quarta-feira, 23 de maio de 2018

Homossexualidade X Igreja


Vamos mexer num vespeiro? Cutuca e sai correndo, mas sempre sobram umas picadas...

Que seja! Alguém precisa derrubar a caixa dos marimbondos que se instalaram no portal de entrada da casa de tantas famílias...

Vamos falar de HOMOSSEXUALIDADE x IGREJA.

Publicaram, disseram, propagaram que um moço gay do Chile, antiga vítima de um padre pedófilo,  ouviu do Papa "Deus te fez assim e te ama assim!"... Pronto! Bastou para apedrejarem ou super-louvarem o Papa de novo...

O que acontece (é meu ponto de vista e não é infalível, certamente!) é que a questão da homossexualidade sempre ouriça os católicos e os cristãos de modo geral...

É inegável, contudo, que se trata de uma ferida aberta no corpo da Igreja.  É preciso tratá -la, mesmo que não possa ser totalmente curada. É preciso acolher como uma "graça na desgraça" aquilo que não pode ser mudado...

Tem hétero demais falando sobre o que não sofre: se a Igreja quer tratar melhor a homossexualidade será preciso ouvir os homossexuais católicos (ouvir, inclusive os clérigos e religiosos homossexuais, sem prévia condenação e defenestração por castigo... Às vezes se ouve dizer, aqui e ali, que pelo menos no Alasca eles existem... Não sei se é verdade!): só eles podem falar deles mesmos, de suas angústias e esperanças.

O que passar disso é discurso de ódio, duma ou doutra parte.

Quem quer entender de carne fala com um bom açougueiro,  se se quer estudar a relação homossexualidade-Igreja então se deverá, com respeito e caridade, ouvir o que os próprios homossexuais têm a dizer de suas próprias lutas.

É preciso relembrar o óbvio: para além da condição sexual existe a PESSOA. Recuperar o significado de PESSOA com tudo que este termo implica.

Costumo dizer que trazer a "marca" da condição homossexual é como nascer com uma verruga na ponta do nariz, daquelas que, se extirpada,  todo o corpo ressentirá ainda mais; conviver tem lá seus prejuízos,  mas aceitar e integrar a própria vida com tal "marca indelével e misteriosa" pode ser uma saída boa para a pessoa que deseja equilibrar sua homossexualidade com a fé cristã católica.

Os preconceitos dentro das famílias, das Igrejas e da sociedade em geral acabam forçando os homossexuais, desde a mais tenra idade, a descobrirem o sexo por si mesmos, na solidão ou na rua, ou ainda por iniciações abusivas e até violentas (correndo o mortal risco de reproduzirem isso mais pra frente), e a viverem no escondimento, em guetos urbanos, nos "inferninhos" das grandes cidades, nos meios de "caça virtual", ou, por fim e para maior desgraça, a acabarem --- por variadas e constrangedoras circunstâncias --- confundindo homossexualidade com devassidão (desde o ponto de vista da moral cristã): é com isso que devemos acabar! Se tudo começa torto, endireitar depois será tremendamente mais difícil.

Quanto mais apoiados e acolhidos os homossexuais forem, mais felizes e menos "perdidos" eles serão!


Dom Gregório M. Botelho, OSB Oliv.

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