quarta-feira, 24 de março de 2021

Papa nomeia ativista gay para comissão vaticana


O Papa Francisco nomeou Juan Carlos Cruz como membro da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, segundo informou a sala de imprensa da Santa Sé, em 24 de março.


Juan Carlos Cruz foi vítima do ex-sacerdote chileno Fernando Karadima, que em 2011 foi considerado culpado pela Congregação para a Doutrina da Fé de abusar sexualmente de menores durante as décadas de 1980 e 1990.

Cruz declarou que é homossexual e é contrário aos ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade. Em 15 de março, criticou o documento da Congregação para a Doutrina da Fé que afirma que a Igreja não pode abençoar casais do mesmo sexo.

Cruz, atualmente ativista da agenda LGTB, disse à Associated Press naquele dia que as pessoas abandonariam a Igreja Católica "se a Igreja e a CDF não avançassem com o mundo".

A nomeação de Cruz foi celebrada pela polêmica freira dominicana Lucía Caram, que, além de defender o aborto e as uniões homossexuais, nega a virgindade da Virgem Maria e afirma que a Mãe de Deus tinha relações sexuais com São José.


Esta nomeação também foi celebrada pelo jesuíta James Martin, conhecido por apoiar os coletivos LGBT.


Juan Carlos Cruz, que fará parte da comissão do Vaticano por três anos, agradeceu ao Papa Francisco em sua conta no Twitter “por confiar em mim com esta nomeação. Eu o agradeço profundamente" e acrescentou que "isso renova meu compromisso de continuar trabalhando para acabar com o flagelo dos abusos e por tantos sobreviventes que ainda não obtiveram justiça", disse ele.

Cruz junta-se aos atuais membros da comissão presidida pelo cardeal Seán O'Malley, arcebispo de Boston (EUA) e membro do Conselho de Cardeais que assessora o Papa sobre a reforma da Cúria.

A Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores foi criada pelo Papa Francisco em 2014 como um órgão consultivo para melhorar as normas e procedimentos da Igreja para a proteção de crianças e adultos vulneráveis.

O Papa Francisco recebeu Cruz no Vaticano em abril de 2018, junto com James Hamilton e José Andrés Murillo, outras duas vítimas de Karadima. Na ocasião, o Papa pediu perdão por defender, durante a sua visita ao Chile, o bispo Juan Barros, acusado de encobrir os abusos de Karadima.

Em uma entrevista posterior, Cruz disse que abordou o tema de sua homossexualidade durante um encontro privado com o Papa.

De acordo com o comunicado de 24 de março, o Papa renovou quinze membros desta comissão pelo período de um ano: Dom Luis Manuel Ali Herrera (Colômbia), Pe. Hans Zollner (Alemanha), Irmã Jane Bertelsen (Reino Unido)., Irmã Arina Gonsalves (Índia), Irmã Kayula Lesa (Zâmbia), Irmã Hermengild Makoro (África do Sul), Professora Hanna Suchocka (Polônia), Professor Ernesto Caffo (Itália), Dr. Gabriel Dy-Lyacco (Filipinas), Benyam Dawit Mezmur (Etiópia), Professor John Owen Neville (Austrália), Nelson Giovanelli (Brasil), Professora Myriam Wijlens (Holanda), Teresa Kettelkamp Morris (EUA) e Sinalelea Fe'Ao (Tonga).
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ACI Digital

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