quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Je ne suis pas Charlie: remando contra a maré.


Então eles morreram, os irmãos Cherif e Said Kouachi que foram os "responsáveis" pelo ataque terrorista à redação do jornal Charlie Hebdo. Justiça foi feita, o mundo e a França agora respiram aliviados, todos comemoram. Os grandes jornalecos globais afirmam que a ação foi bem sucedida, do tipo "bandido bom, é bandido morto" também morreram quatro reféns.

Os grandes Jornais, portais de todo o mundo a toda hora dando cobertura maciça da "pior tragédia dos últimos anos", mostrando cada detalhe ou o fato nos “mínimos” detalhes. A tragédia tomou proporções global, várias capitais do mundo e aqui no Brasil fazendo homenagens às vítimas. Realmente é uma tragédia, TODA VIDA é importante, todas.


Devido à cobertura da grande mídia global, o mundo entra em comoção com a tragédia, para isso basta ver pelas redes sociais onde milhares de pessoas colocam em suas capas de perfil: "Somos todos 'Charlie Hebdo'", o engraçado que até pouco dias antes dessa tragédia quase ninguém sabia da existências dessa revista ou de seus cartunistas . Mas a moda criada pela mídia global pegou . O que vale para muitos é a moda. Eu respeito, mas comigo não.

Pense só por um momento a grande mídia global dando cobertura maciça dos milhares de palestinos mortos que são alvos do exército de Israel? Ou, quem sabe, cobertura em tempo real das crianças que foram assassinadas em uma escola na Faixa de Gaza? Ou, quem sabe, fazer cobertura das centenas de guerras com milhares de vitimas fatais que são patrocinas pelos EUA, França e “países amigos”? Será que o mundo ficaria comovido? Será?


Quero dizer e reafirmar que nada justifica as vidas das pessoas que morreram nesse ato terrorista que ocorreu na França. Vidas são Vidas e todas são preciosas.


Enquanto pessoas do mundo inteiro repetem o que os meios de comunicação mandam: “O pior atentado dos últimos tempos”, “ a liberdade de expressão está ameaçada” e muitos aderem à campanha da mídia global: "Somos todos 'Charlie Hebdo'”, desculpe-me, mas eu não. Desculpe-me, eu vou remando contra a maré.


“Eu sou os milhares de Palestino Mortos”.
“Eu sou as centenas de crianças mortas na faixa de Gaza”
“Eu sou os Milhares de Pessoas que são Mortas nas Guerras em vários Países, patrocinadas pelos EUA, França e Nações Amigas”.
“Eu Sou as Milhares de Pessoas Inocentes que morrem Todos os santos dias em uma Guerra que não são Delas”.

“Somos Todos Contra a Guerra”.

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José Nascimento Oliveira
Texto extraído do facebook com correções ortográficas.

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