quarta-feira, 2 de outubro de 2019

"O grande apóstolo da Amazônia"


Nesses tempos em que é trazida a questão da evangelização de indígenas em terras brasileiras, cabe sempre recordar que já o fizeram de maneira verdadeiramente católica…e na Amazônia.

Padre Júlio Maria De Lombaerde é um desses Missonários que, para a salvação das almas (não apenas dos corpos) – a fim de dá-las a Nosso Senhor Jesus Cristo, sedento delas – sacrificou sua vida como verdadeiro apóstolo, a partir de sua vida interior de união com o próprio Deus. Considerava os habitantes das regiões das Missões como HUMANOS, tal como ele mesmo, com corpo e ALMA e, portanto, com RAZÃO, capazes de compreender a Verdade e, assim, de conversão, de conhecerem aquela pessoa de Cristo e nEle crerem pela Graça da Fé, podendo crescer espiritualmente até à Caridade, à união com Deus.

Dom Antônio Affonso de Miranda o nomeia como ‘O grande apóstolo da Amazônia’, comparando-o ao apóstolo São Paulo no período da Igreja primitiva:

    “Nas infindas viagens, ora por água, ora por terra a cavalgar seu velho burro, era o homem da prece e da atividade sem descanso. […]
    Não esmorecia ante as dificuldades insuperáveis.
    Sofreu, quem sabe, a malevolência dos homens!
    Mas tinha coração aberto para perdoar.
    Tinha a alma grande para calar.
    Tinha fibra de herói para não desanimar.
    Era o homem de Deus.
    Era o Apóstolo.
    Era São Paulo percorrendo as plagas do Amazonas…”¹

Padre Júlio Maria foi ordenado a 13 de janeiro de 1908. Em 1912, quando fazia um bem imenso pregando missões pela França, foi de repente enviado para o Brasil (Amazônia), onde trabalhou 15 anos como missionário entre os índios e caboclos.

No Norte (Macapá) fundou providencialmente a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, tendo sido aprovada pelo Papa Bento XV. Tem-se desenvolvido muito essa Congregação.


Do Norte, o Padre Júlio Maria, demorando-se algum tempo em Natal, veio para Manhumirim (Minas Gerais), em 1928. A obra que aqui desenvolveu, com a proteção de Deus e apesar das perseguições constantes movidas pela Maçonaria local, é uma prova palpável da divindade da sua missão.

A pedido dos Sres. Vigários, e estimulado pelo santo Dom Carloto, primeiro Bispo de Caratinga, Padre Júlio Maria, com muito fruto espiritual, percorreu grande parte da Diocese, pregando Missões.

“Do nada”, mas sempre abençoado por Deus e Nossa Senhora, fundou aqui a primeira Congregação de padres missionários genuinamente brasileira: a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, bem como a das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora.

Padre Júlio Maria, polemista sem par, teólogo exímio, pregador admirável, escritor de renome, teve sempre sua pena e sua rara inteligência a serviço da Igreja e pelo seu [jornal] “O Lutador” se fez o “terror dos hereges”.

Mestre, pai e amigo, igual a ele nunca existirá. Mestre do povo, pai dos pobres, amigo das crianças, era chamado por estas como sendo o seu querido ‘vovozinho’.

 
Em trágico acidente de automóvel, verificado a 24 de dezembro de 1944 [estando viajando às pressas, por urgência de celebrar a Santa Missa de Natal], sozinho, longe de seus filhos, Padre Júlio Maria morreu, lutando ainda como passara toda a sua vida. O Brasil inteiro chorou a perda desse grande sacerdote, brasileiro de Coração.

Nosso amado Servo de Deus está no início do processo de beatificação e canonização: http://sacramentinos.org.br/processo-de-beatificacao/
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¹ Miranda, A. A. (2010). Pe. Júlio Maria, sua vida e sua missão: Um Missionário à feição do Cura d’Ars. São Paulo: Palavra & Prece.
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Via Instituto Catariniano

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