quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Meus pais estão no céu






Quais borboletas, deixando o casulo da terra, alçaram voo, buscando horizontes novos, azuis, infinitos e eternos. Tudo aconteceu num piscar de olhos, sem comentários negativos, sem dor, sem a despedida do pai, sem o abraço materno, deixando saudades mil. As preocupações deste mundo passaram num átimo. “Não se perturbe o vosso coração”. As dores de corpos cansados não mais existem. “Vinde a mim todos vós fatigados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. O que era idoso se renovou. O bálsamo divino curou suas feridas. “Eis que renovo todas as coisas”. Eles estavam sonhando em reconstruir sua casa modesta aqui na terra. O pai de ternura lhes preparou uma mansão invejável no céu.


Para nós, eles partiram deixando saudades. Para Deus, eles chegaram na plenitude da felicidade. O que eles mais queriam era a comunhão com Deus. Agora, eles estão nos braços do Pai. A verdade é que a vida foi transformada, qualificou-se, encheu-se de plenitude.



Na roseira do jardim celeste, dois brotos eclodiram em flor; uma multidão de anjos bateu palmas e se encantou com seu perfume. Anjinhos brincando no céu contemplaram um lindo casal de borboletas coloridas bailando suavemente. Pousaram nos ombros de Aline que sorriu feliz. Djalma as recolheu na palma da mão e seu semblante encheu-se de luz.



Meus pais estão no céu.

Dom Emanuel Messias de Oliveira  
Bispo diocesano de Caratinga (MG)

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