domingo, 11 de março de 2012

Pedido de Perdão


Perdão Senhor!

Neste terceiro Domingo da Quaresma, dando prosseguimento às atividades do Ano Jubilar dos 400 anos de São Luís, nossa Arquidiocese celebra o “Domingo do perdão”. Numa atitude de humildade e de coragem queremos fazer um pedido de perdão a todas as gerações dos habitantes nativos da Ilha de UPaon Açú e de todo o Maranhão.

A começar pelas comunidades indígenas que receberam os primeiros colonizadores e os primeiros missionários. Pedimos perdão por não termos entendido que eles não eram selvagens. Por não termos percebido que eles eram um povo com longa história e tradição e donos de todas essas terras. Que eles tinham uma cultura e que guardavam a herança dos seus ancestrais. Que tinham aprendido a amar a terra, o ar e as águas, guardando toda forma de vida e com o devido respeito a Tupã seu Deus.

Chegaram os colonizadores em nome do reino terreno, também chegaram os missionários em nome do Reino de Deus e impuseram uma nova maneira de pensar e de olhar para a realidade, a religião e a vida em sociedade.

Mais tarde chegaram também os filhos da “Mãe África” que brutalmente arrancados de seu mundo secular foram transplantados sem nenhuma escolha, nas terras de Santa Cruz, e de modo significativo nas terras do Maranhão. Também eles foram objeto de tantos desmandos, falta de consideração e respeito.

No entanto índios, negros e brancos de boa vontade miscigenados ao longo da aventura humana de 400 anos de história, formam a São Luís e o Maranhão dos nossos dias.

Tupã, Oxalá, Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, Deus de nossos pais, perdoa nossa fraqueza, nossa mesquinhez, nossa visão míope do mundo e da história em nome de nossos antepassados. Permita que nós hoje, filhos desta caminhada plurissecular não repitamos nunca mais os mesmos erros. Conceda-nos a paz e a prosperidade através da fraternidade e da solidariedade entre todos. Amém.
 
 
Dom José Carlos
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Luís - MA

sábado, 10 de março de 2012

Agenda da Paróquia - Março de 2012


08/03: Reunião do Conselho Comunitário da Matriz, no Centro Catequético (Matriz) às 19:30;

09/03: Via-Sacra às 16h na Igreja Matriz;

-Reunião de preparação da Assembleia Pastoral Paroquial 2012, no Centro Catequético (Matriz) às 19:30;

10/03: Início da Oficina de Oração e Vida no Centro Social Urbano (CSU) - Cohab;

11/03: Ritos de preparação para os Catecúmenos receberem os Sacramentos de Iniciação Cristã, às 17h na Igreja Matriz;

- Início dos encontros de Iniciação Cristã, 1ª Eucaristia e Perseverança no Centro Catequético da Igreja Matriz às 8h;


15/03: Ensaio da Via-Sacra nas ruas, às 19:30 no Centro Catequético da Igreja Matriz; 

16/03: ANIVERSÁRIO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO – (1986-2012), 26 anos;

- Via-Sacra às 16h na Igreja Matriz;

- Ensaio da Via-Sacra nas ruas, às 19:30 no Centro Catequético da Igreja Matriz;

17/03: Reunião com os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão às 15h no Centro Catequético (Matriz);

19/03: Solenidade de São José, esposo da virgem Maria;

22-24/03: Assembleia Pastoral Paroquial.: dias 22 e 23 a partir das 19:30 e dia 24 a partir das 14:30, na sala 6 do Centro Catequético da Igreja Matriz;

24-25/03: 3º Retiro Arquidiocesano das Santas Missões Populares no Ginásio Polio Esportivo do Instituto Pobres Servos da Divina Providência – Cidade Operária; 

24/03: Início da Catequese na  Igreja Nossa Senhora da Paz, III conj. Cohab;


25/03: Festa da Aces (Legião de Maria), às 14h na Igreja Matriz;

26/03: Solenidade da Anunciação do Senhor (transferida do dia 25/03);

- Festa da Milícia da Imaculada às 19h na Igreja N. Senhora das Graças - forquilha;

27/03: Reunião da Equipe de Liturgia da Matriz para tratar das celebrações da semana santa às 19:30 no Centro Catequético da Matriz;

sexta-feira, 9 de março de 2012

"Dar razões da própria esperança" (1Pd 3,15).


Queridos Jovens,
É necessário percorrer um caminho de preparação espiritual e apostólica se realmente desejamos que os frutos da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013 possam amadurecer e transformar as nossas vidas. Devemos trilhar num itinerário de oração e de trabalho para que as palavras do Santo Padre, o Papa, e o encontro renovador em Cristo e com os irmãos do mundo inteiro possam dar frutos de vida eterna. Se não estivermos atentos, poderemos facilmente fazer parte da multidão que gritava “Hosana” no Domingo de Ramos e “crucifica-o” na Sexta-Feira Santa.
Desejo peregrinar com vocês e, para isso, gostaria de propor uma breve reflexão sobre o tema da primeira Jornada Mundial da Juventude: "Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês" (1Pd 3, 15).


Ele foi escolhido pelo Beato João Paulo II em 1986. Quando no dia 23 de março, no Domingo de Ramos, as dioceses do mundo inteiro realizaram a I Jornada Mundial da Juventude.

Lendo o convite de São Pedro a dar razões de nossa fé, a primeira coisa em que pensamos é como defender nossa fé contra aqueles que a denigrem. Pensamos em uma apologética da fé, que consiste apenas em embates e discussões para demonstrar a verdade. Este tipo de missão é necessário e importante, sem dúvida, mas deve ser executada por amor às pessoas a quem Deus ama.

Porém, muitas vezes nos esquecemos de que a primeira e fundamental missão e apologética que podemos e devemos realizar é a do testemunho de nossa fé através do exemplo. Um jovem de verdadeira identidade católica é aquele que transmite nas pequenas tarefas do dia a dia o sopro da graça Divina. Um jovem católico é alegre e entusiasta, é capaz de escutar a todos e falar com vivacidade de Cristo. É aquele que em casa apoia a família, e na escola se esforça por estudar, respeita os seus professores e é cordial com todos os funcionários da Escola em que estuda. E se o adolescente pratica algum esporte, é sinal de caridade e harmonia. Com a namorada ou o namorado coloca todos os meios necessários para viver com santidade esta etapa importante da vida. É também aquele que consegue ver com os olhos da fé os problemas sociais, familiares, psicológicos e dificuldades várias que passa na vida.

Não deixemos nos enganar pelo inimigo, porque o demônio nos ronda e nos tenta. Apologética deve supor a vivência pessoal da fé, senão fica completamente vazia. Verdade sem caridade transforma-se numa mentira, pois não respeita o outro enquanto criatura amada e querida por Deus. Cristo nos deu diversas lições sobre isto. É completamente evangélica a frase: “Rejeitar o pecado, mas não o pecador”. Querendo arrancar a erva daninha, muitas vezes poderemos arrancar a boa semente.

A caridade sem verdade é falsa. Pois só na verdade existe a real caridade em sentido evangélico e cristão. Por isso, é importante sair da infantilidade da fé. Isso ocorre quando cometemos a injustiça de querer enfrentar os questionamentos do mundo tendo a formação infantil. Daí a importância do Ano da Fé pedido pelo Papa Bento XVI.

É triste perceber que existem excelentes profissionais católicos, com um alto padrão de formação e especialização que exige seu campo de atuação, mas que possuem um conteúdo catequético raquítico, desnutrido. É uma tremenda injustiça com a Igreja e com Cristo.

Então, o que fazer? Não podemos ficar com os braços cruzados. É necessário levar a boa nova de Cristo a todas as criaturas. E não há melhor modo de fazer isto do que através de gestos de amor, entrega, trabalho e doação.

É necessária a inteligência da fé. A Igreja possui dois mil anos de história e tradição. Carrega um patrimônio humanístico, cultural, filosófico e teológico únicos. Temos o Catecismo da Igreja Católica e o Compêndio do Catecismo. Temos os Santos Padres da Igreja. As encíclicas papais, os documentos dos concílios. É necessário saber dar razões de nossa fé, mas para isto é necessário estudá-la e aprofundá-la sempre e cada vez mais.

Nossa fé não é puro sentimento ou apenas a invenção de um grupo de homens piedosos. Existe a racionalidade da fé. E no Catolicismo esta inteligência da fé possui uma densidade tal, que seria um pecado de omissão não conhecer e estudar.

Peguemos as primeiras palavras do evangelho de São João. O que encontramos lá? “No princípio era o Verbo” (Jo 1,1). Uma das grandes questões que movia a mente dos filósofos gregos era a que versava sobre o princípio e fundamento de todas as coisas. Por que as coisas existem? Qual é o fundamento delas? João apresenta Cristo como o Verbo, o fundamento de todas as coisas que os gregos durantes séculos buscavam. Cristo é o verdadeiro logos, a razão. No cristianismo, Cristo é a razão encarnada.

São palavras belíssimas do evangelista, que devem encher nosso coração de alegria e entusiasmo por nossa fé. Ela não é irracional ou puro sentimento. Ela é sentido e razão de ser de todas as coisas. Não carreguemos em nossas almas algum sentimento de inferioridade. Não se deixem seduzir por intelectualismos vazios. Conheçam a fé que professam.

Preparem-se bem para a Jornada Rio 2013 através de uma vida verdadeiramente cristã, que seja sal e luz e possa atrair a todos pela beleza de seus gestos e palavras. Preparem-se conhecendo mais profundamente a doutrina e a tradição da Igreja. Sempre há um motivo e uma razão para a Igreja defender certa posição. Antes de criticá-la, busque conhecer as razões. Devemos viver nossa fé com todo nosso ser, com nossa alma, com nossa inteligência e com o nosso coração.  A Igreja ofereceu aos jovens o catecismo adaptado à sua linguagem e, em Madri, entregou a todos os inscritos para a Jornada um exemplar em sua própria língua.

Dar razões de nossa fé é, sobretudo, viver integralmente o cristianismo. Muito me alegram os inúmeros grupos de jovens que utilizam as redes para a formação cristã. Parabéns pela iniciativa! E felicito todos os jovens que estão levando a sério a preparação para a Jornada Mundial, através de encontros de oração, reflexão, partilha e missão. Motivo todos a continuarem por esse caminho, que só tem a enriquecer a vida de vocês.

Que Cristo, o Logos encarnado, nos ilumine para que possamos no dia a dia de nossa vida dar razões de nossa esperança.

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)


segunda-feira, 5 de março de 2012

Saúde sim. Doença não.


"Quem permanece por muito tempo próximo das pessoas que sofrem, conhece a angústia e as lágrimas, mas também o milagre da alegria, fruto do amor" (Bento XVI). A dor e o sofrimento acompanham o ser humano do nascer até o declinar da vida. Não fomos criados para o sofrimento, nosso Deus não é masoquista, que sente prazer ao ver o ser humano sofrer, nosso Deus é o Deus da vida. "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 15).

Dizer que a doença é vontade de Deus é mentira. A doença é coisa da gente, é de natureza humana e não divina.


Em nenhum momento da vida humana podem os dizer que Deus quis a morte. Muitas vezes a gente se depara com afirmações do tipo: "foi vontade de Deus que acontecesse aquele acidente... foi vontade de Deus que aquela pessoa morresse de tal doença...é vontade de Deus que aquela pessoa sofra porque deve pagar os seus pecados".

Nosso Deus não é vingativo, que busca desforra diante do mal cometido. Nosso Deus odeia o pecado, mas ama o pecador. "Eu não quero a morte do pecador e sim que ele se converta e viva" (Ez 18,23). O Senhor Jesus nunca deixou de atender o clamor, fosse de quem fosse. A palavra do Senhor foi sempre em defesa da vida. "Levanta-te a tua fé te salvou" (Lc 17,10). "Se tu queres podes curar-me. Eu quero fique curado" ( Mc 1,40-41).

A Campanha da Fraternidade deste ano não quer justificar a doença e muito menos colocar panos quentes na situação da saúde de nosso povo mais necessita do. Pelo contrário.

O grande objetivo é: "refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos doentes e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde". Ninguém quer condenar ninguém e muito menos jogar pedras contra o telhado do vizinho, mas também não se quer fechar os olhos diante da realidade. A Campanha da Fraternidade entende o ser humano como uma unidade de corpo e alma.

"Ao paralisar o corpo, a doença impede o espírito a voar. Ao mesmo tempo em que experimentamos a unidade, de outro lado a profunda ruptura. A doença é um forte convite à reconciliação e à harmonização com nosso próprio ser" (Texto base nº 12). O Guia da Pastoral da Saúde na América Latina diz que: "a saúde é afirmação da vida, em suas múltiplas incid ncias, e um direito fundamental que os Estados devem garantir".

O mesmo documento assim define a saúde como "um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontra" (Texto base nº 14).

A saúde é um conjunto de fatores humanos que devem entrar em harmonia, desde alimentação, educação, trabalho, remuneração, as relações interpessoais, a qualidade de vida, a dimensão espiritual da fé, enfim o equilíbrio humano e sobrenatural da vida. Nosso desejo é ver concretizada a da Palavra de Deus: "Que a saúde se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8). E para que isso aconteça cada qual deve fazer a sua parte. Os indivíduos como primeiros responsáveis.
Os municípios, os Estados e a Nação, através dos organismos competentes, não podem deixar de medir esforços e criar políticas públicas que venham ao encontro das necessidades do povo. Por isso: saúde sim. Doença não.

Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)

Orientação ou confusão sexual?


O fato não obteve a divulgação que merecia, como acontece cada vez que uma notícia contraria os interesses de empresas ou instituições que controlam o poder econômico. Em abril de 2010, depois de anos de pesquisas clínicas e observações rigorosas, o Instituto “American College of Pediatricians”, dos Estados Unidos, divulgou uma série de estudos que determinam, de maneira inequívoca, que o desejo dos adolescentes de assumirem o sexo oposto constitui um estágio de desenvolvimento normal e temporário.

Em sua advertência às escolas e aos adultos responsáveis, a entidade pede que não se aproveite da indefinição que caracteriza a adolescência para estimular a confusão sexual: «A maior parte das crianças e dos adolescentes com Desordem de Identidade de Gênero perde essas tendências durante a puberdade – se este comportamento não for reforçado. Quando alguém estimula uma criança ou adolescente a se comportar ou ser tratado como se fosse de outro sexo, a confusão é reforçada e a criança fica condicionada a uma conduta dolorosa e sofrida sem necessidade».


Por sua vez, o Presidente do Instituto, Dr. Tom Benton, explica que «a adolescência é um período de agitação e efemeridade. Os adolescentes estão confusos sobre muitas coisas, começando pela orientação sexual e pela identidade de gênero, demonstrando-se particularmente vulneráveis às influencias do ambiente que os cerca».

Se tudo isso for verdade, pode-se imaginar a calamidade que é o assim denominado “kit-gay”, encomendado pelo Ministério da Educação para ser distribuído em todas as escolas públicas do país. Preparados e incentivados por entidades GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), os vídeos e a cartilha são uma aberração destinada a minar os fundamentos da ética e da moral. Por detrás de uma fachada anti-homofóbica, o kit tenta incutir nas crianças e adolescentes a noção de que ser gay, lésbica e bissexual não é apenas perfeitamente normal, mas até mesmo “chique”. Pela oposição levantada por dezenas de instituições, o kit não chegou a ser distribuído, mas revela a força que as organizações gays adquiriram nestes últimos anos no Brasil e no mundo.

O pluralismo cultural e o relativismo ético solapam os alicerces da sociedade ao incentivar os adolescentes e os jovens a seguirem a orientação sexual que quiserem, sem se importar com normas e tradições legadas pela própria constituição espiritual, psíquica e biológica do ser humano. Mas, de acordo com esse princípio, nada impede que, num futuro próximo, até mesmo a pedofilia e a zoofilia sejam acolhidas como uma simples opção individual. Cada um é livre de fazer o que quiser, contanto que encontre aceitação e concordância da parte do parceiro...

A Igreja – “perita em humanidade”, como foi definida pelo Papa Paulo VI – não pode concordar com nada que avilte a dignidade humana. Mas, não se contenta em proibir e condenar, como atesta o “Catecismo da Igreja Católica”, publicado em 1997: «Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição».

Frei Antônio Moser em seu volume “Casado ou solteiro, você pode ser feliz”, publicado em 2006, vai um pouco mais além e lembra que «a busca da identidade e o empenho na organização pessoal de acordo com esta identidade constituem um desafio ético primordial. Não é a tendência nem a orientação sexual que determinam a condição ética de uma pessoa, e sim o seu empenho em conhecer a própria identidade e organizar-se espiritual e afetivamente da melhor maneira possível. Isso vale tanto para as pessoas hétero quanto para os homossexuais. Ser hétero ou homo é adjetivo: ser pessoa humana, com vocação divina, é substantivo».

Assim – parafraseando o título de seu livro – todos podem ser felizes... se colocarem a sexualidade a serviço do amor, de acordo com o projeto de Deus.

Dom Redovino Rizzardo
Bispo de Dourados (MS)

sexta-feira, 2 de março de 2012

5º Encontro com os jornalistas das Dioceses, Regionais e Organismos da CNBB


A Assessoria de Imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou ontem, 29 de fevereiro, a ficha de inscrição para o 5º Encontro com os Jornalistas das Dioceses, Regionais e Organismos Vinculados à CNBB.

Promotora do evento, a Assessoria de Imprensa já começou a receber as primeiras inscrições. Para dirimir algumas dúvidas mais frequentes dos participantes, este setor da CNBB resolveu divulgar algumas questões:


Valores

Não há taxas de inscrições para o Encontro. A hospedagem, transporte e alimentação correrão por conta do participante ou de quem o envia (Diocese, Regional ou Organismo). O valor total de hospedagem na Casa de Retiros Assunção é de 170 reais, referentes a duas (2) diárias completas, sexta/sábado e sábado/domingo até meio dia. As diárias completas contam com café da manhã, lanches, todas as refeições e pernoite. O pagamento deve ser feito diretamente ao responsável da Casa de Retiros Assunção. Os profissionais da Assessoria de Imprensa da CNBB, ou qualquer pessoa ligada a Conferência dos Bispos não receberá qualquer valor referente às despesas dos participantes.

Vagas

As vagas são limitadas para 50 pessoas. Os quartos da Casa de Retiros Assunção são duplos, ou seja, acomodações para duas pessoas em cada quarto. Não há a necessidade levar roupa de cama, pois será fornecida pela Casa de Retiros.

Autorização

O ponto indispensável a ser obedecido é que no envio da inscrição, o participante deve enviar também a autorização assinada por um bispo, autorizando sua inscrição. Sem essa autorização, o candidato não será considerado inscrito.

Ficha de Inscrição

Na ficha de inscrição, na categoria “Veículo”, o participante deve preencher o local em que trabalha: se é um jornal, revista, site, programa de TV, de rádio, relações públicas e assessoria de imprensa.
A ficha de inscrição segue no site da CNBB para download e deverá ser enviada, juntamente com a autorização do bispo, por fax ou e-mail aos cuidados de Janiery Alves – E-mail: imprensa5@cnbb.org.br - Fax (61) 2103-8303.

O encontro

O encontro acontecerá nos dias 23 a 25 de março de 2012, em Brasília e debaterá o tema: “Jornalismo em Rede: um desafio para a Igreja”. O tema mostra a necessidade de desenvolver um sistema de correspondentes, espalhados pelo país, produzindo notícias para veiculação nacional, no site e boletins da CNBB.

Palestrantes

Um dos palestrantes será o jornalista da Globo News, Sidney Rezende, um dos fundadores da Central Brasileira de Notícias (CBN) e primeiro editor-executivo desta rádio. O segundo palestrante convidado é o jornalista, professor de Web Jornalismo e Consultor de Comunicação em tempo integral, Antônio Danin Júnior.

O encontro terá início às 18h do dia 23/03 e término às 12h do dia 25/03.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Caminho da Páscoa


Com o Primeiro Domingo da Quaresma, entramos plenamente no período de conversão que nos conduzirá à Páscoa, ao encontro com Cristo Crucificado, Morto e Ressuscitado. Todos nós que percorremos a via quaresmal devemos passar por esse drama da existência humana, onde sofrimento purificador e restauração estão intrinsecamente vinculados. A passagem do evangelho de São Marcos, que a liturgia deste domingo nos oferece, mostra claramente essa realidade.

É um trecho breve: apresenta Cristo sendo “impelido para o deserto” e travando a batalha espiritual com o demônio, que culminará em sua vitória sobre o maligno e, também, o anúncio evangelizador através da pregação: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho.” (Mc 1, 15).

Na Primeira Leitura (Gn 9,8-15), estão as belíssimas palavras de Deus, que renova sua aliança com Noé e, através desse, com toda a humanidade: “Ponho o meu arco nas nuvens, para que ele seja o sinal da aliança entre mim e a terra.” (Gn 9, 13)

Deus faz uma aliança com Noé. Mas, ao lado das promessas de salvação, Ele, conhecendo a fragilidade humana, toma para si nossas dores. Será Seu filho a ser crucificado para resgatar de modo definitivo toda a humanidade. Deus se compraz de cada um de nós, conhece nossas fraquezas e nos resgata. Estabelece conosco a nova e eterna aliança em seu Filho, a ser contemplado no alto da Cruz. Agora, já não são as cores do arco-íris que vemos, mas água e sangue que jorram de seu peito transpassado. Eucaristia e batismo. Igreja e sacramento. Grão que morre para dar vida.

A água do dilúvio é uma prefiguração da água do Batismo. Esse sacramento nos transforma em filhos de Deus, nos faz Igreja. Somos da realeza divina, não para mandar, mas para servir e conduzir todas as criaturas a Deus. Assim, como nos indica São Pedro na Segunda Leitura (1Pd 3,18-22): “Também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus.” (1 Pd 3, 18).

A aliança do Batismo é plena e, em Cristo, constitui a Igreja Peregrina. Ele nos dá seu Corpo, a Santa Eucaristia, para caminhar pelo deserto da vida. Ler a passagem que a liturgia nos oferece hoje, através do apóstolo Pedro, é realizar um verdadeiro mergulho na história. Mas uma imersão que nos permite renovar o presente. Estamos diante de um Hino Cristológico, uma catequese dedicada aos que estavam sendo introduzidos na fé.

Assim como Cristo foi lançado ao deserto após seu encontro com o Batista no Jordão, também nós, batizados, somos chamados a viver estes quarentas dias com Cristo no deserto, com a certeza de que sairemos vitoriosos. O objetivo desta batalha é renovar nossa aliança batismal, que o faremos liturgicamente na Vigília Pascal.

Só é possível transmitir aquilo que cremos, experimentamos, possuímos. E como nossa fé é fruto de um encontro, de ouvir a pregação, de acolher o dom do Espírito Santo, só poderemos ser luzes se deixarmos que Cristo transforme nossas vidas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pastoral da Sobriedade: Lixo Humano


O dependente de crack tem só uma vontade: fumar o tempo todo; enquanto ele definha, sua família e o Estado nada podem fazer, pois não há pena prevista. O projeto anticrack lançado pelo Governo Federal foi feito para ser descumprido, até porque as obras e serviços dos centros estão em desacordo com os recursos e prazos anunciados pelo governo, divergindo do que preceitua a ANVISA. A tradição do governo é não investir sequer as migalhas propagadas. O ex-presidente Lula garantiu R$ 124 milhões ao setor em 2010. Repassou apenas R$ 5,3 milhões. Para este ano, o governo reservou R$ 33,6 milhões e, até agora havia investido pouco mais de R$ 4 milhões. O montante prometido é mil vezes maior: R$ 4 bilhões, valor que reacende a vigilância dos atentos e aguça a ganância dos aliados. Em um aspecto, no entanto, o plano é plausível, ao tratar da internação sem consentimento do doente. Mas essa é exatamente a parte que vem sendo muito criticada por alguns juristas e uma parte da sociedade, por considerar o “tratamento na marra”. Com esse título, uma internação representaria um retrocesso de décadas, "perigoso" e inconstitucional. 


Na verdade, é o contrário. O dominado pelo vício tem uma única vontade: fumar pedras dia e noite. Para conseguir isso, ele gasta tudo, vende os bens que tem em casa, passa ao furto e ao tráfico. Enquanto definha, família e autoridades nada podem fazer, pois não há pena prevista na Lei de Drogas nem na da reforma psiquiátrica, a 10.216/01. Para quem defende a decisão da vítima, o Estado não deve se intrometer se ela vai do tratamento diretamente para a boca de fumo encher o cachimbo. É a política do "se quiser morrer, que morra" ou do "resolveu entrar, resolva parar". Claro que quanto menor a interferência do Estado no dia a dia das pessoas, melhor. Mas a cracolândia é o oposto de qualquer símbolo de iniciativa própria. O poder público falha ao controlar a entrada das drogas e a sua circulação. Depois, em vez de sanar o erro, usufrui dele dizendo que se omite para assegurar ao craqueiro o direito de se matar. A existência das cracolândias em quase todas as cidades brasileiras, é uma negação das liberdades, conviver com ela é afirmar a vitória do banditismo, aceitá-la é sinônimo de covardia e incompetência. Em nome dessa liberdade sociológica, o paciente só fica na clínica se quiser. Mas ele não quer, pois a dependência é avassaladora. Tratar exige acompanhamento por tempo indefinido. Deixar o dependente se exaurir nas calçadas ou desistir dele em 72 horas é, sobretudo, desumano. A vida é o maior bem jurídico tutelado e a única coisa que viciados têm além da ânsia pelo crack, e que é cada vez maior e estimulada pela ausência do Estado; aquela, um fiapo envolto em molambos esquecidos para os quais o mesmo Estado diz "dane-se".

Brasil dá pena! Não pela beleza exuberante e cheia de sol tropical. Mas dá pena como trata seu povo de forma escusa e desigual. Minha ânsia é mostrar ao povo do desse País, que temos leis, mas não são aplicadas. Temos políticos, mas não têm ética. Temos cara e estigma de País de Primeiro Mundo, mas não sabemos administrar. Nossa constituição tem que ser modificada, ajustada para um mundo moderno, com leis que preservem em especial a nossa vida, a nossa cidadania e a segurança dessa nação e dessa população sofrida. Abramos os olhos!
Uma colaboração da Pastoral da Sobriedade – São Luis/MA
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Fonte: http://www.arquidiocesedesaoluis.com.br/