quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A Igreja na Nicarágua está sofrendo perseguição pelo governo, afirma vigário-geral da Arquidiocese

Capela da Catedral de Manágua que sofreu um ataque em 31 de julho de 2020. Crédito: Javier Ruiz - Arquidiocese de Manágua


O Vigário-Geral da Arquidiocese de Manágua, Mons. Carlos Avilés, pediu orações pela Nicarágua frente ao ataque à catedral e destacou que a Igreja no país está sofrendo uma perseguição aberta pelo Governo de Daniel Ortega.

Em 31 de julho, uma pessoa não identificada entrou em uma das capelas da Catedral de Manágua e lançou uma bomba molotov que causou um incêndio e destruiu o sacrário e a imagem do Sangue de Cristo.

Em uma entrevista com EWTN Notícias, Mons. Avilés indicou que não se sabe especificamente quem foi o responsável pelo ataque, “mas já tivemos vários atos de vandalismo em outras capelas recentemente, o que indica que existe um plano orquestrado".

Um desses ataques foi realizado contra a capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no município de Nindirí, em Masaya, na quarta-feira, 29 de julho. Os desconhecidos roubaram a custódia e o cibório, quebraram imagens, pisotearam as hóstias e fizeram outros estragos.

Mons. Avilés assinalou que "os únicos que ameaçaram foi o Governo, eles falaram publicamente contra os bispos, que são 'terroristas', que são 'golpistas' e criticam a Igreja".

"Denunciamos a nível nacional e internacional a ação irracional do Governo de reprimir violentamente e de não aproveitar a ajuda humanitária que a Igreja oferece”, indicou.

Além disso, o Prelado ressaltou que "há uma perseguição declarada, uma perseguição aberta contra a Igreja", que se reflete claramente em atos como a presença da polícia nos templos para registrar as placas dos carros das pessoas que participam da Missa. 

Outro exemplo claro é o tratamento de "Pe. Román, que apoiou algumas mães em greve, praticamente fecharam um quarteirão ao redor da paróquia, cortaram a luz, cortaram a água, e assim mantiveram algumas semanas”, assinalou.

Mons. Avilés indicou que "o governo vê tudo em uma nuance política, acreditando que nós queremos ter poder, ou mais propaganda, ou quem sabe o que eles pensarão" e enfatizou que a verdade transmitida pela mensagem da Igreja incomoda as autoridades da País.

"Incomoda-os que a Igreja esteja dizendo a verdade, incomoda-os que a Igreja seja pacífica, incomoda-os que a Igreja esteja defendendo os direitos mais básicos das pessoas", enfatizou. "Isso resultou nessa perseguição contra a Igreja, mas vamos seguir em frente", concluiu.
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Publicado originalmente em ACI Prensa.
Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

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