sábado, 1 de abril de 2017

A última Provação da Igreja


Jesus não nos enganou; Ele disse com clareza: “Então naquele tempo haverá grande tribulação, tal como não houve desde o principio do mundo até agora, nem tornará a haver jamais” (Mt 24,21). A maioria dos cristãos não gosta de meditar sobre isso, mas não podemos fugir desta realidade.

A Igreja é o Corpo de Cristo; a Cabeça passou pela Paixão e morte para entrar na glória (Lc 24,26). “Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na Sua glória?” Assim disse Jesus aos discípulos de Emaús.

Então, o Corpo da Igreja também passará pela Paixão final e última. É verdade que nesses 2000 anos ela já sofre a Paixão; os seus mártires derramaram o seu sangue em toda a Terra; em todos os lugares onde a semente do Evangelho foi lançada ao solo, teve de ser regada pelo sangue dos mártires; isto foi em todos os séculos, e é mais ainda hoje diante do Estado Islâmico no Oriente e do laicismo anticatólico no Ocidente.

Os cristãos foram massacrados pelos judeus no primeiro século, e por três séculos seguidos pelos romanos; e depois pelo nazismo, comunismo… A Espanha e o México foram banhados com o sangue dos cristãos nos anos de 1930; e também na Rússia, China, Laus, Camboja, Vietnã e Cuba no século XX. Cristo continua e agonizar e sofrer a Paixão até ele voltar para dar o triunfo definitivo à Igreja.

Sempre houve guerra contra a Igreja, e hoje não é diferente, e vai piorar.

O Catecismo nos fala claro da perseguição final que ela vai sofrer: “Antes do Advento de Cristo, a Igreja deve passar por essa provação final que abalará a fé de muitos crentes (Lc 18,8; Mt 24,12). “Mas quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a Terra?” (Lc 18,8). “E ante o progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos esfriará”. (Mt 24,12).

“A perseguição que acompanha a peregrinação dela na Terra desvendará o ‘mistério da iniquidade’ sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus problemas a custa da apostasia da verdade. A impostura religiosa suprema é a do Anticristo; isto é, a de um pseudo messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de Seu Messias que veio na carne” (2 Ts 2, 4-12) (1 Ts 5,2-3; I Jo 2, 18-22) (Catecismo n. 675).

O Catecismo termina dizendo que: “A Igreja só entrará na Glória do Reino por meio desta derradeira Páscoa, em que seguirá seu Senhor em Sua Morte e Ressurreição. (Ap 19,1-9) (n. 677). Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja (Ap 13,8), segundo um progresso ascendente mas por uma vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal (Ap 20,7-10) que fará sua esposa descer do Céu” (Ap 21,2-4). O triunfo de Deus sobre a revolta do Mal assumirá a forma do Juízo Final, depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa” (2 Pe 3, 12-13). 

São Paulo fala claro da “apostasia da verdade” da fé que muitos cairão: “A manifestação do ímpio será acompanhada graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem por não terem cultivado o amor a verdade, que s teria podido salvar… Desse modo serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal” (2 Ts 2,9-12).

Não é sem razão que o Catecismo diz que: “a salvação está na verdade” (n. 851). O mundo está dividido em duas partes; os que creem no “Espírito da Verdade” (Jo 16,13), o Espírito Santo, e os que seguem o espírito da mentira, Satanás, o “pai da mentira” (Jo 8,44), como o chamou Jesus.

Esta provação final é que separará, definitivamente, o joio do trigo. Deus permitirá ao Príncipe das trevas uma última investida contra a Igreja, como nunca houve; “Então naquele tempo haverá grande tribulação, tal como não houve desde o principio do mundo até agora, nem tornará a haver jamais” (Mt 24,21).

Tudo que os cristãos já sofreram até hoje será repetido e piorado: a perda dos bens, as perseguições, exílios, mortes. O Senhor disse que: “O irmãos entregará o irmão, o pai denunciará o filho, os filhos levantar-se-ão contra os pais e os farão morrer” (Mt 10,21).

Certamente os mosteiros serão destruídos, as Congregações religiosas e Comunidades fechadas, como foi no passado, a hierarquia da Igreja será abalada e perseguida. As Igrejas serão profanadas e incendiadas como na Rússia comunista e na França da Revolução Francesa (1789), e transformadas em lugares de devassidão. “Quando portanto, virdes a abominação da desolação, de que fala o profeta Daniel, instalada no lugar santo então os que estiverem na Judeia fujam para as montanhas” (Mt 24,15).

Então, os fracos na fé vão se escandalizar de Jesus e da doutrina da Igreja e vão apostatar: aderir aos erros (Mt 24,10). Dirão como Pedro: “Não conheço esse homem” (Mt 26,74). Não conheço a Igreja!

As almas fracas não entenderão que Jesus continua a obra da Redenção na Igreja e em cada alma e que todos devem participar da Sua Paixão (Cl 1,24).

Os que por amor do Mestre, beberem com ele aquele cálice do Getsemani, serão salvos e ajudarão a salvar almas. Mas esses fortes na fé já não serão perturbados. O Senhor os sustentará.

Que importará aos cristãos dos últimos tempos, fortalecidos pela Eucaristia e por Maria, serem perseguidos e verem toda a maldade se abater sobre a Igreja?

Que importa? A Igreja não pode morrer; não pode ser vencida. Apenas está fazendo a sua mais bela colheita para a eternidade.

Quando terminar a colheita, o Cristo aparecerá e com o sopro de sua boca matará o Anticristo e dispersará o seu exército.

“Então, aparecerá o ímpio, aquele que o Senhor destruirá com o sopro da Sua boca e o suprimirá pela manifestação de sua Vinda” (2 Ts 2,8).

Cristo preparará os seus para o último combate – que ninguém sabe quando será – mas que já começou.

“Que são os penas presentes! Elas não têm proporção alguma com a glória que nos espera no céu” (Rm 8,18). Esses heróis dos últimos tempos já estarão, como os primeiros cristãos, despojados de tudo: bens, familiares, prazeres e tudo o mais que os prendia no mundo. Será o exército invencível de Cristo, os que vão com Ele até o Calvário, felizes como os mártires, por uma graça especial.

Será o tempo mais belo da Igreja, porque, os seus algozes, sem o saberem, encherão os celeiros do céu.

É exatamente no tempo da mais terrível perseguição da Igreja, que Jesus faz as suas mais belas conquistas; o céu se enche de almas santas.

Cristo está em cada uma delas para ampará-las e fortalece-las. Em cada alma Ele sofre as injúrias, escárnios, açoites, para completar a obra da Redenção. É porque a alma tem consciência desta Presença divina em sua alma, que ela tem toda a consolação. E ela, então, agradece por tê-la feito digna de poder participar, sem mérito de sua parte, dos sofrimentos de Sua Paixão, e de participar, em breve do triunfo de Sua Ressurreição.



Prof. Felipe Aquino
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Cleofas

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