quinta-feira, 4 de setembro de 2014

É melhor morar juntos antes de casar-se?




O casamento é uma das decisões mais importantes que uma pessoa pode tomar em sua vida. Quando pensamos nos altos índices de divórcios e na difícil experiência de ter pais divorciados, entendemos por que os casais pensam duas vezes antes de se casar.


Algumas vezes acontece que um dos dois está disposto a se casar, enquanto o outro tem dúvidas. Quem se sente preparado poderia pensar: “Talvez possamos ficar noivos e tentar morar juntos durante um tempo. Talvez assim eu convença meu namorado(a) a dar o próximo passo”.

Em outros casos, nenhum dos dois se sente preparado para o casamento. Podem pensar: “Podemos morar juntos para ver se somos compatíveis. Conforme o tempo for passando, se tudo correr bem, podemos compartilhar casa e gastos. Mas, se as coisas não funcionarem entre nós, não precisaremos nos divorciar e passar por todo esse drama. Além disso, precisamos conhecer melhor uma pessoa antes de assumir o compromisso de estar juntos para sempre”.


Parece lógico pensar que morar juntos pode oferecer uma previsão do que acontecerá no casamento. No entanto, os sociólogos descobriram que “a expectativa de uma relação positiva entre a convivência e a estabilidade matrimonial foi rompida nos últimos anos, segundos estudos realizados em diversos países ocidentais” (2).


Os estudos afirmam que, se você deseja ter um casamento exitoso, é melhor conviver só depois da cerimônia. Quais são os motivos?


- Muitos casais que moram juntos nunca chegam a se casar, mas aqueles que o fazem têm uma taxa de divórcio 80% acima dos que esperam para morar juntos após o casamento (3).


- Os casais que moram juntos antes de se casar têm muitos problemas conjugais e uma comunicação pior, e procuram com mais frequência os consultores familiares (4).


- As mulheres que moram com o parceiro antes do casamento têm três vezes mais probabilidade de enganar seus maridos que as que o fizeram (5).


- O Departamento de Justiça dos EUA observou que as mulheres que moram com o namorado têm 62 vezes mais probabilidade de ser agredidas por eles que as casadas (6).


- As mulheres que moram com o namorado têm três vezes mais probabilidade de sofrer depressão que as casadas (7).


- Os casais que coabitam estão sexualmente mais insatisfeitos que os que esperam o casamento (8).


Do ponto de vista da duração do casamento, da paz marital, da fidelidade, da segurança física, do bem-estar emocional e da satisfação sexual, a convivência não é a receita para a felicidade. Inclusive o USA Today afirma: “Poderia ser amor verdadeiro? Verifique isso no cortejo, não na convivência” (9).


Por que morar juntos antes do casamento leva a mais divórcios?


Se as coisas andam razoavelmente bem, os casais que moram juntos chegam ao casamento pensando: “Não brigamos demais e, depois de morar tanto tempo juntos, temos certeza de não querer estar com outra pessoa. Por que não oficializar o vínculo?”.


Com frequência, estes casais encontram problemas para explicar exatamente o que é o casamento. Acham que consiste em fazer uma grande cerimônia e depois voltar à vida cotidiana. Isso destrói o significado do matrimônio como um pacto que duas pessoas fazem diante de Deus.


E, como pensam pouco no casamento, estão menos preparados para conservá-lo. Mais ainda: a ruptura de um casal que mora junto sem casar-se pode ser tão desgarradora quanto um divórcio oficial.


Uma segunda razão para uma taxa de divórcios tão alta é a capacidade que a intimidade sexual tem de unir um casal emocionalmente, enquanto o protege dos problemas do seu relacionamento. Os meses e anos passados antes do casamento são momentos de sério discernimento. Manter relações sexuais nesse período obstaculiza a capacidade de discernir com clareza.

A intimidade sexual pode inclusive impedir o casal de ver que seu relacionamento carece de verdadeira intimidade. Imagine estar noivo e perceber que é melhor cancelar o casamento. Agora pense em quão difícil seria cancelar este compromisso se você já estiver morando com a outra pessoa.


Uma terceira razão para tão alta taxa de divórcios é que a convivência pode destruir o noivado. Se um dos dois encontra falhas suficientes no outro, ele ou ela é livre para ir embora. O desejo de colocá-lo à prova mostra uma carência de fé no amor pela outra pessoa.


Por um lado, o casal está manifestando seu desejo de intimidade completa, mas, por outro, quer via livre se não chega ao “nível” desejado. Isso gera dúvidas e desconfiança desde o começo.

Os casamentos de sucesso não são resultado da falta de características incômodas no cônjuge, mas da escolha de amar e perdoar o outro todos os dias, com todas as suas imperfeições.


É a capacidade de sacrifício que mantém o casal unido, não a ausência de incômodos. Mais ainda: o desejo de colocar o outro à prova demonstra uma falta de compreensão sobre o funcionamento do casamento.

  O que fazer se já estamos morando juntos?


O primeiro passo é reservar a intimidade sexual para o casamento. O amor é paciente, e os casais que confiam em seu amor sabem que terão o resto das suas vidas para desfrutar do sexo.

Mas agora é um tempo único para preparar o casamento e colocar as bases para a vida inteira juntos. Por meio desse tempo de espera paciente, os casais descobrirão que relacionamentos saudáveis não exigem sexo para poder ser íntimos.


Esperar para compartilhar o dom do sexo não deveria ser visto como um atraso passivo da paixão, mas como um treinamento ativo na confiança. Depois de tudo, você não gostaria de saber se o seu cônjuge será capaz de resistir às tentações do casamento?


Muitas das virtudes que mantêm um casal unido são desenvolvidas quando se pratica a castidade, por exemplo: a humildade, o autocontrole, a paciência e o desejo de sacrifício.

  O que mais poderia ser feito?


Além de praticar a castidade, o melhor para o casal seria deixar de morar junto. É tentador exagerar as dificuldades de fazer isso. Alguns poderiam perguntar-se: “Por que mudar de casa se podemos simplesmente parar de dormir juntos?”.


Em primeiro lugar, o casal continua tendo a ocasião de pecar, pois é mais fácil cair nos velhos hábitos. Em segundo lugar, o casal é culpado de escândalo, o que significa que está dando um péssimo exemplo aos outros.


Sem dúvida, não é fácil submeter os desejos pessoais à vontade de Deus. Mas Ele abençoa abundantemente a vontade de colocá-lo no centro do relacionamento. É bom dedicar tempo para ir à Missa juntos aos domingos, bem como preparar-se nas catequeses para noivos.


Se você é noivo(a), considere por um momento do dom do seu parceiro(a). Veja como Deus foi generoso com você. Ao subir ao altar, você não gostaria de também dar um presente a Deus, em troca? Não vá de mãos vazias. Faça o sacrifício de manter puro seu compromisso, para poder subir ao altar com este presente para Ele.


Dormir juntos e acordar na mesma casa todos os dias é um presente que deveria estar reservado para o casamento. Como todos os casais, seu sonho é de que o amor seja duradouro. Então, se você quer que esta relação funcione, salve seu casamento antes de que ele comece, e deixe para morarem juntos após a cerimônia.


“Os noivos são chamados a viver a castidade na continência. Eles farão, neste tempo de prova, a descoberta do respeito mútuo, a aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem um ao outro de Deus. Reservarão para o tempo do matrimonio as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.” (CIC, 2350).


“Ser puro, permanecer puro, só pode se comprar com um preço, o preço de conhecer Deus e amá-lo a ponto de querer fazer sua vontade. Ele sempre nos dá a força de que precisamos para manter-nos puros como algo belo para Deus.” (1)


(Artigo original publicado em Chastity.com e traduzido com autorização expressa. Todos os direitos reservados)

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[1] Madre Teresa, prólogo de “Un llamamiento a la Pureza” de Johann Christoph Arnold (Farmington, PA: Plough Publishing House, 1996).

  [2] William G. Axinn y Arland Thornton, “La relación entre la convivencia y el divorcio: ¿selección o influencia casual?” Demography 29 (1992): 357–374.

  [3] Bunpass y Sweet, Convivencia, Matrimonio y Unión estable: resultados preliminares de NSFH2 (NSFH Working Paper No. 65) Centro de Demografía y Ecología de la Universidad de Wisconsin, Madison, 1995; Bennett, et. al., “Compromiso y Unión Moderna: Evaluación del vínculo entre la convivencia prematrimonial y la subsiguiente estabilidad marital”. American Sociological Review 53:1 (Febrero, 1988): 127–138.


[4] Elizabeth Thompson y Ugo Colella, “Convivencia y estabilidad matrimonial: ¿Calidad o compromiso?2 Journal of Marriage and the Family 54 (1992): 263; John D. Cunningham y John K. Antill, “Convivencia y matrimonio: Retrospectiva y consecuencias predecibles”, Journal of Social and Personal Relationships 11 (1994): 90.


[5] Koray Tanfer y Renata Forste, “Exclusividad sexual entre el noviazgo, la convivencia y el matrimonio en las mujeres”, Journal of Marriage and Family (Febrero de 1996): 33–47.

  [6] Chuck Colson, “Matrimonios a prueba: ¿Por qué no funcionan?”, Breakpoint, 20 de marzo de 1995.

  [7] Lee Robins y Darrell Regier, Desórdenes psiquiátricos en América: Estudio del área de captación epidemiológica (Nueva York: Free Press, 1991), 64.

  [8] Marianne K. Hering, “Cree bien, vive bien” Atención sobre la familia, Septiembre 1994, 4.

  [9] William Mattox, Jr., “¿Será amor verdadero? Compruébalo en el noviazgo, no en la convivencia” USA Today, 10 de Febrero de 2000, 15A (www.usatoday.com).
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Fonte: Aleteia

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