domingo, 13 de outubro de 2019

Sínodo da Amazônia: “papa não é inimigo”, diz Mourão em Roma


"O governo brasileiro e a Igreja Católica andam lado a lado”, declarou durante uma coletiva aos jornalistas na embaixada do Brasil na Itália.

Mourão disse ainda que o Sínodo tem um viés político, apesar de ter sido convocado pela Igreja. “Fazemos política o tempo todo. Óbvio que a questão do Sínodo tem como pano de fundo a Amazônia e alguns dos dogmas da Igreja Católica estão em discussão. A questão da ecologia integral é a grande discussão do século 21 e é responsabilidade do governo brasileiro proteger a Amazônia, e de mais ninguém. Não queremos ser conhecidos como governo motosserra ou que não defende os direitos humanos”, acenou.

Demarcação de novos territórios indígenas

Uma das principais denúncias dos índios brasileiros durante o Sínodo da Amazônia é a paralisação na demarcação de novos territórios indígenas. Mourão afirmou que os processos seguirão parados por tempo indeterminado.

“O Brasil tem 14% de terras indígenas demarcadas, é uma quantidade expressiva. A visão do presidente Bolsonaro é que o que está demarcado tem que ser protegido. Temos muita dificuldade em proteger e controlar aquilo que nós temos, só depois disso podemos saber se é o caso de novas demarcações”, afirmou.

A agenda do vice-presidente no Vaticano conta ainda com uma audiência com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, nesta segunda-feira (14). “Não recebi nenhuma determinação do presidente para convidar o papa a uma nova visita ao Brasil”, adiantou. Contudo, Mourão acenou para uma possível visita de Bolsonaro à Itália em 2020 em que o presidente poderia ser também recebido por Francisco. “É fundamental esse encontro entre o presidente e o papa”, declarou.

O elevado número de autoridades brasileiras que participará da missa no Vaticano tem gerado controvérsias sobre o uso excessivo de verbas públicas. Um levantamento realizado por El País Brasil mostrou que o gasto com diárias para servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário será de 186 mil reais, sem contar gastos com deslocamentos e hospedagem.

Mourão informou que a delegação do Planalto é constituída somente por 14 pessoas. 

Itália

Na terça-feira (15), o vice-presidente brasileiro encontrará o presidente italiano Sergio Mattarella e o premiê Giuseppe Conte. Na agenda constam ainda reuniões com empresários de multinacionais italianas, entre elas Pirelli e Enel.

“Tenho absoluta certeza que continuaremos com esse trabalho de cooperação com o governo italiano para um benefício mútuo, uma relação em que ambos tenham resultados positivos”, declarou.

Os encontros de mourão com o presidente e premiê italianos ainda devem ser confirmados.
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RFI português do Brasil

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