sexta-feira, 26 de abril de 2013

Aceitar ser criticado



Escritores, poetas, compositores, cantores, interpretes, instrumentistas, artistas, pregadores da fé, comediantes, radialistas são comunicadores. Dividem-se em duas categorias: os que aceitam reparos, críticas e discordâncias e os que se melindram e chegam a romper amizades e a fechar a cara contra quem os corrigiu.

Os primeiros, os que aceitam críticas, têm consciência de que ninguém é perfeito e que aquilo que é bom pode ser melhor. Admitem que, se algo saiu errado ou se houve erro na sua execução, o erro deve ser corrigido. Os segundos gostam tanto de si mesmos, de seu sucesso e de sua obra que visivelmente se descontrolam quando alguém por mais amigo que seja propõe mudanças, ou põe reparos. Seu modo de agir, de falar, e ignorar e de se defender mostra que não admitem o contraditório, embora, às vezes sua obra contradiga algo ou alguém.


A espiritualidade do “corrija-me para que eu amanhã erre menos” é uma das virtudes mais bonitas do comunicador. A reação de mágoa contra quem tece observações de críticas sobre a nossa comunicação revela nossa falta de espiritualidade. Dizer que aceitamos críticas é uma coisa, mostrar comportamento de que as aceita e assimila é outra.

Um cantor religioso, tendo cometido um erro que, cantado, soava como heresia recebeu do autor a proposta de na próxima edição corrigi-lo. O autor pagaria as despesas da nova edição, desde que a heresia não saísse com o nome dele. O cantor e seu grupo radicalizaram. Não corrigiriam. Na próxima edição tiraram as quatro canções do autor que ousou pedir mudança em duas palavras e fizeram outra obra. Ofenderam-se com a crítica justa de um irmão que não queria sua obra interpretada de modo errado.

Acontece comigo e com você de não querer mudar algo por causa de apenas um crítico. Mas se vários nos dizem que aquele texto deveria ser revisto não há porque não corrigir. No mundo dos comunicadores este é um pecado useiro e vezeiro. Um grande número deles, simplesmente rompe uma amizade ou vira a cara quando alguém ousa discordar de sua mensagem ou do modo como deram.

Nos cursos de comunicação não se omitam as aulas sobre sucesso, falhas, imperfeições e críticas. Não existe obras perfeitas nem comunicadores perfeitos. Você sabe se é humilde quando aceita repensar o que disse, o que fez e o que cantou.




Os mandamentos e a liberdade.



Muitos sonham com uma vida sem leis nem regras, sem proibições ou ordens, uma vida totalmente livre de qualquer obrigação ou norma. Para esses, também a religião deveria ser livre de mandamentos, pois julgam que estes seriam resquícios de uma época marcada pelo atraso cultural, pelo medo e por uma visão infantil da vida. Tais sonhadores de uma fé sem dogmas, de um cristianismo sem leis, e de um Cristo sem cruz, perguntam: "Afinal, Jesus não veio nos libertar de toda escravidão ou opressão? Não é ele o libertador?"

É o libertador, sim, mas nem por isso deixou de falar de sacrifício (“Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo”), de porta estreita (só passa por ela quem se desapega de si mesmo e do pecado) e de doação ("Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração e ao próximo como a ti mesmo") como norma de comportamento. Além disso, deixou claro que não veio abolir a Lei ou os Profetas: "Não vim para abolir, mas para cumprir" (Mt 5,17).


Precisamos compreender que os mandamentos não são simplesmente um peso desagradável que, quanto antes, devemos tirar de nossos ombros. Jesus veio nos ensinar o sentido das leis e nos mostrar que, diante do plano de amor de seu Pai, não basta uma obediência externa e formalista. Ser cristão é muito mais do que seguir uma série de leis, normas e prescrições; é seguir uma pessoa, isto é, o próprio Jesus Cristo, fazendo de suas palavras e de seu comportamento o fundamento de nossa vida.

A liberdade nos dá a possibilidade e a responsabilidade de escolher entre o bem e o mal. Os mandamentos nos ajudam a escolher o bem. Um pai/ uma mãe que ama seu filho, sua filha, não quer que eles sofram, se machuquem ou se prejudiquem de algum modo. Por isso, antecipa-se a possíveis problemas, prevenindo-os e orientando seus filhos. Nascem, como fruto dessa preocupação, constantes advertências: "Não ande com más companhias! Estude! Não corra depois do almoço!" Os filhos são livres. Poderão aceitar ou não as ordens do pai/ da mãe. Aceitando-as, terão que se privar de certas coisas que lhe parecem ser muito agradáveis e desejáveis. Com o tempo, aprenderão que, ao renunciar a elas, livraram-se de inúmeros problemas.

Poderá acontecer também que os filhos se sintam por demais tolhidos e se rebelem contra as advertências paternas. Desejosos de escolher seu próprio caminho, e não aceitando "perder a liberdade", começam a fazer o que querem. Perguntemo-nos – sabendo antecipadamente a resposta: passarão a ser, então, realmente, livres? Encontrarão a realização desejada?

Segundo a visão cristã, a lei expressa o projeto de Deus que é Pai e que quer o melhor para seus filhos. Por isso mesmo, antes de expressá-la por palavras, o Criador as escreveu na intimidade do coração de seus filhos e filhas. Descobrir, pois, o valor dos mandamentos, é um gesto de sabedoria; interpretá-las à luz do amor, é uma graça. Com o tempo perceberemos que os mandamentos encerram um projeto de vida e são fonte de paz para quem os assume.

Jesus nos ensinou a não sermos escravos da lei. Uma pessoa escraviza-se a ela quando fica somente no plano da obediência, sem amor, ou quando se prende tão somente à letra do que é prescrito. Tomemos, a título de exemplo disso, o 5º mandamento, que diz para "não matar". Ele nos proíbe tirar a própria vida e a vida de qualquer pessoa. Mas vai além: nos ensina a cuidar da saúde, a promover a vida daqueles que, sozinhos, não conseguem superar suas limitações, a tomar a defesa dos desprotegidos, a lutar contra a poluição, a batalhar em favor da ecologia etc. Também os demais mandamentos contêm todo um programa de vida. Seu conjunto nos apresenta um caminho da realização pessoal e comunitária. Por não acreditar nisso, nossos contemporâneos, que tanto desejam ser livres, vivem presos às suas próprias inquietações e escravidões. Quem não segue os mandamentos, prende-se a ídolos.

Em síntese: os mandamentos não são placas de proibições, mas setas de indicação. Segui-los é fazer uma experiência de amor e de liberdade.


Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador (BA)

Confirmada visita do Papa a Aparecida. Programa oficial será divulgado em maio.



O responsável pelas viagens internacionais do Papa, Alberto Gasbarri, confirmou nesta quarta-feira,24 de abril, a visita do Santo Padre ao Santuário Nacional em Aparecida (SP). Gasbarri, acompanhado pelo Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’ Aniello, e outros representantes da comitiva responsável pela visita do Pontífice ao Brasil, estiveram reunidos no Santuário Nacional para acertar detalhes dos possíveis itinerários da passagem do Papa Francisco ao santuário mariano.

Estavam presentes na reunião, entre outros, o Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, o Bispo auxiliar, Dom Darci Nicioli, o Arcebispo do Rio de Janeiro e Presidente do Comitê Organizador Local da JMJ (COL), Dom Orani João Tempesta, e representantes das Forças Armadas e da Polícia Federal.

Em entrevista ao Portal A12, Dom Raymundo afirmou que Alberto Gasbarri “ficou impressionado pelo que viu, uma vez que já conhece Aparecida”.


O Cardeal afirmou que o Santo Padre irá a Aparecida, mas ainda não há confirmação da data e da programação: “Podemos confirmar que o Santo Padre virá a Aparecida. A divulgação oficial da visita do Santo Padre, tanto no Rio de Janeiro como em Aparecida, será feita em maio, quando teremos essa informação oficial”.

O Arcebispo de Aparecida falou também sobre a alegria que a visita do Pontífice despertará nos devotos da Mãe Aparecida: “Creio que os devotos da Mãe Aparecida, da Campanha dos Devotos e todos os brasileiros estarão felizes com essa visita e acorrerão para Aparecida para acolher e receber o Santo Padre, o papa Francisco, que irá trazer sua palavra e sua bênção”.

O programa oficial da viagem do Papa ao Brasil será divulgado no dia 7 de maio.
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Fonte: CNBB.

Recuperar a comunidade como dimensão essencial da vida cristã.



Bispos de todo o Brasil, mais de trezentos, reunidos em Aparecida para a 51ª Assembleia Geral da CNBB, tiveram como tema principal das discussões “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”. A expressão “comunidade de comunidades” é mais antiga, mas ganhou força no Documento de Aparecida, em 2007 (DAp, 309), para descrever o que é a Igreja. Em 2011, os Bispos do Brasil incluíram essa expressão como uma das urgências da ação evangelizadora, expressas nas Diretrizes Gerais para o Brasil. Nesta assembleia, os Bispos juntaram a essa expressão “Comunidade de Comunidades” uma outra ideia, a de renovar as paróquias para que se tornem mais adequadas à realidade do mundo de hoje.

Renovar as Paróquias

As paróquias existem desde os primeiros séculos do cristianismo, e persistem até hoje como ponto de referência mais próximo e visível para o povo cristão encontrar-se com Deus. Todos identificam a Paróquia com um determinado território, que tem como centro a Igreja paroquial, e as comunidades que fazem parte dela são as Capelas, espalhadas por esse território. Os fiéis que residem nesse território fazem parte da mesma paróquia, e ali buscam os serviços religiosos de que necessitam, sobretudo a missa dominical, as orações, e os sacramentos em geral. Esse quadro simples, porem, não descreve mais a Paróquia de hoje.


A vida urbana e as grandes mudanças na cultura atual questionam a instituição paroquial. Nas cidades, já não há essa delimitação territorial nem pertença a uma paróquia. A facilidade de locomoção leva os fiéis a procurarem o seu ambiente de fé independente do território paroquial. Muitos já não têm mais o sentido de pertença a uma comunidade definida. Os meios de comunicação colocam dentro de casa a missa da Canção Nova, do Santuário de Aparecida ou do Pai Eterno, e é possível se associar a essas comunidades mais intensamente que à Igreja local. Muitos até questionam se não estaria na hora de extinguir a paróquia, e partir para outras formas de organização da vida religiosa. Mas quais seriam essas outras formas?

Os bispos da América Latina, em Aparecida, reafirmaram a importância da paróquia, e pediram que fosse renovada. Na continuação do Documento de Aparecida, também as Diretrizes Gerais afirmam essa necessidade. Renovar a Paróquia tem sido a prioridade do nosso Regional Sul 2, do Paraná, nesses últimos anos. Mas como fazer isso? Uma possível resposta está sendo proposta agora pelos Bispos do Brasil, na última Assembleia Geral, acontecida em Aparecida, de 10 a 19 de abril. O documento de estudos, aprovado pela CNBB se chama “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”, e nós precisamos conhecer essa proposta.

Por que recuperar a Comunidade

Hoje se fala muito em comunidade. Comunidade paroquial, comunidade escolar, comunidade econômica, comunidade familiar, e até comunidades virtuais, espalhadas pelas redes de computadores. Fala-se muito, mas, na realidade, vivemos num mundo onde cada um vive para si. Um mundo cada vez mais anônimo, pessoas isoladas pela competição e fechadas no individualismo, uma solidão de doer. As famílias que deveriam ser a comunidade mais próxima, e de íntima convivência, desintegram-se. Os meios de comunicação, que deviam aproximar as pessoas, acabam distanciando: não é difícil ver uma família na sala, onde alguns olham calados para a TV, enquanto outros estão entretidos, cada um com seu celular ou computador... São os tempos de hoje.

Guardadas as proporções, o mesmo aconteceu no tempo de Jesus: O Império Romano havia transformado rapidamente as estruturas da sociedade. O povo de Israel, que tinha por tradição uma forte experiência familiar, estava em grande decomposição, for força da nova cultura romana que misturava diversos povos. As “tradições paternas” do judaísmo se quebravam na maré forte de novos costumes. Nesse contexto Jesus começa a reconstruir o sentido de “comunidade”. Primeiro, convida os apóstolos, forma com eles uma pequena comunidade bem unida. Depois começa a conquistar discípulos formando uma nova família. Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? – pergunta Jesus. “São aqueles que fazem a vontade do Pai, esses são meus irmãos” (cf. Mc 3, 34-35). Na nova comunidade de Jesus, a lei maior é o amor, a autoridade é serviço, a reconciliação é a prática diária, a partilha dos bens é a regra. Essa nova comunidade de Jesus, com a pregação dos primeiros discípulos, se espalhou rapidamente pela Galileia. E depois da ressurreição mais ainda, quando “o Senhor ia ajuntando à comunidade dos discípulos milhares de outros que deviam ser salvos” (cf. At 2,47). É muito claro que sem comunidade não há como viver nesta nova família fundada por Jesus.

À luz da experiência dos primeiros discípulos, o que seria, hoje, recuperar a comunidade? Como fazer das nossas paróquias o lugar da experiência de Cristo vivo, o lugar da fraternidade e da comunhão de vida? Na grande comunidade paroquial onde as pessoas não se conhecem, não se relacionam como irmãos, não partilham suas esperanças, suas dificuldades e angústias, não celebram concretamente a vida e ao amor, isso não é possível. Já uma paróquia formada de pequenas comunidades que favoreçam a partilha de vida, onde há proximidade afetiva, onde se formam discípulos missionários, esse encontro com Cristo, é possível. Nas pequenas comunidades, é possível a leitura orante da Palavra de Deus, o acompanhamento dos enlutados, a inserção dos novos cristãos, a preocupação com os pobres, a transmissão da fé pelo testemunho junto às crianças, adolescentes e jovens, a espiritualidade própria e variada dos movimentos e grupos, com suas vertentes de espiritualidade. Nos setores formados por vizinhança, por núcleos de interesses, grupos profissionais, por faixas etárias, ambiente de convivência, e muitas outras modalidades, Cristo vivo se faz presente, segundo a fórmula que ele mesmo ditou: “onde dois ou mais estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20).

Uma nova Paróquia

Uma nova paróquia, comunidade de comunidades, não é apenas uma estratégia para as necessidades espirituais do momento. Nem pode ser uma tentativa de estancar a diminuição do número de fieis que frequentam a Igreja. Trata-se de redescobrir as raízes da experiência cristã, refazer o caminho proposto por Cristo aos discípulos, juntar-se a ele, que continua vivo e presente na sua Igreja. A nova paróquia não é, em primeiro lugar, uma estrutura, um território, um edifício, mas é, sobretudo, a família de Deus. Enquanto espaço da comunidade, a Paróquia reúne cristãos em grupos que se comprometem em viver a fé e o evangelho de forma comunitária, garante a esses grupos a vida eucarística, a formação missionária, se abre para acolher os mais afastados, vai ao encontro dos necessitados. As pequenas comunidades que formam uma paróquia renovada não se fecham em si mesmas. Não são pequenos mundos isolados. Encontram na paróquia o seu ponto de integração e união. O pároco, como animador de toda a vida paroquial, há de estar presente, em todas as comunidades, mas isso não significa um aumento de trabalho do padre, antes a urgência de um verdadeiro protagonismo de leigos e leigas, como já foi pedido pelo Concilio, cinquenta anos atrás. Igualmente a Paróquia renovada estará necessariamente ligada à vida diocesana. Esta unidade é essencial e se expressa na oração, nos vínculos de pertença, na pastoral orgânica e de conjunto. O planejamento diocesano permite novas inspirações para a ação, e permite que cada comunidade mantenha a unidade na diversidade das realidades. O olhar aberto das comunidades, para a realidade paroquial, para as demais paróquias, especialmente as que estão em áreas pastorais mais carentes, para a diocese, e mesmo para a as áreas de missão além das fronteiras da diocese, deverá ser sinal de vida “sadia” de uma comunidade de comunidades. Vamos lembrar o que disse o Papa Francisco recentemente: “Uma Igreja que se fecha em si mesma, mais cedo ou mais tarde adoece na atmosfera viciada de seu confinamento. Também é verdade que uma Igreja que sai, pode acontecer o mesmo que a uma pessoa quando vai para a rua: sofrer um acidente. Diante desta alternativa, quero lhes dizer, francamente, que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente”. (Carta aos bispos argentinos, 18 de abril).

Proposições

O texto de estudos “Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia”, já está nas mãos dos párocos e, através deles, deverá chegar ao conhecimento de todas as comunidades. Deve ser objeto de estudo dos Conselhos Pastorais. O texto termina com algumas proposições bem concretas. A CNBB pede que durante este ano, a reflexão atenta, a criatividade, a multiplicação dos grupos, a formação dos leigos, o envolvimento dos movimentos de espiritualidade, as novas experiências de vida e missão, enriqueçam o texto com modelos vivos de paróquias renovadas. A partir do mês de outubro deste ano, o grupo que trabalhou na redação deste estudo começará a recolher essas experiências, que deverão iluminar um novo e definitivo documento da CNBB. Convido os nossas paróquias, clero e leigos, como fruto concreto deste “Ano da Fé” que se encerra em outubro, a abraçar com gosto e coragem a tarefa proposta. Não me digam que será uma tarefa fácil. O próprio Documento de Aparecida já reconhecia ser difícil, porém necessária a renovação. Nas Diretrizes Gerais lemos assim: “O caminho para que a Paróquia se torne verdadeiramente uma comunidade de comunidades é inevitável, desafiando a criatividade, o respeito mútuo, a sensibilidade para o momento histórico e a capacidade de agir com rapidez.”(DGAE, 63).


Dom João Bosco
Bispo de União da Vitória (SC)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Médicos do Vaticano aprovam 2º milagre de João Paulo II



“Santo subito!”: a canonização do Papa Wojtyla caminha a passos largos e poderia ser celebrada já no próximo mês de outubro. De fato, nos últimos dias, a Comissão Médica da Congregação para as Causas dos Santos reconheceu que é inexplicável uma cura atribuída ao beato João Paulo II. Um suposto “milagre” que, se aprovado também pelos teólogos e cardeais – o que é muito provável –, fará com que o Pontífice polaco, que morreu em 2005, obtenha a auréola de santo em um tempo recorde, apenas oito anos depois de sua morte.

Tudo aconteceu em grande segredo, com a máxima discrição. Em janeiro, o postulador da causa, mons. Slawomir Oder, apresentou uma possível cura milagrosa à Congregação vaticana para os santos, para uma opinião preliminar. Como é sabido, depois da aprovação de um milagre para a proclamação de um beato, o procedimento canônico prevê o reconhecimento de um segundo milagre que deve acontecer depois da cerimônia de beatificação.


Dois médicos da comissão vaticana examinaram previamente este novo caso, e ambos deram um ditame favorável. O dossiê com os registros médicos e os testemunhos foi então apresentado oficialmente ao dicastério, que imediatamente o incluiu em sua agenda, para ser examinado. Nos últimos dias, o tema foi discutido por uma comissão de sete médicos, presidida pelo doutor Patrizio Polisca, cardiologista de João Paulo II, médico pessoal de Bento XVI e, agora, do Papa Francisco. A comissão médica também deu um parecer favorável, a primeira via livre oficial por parte do Vaticano, definindo como inexplicável a cura atribuída à intercessão do beato Karol Wojtyla.

Trata-se da superação do primeiro obstáculo fundamental, já que o suposto milagre terá agora que ser aprovado pelos teólogos e logo pelos cardeais e bispos da Congregação, antes de ser submetido ao Papa para o “sim” definitivo. Mas, de todo modo, o trâmite da comissão é considerado o passo mais importante: nem os teólogos nem os cardeais entram de fato nas valorações clínicas relativas ao caso.

Fica evidente, pelos passos que já foram dados, a vontade da Congregação para as Causas dos Santos de proceder de maneira rápida, como aconteceu com a beatificação de João Paulo II, celebrada por seu sucessor Bento XVI, em 1º de maio de 2011. Esta larga estrada que segue aberta para Wojtyla indica que também o Papa Francisco está a favor da canonização do Pontífice polaco.

Todavia, é prematuro falar de datas para a canonização, mas a rapidez com a qual está acontecendo o processo do milagre deixa aberta a possibilidade de que se celebre no domingo, dia 20 de outubro, aproveitando a festa litúrgica assinalada para o bem-aventurado Wojtyla, fixada em 22 de outubro.

A canonização tornará João Paulo II o segundo Papa santo do último século, depois de Pio X. Outros dois Papas beatificados mas não declarados santos são Pio IX e João XXIII. Outro Pontífice que está vendo chegar sua beatificação é Paulo VI: depois da conclusão do processo já foi apresentado à Congregação para as Causas dos Santos um milagre atribuído a sua intercessão. Espera-se, por outro lado, a indicação de um milagre para a causa de Pio XII. Enquanto isso, o processo do Papa Luciani já se encontra em fase avançada. Como se vê, a história do papado do século XX está cheia de auréolas.
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Por Andrea Tornielli – Tradução: Ecclesia Una
Disponível em: Amigos de João Paulo II

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Hommen: o outro lado do Femen?



O nome é uma referência provocativa ao Femen. O modus operandi também é o mesmo: peitos desnudos. Mas ao contrário do grupo ucraniano, as manifestações do Hommen, como o próprio nome diz, são feitas por homens.

Outra diferença: o Hommen se concentra em uma só batalha. Os ativistas fazem campanha contra a aprovação do casamento gay na França enquanto o Congresso do país preparava-se para dar uma palavra final sobre a união entre homossexuais.  A França tem tradição secular, mas a população é majoritariamente católica.




O grupo nasceu em Paris, mas já tem seguidores em outras cidades, como Rennes, onde realizaram um protesto no fim de semana (foto/AFP).

Em uma entrevista ao site "The Local", um membro do grupo que se identificou como Henri foi ao ataque contra as feministas e defensoras de minorias do Femen, que apoia o casamento gay. Segundo ele, o grupo nascido na Ucrânia e com braços em vários países é "quase terrorista".

"Elas fazem eventos chocantes, agem fora da lei. Usam violência e ódio. Nós, não. Somos pacíficos e determinados", atacou.

Em meio a toda essa confusão, o Parlamento francês aprovou o casamento gay.
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Fonte: Page Not Found (com adaptações nossas).

Dois bispos foram sequestrados em Aleppo. Diácono que os acompanhava teria sido executado.



Dois bispos das Igrejas ortodoxas síria e grega foram sequestrados segunda-feira, 22 de abril, em um povoado da província de Aleppo, no norte da Síria, anunciou a agência oficial de notícias síria Sana. De acordo com a agência oficial libanesa, ANN, o diácono que os acompanhava teria sido assassinado.

“Um grupo terrorista armado sequestrou hoje o Bispo Yohanna Ibrahim, responsável pela Igreja síria ortodoxa (em Aleppo), e o Bispo Boulos Yazikhi, responsável pela Igreja grega ortodoxa (em Aleppo), quando realizavam trabalhos humanitários no povoado de Kafr Dael, na província de Aleppo”, informou a Sana.

“Os terroristas interceptaram o carro dos bispos no povoado de Kafr Dael, fizeram o motorista descer, o mataram e sequestraram os bispos”, informa a agência.


Fontes da diocese greco-ortodoxa de Aleppo contatadas pela France Press, não deram declarações, mas cristãos residentes na cidade, que pediram para não ter sua identidade revelada, confirmaram o sequestro e disseram que o motorista do veículo foi executado.

Os cristãos, que constituem cerca de 5% da população síria, são especialmente vulneráveis ao contexto de anarquia que impera no país desde o início da revolta contra o regime do Presidente Bashar al Assad, em março de 2011.

No início de fevereiro, dois padres foram sequestrados por homens armados no sul de Aleppo. Dos padres Michel Kayyal, armênio católico, e Maher Mahfuz, greco-ortodoxo, não se têm notícias desde então, quando o veículo em que viajavam rumo a Damasco foi interceptado por milicianos.

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou uma nota em que afirma que o Papa Francisco foi informado deste novo episódio, que se soma à violência crescente dos últimos dias e à vasta emergência humanitária que atinge o país. Francisco acompanha os eventos com muita participação e preces intensas pela saúde e a libertação dos dois bispos sequestrados e para que, com o esforço de todos, o povo sírio possa finalmente ver respostas eficazes ao drama humanitário e o surgimento no horizonte de esperanças reais de paz e reconciliação.
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Fonte: CNBB.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Ativistas do Femen invadem Conferência e jogam água em Arcebispo.



Ativistas seminuas do grupo feminista Femen invadiram uma conferência em uma universidade de Bruxelas. Durante o ato, manifestantes jogaram água no arcebispo de Mechelen-Bruxelas, Andre-Joseph Leonard. O religioso não reagiu e evitou olhar para as ativistas.



O protesto foi contra a homofobia, de acordo com agências internacionais. No fim da manifestação, o arcebispo beijou uma imagem da Virgem Maria ao deixar a sala.



Nascido na Ucrânia e com filiais em vários países (incluindo o Brasil e nações de maioria islâmica), o Femen costuma fazer campanhas pelos direitos das mulheres e de minorias. Uma de suas bandeiras é a defesa do casamento gay. O grupo também já realizou atos contra os casos de pedofilia na Igreja.



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Fonte: O Globo.