quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Padre fala de corrupção em Missa e irrita vereadores de Pereira Barreto no interior de São Paulo

Padre citou casos de corrupção em missa e vereadores querem afastá-lo. 
População defende o representante da igreja católica e faz até carreata.

Matéria veiculada pela TV TEM nesta terça-feira (06) mostra até onde pode chegar os desmandos de políticos quando veem suas imagens expostas por envolvimento em casos que, via de regra, deveriam ser alheios às funções que ocupam. Em Pereira Barreto, vereadores que são investigados judicialmente por manterem em seus gabinetes supostos servidores comissionados fantasmas, querem que o padre Max Pelarin Neto, da igreja São Francisco Xavier, seja repreendido pela diocese de Jales por ter falado, durante missas, sobre possíveis casos de corrupção na Câmara da cidade.

Uma moção de repúdio assinada por nove dos 11 vereadores de Pereira Barreto foi encaminhada ao bispo da diocese de Jales, à qual pertence a igreja católica em Pereira Barreto, pedindo que o padre seja formalmente repreendido pelos comentários feitos durante suas missas.

Ocorre que, paralelamente à reclamação contra o sacerdote, os 11 vereadores, assim como 11 ex-assessores parlamentares e um diretor da Câmara são arrolados em ação movida pelo Ministério Público de Pereira Barreto, pedindo que todos sejam condenados pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculado (desvio de dinheiro público), por terem mantido até pouco tempo supostos funcionários fantasmas no Legislativo. 

Conforme mostra a reportagem da TV TEM, um grupo de moradores chegou a fazer uma carreata pela cidade, em defesa do padre, que confirma ter feito observações durante as missas de final de ano sobre o que acontece no Legislativo, porém sem citar nomes.

"Hoje, me encontro com a consciência tranquila. Minha função como pastor é saber ajudar e orientar a comunidade a tomar um posicionamento. Não incriminei ninguém, apenas citei a corrupção em Brasília e falei sobre o caso dos assessores fantasmas", disse à emissora de televisão.

Os comentários do sacerdote enfurecerem a grande maioria dos parlamentares. "Fomos chamados de desonestos, que existe corrupção na Câmara, sem ter conhecimento do que está acontecendo. Usar um lugar de fé para falar o que foi falado, foi feito em um local impróprio e é dessa maneira que o poder Legislativo está encarando isso", também declarou à TV TEM o presidente da Câmara, Laerte Venâncio Alves, do PR, partido que, no Congresso Nacional, compõe a chamada “bancada evangélica”.


O bispo diocesano de Jales, dom Luiz Demétrio Valetin, confirmou ter recebido a moção. No entanto, diz que ainda não conversou com o padre de Pereira Barreto pelo fato de ele estar em período de férias.
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AtaNews

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