domingo, 29 de março de 2015

Organizações de Direitos Humanos denunciaram que o Estado Islâmico sequestrou pelo menos 150 cristãos na Síria

A menina síria pensou que o fotojornalista
mantinha uma arma, portanto ela 'se rendeu'

Ativistas cristãos de direitos humanos denunciaram na terça-feira que pelo menos 150 pessoas das vilas cristãs assírias foram sequestradas no nordeste da Síria pelos terroristas do Estado Islâmico (ISIS).

Em declarações feitas à agência Reuters da cidade de Amã (Jordânia), o presidente do Conselho Nacional Siríaco da Síria, Bassam Ishak, disse que “verificamos que pelo menos 150 pessoas foram sequestradas”.

Mais cedo, o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos com sede na Grã-Bretanha, disse que 90 foram raptados quando os extremistas islâmicos invadiram as vilas habitadas pela antiga minoria cristã no oeste de Hassakah, uma cidade sustentada principalmente pelos curdos.

Os ataques em Hassakah foram condenados pelos Estados Unidos, que exigiu a imediata e incondicional libertação dos civis. O Departamento de Estado disse que centenas de outros permanecem presos nas vilas rodeadas pelo ISIS, cuja violência deslocou cerca de três mil pessoas.

Milhares de cristãos assírios, que vivem na Síria há várias gerações, estão agora fugindo para evitar a decapitação ou que as mulheres e crianças sejam levadas como escravos pelos jihadistas.

Uma destas vítimas é Francie Yaacoub, uma mulher de 50 anos que se encontra agora na diocese assíria de Sid al-Boushriyeh. “Tivemos que sair de pijamas. Meu filho caminhou descalço, saímos sem sapatos. As bombas caíam ao nosso redor. Tivemos que fugir porque a segurança das nossas crianças é o mais importante”, disse à imprensa internacional.

Foto Referencial / Facebook Amigos do Iraque

Conforme informou Reuters, o ISIS tomou a terceira parte das vilas cristãs assírias e sequestrou cerca de 200 membros da comunidade que estava formada por 30.000 pessoas até antes do início da guerra civil.

Por sua parte, Chorbishop Yatron Koliana disse que “as vilas de Khabur estão agora vazias, não há ninguém exceto alguns combatentes”. “Nosso povo experimentou uma grande tragédia na Síria. Estão deprimidos. Alguns têm doenças crônicas”, assinalou.

“O mundo inteiro, desde a ONU até os Estados Unidos e Rússia, é responsável. Eles (ISIS), destruíram nossa civilização inteira… e o mundo está olhando”, acrescentou por sua parte Simaan, um cristão refugiado que teve que fugir de Tal Hormuz.

Desde fins de fevereiro o Estado Islâmico está atacando o nordeste da Síria, principalmente as vilas assírias assentadas nas duas margens do rio Khabur. Segundo peritos militares, os extremistas islâmicos querem abrir uma nova frente para libertar a pressão que estão sofrendo depois de perderem a cidade de Kobane na fronteira com a Turquia. “O ISIS está perdendo várias áreas, por isso querem atacar outras zonas”, indicou o geral jordano em retiro, Fayez Dwiri.


Abdul Rahman al-Numai, um comerciante têxtil, disse à imprensa internacional que centenas de famílias chegaram a Hassakah nos últimos dias das vilas cristãs, assim como árabes beduínos.
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ACI Digital

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