quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Família: primeira porta de Misericórdia


O tema da misericórdia tem sido recorrente desde o começo do pontificado do Papa Francisco, atingindo o seu cume com a proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Segundo o Papa, reconhecer a própria miséria e acolher a misericórdia de Deus que se aproxima de nós em meio às nossas infidelidades é condição necessária para que possamos também nós ter um olhar misericordioso em favor dos outros.

Aí é que entra a família, como “primeira escola de misericórdia”. “A família é a primeira escola das crianças (onde a compreendem quando possibilitamos que elas experimentem desta misericórdia), é o ponto de referência imprescindível para os jovens, é o melhor lar para os idosos. Acrescento que a família é também a primeira escola de misericórdia, porque ali se é amado e se aprende a amar, se é perdoado e aprende-se a perdoar.”

É no amor dos pais que podemos encontrar a referência mais clara do amor que Deus tem por nós: um amor que salva sem condenar, exorta sem julgar, liberta sem usar, acolhe sem pôr barreiras, bastando que exista uma fresta aberta para receber esse amor. Não é à toa que Deus mesmo se identifica como pai e como mãe em várias passagens da Bíblia. 

Embora já de antemão orientado para essa doação total, mesmo o amor dentro da família deve ter sempre em seu horizonte o amor de Deus, evitando todo o risco de cair no egoísmo, na autossuficiência, no comodismo, no apego desordenado e na busca dos próprios interesses. É preciso cultivar um coração que se sensibiliza com as fragilidades do outro, que não põe limites em se doar para fazer o bem e que sabe perdoar sem senso de superioridade.

Se nós não nos decidirmos, não a partir de nossa própria capacidade, mas tendo por fonte o amor que recebemos, a amar sem medida e a ver o perdão e a misericórdia como valores fundamentais a serem transmitidos em nossas famílias, como esperar qualquer mudança em nossa sociedade, em relação ao respeito à dignidade da vida humana, em todas as suas formas? O descaso com os mais pobres, o aborto, a violência doméstica, a discriminação, a sexualidade vivida de forma trivial e egoísta; os grandes problemas da atualidade têm uma mesma raiz e, portanto, uma mesma solução: trata-se, como aponta o logotipo do Ano Santo, de mudar o olhar, de cultivar um olhar de misericórdia – e esse cultivo começa na família.”
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Revista Shalom Maná / Movimentos de Casais Jovens

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