sua obra Cidade de Deus, o Estado reduzir-se-ia a uma grande banda de ladrões. De fato, a corrupção é o mal maior que precisa ser banido, permitindo, assim, que se criem condições de funcionamento para uma sociedade justa. A voz da cidadania está, entre outros assuntos urgentes, exigindo recomposições significativas no exercício da autoridade política.


Por isso, a urgência da reforma política, como cirurgia no sistema vigente viciado e prejudicial ao bom andamento da sociedade. A voz da cidadania está acelerando a resposta a esta exigência. Trata-se de uma reforma que já poderia estar em curso, ou mesmo concluída. Justiça seja feita à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), junto a outras instituições sérias do País, pelas muitas vezes em que se tentou emplacar a reforma. Os bloqueios e resistências foram sempre volumosos da parte de quem deveria facilitar. É hora de fazer valer que o sujeito da autoridade política é o povo considerado na sua totalidade como detentor da soberania.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte

Urgência da reforma política


Do clamor das ruas, emerge com nitidez uma providência, que precisa ser assumida de imediato. Trata-se de efetivar a tão esperada reforma política, que reaproxime Estado e Sociedade, e que possibilite mecanismos de participação popular, para que as demandas do povo possam ter o seu encaminhamento normatizado, de modo claro e prático.

Se a reforma não viabilizar o exercício da democracia direta, o impasse se reproduzirá. O recado mais direto das manifestações populares é a salutar vontade do povo, de participar das decisões que dizem respeito aos interesses de toda a população, sem privilégios e sem exclusões.


O cerne da reforma política a ser efetivada com urgência, e com a força decorrente das demonstrações populares, precisa ter como foco central viabilizar o exercício da democracia direta.

Este exercício é duplamente viável. Em primeiro lugar, porque existem hoje os meios técnicos da aferir a vontade do povo, possibilitando que os cidadãos manifestem suas demandas.

Em segundo lugar, porque o povo expressou sua consciência política  e sua vontade de participar das responsabilidades públicas em vista do bem comum de toda a sociedade.

Portanto, o passo qualitativo a ser dado deve ser o aprimoramento da democracia participativa, para não reincidir nas desgastadas fórmulas da democracia representativa.

E no que se refere à legislação eleitoral, o ponto central é o financiamento das campanhas, que precisa ser bem regulamentado, sobretudo para que o poder econômico não seja o fator determinante dos resultados eleitorais.

A reforma política tem a finalidade de reaproximar o poder político do nascedouro de onde ele procede, que é a cidadania. A Constituição afirma muito claramente que “todo poder emana do povo, e em seu nome é exercido”.  A Sociedade, que delega o poder ao Estado, não pode simplesmente achar que o Estado vai sempre exercer este poder dentro das finalidades que lhe foram atribuídas. Ela precisa sempre sustentar as estruturas, e as motivações, para que o poder seja exercido de acordo com as finalidades que devem regê-lo.

Uma reforma política, portanto, se apresenta claramente com a finalidade de  atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador a participação popular. Trata-se de reaproximar o poder e colocá-lo ao alcance da influência viável e eficaz da cidadania. Em outras palavras, trata-se de tomar providências e medidas práticas, para redemocratizar as relações entre Estado e Sociedade, possibilitando a consecução das finalidades inscritas na Constituição, atendendo ao anseio de aperfeiçoamento e consolidação da democracia, que favoreça  o bem comum de toda a população brasileira.

Será um bom teste de maturidade política chegarmos à aprovação das propostas concretas capazes de traduzir na prática estes princípios.

Para a hipótese de que seja escolhido o caminho do plebiscito, já fará parte do processo democrático a elaboração das questões, claras e objetivas, a serem submetidas à decisão do povo. Seja como for, é preciso traduzir os anseios do povo em medidas concretas, a serem decididas e assumidas responsavelmente por todos.



Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Os crimes contra a Igreja Católica


Dentre os primeiros santos canonizados pelo Papa Francisco no dia 12 de maio de 2013, estavam 800 italianos, assassinados por ódio à fé no dia 13 de agosto de 1480, na cidade de Otranto, por otomanos turcos, que invadiram a região e os obrigaram a escolher entre morrer ou abraçar a religião muçulmana.

Matar em nome de Deus” é o absurdo a que podem chegar as religiões. Alicerçadas na “certeza” de possuírem a verdade, julgam-se no direito e no dever de eliminar a quem ousa divergir. Antigamente, talvez fosse possível que o fizessem de reta intenção, se o próprio Jesus chegou a dizer: «Chegará o dia em que, quem vos matar, julgará estar prestando culto a Deus. Mas, quem assim age, o faz porque não conhece o Pai nem a mim» (Jo 16,2-3).  “Antigamente”, porque continuar a fazê-lo hoje é um atestado de ignorância que se dá à humanidade. Infelizmente, é o que acontece em vários países, dominados por religiões arcaicas ou por ideologias radicais.


Durante vários séculos, a própria Igreja Católica pagou tributo a esse pecado. A Inquisição, as Cruzadas, a Noite de São Bartolomeu (1572), a Guerra dos 30 Anos (1618/1648) e inúmeros outros fatos alertam para as nefastas consequências trazidas pelo conchavo entre a religião e o poder político e econômico. Contudo, ao mesmo tempo, é preciso precaver-se contra as meias verdades propaladas por pessoas cujo intento é denegrir a Igreja. Foi o que reconheceram, em relação à Inquisição, os próprios autores da “Enciclopédia” (1751/1772), a obra filosófica que preparou a Revolução Francesa: «Sem dúvida, imputaram-se a um tribunal, tão justamente detestado, excessos de horrores que nem sempre ele cometeu. Não é correto erguer-se contra a Inquisição por fatos duvidosos e, pior ainda, buscar na mentira meios para torná-la odiosa».

Escrevi acima que antigamente, talvez, tudo isso fosse perdoável, porque os tempos eram outros. Graças a Deus, a partir sobretudo do Concílio Vaticano II (1962/1965), a Igreja Católica mudou sua relação com o mundo. Mas parece que o seu lugar e o seu jeito de agir foram ocupados por seus críticos. É o que provam as perseguições que ela vem sofrendo nestes últimos cem anos.

Na Rússia, em 1914, os católicos eram 5.000.000, assistidos por 27 bispos e 2194 sacerdotes. Em 1917, logo após a tomada do poder pelos comunistas, eles diminuíram para 2.500.000, os bispos para 14 e os padres para 1350. Em 1941, das 600 igrejas que funcionavam em 1917, apenas duas continuavam abertas. Havia somente um bispo (porque estrangeiro) e 20 padres. Em apenas dois anos (de 1937 a 1939), foram fuzilados 150 sacerdotes.

O México, apesar de contar com uma população predominantemente católica, foi palco de uma violenta ação antirreligiosa desencadeada pelo governo hostil à Igreja. Os conflitos iniciaram com a promulgação da Constituição de 1917 e alcançaram seu ápice na “Guerra Cristera” (1926/1929). As hostilidades custaram a vida de quase 90.000 pessoas, de ambos os lados. Uma multidão de católicos – dentre eles, mais de 50 padres – foram assassinados por seu apego à fé.

Em sua obra “Para entender a Inquisição”, Felipe Aquino cita a Espanha como outro país em que a Igreja pagou caro por sua fidelidade ao Evangelho: «Na Guerra Civil Espanhola (1936/1939), as grandes vítimas foram os católicos. O ódio à Igreja e aos fiéis cresceu tanto, que morreram assassinados 12 bispos, 4000 sacerdotes e 2300 religiosos, além de milhares de leigos. Só na cidade de Madri foram mortos 334 padres diocesanos; muitos foram queimados ou enterrados vivos».


Há 1700 anos – em fevereiro de 313 –, através do “Edito de Milão”, o imperador Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de culto. Contudo, a perseguição sempre os acompanhou. Em dois mil anos de história, milhões deles foram – e continuam sendo – marginalizados e massacrados. 75% das vítimas atuais do ódio antirreligioso no mundo são católicos, evangélicos e ortodoxos. O “É proibido ser cristão” dos romanos vigora ainda hoje não apenas em alguns países comunistas e muçulmanos, mas, sobretudo, em ambientes sociais que passam por evoluídos, onde a fidelidade ao Evangelho se paga com a perda da reputação, do emprego e, não poucas vezes, da vida. Não foi por nada que Jesus advertiu: «O Reino dos céus sofre violência, e só os corajosos o conquistam!» (Mt 11,12).


Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Óbolo de São Pedro


Todos os anos, por ocasião da Solenidade de São Pedro e de São Paulo, a Igreja Católica em todo o mundo comemora o Dia do Papa e, como um presente ao Sumo Pontífice, se une ao Santo Padre na tradicional coleta do óbolo de São Pedro. Neste ano as coletas serão realizadas nos dias 29 e 30 de junho, pois a solenidade dessas “colunas da Igreja” é transferida, no Brasil, para o final de semana. Ainda mais para nós que receberemos o Santo Padre no próximo mês, viver e celebrar o dia do Papa se reveste de uma alegria muito especial.

O “Óbolo de São Pedro” é a expressão mais emblemática da participação de todos os fiéis nas iniciativas de caridade do Bispo de Roma a bem da Igreja universal. “Trata-se de um gesto que se reveste de valor não apenas prático, mas também profundamente simbólico enquanto sinal de comunhão com o Papa e de atenção às necessidades dos irmãos; por isso, o vosso serviço possui um valor retintamente eclesial" (Discurso aos Sócios do Círculo de São Pedro, 25 de Fevereiro de 2006).

A Igreja Católica nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto atividade organizada dos crentes, como, aliás, nunca haverá uma situação onde não seja necessária a caridade de cada um dos indivíduos cristãos, porque o homem, além da justiça, tem e terá sempre necessidade de amor.  Trata-se de uma ajuda que é sempre animada pelo amor que vem de Deus. O programa do cristão – o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus – “é um coração que vê”. Este coração vê onde há necessidade de amor e atua em consequência.

São João Paulo II, tão querido dos brasileiros e que amava muito a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, alertou, com propriedade, que a função de manutenção do trabalho do Papa é de todos os fiéis que, de maneira livre e generosa, ajudam na manutenção da obra evangelizadora: "A base primeira para a manutenção da Sé Apostólica deve ser constituída pelas ofertas dadas espontaneamente pelos católicos de todo o mundo, e eventualmente também por outras pessoas de boa vontade. Isto corresponde à tradição que tem origem no Evangelho (Lc 10,7) e nos ensinamentos dos Apóstolos (1 Cor 11,14)". (Carta de João Paulo II ao Cardeal Secretário de Estado, 20 de Novembro de 1982).

"Carta dos Direitos da Família” completa 30 anos


Inspirada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 de dezembro de 1948, a “Carta dos Direitos da Família”, publicada pela Santa Sé em 22 de outubro de 1983, completará 30 anos. O documento reconhece a família como "núcleo natural e fundamental da sociedade" e oferece uma base adequada para uma elaboração conceitual em nível "psicológico, moral, cultural e religioso".

De acordo com Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Wladimir Porreca a Carta “é dirigida às famílias e a todos os homens e mulheres de boa vontade a comprometerem-se a fazer todo o possível para garantir que os direitos da família sejam protegidos e que a instituição familiar seja fortalecida para o bem de toda a humanidade”.


 
O Conselho Pontifício para a Família, em fidelidade ao Magistério dos Papas nos últimos 30 anos, se propõe comemorar o aniversário do documento com dois eventos significativos: Seminário Internacional de Estudos de juristas católicos de todo o mundo (19-21 setembro 2013) e a vigésima primeira reunião plenária do PCF (23 a 25 de outubro de 2013).

O assessor menciona as propostas feitas por ocasião das próximas celebrações. “Decidimos propor a todos os que trabalham em favor da família, em especial os Regionais, dioceses e paróquias dois eventos comemorativos, um religioso, nas celebrações eucarísticas e, outro em uma sessão civil, na Câmara Municipal, nas Escolas, Associações e outros”.

Um dos anseios é que, por meio da celebração da data, sejam promovidas ações e políticas em prol da família. “Na comemoração dos 30 anos da "Carta dos direitos da família" no dia 22 de outubro de 2013, possamos animados pela esperança na promoção da família, favorecer instrumentos e políticas públicas de acordo com o designo de Deus”, afirmou o padre. “Peçamos a Sagrada Família que acompanhe nossos projetos em comemoração dos 30 anos da "Carta dos direitos da família”, finalizou.

A Jornada está chegando!


Estamos na contagem regressiva para o grande momento da juventude mundial: a JMJ! As casas estão sendo ultimadas para acolher, a cidade se prepara com todas as logísticas para bem receber, os corações se abrem como os braços do Cristo Redentor para que todos se sintam em família aqui no Santuário Mundial da Juventude. Todos serão muito bem-vindos! O Papa Bento XVI já havia convidado os jovens do mundo, e o Papa Francisco renovou, com entusiasmo, o convite no último Domingo de Ramos! Eis os tempos que estão chegando!

Os jovens anseiam por tempos melhores e nós rezamos para isso: que eles sejam protagonistas de um mundo novo. Essa nova sociedade que deverá ser trabalhada com os valores do Evangelho que os jovens trazem no coração e na vida. As circunstâncias foram providenciais para que chegássemos até aqui com essas realidades que nos desafiam e nos remetem para o futuro com esperança. Aliás, este é o grande legado da JMJ: certeza de que os jovens renovem sua esperança e trabalhem, cada qual em sua realidade e cultura, por um mundo mais justo e humano. A pergunta feita no simpósio “Ratzinger” aqui no Rio de Janeiro era justamente essa: o que faz com que o ser humano seja realmente “humano”? Nestes tempos de tantas perguntas e necessidades, queremos ser também uma parcela dessa resposta.


Renovo o convite para a sua presença e participação na Jornada Mundial da Juventude. Renovo este convite em nome do Santo Padre, o Papa Francisco, que desde que assumiu o pontificado tem nos dado mostra de sua preocupação e opção pela vida, pela paz e contra todo tipo de atentado contra a vida. Essa sua opção nasce de uma profunda entrega de si pela humanidade, participando assim da íntima vida com Cristo Jesus. A denúncia de um mundo injusto está sempre nas preocupações do Santo Padre, e ele nos dá sempre a proposta para que as situações se transformem.

O Santo Padre, o Papa Francisco, em breve chegará aqui no Rio de Janeiro e espera por todos vocês para que, unidos a ele pela fé em Cristo Jesus, possamos entoar um canto, um grito pela vida, justiça e paz. “Desejo dirigir-lhes, mais uma vez ainda, um convite a todos a acolher e testemunhar o “Evangelho da Vida”, a promover e a defender a vida em todas as suas dimensões e em todas as suas fases. O cristão é aquele que diz “sim” à vida, que diz “sim” a Deus vivo”.

Caros jovens, não tenham medo de se abrir a Cristo, pois Cristo ama a todos vocês e quer contar com vocês na construção de uma nova sociedade. Neste Ano da Fé, o Santo Padre, o Papa Francisco, vem para este encontro com o objetivo de juntos encontrarmos com Cristo para fortalecer nossa fé e amizade com Ele. Em meio às transformações da sociedade, a Igreja tem consciência de que “as novas gerações são as mais afetadas por esta cultura do consumo em suas aspirações pessoais profundas... Em meio à realidade de mudança cultural emergem novos sujeitos, com novos estilos de vida, maneiras de pensar, de sentir, de perceber e com novas formas de se relacionar. São produtores e atores da nova cultura” (DA 51).

Portanto, a Jornada Mundial da Juventude é a oportunidade que o Santo Padre, o Papa Francisco, terá para refletir, apresentar e seguir a Cristo Jesus, que nos quer seus discípulos missionários, principalmente em meio aos jovens, que “representam um enorme potencial para o presente e futuro da Igreja. Os jovens são sensíveis para descobrir sua vocação a serem amigos e discípulos de Cristo. São chamados a ser “sentinelas da manhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir seus irmãos, especialmente os mais necessitados, com todo seu tempo e sua vida. Têm capacidade para se opor às falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade “(DA443).

A JMJ é um momento profundo de busca da paz que só Cristo pode nos oferecer, como disse o Papa Francisco no Domingo de Ramos: para nós, cristãos, a fé deve ser vivida na alegria, em sintonia com a Cruz e um redobrado olhar para a juventude, futuro da Igreja. A Cruz é parte de um itinerário de vida. E é precisamente na Cruz que Jesus resplandece como Rei, mas um Rei que proclama a paz. Na Cruz, Jesus sente todo o peso do mal, mas com a força do Amor de Deus vence-o na sua ressurreição. Quando abraçamos a Cruz de Cristo com amor não somos inundados pela tristeza, mas pela alegria. Por isso, queridos jovens, conclamou-nos o Papa Francisco:  "imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele!  Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo.  E o Papa termina com um convite, que é dele, que é nosso, que é da essência do cristianismo: "Levai a vossa Cruz, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações" (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano.

Vivemos um momento de mudança de época, quando os jovens se encontram como desafiados, buscando novas certezas. Entre elas está a de que é possível encontrar o cristianismo na vida. Pode ser uma delas que os oriente para a vida, para renovar-se e livrar-se das correntes do pecado e da morte que atingem todos nós, particularmente os mais jovens, que costumam ter a tentação mais perto quando não há ninguém para anunciar justamente que pode haver um caminho diferente para viver.


Venham, esperamos todos vocês de coração aberto! Venham fazer parte da grande manifestação pública da fé em Jesus Cristo! Seja você, meu querido jovem, participante deste momento único da JMJ Rio 2013!


Dom Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Seminário pretende relembrar a atuação dos cristãos no período da ditadura


Nos dias 26 e 27 de junho, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), promove o Seminário Internacional Memória e Compromisso. O evento será realizado no Centro Cultural de Brasília (CCB) e tem por objetivo relembrar a atuação dos cristãos no processo de anistia política e de redemocratização do Brasil durante o período de 1964 a 1988.

Para a CBJP, o resgate dessa memória é fundamental para fazer justiça aos que vivenciaram diversas violações de direitos e para alimentar as esperanças em tempo de opressão, bem como para lançar luzes aos desafios da atualidade. Por isso, o evento pretende provocar reflexões a cerca da conjuntura político-social brasileira com discussões que envolvem o modelo atual de Estado e de desenvolvimento adotado pelo país e suas consequências para a sociedade.


A reflexão contará com a presença de nomes como padre Oscar Beozzo, Hamilton Pereira, padre Leonel Narvaez, Maria Clara Bingemer, Maria Vitória Benevides, frei Carlos Mesters, pastor Walter Altmann, dom Celso Queiroz, entre outros.

O encontro será pautado em análises da conjuntura nacional, internacional e eclesial, do período ditatorial. A reflexão será no sentido de entender quais eram os desafios teológicos e institucionais da Igreja nesse período. Os participantes ainda acompanharão falas sobre os cristãos em luta por transição em diversos países; resgate de experiências e memória da atuação dos cristãos e instituições cristãs; e uma reflexão sobre justiça de transição e desafio cristão de reconciliação, entre outros temas.

Memória e Compromisso

O Seminário consiste na primeira fase do projeto Memória e Compromisso. Esse projeto é realizado em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e conta com apoio da Comissão Nacional da Verdade e da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.

O projeto também conta com a participação do padre Zezinho e Frei Betto, que não participarão do Seminário, mas vão colaborar em outras etapas (como a publicação do livro, do DVD e do CD com as conclusões do projeto).

Participação

Podem participar estudantes, pessoas de todas as denominações religiosas, agentes pastorais, membros de organismos, profissionais e militantes da área de direitos humanos, e demais interessados. Será emitido certificado de participação, com as horas correspondentes. Os interessados devem acessar o site da Comissão Brasileira Justiça e Paz e preencher a ficha de inscrição. As inscrições podem ser feitas também no local do evento.


Mais informações: (61) 33238713 ou cbjpagenda@gmail.com