quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Natividade de Nossa Senhora - 8 de Setembro




Maria é uma criatura única, e isso já seria um motivo suficiente para levar os crentes a refletirem sobre a sua natividade. Celebramos a festa da natividade de Maria porque “dela surgiu o sol da justiça, Cristo, nosso Deus[1]”.

“Quem é esta que surge como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, terrível como o exército e bandeiras desfraudadas?” (Ct 6,10). 

O fundo do mar é também o lugar em que habita o dragão[2]. Tal monstro marinho era concebido como uma espécie de serpente (cf. Gn 3), que segundo Apocalipse 20,2 é o diabo e satanás[3]

Ter Fé é bom para a Pátria


A celebração do Dia da Pátria, no aniversário da independência do Brasil, oferece-nos a ocasião para algumas considerações. Como pessoas de fé estamos conscientes de que não temos aqui cidade permanente, mas estamos a caminho da pátria que há de vir (cf Hb 13,14); mas temos também clara consciência de sermos cidadãos deste mundo, com uma pátria que nos acolhe e serve de casa; somos membros de um povo, com o qual nos identificamos e para cujo bem estamos – e devemos estar – inteiramente comprometidos.

É bem verdade que a globalização vai trazendo à tona, sempre mais, a noção da pertença a uma família humana grande e única, com a qual nos devemos sentir ligados e solidários. A própria Igreja, na sua antropologia e no seu magistério social, vai divulgando esta consciência e não poderia ser diferente. Cremos num único Deus e Pai, que a todos quer bem, como a filhos, e quer que vivam como irmãos. Um povo não pode ser indiferente aos outros, nem deixar de se interessar pelo bem e pela sorte sempre mais compartilhada por todos os membros da comunidade humana. Limites territoriais, tradições culturais, diferenças raciais, heranças históricas e interesses econômicos, em vez de contrapostos, deveriam ser cada vez mais conjugados e harmonizados.


A recente Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, com a participação de jovens de 170 países diferentes, convivendo em harmonia e solidariedade, e compartilhando os mesmos princípios essenciais, mostrou que o sonho de uma família humana integrada e vivendo em paz não é irreal. A impressão que se tinha, é que todos fossem irmãos, filhos de uma única grande família, onde as diferenças não dividiam, mas somavam e enriqueciam.
Isso mesmo também já pode acontecer em nosso Brasil? Somos um país imenso, com uma variedade muito grande de etnias, tradições culturais, situações locais e regionais, com riqueza e pobreza que se mesclam por toda parte e desníveis sociais ainda imensos, apesar do esforço que já se faz para a superação da miséria e para possibilitar a ascensão social da grande massa de pobres, que o país ainda tem. Nosso país pode ser justo e solidário, como convém aos membros de uma mesma família?

É nisso que acreditamos; e nesta tarefa, todas as pessoas de fé são chamadas a participar com convicção e esperança. Para nós, cristãos e católicos, de modo especial, está claro que a fé não pode ser desvinculada de nossa participação na edificação do mundo, à luz dos valores do reino de Deus. Bom cristão também precisa ser bom cidadão. O ensino social da Igreja traz-nos as diretrizes para traduzir o Evangelho para o nosso viver e agir neste mundo.

Além de cumprir os deveres cívicos, como os demais cidadãos, qual outra contribuição as pessoas de fé podem dar para o bem de um povo? Esta questão mereceria uma longa reflexão, pois nos introduz no próprio sentido da religião, frequentemente questionado. Temos algo de próprio para contribuir para o bem da humanidade e da Pátria. A própria fé em Deus, bem vivida e manifestada publicamente, com as convicções que dela decorrem traduzidas em cultura, é uma contribuição fundamental para o bem comum. A fé bem vivida e testemunhada enriquece o convívio social, de muitos modos.

Quando se dá espaço para Deus, também o homem cresce em importância: sua dignidade, seus direitos e o sentido de sua vida neste mundo são iluminados. Quando se exclui Deus do convívio humano, da esfera privada ou pública, começam a pairar sombras sobre a existência humana e a faltar bases sólidas para os valores e as virtudes e as relações sociais. Ter fé em Deus e manifestá-la abertamente, indo às suas consequências éticas e antropológicas, faz bem à Pátria.

Card. Odilo P. Scherer

Arcebispo de São Paulo - SP


Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 06.09.2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Grito dos Excluídos: uma mobilização nacional pelos direitos do povo brasileiro.


Ao longo desta semana, de 1º a 7 de setembro, todas as regiões do país celebram a 17ª edição do Grito dos Excluídos, cujo lema é “Pela vida grita a terra... Por direitos todos nós”. Trata-se de um conjunto de manifestações populares carregada de simbolismo, aberta às pessoas, grupos, entidades, Igrejas e movimentos sociais comprometidos.
 
Três são os objetivos da mobilização nacional: denunciar o modelo político e econômico que concentra riquezas e condena milhões de pessoas à exclusão social; tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; e por último, propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social.

48agdomdemetrioRealizado desde 1995, o Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB, cujo presidente na época, era o bispo de Jales (SP), dom Luiz Demétrio Valentini. Para ele, os 17 anos de realização do Grito mostram sua força e modelo eficiente para propor discussões em torno dos problemas sociais do país. O bispo elenca algumas das bases que sustentam a mobilização por tantos anos.

“Sua ligação com a temática tratada pela Campanha da Fraternidade a cada ano, depois a vinculação com a CNBB, a convocação para o dia da pátria, da Independência; o resgate de valores da cidadania”, sublinhou. Tem contribuído também para o crescimento do Grito as reflexões sobre temas essenciais para a vida da democracia brasileira.

“A cada ano somos levados a refletir sobre os gritos que se levantam e que precisam ser ouvidos; somos chamados a dar respostas conscientes para a nossa pátria, como em relação às drogas e à juventude que é traiçoeiramente envolvida por ela, tendo em vista que a população brasileira corre perigo; o grito muito forte contra a corrupção política, que se estende por tanto tempo e, em relação à natureza, que precisa ser cuidada”, enumerou.

ari_albertiO membro da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, Ari Alberti, destaca que o Grito tem um papel muito forte de conscientização e envolvimento da população brasileira. “É uma forma de dizer que não queremos apenas ver no dia da pátria, passivamente, o desfile de soldados e armas de guerra, mas queremos participar e exigir os nossos direitos e uma sociedade igual para todos”. Segundo Alberti, o evento tem crescido nos últimos anos e recebido adesão de muitas cidades, como exemplo o município de Jundiaí, no interior de São Paulo, que vai realizar o Grito pela primeira vez.

“O Grito dos Excluídos é hoje uma realidade nacional e acontece em todos os estados, além de receber adesão de novas cidades todos os anos. É um processo de construção coletiva que não se esgota no evento, mas há um antes, um durante e um depois com consequências para a vida das pessoas”, afirmou.

As atividades desenvolvidas na Semana da Pátria são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos.

Histórico

O Grito dos Excluídos teve origem no então Setor Pastoral Social da CNBB. Sua primeira edição deu continuidade à reflexão da Campanha da Fraternidade de 1995, cujo tema foi “Fraternidade e Excluídos” e lema foi “Eras, tu, Senhor”.

Por outro lado, brotou da necessidade de concretizar os debates da 2ª Semana Social Brasileira, realizada nos anos de 1993 e 1994, com o tema “Brasil, alternativas e protagonistas”. Ou seja, o Grito é promovido pela Pastoral Social, mas, desde o início, conta com numerosos parceiros ligados às demais Igrejas do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), aos movimentos sociais, entidades e organizações.

O pressuposto básico do Grito é o contexto de aprofundamento do modelo neoliberal como resposta à crise generalizada a partir dos anos 70 e que se agrava nas décadas seguintes.
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Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/7521-grito-dos-excluidos-uma-mobilizacao-nacional-pelos-direitos-do-povo-brasileiro

sábado, 3 de setembro de 2011

Ninguém vai a Jesus se não for atraído pelo Pai (cf.Jo 6,65).


O capítulo 6 do evangelho de João começa dizendo que "grande multidão seguia Jesus, porque via os sinais que ele operava sobre os enfermos" (Jo 6,2). A frase de Jesus é muito importante para aqueles que pensam que para serem da Igreja, basta estar na igreja, quando na verdade, para Cristo não importa a quantidade de seguidores que uma igreja possa ter, inclusive recordo a recente matéria dos jornais que indicavam a redução do número de católicos e o aumento de ateus e protestantes das diversas denominações no Brasil.No entanto, após Jesus dizer "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65), aconteceu que "Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele" (Jo 6,66). E o que Jesus fez? Se retratou? Não! Ao contrário, voltou-se para os doze e disse: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). Essa pergunta é para nós hoje.

O mundo tem passado por muitas transformações e a religião também! Muitos pensam que para ir para a Igreja precisam "aceitar Jesus" e pronto! Já estão salvos, eleitos e santos (mais que os outros!). Engano. Repito a frase de Jesus: "Ninguém pode vir a mim, se meu Pai não o atrair" (Jo 6,65). O número de cristãos no Brasil, embora lentamente, está em decadência. É verdade que nossas comunidades religiosas por vezes fazem coisas que afastam as pessoas de Jesus. Mas Jesus pergunta a nós que ainda estamos: "Quereis vós também retirar-vos?" (Jo 6,67). E a pergunta de Jesus é muito importante pois a quantidade de pessoas que se dizem cristãs e não são cristãs é imensa! Nossa Igreja precisa de mais bancos vazios! E por que? Por que se os bancos estão vazios é por que os cristãos saíram do seu comodismo e decidiram evangelizar, e evangelizar é ir ao povo em vez de ficar na igreja esperando o povo vir, como faziam os mestres da Lei.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia 2011 com o estudo do Livro do Êxodo

“Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”, com essa frase, de São Jerônimo, que a Igreja celebra, nesse mês de setembro, o Mês da Bíblia. Neste ano, o estudo proposto pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), será o Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”.

O Mês da Bíblia tem como tema “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”, e o lema “Aproximai-vos do Senhor”.

O presidente da Comissão para a Animação Bíblico-catequética e arcebispo de Pelotas (RS), dom Jacinto Bergmann, escreveu uma mensagem para toda a comunidade cristã que celebra o Mês da Bíblia.

Dom Jacinto pede que todos procurem viver intensamente o esse mês, em todas as comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. “Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão para a Animação Bíblico-catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira animação bíblica da pastoral, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo”, destacou.

O Subsídio

O Subsídio apresenta vários textos para estudo, reflexão, oração e prática para o Mês da Bíblia de 2011. Não pretende dizer tudo, mas apontar pistas para o trabalho individual e comunitário. Foi pensado como material de apoio, isto é, traz elementos informativos a serem desenvolvidos posteriormente e indica também roteiros práticos, que podem orientar grupos de reflexão e leitura orante sobre o assunto.

Leia abaixo a íntegra da mensagem de dom Jacinto Bergmann, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética da CNBB.

Mês da Bíblia

Mês de Setembro para a nossa Igreja no Brasil já é, por uma bonita tradição, sinônimo de MÊS DA BÍBLIA. O grande São Jerônimo, presbítero e doutor, cuja memória celebramos no final do mês de setembro, dia 30, nos motivou desde o início e motiva ainda hoje para a dedicação do mês de setembro inteiro para ser o da Bíblia. Sabemos da importância do trabalho bíblico de São Jerônimo realizando a tradução da Vulgata; e sua frase é emblemática: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o Cristo”.

Também já é uma bonita tradição, a CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, oferecer um tema para o Mês da Bíblia para o estudo, a reflexão, a oração e a vivência da Palavra de Deus. O tema pode girar ou em torno de trechos bíblicos, ou de um Livro bíblico, ou até de um conjunto de Livros bíblicos. A escolha do tema para o Mês da Bíblia deste ano de 2011, concentrou-se no trecho do Livro do Êxodo, capítulos 15,22 a 18,27, que é conhecido como o “Livro da Travessia”. É necessário olharmos as etapas da travessia desértica do Povo de Deus, saindo do Egito e buscando a Terra Prometida: as dificuldades enfrentadas pelo Povo de Deus, tanto os problemas da natureza, quanto os desafios oriundos pela convivência humana, criaram a necesidade de enraizar e vivenciar a fé, a esperança e o amor em Deus. Queremos aprender com o Povo de Deus a realizarmos a nossa travessia de discipulado e missão. Eis, pois, o tema tão propício para o Mês da Bíblia de 2011: “Travessia, passo a passo, o caminho se faz”. Mas, o fundamental em tudo isso, é estar próximo ao Senhor Deus. Assim, do capítulo 16, versículo 9, é tirado também o lema: “Aproximai-vos do Senhor”.

Vamos viver intensamente o Mês da Bíblia em todas as nossas comunidades cristãs espalhadas pelo território nacional. Que bom que temos um Subsídio elaborado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, que, usado em nossos Grupos Bíblicos, nos ajudará a conhecer e interpretar, a comungar e orar, a evangelizar e proclamar a Palavra de Deus e assim caminharmos sempre mais para uma verdadeira ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL, formando entusiastas discípulos missionários de Jesus Cristo.

Dom Jacinto Bergmann,
Arcebispo de Pelotas e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-catequética

Encontro de Cura e Libertação


 A Comunidade Católica Missão Eterna Aliança - RCC, convida todos para o encontro com o tema: "Vai, a tua fé te salvou" (Mc 10,52). Neste domingo, 04/09, das 8 às 18h no Centro de Ensino Almirante Tamandaré.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Juventude Forania de Nazaré - Tarde de Espiritualidade



Convida toda a coordenação de grupos de jovens, pastorais e movimentos neste sábado, 03 de setembro, às 14h na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré - Cohatrac. Vá e participe!!