quarta-feira, 6 de julho de 2016

Movimentos "católicos" que maquinam contra a Igreja Católica.


Num vídeo encontrado no site da Câmara de Vereadores do Município de São Paulo, um senhorito chamado Eduardo Brasileiro apresentou-se num Seminário organizado pelo Movimento LGBT e outras entidades, explicando quem é e o que quer a tal Associação “Igreja, Povo de Deus em Movimento”:

“É um Movimento dentro da Igreja Católica que quer lutar a partir dos direitos humanos por uma refundação dos dogmas e das concepções católicas dentro da sua estrutura de poder. Isso não é fácil, mas tem quinze Paróquias da Zona Leste de São Paulo que comungam dessa ideia”.

O vídeo é chocante pois, além de confrontar nominalmente os Cardeais Arcebispos de São Paulo e do Rio de Janeiro, o rapaz enaltece a blasfema representação do travesti crucificado.

Pois bem, algo precisa ser feito. E é urgente!

Esta é uma tática usada para destruir a Igreja. Para instrumentalizá-la, grupos inimigos se infiltram, com o objetivo de a irem demolindo aos poucos, desde dentro.

Este é o caso, por exemplo, das “Católicas pelo Direito de Decidir”. Como confessou a sua fundadora, Frances Kisslling, o objetivo de sua associação era erodir a moral católica desde dentro da Igreja para minar a resistência anti-abortista, visto que a teologia moral católica era a mais articulada e oferecia argumentos sólidos contra a Cultura da Morte. Nas próprias palavras de Kisslling, que disse:

as pessoas neste país questionaram a legalidade do aborto, mas de tal maneira que não questionaram o tema da moralidade. A incapacidade de tratar esta questão no nível moral é uma grave ameaça para o sucesso a longo prazo do movimento em favor do aborto. Você nunca realmente irá vencer definitivamente se a questão da moralidade for levantada. Se nós, como movimento, tivermos que tratar de moralidade na questão do aborto, nós perderemos, porque o discurso moral é controlado pelos homens e pela religião, e é construído contra as mulheres. O argumento dos bispos diz que o aborto é um assassinato, que abortar é matar e que a vida começa na concepção. Mas é esta perspectiva católica o lugar certo onde começar o trabalho, porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, se você puder refutar a posição católica, você refutou todas as demais. Nenhum dos outros grupos religiosos realmente têm declarações tão bem definidas sobre a personalidade, quando a vida começa, fetos e etc. Assim, se você derrubar a posição católica, você ganha”.

A Associação “Igreja, Povo de Deus em Movimento” apresenta-se com a mesmíssima finalidade: destruir o dogma católico desde dentro, enganando o povo com a pregação de um falso evangelho, em franca dissonância com a doutrina da Igreja, para promover a agenda de grupos anti-católicos, como o LGBT e outras entidades claramente ligadas aos lobbies contra a vida e a família.

O Código de Direito Canônico diz que “quem se inscreve em alguma associação que maquina contra a Igreja seja punido com justa pena; e quem promove ou dirige uma dessas associações seja punido com interdito” (c. 1374).

Mas, sobretudo, afirma que o apóstata da fé, o herege ou o cismático incorre em excomunhão latæ sententiæ (c. 1364) e,“pelo próprio direito”, isto é, sem que haja necessidade da intervenção da autoridade eclesiástica, “perde o ofício” (c. 194). “A remoção só pode ser urgida”, acrescenta o cânon, “por declaração da autoridade competente” (c. 194 §2), isto é, somente a autoridade eclesiástica pode exigir as consequências materiais da perda do ofício, mas a perda em si se dá simplesmente por força do direito, independentemente da intervenção da autoridade competente.

As razões teológicas destas determinações canônicas são claras se considerarmos a constante tradição da Igreja, exemplificada, entre muitas outras fontes, na Encíclica Mystici Corporis de Pio XII. Como aí ensina o Pontífice,“nem todos os pecados, embora graves, são de sua natureza tais que separem o homem do corpo da Igreja como fazem os cismas, a heresia e a apostasia (Pio XII, S.S., Encíclica Mystici Corporis, 29.06.1943, n. 22). Em outras palavras, pelo pecado mortal, geralmente falando, o cristão perde a graça santificante, a virtude da caridade, todas as demais virtudes e dons do Espírito Santo, mas ele continuará com a virtude da fé, que nele permanecerá morta, e ele mesmo se tornará um membro morto da Igreja, conservando-se ele próprio, porém, membro do Corpo Místico de Cristo, ainda que morto.

Mas quando alguém peca contra a fé, caindo em heresia, perde a virtude da fé e deixa de ser membro do Corpo Místico de Cristo. Não é mais sequer um membro morto da Igreja; já não faz parte dela, sequer é mais cristão. Obviamente, se alguém não pertence mais à Igreja, não se pode conceber como possa exercer nela um ofício pelo qual teria que governar os demais na fé. Com intervenção da autoridade competente ou sem ela, tem a perda do ofício apenas pelo próprio direito. À autoridade caberá somente exigir juridicamente as consequências materiais da perda, como a remoção física do ofício e a substituição por outro.

A Associação “Igreja, Povo de Deus em Movimento”, conspirando contra a Igreja, deve ser denunciada e suprimida, os seus membros devem ser admoestados a retificarem suas posições e, caso permaneçam nelas, deve-se declarar também a sua excomunhão por flagrante heresia.

Os fieis católicos têm o dever de denunciar estes usurpadores às autoridades eclesiásticas, e estas têm o dever de intervir, aplicando a lei da Igreja.

Como ensina São Tomás, os fiéis não devem usar de tolerância para com aqueles que na Igreja ensinam e difundem erros contra a fé, e que por isso mesmo já não mais pertencem a ela. “Quando há perigo à fé”, diz S. Tomás,

os fiéis devem corrigir até os seus pastores. Por isso, São Paulo, que era súdito de São Pedro, por causa de um perigo imediato de escândalo sobre a fé, o corrigiu publicamente; e, como diz Agostinho na Glosa, ‘o próprio São Pedro deu exemplo aos maiores ao não rejeitar ser corrigido mesmo pelos inferiores por ter abandonado o caminho reto” (Tomás de Aquino, S., Suma Teológica, IIa-IIæ,q. 33, a. 4, ad 1um).
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Com informações: Fides Press

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