segunda-feira, 15 de abril de 2019

Incêndio consome a histórica Catedral de Notre Dame, em Paris


Um incêndio de grandes proporções está a atingir a Catedral de Notre-Dame, um dos edifícios emblemáticos da capital francesa, episódio “potencialmente ligado” às obras de restauro em curso, segundo os bombeiros locais.

O fogo, que acontece no segundo dia da Semana Santa, alastrou-se pelo sótão da catedral e está a estender-se ao resto do edifício, sendo visíveis colunas de chamas e fumo; o pináculo colapsou.

A presidente do Município de Paris, Anne Hidalgo fala de um “fogo terrível”, sublinhando que as autoridades estão mobilizadas, “em estreita ligação” com a Arquidiocese local.

O presidente francês, Emmanuel Macron, publicou uma mensagem em que fala da “emoção de toda uma nação” e deixa um pensamento para “todos os católicos e todos os franceses”.

“Estou triste por ver arder esta parte de nós”, assinala, através da sua conta na rede social Twitter.

O arcebispo Éric Moulin-Beaufort, presidente da Conferência Episcopal de França (CEF), assume que esta é “uma grande ferida”, que vai para lá do Cristianismo, assinalando que a catedral é um símbolo “de paz, de beleza e de esperança”.

A construção da catedral, de estilo gótico, teve início em 1163 e foi concluída em 1345; no século XIX foi restaurada pelo arquiteto Viollet-le-Duc.

Mais de uma dezena de igrejas foram profanadas nos últimos meses, em França, e incêndios atingiram espaços como a Igreja de São Sulpício, em Paris.

A Catedral de Notre-Dame é propriedade do Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu uso é atribuído à Igreja Católica.

Apesar de alguns incidentes, ao longo dos séculos, este é o maior incêndio a atingir o edifício, patrimônio mundial da humanidade, que foi poupado durante as duas guerras mundiais.

O teto da catedral, que desabou no fogo, datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em madeira de carvalho.

A construção foi encomendada pelo bispo Maurice de Sully; a primeira pedra foi colocada na presença do Papa Alexandre III, que ficou em Paris de 24 de março a 25 de abril de 1163, durante o reinado de Luís VII.

Em 1185, durante a primeira celebração no interior da catedral, o patriarca de Jerusalém Heráclio de Cesareia convocou Terceira Cruzada.
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Agência Ecclesia

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