sábado, 10 de setembro de 2011

O 11 de Setembro

 
Em 2001 tivemos o triste fato da destruição das Torres Gêmeas nos Estados Unidos, ocasionando pânico em todo o mundo. Foi a expressão que revelou até que ponto chega a violência entre as pessoas. Como consequência, tivemos a ceifa de tantas vidas.

Diante de um acontecimento como esse, a sensação natural é de vingança. Parece até que não cabe aí a palavra “perdão”. A morte de Bin Laden foi consequência disto. No coração de muita gente brotou um sintoma de alívio, de corte do mal pela raiz.

Não só esse fato, mas sofremos tantos atos de violência todos os dias sejam nos assaltos, nos lares, no trânsito, na ação das quadrilhas defendendo pontos de venda de drogas etc. É sinal de que todos nós estamos na vulnerabilidade.

Fomos criados para a vida e a morte natural. Na verdade, a pessoa humana é patrimônio da humanidade. Não existe para ser objeto de violência e de vingança. Nos ensinamentos de Jesus Cristo, a felicidade passa pelo perdão, “até setenta vezes sete”.


Num mundo de violência e vingança, não é fácil entender o Mistério do Amor de Deus. É o Mistério do Perdão como gesto profundo de gratuidade. Não é a vingança por vingança, que causa cada vez mais violência, deixando o povo sem esperança.

O rancor e a raiva são coisas detestáveis, que prejudicam o relacionamento humano. O perdão é sempre mais forte do que a vingança. Conseguimos usufruir da vida se for na liberdade e no respeito mútuos, no saber entender a diversidade.

Só a justiça é capaz de construir relações novas e um mundo novo. Ela leva ao perdão de qualidade, a gestos de nobreza e de bênçãos de Deus. É a superação do “olho por olho e dente por dente”. Aquilo que as nações não têm conseguido fazer.

A morte e a destruição nos nivelam a todos. Só aí vão cessar o rancor e a raiva. O ensinamento de Deus se apóia na misericórdia e na capacidade do perdão em todas as circunstâncias.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Bispo de São José do Rio Preto - SP


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Natividade de Nossa Senhora - 8 de Setembro




Maria é uma criatura única, e isso já seria um motivo suficiente para levar os crentes a refletirem sobre a sua natividade. Celebramos a festa da natividade de Maria porque “dela surgiu o sol da justiça, Cristo, nosso Deus[1]”.

“Quem é esta que surge como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como o exército e bandeiras desfraudadas?” (Ct 6,10). 

O fundo do mar é também o lugar em que habita o dragão[2]. Tal monstro marinho era concebido como uma espécie de serpente (cf. Gn 3), que segundo Apocalipse 20,2 é o diabo e satanás[3]

Ter Fé é bom para a Pátria


A celebração do Dia da Pátria, no aniversário da independência do Brasil, oferece-nos a ocasião para algumas considerações. Como pessoas de fé estamos conscientes de que não temos aqui cidade permanente, mas estamos a caminho da pátria que há de vir (cf Hb 13,14); mas temos também clara consciência de sermos cidadãos deste mundo, com uma pátria que nos acolhe e serve de casa; somos membros de um povo, com o qual nos identificamos e para cujo bem estamos – e devemos estar – inteiramente comprometidos.

É bem verdade que a globalização vai trazendo à tona, sempre mais, a noção da pertença a uma família humana grande e única, com a qual nos devemos sentir ligados e solidários. A própria Igreja, na sua antropologia e no seu magistério social, vai divulgando esta consciência e não poderia ser diferente. Cremos num único Deus e Pai, que a todos quer bem, como a filhos, e quer que vivam como irmãos. Um povo não pode ser indiferente aos outros, nem deixar de se interessar pelo bem e pela sorte sempre mais compartilhada por todos os membros da comunidade humana. Limites territoriais, tradições culturais, diferenças raciais, heranças históricas e interesses econômicos, em vez de contrapostos, deveriam ser cada vez mais conjugados e harmonizados.


A recente Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, com a participação de jovens de 170 países diferentes, convivendo em harmonia e solidariedade, e compartilhando os mesmos princípios essenciais, mostrou que o sonho de uma família humana integrada e vivendo em paz não é irreal. A impressão que se tinha, é que todos fossem irmãos, filhos de uma única grande família, onde as diferenças não dividiam, mas somavam e enriqueciam.
Isso mesmo também já pode acontecer em nosso Brasil? Somos um país imenso, com uma variedade muito grande de etnias, tradições culturais, situações locais e regionais, com riqueza e pobreza que se mesclam por toda parte e desníveis sociais ainda imensos, apesar do esforço que já se faz para a superação da miséria e para possibilitar a ascensão social da grande massa de pobres, que o país ainda tem. Nosso país pode ser justo e solidário, como convém aos membros de uma mesma família?

É nisso que acreditamos; e nesta tarefa, todas as pessoas de fé são chamadas a participar com convicção e esperança. Para nós, cristãos e católicos, de modo especial, está claro que a fé não pode ser desvinculada de nossa participação na edificação do mundo, à luz dos valores do reino de Deus. Bom cristão também precisa ser bom cidadão. O ensino social da Igreja traz-nos as diretrizes para traduzir o Evangelho para o nosso viver e agir neste mundo.

Além de cumprir os deveres cívicos, como os demais cidadãos, qual outra contribuição as pessoas de fé podem dar para o bem de um povo? Esta questão mereceria uma longa reflexão, pois nos introduz no próprio sentido da religião, frequentemente questionado. Temos algo de próprio para contribuir para o bem da humanidade e da Pátria. A própria fé em Deus, bem vivida e manifestada publicamente, com as convicções que dela decorrem traduzidas em cultura, é uma contribuição fundamental para o bem comum. A fé bem vivida e testemunhada enriquece o convívio social, de muitos modos.

Quando se dá espaço para Deus, também o homem cresce em importância: sua dignidade, seus direitos e o sentido de sua vida neste mundo são iluminados. Quando se exclui Deus do convívio humano, da esfera privada ou pública, começam a pairar sombras sobre a existência humana e a faltar bases sólidas para os valores e as virtudes e as relações sociais. Ter fé em Deus e manifestá-la abertamente, indo às suas consequências éticas e antropológicas, faz bem à Pátria.

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo - SP


Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 06.09.2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Grito dos Excluídos: uma mobilização nacional pelos direitos do povo brasileiro.


Ao longo desta semana, de 1º a 7 de setembro, todas as regiões do país celebram a 17ª edição do Grito dos Excluídos, cujo lema é “Pela vida grita a terra... Por direitos todos nós”. Trata-se de um conjunto de manifestações populares carregada de simbolismo, aberta às pessoas, grupos, entidades, Igrejas e movimentos sociais comprometidos.
 
Três são os objetivos da mobilização nacional: denunciar o modelo político e econômico que concentra riquezas e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; e por último, propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social.

48agdomdemetrioRealizado desde 1995, o Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB, cujo presidente na época, era o bispo de Jales (SP), dom Luiz Demétrio Valentini. Para ele, os 17 anos de realização do Grito mostram sua força e modelo eficiente para propor discussões em torno dos problemas sociais do país. O bispo elenca algumas das bases que sustentam a mobilização por tantos anos.

“Sua ligação com a temática tratada pela Campanha da Fraternidade a cada ano, depois a vinculação com a CNBB, a convocação para o dia da pátria, da Independência; o resgate de valores da cidadania”, sublinhou. Tem contribuído também para o crescimento do Grito as reflexões sobre temas essenciais para a vida da democracia brasileira.

“A cada ano somos levados a refletir sobre os gritos que se levantam e que precisam ser ouvidos; somos chamados a dar respostas conscientes para a nossa pátria, como em relação às drogas e à juventude que é traiçoeiramente envolvida por ela, tendo em vista que a população brasileira corre perigo; o grito muito forte contra a corrupção política, que se estende por tanto tempo e, em relação à natureza, que precisa ser cuidada”, enumerou.

ari_albertiO membro da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, destaca que o Grito tem um papel muito forte de conscientização e envolvimento da população brasileira. “É uma forma de dizer que não queremos apenas ver no dia da pátria, passivamente, o desfile de soldados e armas de guerra, mas queremos participar e exigir os nossos direitos e uma sociedade igual para todos”. Segundo Alberti, o evento tem crescido nos últimos anos e recebido adesão de muitas cidades, como exemplo o município de Jundiaí, no interior de São Paulo, que vai realizar o Grito pela primeira vez.

“O Grito dos Excluídos é hoje uma realidade nacional e acontece em todos os estados, além de receber adesão de novas cidades todos os anos. É um processo de construção coletiva que não se esgota no evento, mas há um antes, um durante e um depois com consequências para a vida das pessoas”, afirmou.

As atividades desenvolvidas na Semana da Pátria são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos.

Histórico

O Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB. Sua primeira edição deu continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo tema foi “Fraternidade e Excluídos” e lema foi “Eras, tu, Senhor”.

Por outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema “Brasil, alternativas e protagonistas”. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), aos movimentos sociais, entidades e organizações.

O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que se agrava nas décadas seguintes.
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Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/7521-grito-dos-excluidos-uma-mobilizacao-nacional-pelos-direitos-do-povo-brasileiro

sábado, 3 de setembro de 2011

Ninguém vai a Jesus se não for atraído pelo Pai (cf.Jo 6,65).


O capítulo 6 do evangelho de João começa dizendo que "grande multidão seguia Jesus, porque via os sinais que ele operava sobre os enfermos" (Jo 6,2). A frase de Jesus é muito importante para aqueles que pensam que para serem da Igreja, basta estar na igreja, quando na verdade, para Cristo não importa a quantidade de seguidores que uma igreja possa ter, inclusive recordo a recente matéria dos jornais que indicavam a redução do número de católicos e o aumento de ateus e protestantes das diversas denominações no Brasil.No entanto, após Jesus dizer "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65), aconteceu que "Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele" (Jo 6,66). E o que Jesus fez? Se retratou? Não! Ao contrário, voltou-se para os doze e disse: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). Essa pergunta é para nós hoje.

O mundo tem passado por muitas transformações e a religião também! Muitos pensam que para ir para a Igreja precisam "aceitar Jesus" e pronto! Já estão salvos, eleitos e santos (mais que os outros!). Engano. Repito a frase de Jesus: "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). O número de cristãos no Brasil, embora lentamente, está em decadência. É verdade que nossas comunidades religiosas por vezes fazem coisas que afastam as pessoas de Jesus. Mas Jesus pergunta a nós que ainda estamos: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). E a pergunta de Jesus é muito importante pois a quantidade de pessoas que se dizem cristãs e não são cristãs é imensa! Nossa Igreja precisa de mais bancos vazios! E por que? Por que se os bancos estão vazios é por que os cristãos saíram do seu comodismo e decidiram evangelizar, e evangelizar é ir ao povo em vez de ficar na igreja esperando o povo vir, como faziam os mestres da Lei.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia 2011 com o estudo do Livro do Êxodo

“Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”, com essa frase, de São Jerônimo, que a Igreja celebra, nesse mês de setembro, o Mês da Bíblia. Neste ano, o estudo proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será o Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”.

O Mês da Bíblia tem como tema “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

O presidente da Comissão para a Animação Bíblico-catequética e arcebispo de Pelotas (RS), dom Jacinto Bergmann, escreveu uma mensagem para toda a comunidade cristã que celebra o Mês da Bíblia.

Dom Jacinto pede que todos procurem viver intensamente o esse mês, em todas as comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. “Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão para a Animação Bíblico-catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira animação bíblica da pastoral, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo”, destacou.

O Subsídio

O Subsídio apresenta vários textos para estudo, reflexão, oração e prática para o Mês da Bíblia de 2011. Não pretende dizer tudo, mas apontar pistas para o trabalho individual e comunitário. Foi pensado como material de apoio, isto é, traz elementos informativos a serem desenvolvidos posteriormente e indica também roteiros práticos, que podem orientar grupos de reflexão e leitura orante sobre o assunto.

Leia abaixo a íntegra da mensagem de dom Jacinto Bergmann, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética da CNBB.

Mês da Bíblia

Mês de Setembro para a nossa Igreja no Brasil já é, por uma bonita tradição, sinônimo de MÊS DA BÍBLIA. O grande São Jerônimo, presbítero e doutor, cuja memória celebramos no final do mês de setembro, dia 30, nos motivou desde o início e motiva ainda hoje para a dedicação do mês de setembro inteiro para ser o da Bíblia. Sabemos da importância do trabalho bíblico de São Jerônimo realizando a tradução da Vulgata; e sua frase é emblemática: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”.

Também já é uma bonita tradição, a CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, oferecer um tema para o Mês da Bíblia para o estudo, a reflexão, a oração e a vivência da Palavra de Deus. O tema pode girar ou em torno de trechos bíblicos, ou de um Livro bíblico, ou até de um conjunto de Livros bíblicos. A escolha do tema para o Mês da Bíblia deste ano de 2011, concentrou-se no trecho do Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”. É necessário olharmos as etapas da travessia desértica do Povo de Deus, saindo do Egito e buscando a Terra Prometida: as dificuldades enfrentadas pelo Povo de Deus, tanto os problemas da natureza, quanto os desafios oriundos pela convivência humana, criaram a necesidade de enraizar e vivenciar a fé, a esperança e o amor em Deus. Queremos aprender com o Povo de Deus a realizarmos a nossa travessia de discipulado e missão. Eis, pois, o tema tão propício para o Mês da Bíblia de 2011: “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”. Mas, o fundamental em tudo isso, é estar próximo ao Senhor Deus. Assim, do capítulo 16, versículo 9, é tirado também o lema: “Aproximai-vos do Senhor”.

Vamos viver intensamente o Mês da Bíblia em todas as nossas comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo.

Dom Jacinto Bergmann,
Arcebispo de Pelotas e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética

Encontro de Cura e Libertação


 A Comunidade Católica Missão Eterna Aliança - RCC, convida todos para o encontro com o tema: "Vai, a tua fé te salvou" (Mc 10,52). Neste domingo, 04/09, das 8 às 18h no Centro de Ensino Almirante Tamandaré.